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História Pokémon - O Vínculo Perdido - Capítulo 02 - A Ligação


Escrita por: V_tu

Notas do Autor


Aqui estou apresentando a continuação da oneshot “O Elo que se Oculta nas Sombras”, sendo agora uma fanfiction (MAIS UMA FANFIC, VAMOS VER SE ESSA EU TERMINO, NÉ?).

Espero que vocês gostem. Boa leitura!

Capítulo 2 - Capítulo 02 - A Ligação


Fanfic / Fanfiction Pokémon - O Vínculo Perdido - Capítulo 02 - A Ligação

Um estrondoso tremor acordou Jasmine de seu longo descanso. Atordoada, a jovem investigadora abriu lentamente seus olhos.

A intensa luz branca do quarto castigava seus olhos, sendo forçada a mantê-los semicerrados. Após se levantar de seu leito, limpando suas vistas com as mãos, as memórias do ocorrido no Castelo Relíquia manifestaram-se em seus pensamentos.

— Quê? — Ela analisou suas vestes, tateando o pano branco em seu corpo.

Estava trajada com um tipo de roupa de paciente hospitalar. Levantando a blusa, Jasmine ficou abismada ao ver uma cicatriz, onde já foi um grave ferimento.

“Eu já estou melhor?” perguntou a si mesma, em estranhamento.

— Há quanto tempo estou neste lugar? — disse ela, sem nenhuma noção de tempo, observando o quarto. — Será que os outros estão aqui? — Ao lembrar-se de Joshua e seus pokémon, ela afastou-se da cama, analisando todo o ambiente.

O cômodo em que se encontrara agora era bem largo, cheio de azulejos brancos nas paredes. No teto, duas grandes fileiras de lâmpadas preenchiam o local com luz branca incandescente. Havia dois armários de cor alumínio próximos de uma porta, uma larga pia isolada no fundo do quarto, mais uma cama ao lado de Jasmine. Não havia janelas e aparentemente a única forma de entrar ou sair dali era pela porta, que estava exatamente na direção da garota. Jasmine não pensou duas vezes antes de dirigir-se até lá, mas ao girar a maçaneta gelada, notou que estava trancada.

— O quê? Estou... presa? — ela diz, agitando a estrutura de madeira, pensando ser uma falha. — Quê que tá acontecendo, afinal de contas? —  resmungou, dirigindo-se a cama onde havia despertado.

Neste momento, outro estrondo seguido de um agitado tremor a faz cair num supetão. A luz do quarto falhou por alguns segundos, apagando e acendendo repetidamente. Jasmine levantou-se desnorteada procurando entender o que acontecia.

Passos apressados no lado de fora deixaram-na nervosa, e o trincar de chaves lhe fez perceber que alguém tentava abrir a porta. Tendo um mau pressentimento, ela recuou para trás do armário, e segurou um suporte metálico que encontrou por lá.

“Isso não pode ser um hospital..." Pensou, segurando firmemente o bastão de metal.

— Acabei de chegar no quarto da paciente... — disse um homem. — Ela não está mais aqui! — ele alertou, logo quando adentrou o cômodo, falando por um rádio.

Na linha, a outra pessoa responde furiosa. Jasmine escutou tudo atenciosamente, tentando manter sua respiração controlada. Observando a sombra do homem crescendo próximo do seu esconderijo, seu coração dispara.

O homem locomoveu-se até a cama, tentando acalmar a pessoa da ligação. Jasmine sentiu seus nervos a flor da pele, frio na barriga e um breve aumento no ritmo cacardíaco. Ela segura o bastão preparando um ataque.

— Deve ter fugido! Eu... Ugh... — Sem sequer completar a frase, o homem caiu abatido, após receber a pancada que Jasmine lhe deu.

— Eu não acredito que fiz isso! — exclamou Jasmine, sentindo a adrenalina no seu organismo. — Que vida é essa? — Respirou com a mão no peito, tentando manter-se calma. Ela cutucou o rapaz caído no chão, usando seu pé, e ele nem se moveu. — Desculpa por isso, Craig... — falou, quando notou o crachá anexado a roupa do rapaz, enquanto passou por ele.

Pela porta do quarto, visou o corredor mal iluminado de paredes e piso espelhado. Por um lado, tudo estava mais normal e claro. Pelo outro lado, uma luz vermelha piscava, vendo sombras por lá e muito barulho. Foi por esse caminho que ela seguiu.

“Burra! Burra! Burra! Não vá por aí! Não vê que é perigoso? Olha aquela luz vermelha, mulher!" Uma parte de sua mente disse. “Para de gritar comigo! Eu preciso descobrir o que tá acontecendo, nem que isso me custe a vida!" Respondeu a si mesma.

— Talvez eu esteja ficando maluca... — disse Jasmine, aos sussurros, enquanto segurava o bastão em posição de guarda.

Assim que chegou no lugar onde seu interesse foi atraído, a investigadora olhou descrente para o que enxergava. A sala tinha o vermelho das lâmpadas de alerta como maior fonte de luz, mas mesmo assim podia-se enxergar com clareza o caos naquele lugar totalmente devastado. Estranhos resquícios de máquinas estavam jogadas no chão, haviam enormes marcas de cortes e impactos riscando as paredes daquele lugar e o fogo consumia algumas fiações elétricas. No meio desse caos, quatro pokémon travavam uma luta. Um Scizor, um Abomasnow e um Espeon, cada um com um treinador, cercavam um estranho Nidoking.

Jasmine identificara a espécie daquele pokémon venenoso. Mas aquele em especial não retratava o que viu nas imagens em livros, o que a deixou desacreditada. Este era duas vezes maior, os muitos espinhos nas costas estavam desproporcionais e colidiam entre si. O corpo roxo do Nidoking estava manchado com uma vermelhidão, do que aparentava ser sangue, e seus olhos não tinham vida. Jasmine já vira isso antes, mas era impossível sentir-se normal diante de tal imagem.

— Esse lugar! Eu sabia que tinha algo errado! — ela falou, alto sem se conter, mas por sorte não foi escutada. — O que significa este lugar? Por que estou aqui? — Perguntou-se, conferindo os arredores do que podia observar.

Não sabia exatamente o que sentir, apenas assistiu o enorme pokémon venenoso jogar seu corpo contra seus alvos que, por sorte, escaparam do ataque. Nidoking bateu com tudo no chão, o que causou um tremor até bem longe dali. Jasmine segurou um grito e apoiou-se nas paredes, evitando uma queda.

— O que estão fazendo, inúteis? Ataquem de uma vez! — indagou um homem próximo do Scizor, que só reclamava para os outros dois atrás do Abomasnow e Espeon. — Argh! Cadê o Craig? Será que vou precisar acabar com ele?! — enfureceu-se. Jasmine lembrou-se dessa mesma voz escutada pelo rádio do tal Craig que ela desmaiou há poucos minutos.

— Você! — Apontou o rapaz enfurecido para outro, que parecia nervoso, ao lado do Espeon. — Vá atrás do Craig! — ordenou.

— Mas, você não precisa de ajuda? — perguntou este, olhando o Nidoking se levantar.

— Pensa que sou como você?! — bradou alto o rapaz maior, mas não tão alto quanto o rugido estridente do pokémon de chifre, que fez Jasmine tapar seus ouvidos com a potência.

Receando ser detectada por uma dessas pessoas, Jasmine voltou com pressa ao corredor. Passando em encontro com o quarto onde acordara, enxergou o Craig caído no mesmo lugar.

Assim que focou sua atenção ao caminho que percorria, tomou um susto ao dar de cara com um pokémon que vinha contra a direção dela.

Este pokémon firmou suas patas vermelhas no chão, entrando em posição de batalha. Jasmine recuou assustada, olhando com confusão essa espécie quadrúpede que a encarava sombriamente com seus brilhantes olhos azuis, sendo mais destacados pela pelagem negra de seu corpo.

— Olá, amiguinho... Eu não quero machucar ninguém... — Sentindo medo, Jasmine tentou parecer amigável. O pokémon devolve com um rosnado, apontando seu olhar para o bastão metálico que a garota segurava. — Oh, isso aqui? Nem é meu! — Jogou o objeto para longe. O pokémon parou de rosnar e agora olhava a garota de cima a baixo, mas ainda tinha desconfiança e então, rosnou novamente.

— Ah, o quê?! O Zorua fugiu de novo?! — disse o rapaz alertado, em poucos metros de distância atrás da Jasmine, surpreendendo tanto ela como o Pokémon que estava em sua frente. — Você não tava em coma ou coisa assim? — falou o rapaz nervoso, tomando toda a atenção de Jasmine.

— O que disse? — Jasmine falou olhando-o.

Zorua saltou na frente do Espeon, não alterando muito a atual expressão da garota, enquanto projetou uma esfera púrpura em seu focinho. A raposa negra adquiriu mobilidade num movimento rápido e disparou sua técnica contra o treinador do Espeon.

Com sua cauda, o Espeon que acompanhava rapaz, rebateu a orbe negra contra a parede. Essa colisão gerou uma explosão forte o suficiente para empurrar todos ali com uma certa força.

— Argh! Droga! — o rapaz resmungou, se levantando.

— Minha nossa! — Jasmine olhou surpreendida para o quase buraco que a Shadow Ball do astuto pokémon sombrio.

— Espeon, vá com Swift! — ordenou o rapaz, para seu Pokémon, fazendo Zorua rosnar continuamente.

O Pokémon psíquico ameaçou o noturno com suas vistas púrpuras. A raposa de sombras tensionou suas patas e cobriu seu corpo com uma aura roxa. Espeon materializou várias escalas douradas no formato de estrelas e atirou todas nos Zorua com extrema precisão.

Assim que a névoa resquícia do Swift se desfez, Zorua revelou a eficácia mínima do ataque que não lhe causou nenhum ferimento. Envolto de fúria e energia, o sombrio Pokémon realiza um salto e expele uma onda crescente de energia em todo local.

Espeon foi açoitado pelo golpe e jogado com extrema força contra o seu treinador, atingindo-o brutalmente em seu estômago. Jasmine levou sua mão até a boca que fazia um perfeito "o". Neste momento, Zorua virou-se, mostrando o ranger de seus dentes e os olhos que estavam negros como a noite, assustando a garota.

Zorua materializou uma esfera escura, mirando Jasmine, em sua frente. A garota volta uns passos, sem saber o que fazer diante disso.

A raposa estava trêmula, parecendo estar resistindo, se contendo, segurando algo que não era apenas a sua técnica. Jasmine sentiu uma ponta de medo quando o Pokémon pulou arremessando sua esfera.

— Ah! — gritou Jasmine apavorada, sentindo a explosão, mas apenas o seu barulho.

Quando olhou com mais calma, ela estava intacta, mas agora havia uma grande cratera na parede.

— Z-Zorua? — falou a garota, tentando chamar atenção do Pokémon com os olhos esbugalhados, encarando a passagem recém aberta por ele.

Um piscar de olhos, trouxe de volta o azul para as pupilas do Pokémon. Ele lançou um olhar frio para Jasmine e sem aviso prévio atravessou o buraco da parede, retirando-se dali.

Enquanto Jasmine viu Zorua se afastar, sentiu-se incomodada por ficar ali. Pensando que o Pokémon pudesse guiá-la para fora daquele lugar, correu atrás dele, já ouvindo algumas sirenes soarem ao fundo.

Olhando as proximidades, Jasmine viu o Zorua analisando o local, parecia procurar algo, então acompanhou os olhos do Pokémon numa tentativa de lhe entender.

Foi quando se deu conta que era noite. O prédio do qual acabara de sair não era muito grande, com não mais que duas casas de altura, mas a largura ocupava um bom lugar do espaço verde composto por um densa vegetação. Grandes estruturas montanhosas cercavam o lugar por todos o lados. Erguendo os olhos, era possível enxergar a luz da infinidades de estrelas e da majestosa lua cheia, que se oculta numa nuvem neste momento.

— É... — ela diz, sendo escutada pelas agitadas orelhas do Zorua. — Não era mesmo um hospital. — Ouviu o Pokémon bufar, deixando-a de lado.

Jasmine seguiu o inquieto Pokémon, apesar de sua atitude pouco amistosa. Usando seu faro, Zorua chegou numa passagem estreitada pela plantação desordenada. No fundo, algumas pessoas saíram alertadas do prédio, seguindo na direção do Zorua. Foi então que o pokémon adentrou a vegetação, e Jasmine resolveu imitar a raposa.

Agachando-se no chão, ela entrou pela passagem, sendo açoitada por folhas e galhos que a fizeram pensar que, com certeza, estaria menos incomodada se não houvesse uma bagunça em sua mente.

No final do trajeto, Jasmine surge atrás do pokémon, encarando a floresta ao redor. Ela olhou para caminho que fizeram, e alcançou luzes de laternas se aproximando no fundo.

— É melhor não ficarmos aqui! — disse ela, disparando na frente do pokémon, que rosnou para ela e correu ainda mais rápido, tomando a frente outra vez.

A garota tomou uma expressão interrogativa, tentando entender este Zorua, enquanto o observava. Muitas perguntas passavam por ela, muitos pensamentos assombravam sua mente. Jasmine olhou para atrás, sem mesmo para respirar, pois ainda estavam sendo seguidos.

— Como podem saber exatamente para onde vamos?

Quando ela voltou a olhar a raposa, viu um pequeno objeto brilhante preso à pelagem do pokémon.

— Espera aí! — exclamou, desacelerando. A raposa cancelou sua corrida, olhando seriamente para ela.

Agachou-se na frente dele, tornando a expressão da moça ainda mais interrogativa. Jasmine lançou um olhar rápido para as luzes que vinham se aproximando e voltou ao Pokémon.

— É só um palpite, mas acho que tem algo em você... — Levou a mão até a juba espessa no pescoço do Pokémon, deixando seus olhos arregalados. — E talvez isso esteja denunciando nossa localização... — Ela arranca o objeto de seu pelo, mas o pokémon, por sua vez, abocanhou a mão da jovem, assustando-a.

Um choque correu pelo corpo da garota quando as presas do pokémon fizeram contato com seu corpo. À medida que Zorua rosnava, ainda segurando sua mão com os dentes, Jasmine sentia um calor esquisito lhe dominar. A raiva, o deprezo, a angústia e a agonia que inexplicavelmente sentiu naquele momento fizeram a garota cerrar os dentes olhando a expressão do pokémon que lhe mordia.

— O que pensa que está fazendo?! — Cheia de fúria, Jasmine acertou um tapa a fuça do Pokémon, afastando-o de si.

A jovem arregala os olhos, sem a menor ideia do que havia acontecido. Estranhamente, seus repentinos pensamentos haviam lhe deixado. O desentendimento, o choque e a aflição marcaram a expressão tanto da garota quanto do pokémon.

— Se alguém puder me explicar isso aqui, eu agradeço desde já. — ela disse, checando o punho que foi vítima da mordida.

Neste momento, o pequeno pokémon ficou em guarda, mostrando suas presas com um rosnar. Jasmine sentiu apreensão, mas ao perceber que o olhar dele atravessava sua pessoa, virou-se para ver o que o afligia. Assustou-se, recuando para perto da raposa ao notar que duas pessoas daquele prédio a havia seguido.

Dois homens estavam na frente, a poucos metros de Jasmine e Zorua. Ambos estavam vestindo roupas iguais, um jaleco branco, por cima de uma blusa negra, calças cinzas sem muitas variações no visual de cada um. Um desses homens era alto e branco, enquanto outro era mais baixo e moreno. Eles estavam com uma lanterna em mãos.

— Não vai fugir de novo, não tem para onde ir. — disse o mais alto.

— É o quê? — respondeu Jasmine, mas só então percebeu que se tratava do pokémon ao seu lado.

— He, he. Não podemos permitir que saiam assim... Vão ter um castigo agora.

— O que diabos vocês são, hein? — frustou-se ela.

Os dois rapazes colocam as mãos nos bolsos tirando uma Pokéball cada. Jasmine soou frio, encarou a raposa, estática em sua posição de luta.

Para a satisfação de Jasmine, Zorua produz sua Shadow Ball e atira a mesma contra os rapazes. A técnica avança e explode liberando energia e a névoa escura sinalizando efetivação do golpe, mas quando a poeira baixou, viram que um Honchkrow e Mandibuzz haviam projetado uma barreira de proteção, dando aflição tanto a investigadora sem pokémon quanto a raposa indomável.

— Você não sabe outro movimento, não? — Jasmine desdenhou e o pokémon bufou, elevando seu focinho.

— Não vão escapar dessa! — disse um dos rapazes.

— Feint Attack! — em uníssono, eles ordenaram um ataque, fazendo com que os dois pássaros noturnos levantassem vôo, batendo sua asas negras.

Antes que Honchkrow e Mandibuzz pudessem investir, uma enorme teia amarelada cobriu os voadores noturnos junto de seus treinadores, prendendo-os.

— Que droga é essa?! — disse o homem alto, furioso, tentando se soltar da rede pegajosa.

Em seguida, uma corrente elétrica percorreu toda a teia, eletrocutando todos os armadilhados.

— Electro Web?! — Jasmine espantou-se por sentir a presença do seu pokémon. Apenas seu Joltik tinha essa maneira de usar o golpe. Primeiro a rede pegajosa, em seguida a distribuição elétrica com uns segundos de atraso.

Jasmine olhou o solo ao seu redor com toda atenção e conseguiu ver Zorua olhando curiosamente um pequeno ponto amarelo na sua frente.

— RAY?! — Jasmine se agachou no solo. Joltik começou a pular energicamente, assim que recebeu atenção de sua treinadora. — Ah, Ray! Obrigada, mas de onde você veio? — O carrapato subiu o corpo dela, que olhava os arredores.

— Dante está com você? E o Joshua? — perguntou a garota, sorrindo para o pokémon que lhe fazia cócegas. Joltik zumbiu seu choro de forma baixa, soando aquilo como um "Não."

Jasmine viu a expressão séria no rosto do Zorua, que os encarava profundamente com um olhar bravo. A orelha do pokémon agitou-se, levando a atenção do Pokémon até os adversários que se moviam dentro da rede do Joltik.

Zorua preparou outro ataque, criando novamente outra esfera negra a sua frente. Jasmine olhou um movimento de luzes no trajeto que fez inicialmente.

— Não sei você, mas acho melhor sair daqui o quanto antes. — disse, afastando-se dali o mais rápido que podia.

Jasmine notou o Zorua lhe acompanhando, mas o quadrúpede apenas continuou a correr, ignorando-a.

Eles finalmente saíram da mata, chegando numa estrada. Alguns metros longe dali, Jasmine alvejou uma placa no caminho, indo até ela.

— Estamos na Rota Seis, Ray... Isso é perto de Driftveil! — Ela virou-se, avistando, longe dali, o município de Driftveil brilhando com as luzes dos prédios e da noite. — Estamos à...quase dois quilômetros! — exclamou Jasmine, em voz alta, soltando seus ombros e erguendo sua cabeça.

Zorua suspirou, fazendo Jasmine notar sua presença. Ao perceber que a garota lhe observava, desviou o olhar para a distante cidade.

— Melhor nós irmos logo. É um longo caminho e aqui é perigoso. — disse abertamente. Joltik grunhiu em concordância, absorvendo a atenção da jovem. — Aliás, Ray... como chegou até aqui?

A pequena pulga elétrica caminhou pelos ombros de Jasmine e apontou para o alto. Zorua, balançando sua cauda, latiu para onde Joltik apontou sua pequena pata. Jasmine olhava os dois bastante confusa.

— Eu não entendi. — ela disse, tentando enxergar o que os dois olhavam. — Okay! Vocês me explicam isso depois. — falou, retomando o foco, seguindo a encosta da estrada.

Havia passado um certo tempo pela longa estrada que Jasmine e Zorua caminhavam. O clima estava frio, graças ao orvalho da noite, e um silêncio inquietante emanava entre os andarilhos. A garota sentindo frio e calos nos pés, estava cheia de questões e fome. O Pokémon noturno e misterioso liberou uma expressão sonolenta. A pulga elétrica, por sua vez, já dormia em cima da cabeça de sua treinadora. Ambos olharam Driftveil crescer sob o horizonte. Jasmine já sabia bem para onde ir neste momento.

Em alguns poucos minutos chegaram ao norte do município. Algumas pessoas que caminhavam olharam diretamente para Jasmine, constrangendo-a.

— Abriram as portas do manicômio? — zombou um rapaz que passou pela garota, ganhando sua expressão de extrema fúria.

— Ah, vá a merda! — devolveu Jasmine, sem conter seus nervos.

Acelerou seus passos impacientes até o Centro Pokémon, bem no meio da cidade.

— Graças! Finalmente chegamos! — ela disse contente, sentindo o calor de dentro do prédio aquecer seu corpo logo que as portas se abriram automaticamente.

Joltik pulou da cabeça de Jasmine e sua treinadora voltou-se à ele. Ela percebeu o Zorua, olhando o prédio com uma expressão desconfiada.

— Você não vem? — perguntou ela para a raposa, que lhe deu as costas, porém não se afastando. — Então, tá! — Entrou no prédio, sendo seguida pelo Joltik.

Ao entrar no Centro Pokémon, Jasmine recebeu toda a atenção. Os treinadores a encaravam devido as roupas, e a Enfermeira Joy daquele centro correu para lhe atender.

Jasmine se espantou logo quando viu um telão na parede, marcando "22h05 - 20/05". Havia se passado cinco dias desde que apagou no Castelo Relíquia.

“Eu estava apagada durante esse tempo?” Jasmine pensou. Logo as memórias do prédio onde acordou há pouco tempo manifestou em sua mente. “Mas o que explica aquele lugar? O que aconteceu de verdade...?”

— Olá, e-eu posso ajudar? — A enfermeira chamou atenção, acenando.

Quando Jasmine voltou a terra, finalmente notou a jovem de cabelo ruivo avermelhado. Percebeu que se tratava de uma outra enfermeira, supondo que seria uma substituta por sua aparência bem jovem que emanava ansiedade e inexperiência.

— Claro! — ela afirmou. — Eh... Onde eu poderia fazer uma ligação aqui?

Após receber a indicação do aparelho de comunicação, Jasmine deixou o Joltik sob os cuidados da Enfermeira Joy. Não demorou até que conseguisse acessar o aparelho e entrar em contato com Joshua.

— JASMINE?! — gritou o rapaz, assim que surgiu na tela do aparelho.

— Olá, olá! — Respondeu para Joshua, acenando. — Então... ME EXPLICA O QUE ESTÁ ACONTECENDO? — berrou ele, atraindo a atenção de todos ali.

— Onde você... Como... Hein? — disse Joshua gaguejando. — E que roupas são essas?

— Eu estou exausta, faminta, nervosa e com frio, Joshua! Não vem falar em como estou vestida! — falou, sem nem respirar. Suspirou e continuou. — Bem, eu acordei num lugar muito esquisito, e com certeza vou querer discutir sobre isso depois... só quero saber o que aconteceu comigo!

— Me diga você! — disse ele, se movendo rapidamente no outro lado da tela. — Você estava no hospital devido... aquilo lá... mas aí sumiu! Você desapareceu.

— Onde me viu pela última vez...?

— Em Nimbasa, no Centro Médico.

— Muito estranho... mas não mais do que o local onde acordei há pouco. Eu vi aquilo, de novo. — ela disse, com as imagens do Nidoking e dos Pokémon no Castelo Relíquia rodando em sua mente.

— Os Pokémon alterados...? — ele perguntou e Jasmine fez que sim com a cabeça.

— Acho que estou sendo perseguida...

— Jasmine, onde você está agora? — perguntou.

— Driftveil. No Centro Pokémon.

— Eu já chego aí. Temos muito o que conversar...

— Onde você está? — ela perguntou, tentando compreender a escuridão crescente no visor onde assistia Joshua, enquanto o mesmo olhava uma vez ou outra o local onde estava.

— Procurando informações... sobre seu paradeiro.

— Awn, que fofo! — Tirou sarro do rapaz, que revirou os olhos. — O Dante está com você?

— Seus pokémon estão comigo... pelo menos, estava... o seu Joltik sumiu faz pouco tempo.

— Nah... ele está aqui.

— Como? — Joshua piscou algumas vezes, sem entender.

— Essa é uma outra questão que entra no meu diário de questões não resolvidas. — ela respondeu, cabisbaixa.

— Vou desligar. — disse ele, cobrindo o visor do aparelho com a mão. — Já chego aí. — falou antes de desaparecer da tela do PC.

Jasmine sentou-se numa das cadeiras perto do PC, suspirando sua ansiedade enquanto aguardava seu amigo aparecer. Ela passou alguns minutos entretendo-se com o Joltik saltitando e brincando no saguão, até que a Enfermeira Joy quebrou sua distração, brotando em sua frente.

— Seu Joltik está ótimo, mas e o outro que veio com você? — disse a moça, apontando para a sombra da raposa encostada na parede do lado de fora.

Jasmine o olhou espantada. Havia esquecido do pokémon que lhe ajudara a sair daquela situação e ainda aguardava naquele lugar. Pensando no que dizer, Jasmine se levantou.

— Eu já volto... — falou, indo para fora do prédio.

Jasmine olhou a bola de pelos envolvida em torno de si. Sentiu pena, culpa e um sentimento de dívida. Muita coisa aconteceu em tão pouco tempo, mas reparou que o hostil pokémon talvez só estivesse confuso, assim como ela. Caso contrário não teria lhe ajudado.

— Muito obrigada. — respondeu educadamente. — Hum? — Mesmo sendo sujeita à uma reação negativa, Jasmine cutucou o Zorua, mas ele não realizou nenhum movimento.

“Dormiu...?” Ela pensou, agachando-se totalmente.

De forma delicada, Jasmine o pegou em seus braços, levando-o para dentro do Centro Pokémon. Após recusar os insistentes pedidos de análise do Zorua vinda da Enfermeira Joy, Jasmine o levou para onde esperava Joshua inicialmente, colocando a raposa adormecida numa cadeira ao seu lado.

Alguns minutos se passaram, Jasmine ficou cada vez mais entediada e sonolenta, até o Joltik havia se cansado, tanto que foi repousar aninhado na pelagem do Zorua. Ela desleixou seu corpo de forma involuntária, passeou seus olhos pela sala e aos poucos, fechando os mesmos contra sua vontade, adormeceu.


Notas Finais


Ta-Da! Finish It! ~
É isso, pessoal... Espero que tenham curtido e que eu não tenha deixado erros... Minhas revisões são Ultra Lixosas. :D

Bem, os feedbacks são bem-vindos nos comentários. Até a próxima! ~


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