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História The Virtuoso and The Maven of The Strings. - (EDITANDO) - Lua Sangrenta - Introdução


Escrita por: HimariTsukyi

Notas do Autor


Olá a todos o/ Bom começando em partes.

Primeiramente gostaria de pedir desculpas a todos que acompanham/acompanharam/leitores da fic...fiquei muito tempo sem postar e peço desculpas sinceras a vocês... Neste mês fiz meu vestibular e isso somado ao meu nervosismo com a prova no mês anterior + a dedicação que tive que ter pra estudar fizeram com que eu não tivesse cabeça para escrever nada... Simplesmente as idéias não saiam, Mas as coisas vão se normalizar agora.

Segundo, sobre a fic e o estado dela atualmente... Venho notado que os capítulos estão se tornando mais e mais longos e não sei até que ponto isso é bom...Alguns leitores gostam da leitura longa e outros nem tanto, quero achar um meio termo em relação a isso mas sem perder o estilo da história. Pretendo fazer caps de 3000-4000 palavras. O cap mais longo de certa forma foi para compensar o tempo sem postar...mas os seguintes ( parte 1,2 e 3 do lua sangrenta serão mais curtos.)
Sugestões e críticas são muito bem vindas!

Terceiro, Venho somente a agradecer do fundo do meu coração a todos que acompanham essa fanfic. Confesso que no início não depositei muita fé , achava que ninguém iria gostar e...vocês me provaram que eu estava errada. Sério mto obg a todos.

Por ultimo: Eu sei que com esse tempo de ausência muitas pessoas podem ter desistido de ler a fic ou simplesmente ter perdido o interesse... Eu compreendo isso e sei que é inevitável mas farei o possível para melhorar e continuar.

Bom agora boa leitura e até o cap 7 :3 Deixe seu feedback ;D Os erros serão corrigidos!


OBS: Em caso de " ( aspas ) = fala de personagem

Em caso de letra em itálico ( inclinada )= pensamentos ou flash backs.

Em caso de letra sublinhada= textos.

Em caso de letra em negrito inclinada = diferenciação dos pensamentos de personagens que estão muito próximos no texto.

Negrito comum: Palavras com ênfase.

Capítulo 6 - Lua Sangrenta - Introdução


Fanfic / Fanfiction The Virtuoso and The Maven of The Strings. - (EDITANDO) - Lua Sangrenta - Introdução

 

     Um denso nevoeiro sufocava o espaço entre as ruelas e avenidas da cidade. A lua de tom sanguíneo espalhava seus feixes sinistros por todo o céu do vilarejo. A atmosfera era totalmente caótica e assustadora, uma aglomeração de pessoas aterrorizadas se deslocava atropelando tudo o que houvesse pela frente, cada um apenas queria salvar a própria vida. Alguns tentavam carregar objetos de valor, mas estes acabavam sendo pegos e mortos. O fogo dos lampiões e velas minguou subitamente até se extinguir, com isso só podia se ouvir gritos de agonia por onde a escuridão percorria. Rostos pálidos feitos de porcelana exibiam a insanidade das criaturas amaldiçoadas e seus olhos de flamas azuis e carmesim apenas ansiavam por tomar vidas e se deleitar com o sangue alheio. Não havia qualquer tipo de clemência ou compaixão por parte das aparições. Pouco a pouco cada pessoa foi caindo, o chão se pintou com o sangue dos inocentes e os poucos sobreviventes se esconderam em abrigos e porões.

    No alvorecer amaldiçoado após o massacre, um ponto de luz manifestou-se no horizonte afogado por sombras, uma luz improvável em um local como aquele. Da claridade um viajante misterioso se sobressaiu caminhando em direção a chacina. Conforme o andarilho se aproximava do vilarejo alguns sobreviventes atentos a movimentação estranha observavam sua chegada por entre as frestas de janelas e esconderijos. A figura desconhecida usava uma longa capa vinho e seu rosto estava encapuzado. Conforme as passadas adentravam a rua principal o ambiente voltou a se escurecer e o ar se tornou denso com a névoa que invadiu o vilarejo. Das sombras o líder das aparições pálidas surgiu, era um ser humanoide com características demoníacas. Protuberâncias em forma de chifres rasgavam o topo da cabeça, seu rosto estava coberto por uma máscara assustadora de tom marfim, uma armadura desgastada vestia seu corpo, garras longas e vermelhas saiam de suas mãos e pés, e em suas costas espadas de aço negro enfeitiçado. O demônio riu com deboche brandindo as espadas duplas, o viajante e a criatura eram velhos conhecidos e ambos sabiam que aquilo só acabaria quando o solo se pintasse com o vermelho de seus corpos. 

Avançou em direção do guerreiro em velocidade , a espada reluziu e ferozmente infligiu um ataque com um corte certeiro. O andarilho se esquivou precisamente de um dos golpes e removendo a katana da bainha de sua cintura defendeu a segunda estocada, no momento do bater das lâminas o som sinistro do aço ecoou pelo local. A figura demoníaca recuou e se preparou para outro ataque, ambos avançaram violentamente um contra o outro , o  espectro de olhos flamejantes tentou um ataque por cima  que foi repelido com graciosidade em um contra golpe pelo viajante, ambos recuaram . A dança de espadas continuou sem aparente possibilidade de acabar. O Intruso tirou sua capa revelando sua verdadeira identidade: Uma guerreira jovem trajada em branco e vermelho, seu nome era Reina.

    Reina vestia uma máscara sinistra, tal como o espectro da lua de sangue. Por anos ela havia fugido do inimigo que a atormentava, mas finalmente aquilo acabaria, ela estava forte o suficiente para enfrenta-lo. No momento que o vilão viu o rosto mascarado da mulher, sua expressão maléfica e força o afugentaram fazendo com que fugisse rastejando amedrontado pelas sombras. As outras aparições maléficas apareceram em defesa do líder mas se assustaram com Reina, partindo para nunca mais voltar ao local. Naquele momento de paz, a luz atravessou as nuvens tocando o terreno amaldiçoado e ensanguentado, os moradores do vilarejo saíram de seus esconderijos incrédulos que suas súplicas aos deuses haviam sido atendidas,  a guerreira da profecia havia trago mais uma vez a esperança. As árvores voltaram a ser verdes, a vida voltou a reinar e a magia do equilíbrio novamente pulsava em Ionia. Muitas vidas se perderam pelos ataques dos guerreiros espectrais, mas depois da tormenta o período de paz foi longo e duradouro. 

Desde então, A Lenda de Reina é contada para todos os Ionianos que vão aos festivais da lua sangrenta, ela nós ensina o renascimento do espírito e sobre a força que há dentro de cada um de nós.

“Bom pessoal e é essa a principal lenda do festival da lua sangrenta. Ela está resumida, a lenda original é um pouco grande mas vocês podem encontrar exemplares em livrarias ou mesmo na nossa biblioteca de Tuula. ” – A leitora estava cercada por alguns jovens alunos sentados em roda em torno de si.  Todos estavam em uma excursão na biblioteca de Tuula. A mulher havia separado o dia anterior ao festival da lua de sangue para introduzi-los na cultura Ioniana, uma boa oportunidade para dar uma aula que focasse a atenção deles.

 Sona estava próxima, sentada em uma cadeira com o instrumento à sua frente, em seu corpo diferentemente do habitual ela vestia um vestido de veludo e renda preta. A professora fez um convite de participação à musicista, que prontamente ficou feliz em ajudar. Ela havia tocado algumas composições temáticas de sua autoria auxiliando a mulher para deixar a história ainda mais interessante. Agora que todos descansavam, a musica era lenta e relaxante. As crianças e adolescentes discutiam sobre o conto e brincavam entre si.

"Então gente... Hoje, nada de cadernos ou trabalhos. Quero uma aula descontraída, vamos debater um pouco sobre a história. Alguma pergunta?" – Um silêncio tímido reinou no ambiente. Um garoto levantou o braço e lhe foi concedida a oportunidade de falar, acompanhado dele algumas risadinhas.

“Uma exorcista bem diferenciada.”- A professora riu sonoramente junto aos colegas.

“Só por que ela espantou um demônio com uma máscara? “- Riu mais um pouco e fechou o livro colocando-o sobre a mesa ao seu lado.

“ Mas por que os espectros não lutaram contra Reina? Ela estava em desvantagem, não é? Afinal era só uma e eles numerosos, mataram quase o vilarejo todo. “ – Alguns outros estudantes se mostraram curiosos a respeito da nova pergunta. A professora se ajeitou na poltrona entusiasmada. Era uma mulher de aparentes 30 anos com uma beleza exótica e aparência sábia apesar da pouca idade.  Gostava de quando seus pupilos faziam perguntas, sentia-se cada vez mais feliz por dar aulas.

“Bom... Reina enfrentou seu medo, o espectro. Ela acreditou no equilíbrio e na força que tinha. Ela criou a máscara pálida para ter coragem e depois disso pôde derrotar o mal que assombrava ela.” – A mulher se levantou, indo em direção ao pequeno quadro negro ao lado de todos para que pudesse ser vista. – A máscara é uma representação simbólica do que Reina queria ser e da sua coragem, o espectro é a personificação do medo de Reina e de outros humanos.”- Um espanto no ar e a compreensão alheia. Sona sorriu admirando o conhecimento da mulher, a professora era uma grande sábia,  conhecedora de diversos tipos de  literatura e documentos antigos. Prezava pelo conhecimento acima das demais coisas, para ela a leitura enriquecia a alma e instigava o desejo por compreender o mundo. O antigo orfanato de Sona havia feito uma excursão para o local, mesmo não sendo mais órfã há muitos anos, Sona ainda tinha apego aos funcionários e a algumas lembranças. Foi um período difícil de sua vida, mas foi superado e agora poderia contribuir para que outras crianças passassem pela experiência sem sofrer e aprendendo coisas novas ao mesmo tempo juntamente com sua antiga professora.

  Uma garota levantou a mão para fazer outra pergunta à professora que assentiu ao pedido.

“ Professora Yuki, por que só Reina lutou contra os fantasmas? Por que as pessoas não se defenderam?! Ou pelo menos tentaram...?”

“ É uma pergunta interessante... “ – Yuki se ajeitou na cadeira novamente, o estofamento era tão macio que diversas vezes seu corpo afundava na poltrona, arrumou a saia do vestido enquanto pensava na resposta.

“Algumas pessoas tem incertezas e receios de lutar contra seus medos, assim como Reina tinha. Ela não julgava ser capaz de vencer os espíritos da lua sangrenta. Certas pessoas nunca tomam a coragem necessária para batalhar contra seus medos. Não é fácil lutar contra as emoções principalmente aquelas que estão mais guardadas...aquelas que você não quer admitir que existam no seu coração. Mas é como Mestre Hana diz... “ Em qualquer escuridão pode existir a maior luz". Nenhum escuro é eterno assim como nenhuma luz. O festival da lua sangrenta serve para fortalecer o nosso espírito. “-  A mestra se levantou convidando Sona e os outros a fazerem o mesmo.

“Hoje o tempo é curto pessoal, nós ajudaremos a equipe de organização a decorar nosso lindo vilarejo para o festival de amanhã. Todos estão convidados, podem chamar os familiares e amigos também. Esse festival da lua sangrenta é especial, chegou mais cedo esse ano, acontecendo na primavera. Portanto, toda ajuda é bem-vinda! Amanhã nos encontraremos na praça central, a venda de ingressos será lá, compareçam. Podem ir explorar a biblioteca no intervalo depois nos encontramos aqui.” – Yuki parecia entusiasmada com aquilo tudo e as crianças vibraram com seus ânimos nas alturas. Alguns alunos saíram correndo pela biblioteca e outros fizeram rodinhas para discutir sobre o assunto.

“Eii!! Não corram! Aqui se deve fazer silêncio! Vão acabar derrubando as coisas.... ahh essas crianças...”- A mulher pôs a mão na cabeça sem paciência , Sona riu sem emitir som. A professora sorriu se aproximando dela e dando lhe um forte abraço. – “ Obrigada por comparecer, Sona querida. É muito bom ver que você está melhor a cada dia.” – A musicista retribuiu o abraço apertado e saudou a mulher.

“Ah será tão especial! Ouvi os monges dizerem que é um fenômeno astrológico raro, ocorrendo poucas vezes a cada século. Será incrível! Você deve comparecer, ahh... e leve a sua mãe também, ouviu? ” 

Será que Lestara gostaria de ir?... – Ficou pensativa por alguns segundos mas decidiu que tentaria convencer ela. Afinal, há muito tempo elas não iam em festivais ou em quaisquer comemorações mais simples. Seria uma boa oportunidade para que elas se reconciliassem e se tudo fosse como Yuki disse, estava ansiosa para por alguns pedidos no templo. 

“Temos tanto para conversar...Então o que anda fazendo ? As novidades ? “ - Yuki sorriu pegando apressadamente uma prancheta com folhas de papel sobre a escrivaninha  juntamente com uma caneta. Sona apanhou timidamente o papel e começou a escrever pensativa.

 

O que eu andei fazendo? – O dia a dia de Sona andava monótono.

 

Estou bem... Tinha me esquecido de como Tuula é um lugar maravilhoso. As pessoas são simpáticas e durante as apresentações dos shows todos são sempre muito receptivos igual em Zhyun. A parte ruim de tudo é que briguei com a minha mãe, ela anda nervosa. Queria poder ver ela bem e não brigar mais com ela mas depois do que aconteceu ela parece querer me proteger a todo custo e eu não sei mais o que fazer...Ela não compreende que eu quero fazer as minhas coisas também.  Se não for como ela quer, é uma briga na certa.

“Brigou com ela? Mas o que aconteceu ? Se quiser me contar claro..” – Os olhos de Sona rolaram para os lados e a tristeza serena novamente preencheu o rosto dela. Apertou a caneta contra os dedos e escreveu.

De uns tempos para cá eu tenho mudado muito e eu decidi que gostaria de buscar um jeito de falar. Quero curar a minha mudez e conseguir agradar Lestara. Eu vim até aqui na biblioteca e comecei a procurar alguns volumes que pudessem me ajudar, mas não achei nada. Quando cheguei em casa Lestara quis saber aonde eu tinha ido e depois de contar brigamos... Ela disse que aquilo era impossível e que eu iria acabar me dando mal... E ela não quer que eu saia mais e nem conheça pessoas novas. As vezes parece que ela só vê em mim o meu trabalho. Eu quero que ela veja mais do que isso, quero poder ter o prazer de falar com as pesparececantar, me expressar...ser como todos são... – O olhar da garota estava desolado, sentia um desejo tão forte de poder sentir a liberdade, a liberdade que a ausência de voz não lhe permitia. Ser livre parecia impossível. Yuki estremeceu, gostava muito de Sona, gostava dela desde a primeira vez que a viu no berço quando bebê. Prometera a si mesma que acharia uma família para aquela menina que era rejeitada pelos outros, caso não encontrasse ela mesma estava disposta a ficar com ela e pedir demissão.

“ Venha...”- Yuki esticou os braços convidando-a a abraça-la. Uma lágrima imediatamente escorreu do rosto de Sona. 

Aos 11 anos de Sona, a Sr. Buvelle a adotou. A mulher mostrou grande interesse por Sona mas principalmente por aquela harpa dourada. O instrumento era de uma beleza digna de um mestre artesão. Suas cordas eram finas mas extremamente resistentes, seu corpo de ouro era desenhado com linhas curvas e graciosas que formavam belos desenhos em relevo e em suas laterais asas angelicais acompanhavam a estrutura dando um toque divino a Etwahl.  Era assim que Lestara Buvelle o chamou quando o viu.  Yuki se mostrou receosa de deixar Sona partir com a mulher, que aparentemente sabia mas a dona do orfanato recebeu uma espantosa quantidade de ouro e prata pela menina , ouro demaciano. Nada mudaria a cabeça da proprietária e Sona partiu para seu novo lar. Quando a vi novamente a garotinha havia crescido...era uma jovem mulher de uma elegância e educação que faziam jus a seu sobrenome nobre, havia se tornado uma grande artista e se apresentado em diversos locais de Ionia e Valoran, chamando atenção não só por seu dom que era chamado por diversas raças como uma dádiva divina mas por sua beleza peculiar e chamativa. Eu temia que as intenções de Lestara não fossem propriamente na garota, e mesmo depois de tantos anos minhas expectativas infelizmente estavam certas...

“Olha...agora que trabalho na biblioteca como monja posso te ajudar a achar algo para te curar. Meu expediente aqui é alto. Dou aulas no orfanato e cuido das crianças apenas no turno da manhã.”- Sona se soltou dos braços da mulher sem acreditar, um sorriso esperançoso e agradecido brotou em seus lábios, rapidamente envolveu os braços ao redor de Yuki e a abraçou com um  pulo, deixando o material cair no chão.

“Ei calma....hahaha...você vai me derrubar no chão.”- A garota soltou a mestra e enxugou a lágrima no rosto. Era um dia muito feliz para ela. Sozinha seria extremamente difícil achar algo, mas com Yuki ao seu lado tudo parecia alcançável. 

 “ Mesmo com 19 anos você ainda me lembra aquela menina que encantava a todos nos shows de caridade.” – O sorriso da garota se alargou.  Posteriormente a expressão da jovem de cabelos azuis ficou confusa e ela retornou a escrever.

 

Você não trabalhava na prisão de Tuula?

 

A mestra passou as mãos nos cabelos castanhos soltando a longa trança com a ponta dos dedos, seu olhar era decepcionado e ela começou a fazer rodeios enquanto arrumava alguns pertences. Sona não entendeu.

“É eu trabalhava...mas de uns tempos pra cá, tudo mudou.”- Disse num tom triste e distante, pegou alguns lápis e canetas e começou a guarda-los em um  estojo de bambu.

 

Como assim?

 

“Um dos prisioneiros fugiu, o mais perigoso de Tuula, e com a fuga dele dezenas de pessoas morreram. Ninguém sabe ao certo o que aconteceu só se sabe que ele possivelmente teve ajuda... Eu trabalhava como assistente psicológica auxiliando os detentos em sua recuperação mental junto a outros monges da prisão. Um dia enquanto eu estava na enfermaria do local, só ouvi um grande estrondo logo após de uma explosão no andar mais alto da torre, gritos percorriam os corredores da torre principal e um grande bloco de pedras caiu desabando parte da escadaria espiral que ia até o topo. Eu não conseguia fugir de lá, eu...fiquei parada sem poder fazer absolutamente nada...enquanto ouvia gritos de agonia e terror. Eu senti medo. Ele escapou depois de tudo aquilo...”

Sona não sabia o que pensar, seu olhar estava arregalado e os pensamentos confusos. Sua mestra tentava se manter fria e focada na organização dos livros. Um prisioneiro aparentemente perigoso havia fugido de Tuula e com ele várias pessoas haviam morrido mas ninguém sabia disso, pelo menos não os civis. Sentou na poltrona que Yuki estava antes e deixou o corpo pesado afundar.

Fugiu...? quem é...? Se ele é perigoso, ele pode voltar a fazer mal as pessoas. O quão perigoso ele é?

“No dia seguinte trouxeram um homem em uma camisa de força alegando que era ele, houve um alívio de todos na prisão, mas o estrago já estava feito. Ele foi novamente confinado na torre mais alta de Tuula sob alerta máximo. Depois daquilo eu decidi me demitir, esses assassinos não são curáveis... São monstros sem sentimentos. Uma colega muito especial minha morreu lá, eu perdi a vontade de trabalhar naquele lugar.”- O polegar de uma de suas mãos apertava um lápis fortemente , ele se partiu com o ódio e a força que fez. Os dentes rangiam e se desgastavam com a raiva.

Os deuses serão benevolentes....ele pagará... – Pensou Yuki olhando a tempestade que se formava pela janela. Sona retornou a escrever na prancheta um tanto nervosa, mas aliviada ao mesmo tempo pelo criminoso estar preso.

Ele ainda está lá?

“Sim...”

Qual o nome dele?

O nome dele?... O demônio....

“Essa informação é confidencial, sinto muito.” – Disse a mulher com um olhar distante, Sona compreendeu e preferiu não insistir.

“Mudando de assunto...mais alguma novidade ? Conheceu pessoas novas ? Afinal, sua mãe quer te proteger delas, não?”- O rosto de Sona imediatamente ficou corado com a pergunta. De fato ela havia conhecido uma pessoa nova e fora o motivo de outra briga com sua mãe. Uma certa aflição veio ao peito de Sona e suas mãos estranhamente pareciam suar.

 

Desde aquele dia...ele não sai dos meus pensamentos... Aquela dança, seu jeito de agir e falar, sua voz levemente grave com um tom enigmático no meio... Nunca fui de pensar muito em algo por tanto tempo. E...a forma como ele partiu, não sei mais o que achar disso tudo...eu deveria esquecê-lo... Jhin....

Sona queria esquecer aquilo tudo. Não aguentava mais sofrer por outras pessoas, desde o dia que viu Khada Jhin em Zhyun sentia-se estranhamente ligada a ele. Um rosto diferente na multidão. Ao lembrar de sua voz profunda, seu caminhar, seu jeito, sensações de arrepios e borboletas no estômago dominavam seu corpo. Ela queria expulsar tudo isso, não era normal para ela ter esse sentimento, sempre fora ingênua e doce, a situação de repentina fuga dele estava deixando-a mal.

“Então? Você anda bem felizinha que eu sei !”- Yuki a encarou com um olhar brincalhão e risos na boca. 

Não é verdade...- Pensou a garota, Yuki segurou levemente o ombro esquerdo de Sona e com a frase o rosto dela ficou vermelho como um pimentão.  A nobre se afastou apertando os olhos e balançando a cabeça para os lados negando a afirmação, tentando ao mesmo tempo esconder sua vergonha.

“Não é o que parece quando seu rosto está vermelho.“- Riu a mulher dando um leve tapinha no braço da musicista com um olhar malicioso. Sona bufou e pegou o papel para escrever.

É...eu conheci uma pessoa, mas não foi nada demais. Ele só foi legal por eu ter o ajudado...

“Ohhh então é ele ? – Sona fez uma careta virando o rosto para o lado.

Será que a pequena está apaixonada? Ela está evitando o assunto...o tempo passa tão rápido quem diria...

“Ok, ok... Não vou te pressionar hahaha... Mas pode pelo menos dizer o nome dele?”

...

O silêncio reinou no local, um silêncio incômodo. Sona hesitou em responder, o nome dele era bem diferente do normal, Ioniano antigo ela sabia, mesmo que sem compreender seu significado. A chuva do lado de fora havia começado e com a chegada dela os relâmpagos iluminavam o céu e trovões preenchiam os ouvidos com seu barulho ensurdecedor. Sona pegou a folha de papel e vagarosamente começou a escrever, Yuki estava ao seu lado curiosa observando enquanto a caneta passava pelo papel. Uma tensão no ar.

K...H... – A escrita foi interrompida por uma mulher que chegou na saleta gritando.

“Mestra Yuki! Mestre Hong está chamando...é urgente! A câmara de registros foi violada!”

O queixo caiu e o semblante estava assombrado pelas piores hipóteses. Sona não entendia o que aquilo significava, mas sabia que a câmara de registros das grandes bibliotecas é conhecida por sua proteção e conteúdo secreto. Ambas se entre olharam.

“Isso é impossível...”  - Yuki falou largando os materiais na mesa.

“Eu juro senhora! Por favor venha!” –A bibliotecária correu indo embora.

“Sona!”- A garota de cabelos azuis se virou assustada encarando a mulher. 

“Fique aqui até eu voltar ! Eu não sei o que aconteceu... Pode ser perigoso. “ - A mestra rapidamente vestiu seu casaco que estava preso em um cabideiro ao lado da porta de saída e seguiu a bibliotecária.

Mas o que está acontecendo ??? – Sona sentia um gelo na pele e um mal pressentimento dominar sua mente. Correu pela porta por onde Yuki havia saído, dando nos corredores da biblioteca. Não sabia por onde elas haviam ido, apertou o passo indo até o final do corredor. À direita chegaria a área principal da biblioteca e à esquerda havia uma extensa escadaria que dava a algum lugar escuro. Sona engoliu em seco nervosa, correu até a escada e subiu-a o mais rápido que pode dando de cara em um outro longo corredor, porém esse era muito escuro e somente ao fundo podia-se ver uma pequena luminosidade.

Esse lugar me dá calafrios...- Prosseguiu caminhando com cautela. Conforme percorria o espaço, podia ouvir vozes vindo de algum ambiente que ela não conseguia localizar. No final do corredor havia um lampião preso na parede de cada lado de um espelho colossal. Sem saída.

O barulho vem daqui... – Sona fechou o punho e bateu algumas vezes no espelho. – O outro lado parece ser oco. Deve haver algum jeito de entrar...

Sona passou as mãos no espelho tentando procurar alguma parte que cedesse ou algum botão secreto. Sem resultados. Esticou o corpo e tentou os lampiões, notou que um deles era parcialmente solto. Tentou puxa-lo , nesse momento a porta espelhada rangeu um pouco se abrindo e uma luz muito forte fez seus olhos doerem. Mesmo sendo um portão de tamanho grande ele abria com suavidade e sem fazer som.

Que lugar é esse?... -Tentou cobrir a luz com as palmas sobre os olhos enquanto caminhava para dentro do cômodo claro. Quando a vista se acostumou a visão que tinha era diferente de tudo que havia visto. Um espaço imenso e surreal, o teto era todo de vidro podendo se observar o céu tempestuoso, as paredes eram brancas como marfim e a luz que preenchia o ambiente era gerada por focos de fogo espiritual branco que flutuavam gigantescos no salão. O chão era coberto por uma grama de tom verde intenso perfeitamente aparada, árvores e flores, estranhamento todos os caules e pétalas eram pálidos. A vegetação crescia no local e prateleiras com mais livros organizados se encontravam no ambiente minimalista flutuando por magia. Bem à frente Sona avistou os bibliotecários e Yuki na área central do salão , junto a eles uma esfera que parecia ser feita de tecnologia hextec se encontrava flutuando, pulsando através de uma energia turquesa e  catalisadores de mana.

“Vamos abra a câmara” – Disse um homem mais velho em vestes de monge, o líder da biblioteca. Um pequeno yordle se aproximou do objeto flutuante, olhou para os presentes e o líder confirmou seu pedido de prosseguir anuindo com a cabeça. As pequenas mãos peludas tocaram a esfera, uma agitação do metal seguida de um brilho claro no local que as patas tocaram. Todos se afastaram, a esfera começou a ranger e se recombinar desatarraxando todos os seus aros de metal dourado.

“Isso não parece bom...ela está normal?” 

“Não sei, veremos.”- Disse Yuki fitando o objeto flutuante.

Depois de sucessivas combinações e recombinações a esfera encerrou seu movimento indo até o chão, as chapas metálicas começaram a se deslocar recuando e abrindo uma passagem lentamente.

O que é isso ?- Pensou Sona, indo se esconder atrás de uma árvore de caule grosso mais próxima deles.

As portas se abriram e mais luz saiu do objeto colossal, a câmara dos registros. Um momento de silêncio reinou no local e alguns suspiros de dúvida , enquanto a luminosidade não diminuía.  A musicista tentava prestar atenção em tudo embora tivesse que se manter o mais cuidadosa  e discreta possível.

“Aaaaah!!!!”- Uma das bibliotecárias caiu no chão aterrorizada, Sona ficou chocada sem entender. Outro funcionário levou a mão a boca aparentemente com ânsia de vômito.

“Não...não...NÃO!” – Yuki gritou e passou correndo entrando dentro da câmara junto ao líder da biblioteca.

Um cheiro de podridão e morte começou a invadir o ar. Sona pôs a mão sobre a boca tossindo, era o pior cheiro que havia sentido em toda sua vida. Dentro da câmara um cadáver estava estirado no chão, a carne estava apodrecida e mutilada e o sangue já seco em tom escuro colado no lido. Hong foi até o corpo tocando na pele podre, nenhum sinal de magia utilizada. A pele estava perfurada como se tivesse sido cortada múltiplas vezes por lâminas e o rosto já se decompunha com os olhos brancos e um semblante apavorado.

“Mestre...olhe...”- O pequeno Yordle apontou a garra para o núcleo central, sua luz minguava constantemente e os receptáculos de energia ligados a ele falhavam. O líder caminhou até o centro da esfera onde a fonte se encontrava. 

“Meu deus...”- Os dedos do homem foram até o núcleo de cristal puxando-o de sua órbita com magia. Murmurou algumas palavras para o objeto mas não obteve respostas. Seus olhos se perderam naquela luz falsa. Caminhou para trás recuando com aparente medo, o núcleo caiu no chão quebrando-se e liberando uma fumaça azulada.

“Mestre! O núcleo!”- Falou uma bibliotecária que entrou posteriormente na esfera.

“Não...agora tudo já está perdido...”

“Como assim?” – O homem se apoiou na parede se sustentando por sua bengala para não cair.

“O núcleo de informações foi roubado...este é apenas uma cópia” – O ancião levantou-se com a mão sobre a testa e aparente dor de cabeça. Todos os presentes ficaram chocados, a bibliotecária que falou com Yuki foi até Hong o ajudando a se manter firme.

“Chamem a guarda de Tuula! Agora! É um caso de alerta máximo! ”- Ordenou o líder, alguns guardas da biblioteca partiram.

O que aconteceu ? Esse fedor... – A vontade de regurgitar era inevitável, tapou as narinas com os dedos e tentou andar mais para frente esgueirando-se por entre árvores e prateleiras suspensas. Quando a segurança da biblioteca passou, tentou ficar o mais imóvel possível. Sona havia ouvido tudo mas não conseguia ver o que estava acontecendo.

“Eu não compreendo...”- As lágrimas rolavam no rosto da mestra que tentava se manter forte. O estado do corpo era totalmente deplorável e ninguém conseguia compreender como aquilo havia acontecido. Sona se aproximou mais um pouco. Quando saiu de trás da prateleira teve visão para dentro da esfera, uma visão que jamais sairia de sua mente.
 

É ele....o corpo dele...
 

Flash Back- Sona

“Olhe que dons maravilhosos sua prima tem! Ela foi capaz de curar suas mãos..! Você tem muita sorte sabia, senhor Jhin?”

 

Era ele, o homem dos registros, o senhor que estava no balcão de ajuda do dia que viu Khada na biblioteca. Sona caiu de joelhos e um sentimento estranho aflorou no peito dela, um misto de aflição e terror. Os olhos brancos, a carne podre, o odor e o sangue, era tudo demais para ela. Não podia gritar, as palavras não saíam. Nunca havia estado presente ao lado de um cadáver, aquilo era chocante. Levantou-se esbarrando na prateleira com pouca coordenação de suas próprias ações, cambaleou alguns metros e começou a correr em disparada o mais rápido que pode até o portão de espelhos. 

“Sona...?”- Yuki viu a garota correndo e se levantou indo em sua direção.

“Soona!” – A garota ignorou o grito e continuou a correr.

 “Não fuja de mim!!”- Sona se encolheu com medo parando seu trajeto e nesse meio tempo a mestra a alcançou e segurou seu braço virando-a bruscamente

“O que você está fazendo aqui! Eu disse para ficar lá! Esses assuntos são confidenciais!” – Sona balançava a cabeça para os lados totalmente enlouquecida pela cena que presenciou.

Não sai da minha cabeça... Não quero mais lembrar daquilo...- Sentiu as lágrimas quentes escorrerem no rosto. Yuki se sentiu mal pelo tom que falou. Ainda segurando Sona firmemente encarou-a nos olhos.

“Você não se envolverá com isso, está entendendo?! É perigoso.”- O olhar da musicista era vazio.

 

Não quero mais perder pessoas que amo...- Pensou a mestra aflita.

 

“Voce me ouviu !!?” 

 

Sim...- Afirmou com a expressão facial.

 

"Ótimo...agora...fique calma. Vou te levar para um local mais tranquilo." - Segurou a mão de Sona e juntas caminham pra fora da câmara. Aquilo tudo era demais para Sona esquecer. Daria um jeito de resolver aquilo.

 

Vou descobrir o que aconteceu... Mesmo que vá contra a ordem de Yuki. Eu tenho o poder para ajudar quem está em perigo...a morte dele não será em vão...

 

 

 

De madrugada do dia seguinte, uma figura sinistra andava nos telhados das residências de Tuula, estava aparentemente ferido. Levantou o basculante da janela e pulou para dentro do cômodo, deixando o corpo cair no chão com um baque surdo sobre o piso de madeira. Arfava e a mão apertava a roupa sobre o peito com força, a capa bege estava manchada de sangue, mas não o seu sangue . Os dedos metálicos tocaram a superfície umidecida do tecido , o líquido avermelhado escorreu por entre as frestas da mão dourada. Com certa dificuldade ergueu o corpo e caminhou até o banheiro abrindo a água da banheira, precisava urgentemente de um banho.

 

Não aguento mais....

 

Começou a despir o traje do corpo, tirou a capa e posteriormente todos os pedaços da armadura colocando-a em um canto do banheiro de forma que o sangue sujasse o mínimo do chão. Depois de remover cada peça deixou o corpo afundar na água, estava trêmulo e os pensamentos desesperadamente inquietos. A pouca luminosidade que entrava no ambiente vinha da luz da lua que finalmente havia se revelado depois de um dia de chuva. Prendeu a respiração e a cabeça afundou na água deitando-se com o corpo no fundo da banheira, as lembranças do dia vieram à tona em sua mente junto de desejos mórbidos.

 

Eu não entendo... Onde está o deleite e o contentamento?...-Seus sentimentos eram um misto de angústia, insatisfação e dúvida.

 

Desde aquele dia que finalmente pude me aproximar de Sona Buvelle...tenho uma sensação cada vez mais estranha dentro de mim... Não importa quantas apresentações eu faça, quantos rostos se tornem belos e quantos corpos se recombinem em venustidade... Não me satisfaz.... O rosto dela, o corpo dela, o cheiro dela...preciso dela, ela deve performar logo. Quando enfim chegar a hora...será um momento glorioso...anseio por sentir o êxtase, torna-la uma das minhas maiores obras, me superarei...!  Ela é perfeita para o papel, como não havia pensado antes?... Não importa. Amanhã será o dia da apresentação do ancião de Navori, com isso conterei minha ansiedade e desejo por mais um tempo... Por enquanto planejarei meticulosamente os detalhes para a encenação dela.. Seus gritos, seu sorriso, sua dor...Ela será a mais doce e magnífica obra até o momento. Linda e transcendental. Cada bala será um verso do fim trágico dela...

 

Flash Back - Jhin

    A escadaria descia em espiral e a luminosidade era escassa. Haviam algumas tochas presas na parede ao redor da descida concedendo um pouco de claridade ao local, o lugar era curiosamente úmido e silencioso. Após descer totalmente havia uma galeria extensa que levava a um portão de ferro aparentemente trancado. De frente para o portão Jhin bateu levemente contra o metal com alguns toques. Uma janelinha se abriu e um homem espiou. Após olhar o assassino, fechou a janela e abriu o portão.

 Dentro do lugar havia um salão imenso com várias pessoas, a maioria usava algum tipo de disfarce ou máscara em seus rostos. O recinto era uma espécie de bar para clientes e empregados, mas não era qualquer negócio que era acertado ali, o bar era utilizado como sede dos assassinos cabais. Haviam várias sedes como essa espalhadas por Ioniasendo a principal delas desconhecida por Jhin. Unificados pela facção sombria Ioniana, a Ordem havia conspirado pela libertação de Khada. Agora, Jhin trabalhava para a Ordem em troca de sua liberdade e a possibilidade da realização de seu desejo insaciável pela arte. 

    Enquanto caminhava elegantemente pelo salão em meio a tanta gente, alguns olhares curiosos vieram até ele. Mesmo com a máscara cobrindo parcialmente seu rosto  ainda não era suficientemente agradável. Ao final do salão uma porta dava a outro cômodo, uma saleta. ateu na porta.

"...?..."

Entre... ”- Adentrou o local e fechou a porta atrás de si, alguns homens e mulheres mascarados estavam ali dentro, sentados numa pesa retangular longa. No final da mesa num local propositalmente à vista de todos, um homem sem disfarce encarava Jhin. O líder da sede de Tuula abriu um sorriso com certa malicia.

 

Quantas máscaras...mal confeccionadas.

 

“Vejamos quem chegou! Senhoras e senhores por favor se puderem se retirar... tenho um assunto importante a tratar em particular. ” – Os demais ali se levantaram saindo pela porta por onde Khada entrou, alguns o olhavam discretamente enquanto passavam por ele, a porta se fechou. O líder estava elegantemente vestido em um casaco de tom violeta profundo, o cabelo castanho era penteado para trás dando a ele um ar levemente refinado e na sua frente uma katana embainhada em uma bela armação de ônix e ouro gravando alguns dragões na mesma. Ao olhar o sujeito a primeira impressão de Jhin, fora que era um homem que de fato tinha poder dentro da ordem, mas escondia sua covardia atrás dos demais assassinos que o protegiam e dos trajes um tanto....carnavalescos.

Bom...sente-se Khada, fique à vontade. ” – Jhin o fez sentando na cadeira oposta de frente para o homem excêntrico. 

“ Não esperava que fosse te ver por aqui... você veio atrás de mim...? ” - Riu como em um desafio.

“Vim apenas tratar de negócios...”

“Negócios? ” 

“Requisitaram-me para matar um dos candidatos a ancião de Navori.... Um conselheiro da província de Navori suponho.... Você me requisitou, não é? Conselheiro...”-  Disse O Virtuoso em um tom levemente debochado.

 

O que ???! Como ele descobriu...?

 

“ Qual o propósito da sua vinda aqui?...- O homem se levantou cruzando os braços. Jhin sorriu com as palavras levantando-se da cadeira e caminhando à passos lentos ao redor da mesa.

“Bom gostaria de saber alguns detalhes a respeito do homem que me mandou matar...”

“Detalhes? Que tipo de detalhes...?”- Falou o líder impaciente. O assassino voltou a seu lugar sentando-se e inquieto começou a batucar os dedos na mão na mesa ritmicamente.

“Esse sacerdote de Navori é um candidato muito apreciado pelos outros anciões de sua região como ambos sabemos e, provavelmente sua morte não passará despercebida. Alguns dias atrás obtive algumas informações sobre ele através de alguns informantes e ele é um usuário de magia...um dos poucos candidatos de Navori que tenha um domínio tão fácil da mesma, não é mesmo? ”

Sim...ele é um usuário de magia...”

“Até onde vão seus domínios? ”

“Não é muito poderoso... tem o talento, mas nunca desenvolveu totalmente a habilidade. É capaz de deslocar objetos e utilizar luz e energia vital como a maioria dos anciões.”

“Um diamante não lapidado podemos assim dizer...”- Jhin olhou para o teto pensativo.

“É.… ”

“Logo, é mais do que claro que a morte dele não passará despercebida, ele é um dos candidatos visto como mais apropriado para o cargo .” – A obra prima que farei por mata-lo...

“O que você quer dizer com isso...? “ – O conselheiro começava a se agitar em seu lugar com certo nervosismo.

“Aprecio saber todos os detalhes dos trabalhos para os quais sou contratado... com isso tive que saber um pouco sobre você...” – Os olhos do líder se arregalaram

 “ Meu senhor pretende tomar o lugar do conselheiro principal de Navori... Algo como as histórias ouvidas dos prisioneiros noxianos, A Farsante. ”- Jhin se levantou do lugar em que estava, virou metade do corpo indo em direção a porta de saída.

 

Ele sabe sobre A Farsante...?!

 

"Você está me ameaçando...?"

“Trabalho para você, estou aqui apenas para executar a tarefa que me foi dada...E com isso fazer a minha arte... Sua posição e objetivo não são do meu interesse ,mas tenho um pedido a fazer ao senhor...”

“O que você quer...? ”

“Como bem sabe... tenho certas preferências em relação as pessoas que me mandam matar...O conselheiro de Navori tem um guarda costas e dois outros sacerdotes que o acompanharão no festival de amanhã...”

“?...”

“Desejo os 4. ”- O homem voltou a se sentar na cadeira.

.

Todos os 4...?! Impossível...isso é demais.

 

“Impossível! Ficaria muito claro que há algo maior por trás desses assassinatos! ”- Khada riu em uma risada baixa e sarcástica. O líder dos assassinos em resposta apertou os dentes com raiva.

“Bom...nesse caso, acredito não ser a pessoa mais adequada para essa tarefa. Tenho certeza que algum outro assassino da Ordem ficaria lisonjeado com esse trabalho. Agradeço pela oportunidade. ” – Deu mais alguns passos em direção a porta.

Espere! Qual o risco desse acontecimento cair em suspeita sobre a Ordem? A chance de algo dar errado é imensa... não subestimo suas habilidades, mas é um risco que quero correr...não seria bom para nossa organização. ”- Jhin se virou mais uma vez fitando o homem, suspirou profundamente.

Em breve, meu senhor, minha liberdade será descoberta... O senhor sabe disso. Suspeitarão de mim...isso é tudo que a Ordem precisa...”

“Tudo bem...faça como quiser...mas...” – Um sorriso perverso se formou no rosto do homem que caminhou até Jhin colocando uma mão em suas costas, O Virtuoso por sua vez permaneceu imóvel.

“Se algo der errado...você sabe as consequências que irá sofrer...”- O assassino saiu sem falar nada.

 

*Flash do Autor*

    Com a ausência de Jhin, uma bela mulher vestida em um vestido apertado verde musgo  abriu uma porta escondida atrás de uma das cortinas da saleta. Era ruiva e seus olhos eram verdes profundos.  Andou até o conselheiro e permaneceu ao seu lado olhando para o homem que estava em pé diante da porta.

"É  um sujeito muito interessante , não é? Já viu o rosto dele ?"-  Falou a mulher maliciosamente.

"Não..."

“Enfim... Eu avisei que ele era uma má escolha para esse trabalho...podia ter deixado ele para me servir..."- O líder se levantou e virou-se para ela.

“Ele é um dos assassinos mais eficazes dessa Ordem...Se não for o melhor...Essa tarefa não pode ser executada por qualquer um. “ 

“Ele descobriu sua identidade e ele já sabe a respeito da Farsante sem nem ao menos tais informações terem sido reveladas a ele...! Ele sabia que o homem que o requisitou era um conselheiro, mas não havia como saber que na verdade o conselheiro é membro e líder da sede de Tuula da nossa Ordem.  Você acha mesmo que uma pessoa assim não tem seus próprios interesses?”  – O conselheiro ficou brevemente pensativo, mas depois riu. A sicária  não entendeu.

“Minha querida...ele é louco... ele não pensa da mesma forma que nós. Ele vive em seu próprio mundo caótico. Antes do Líder Supremo ordenar sua liberdade, nós já sabíamos quem ele era e até onde ele poderia ir... Khada Jhin é apenas uma arma, ele não tem vontade própria. Ele continua vivo e solto para nos servir e ele sabe bem disso, não vai conspirar contra nós. ”- A assassina caminhou para o outro lado da sala indo até a porta por onde Jhin saiu.

Foram necessários os dois ninjas mais habilidosos da Ordem Kinkou juntamente com Kusho para o prenderem, os Wuju não foram capazes de capturar ele e nem a guarda Ioniana. Essas lendas circulam não só por Iônia.”

“O que quer dizer com isso...?

“Ele pode até ser um lunático, mas não é burro...muito pelo contrário. Você sabe quem ele é de verdade...ele pode ser extremamente habilidoso em seus trabalhos a nosso favor...mas se isso for usado contra nós a ordem se prejudicará...Pense um pouco sobre isso. ” – Ela saiu batendo a porta. 

 

 

Ergueu o corpo da banheira saindo da mesma, puxou o tampão deixando a água escoar para o ralo. Os pés tocaram o piso gelado e um arrepio subiu pelo corpo ao ver as gotas de sangue no mesmo. Foi até a janela pegando a toalha que estava pendurada envolvendo o corpo com ela. No quarto suspendeu a armadura dourada e a roupa em uma espécie de varal improvisado com um balde embaixo, secavam ali. Notou que ao entrar no quarto haviam jogado as correspondências e um jornal por debaixo da porta. Abaixou-se pegando as cartas e as jogou na cama junto ao seu próprio corpo, no jornal uma manchete:

REGISTROS DE TUULA VIOALADOS SEGUIDOS POR ASSASSINATO- Os olhos de Jhin percorreram a notícia até ver a foto da vítima e um sorriso leve surgiu. Jogou o jornal num canto e foi até a janela entreaberta pelas cortinas.

 

Amanhã será um dia cheio...e parece que  roubaram a câmara...

Hmm...alguém adiantou o meu trabalho...Interessante...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Notas Finais


As músicas relativas as partes da ficou serão adicionadas ;3

Músicas:


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