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História O vizinho da porta abaixo - Capítulo 1


Escrita por: GatinhaBol

Notas do Autor


Espero que quem esteja lendo goste. Primeiro quero dizer aos mimizentos que essa é uma história de ficção e que por isso não significa que a personalidade de Iu seja assim, só aconteceu de eu colocar ela nessa fic, não quer dizer que ela seja assim.
Segundo que não tenho nada contra as pessoas que aplaudem ao sol até porque eu sou uma pessoa que aplaude o sol kkk.
Enfim, boa leitura.

Capítulo 1 - Capítulo 1


    Eu encarava o chão vendo todos os móveis da minha casa sendo levados pelo banco. Tudo tinha sido hipotecado para pagar as dívidas do meu pai. Ele era um sonhador, sempre tinha idéias para novos negócios. Primeiro foi uma padaria, depois um restaurante, após isso uma floricultura. Todos negócios falidos.
     
        O mais recente havia sido um serviço de lavanderia que foi até lucrativo, mas o vício do meu pai em jogos de azar não ajudou em nada o progresso desse negócio. Desta vez ele havia ido longe demais, ele foi preso por sonegar impostos. E lá estava eu, sem parentes, sem amigos. Meus pés quiseram se mover, mas para onde eu iria? 

-Fighting Sora! -falei para mim mesma.

-Ahgassi*, assine aqui por favor. -falou o bancário me entregando uma prancheta. 

     Eles foram embora e eu me pus a andar. Dei uma última olhada para minha casa e meus olhos marejaram. Eu tinha algumas economias que poderiam me manter em algum lugar pequeno por algum tempo, mas eu teria que conseguir um emprego logo. 

 Comprei um jornal e fui olhar os classificados, achei um que cabia no meu orçamento de 200 mil won**. Andei até lá para economizar a passagem de metrô. Lá chegando, já cansada por carregar minha mala, bati na porta da casa da Senhoria. Quem me recebeu foi um rapaz que parecia da minha idade. Ele tinha cabelos negros, era apenas alguns centímetros maior que eu e estava com cara de poucos amigos. 

-Ahnyeonghaseo ***, eu vim pelo anúncio do quarto. A senhora Park está? -falei mostrando o anúncio ainda ofegante pela caminhada.
-Minha mãe foi ao mercado, mas se quiser pode dar uma olhada no quarto. -ele disse despreocupadamente. 
-Eu quero sim.-falei sorrindo.  

Ele foi para dentro da casa e pouco tempo depois voltou com uma chave. O quarto ficava no telhado. Subimos até lá e ele abriu a porta do lugar. Era um quarto com uma cozinha, banheiro, uma cama de solteiro de madeira, uma cômoda e um armário embutido. 


-O aluguel custa 150 mil won. O aquecimento é um pouco ruim. -ele falou encostado a porta com os braços cruzados. -Vai querer ficar com ele? 
-Sim. -eu respondi. 


            Entreguei o dinheiro a ele e desci para buscar minha mala. O idiota do filho da Senhora Park não me ajudou mesmo vendo o quanto estava pesado. É, eu definitivamente estava longe de um lugar onde haviam cavalheiros. Quando finalmente consegui chegar até meu quarto fui desarruma-las. Já a noite ouvi batidas na porta. Suspirei e abri a porta.


-Oi, eu sou a Senhora Park. Você é a nova inquilina certo?-ela disse me dando um abraço caloroso. -Qual o seu nome? Você é tão linda! Já conheceu o meu filho? Ele tem uma personalidade ruim, mas é uma boa pessoa. Ele está solteiro. Viu como ele é bonito?-ela disparou. 
-Me chamo Kim Sora. -falei me curvando.
-Omo (Nossa), tão linda! -ela disse apertando minha bochecha. Ri sem graça. -Que escola você frequenta? 
-A Kirin High School. -respondi sorridente. Eu tinha orgulho da minha escola. Só os melhores alunos e mais ricos estudavam lá.  

A Senhora Park ainda falou um monte de coisas que nem escutei, porque fui tentar raciocinar em como eu poderia estudar lá?  A essa altura todos já saberiam da prisão de meu pai e minha imagem estava no lixo.  Após conversar com a Senhora Park, fui cozinhar um rámen e após isso fui dormir na tentativa de esquecer tudo que eu enfrentaria.


           Amanheceu mais rápido do que eu gostaria e o aquecimento assim como o filho da Senhora Park havia falado era realmente ruim, mas pelo menos o chuveiro elétrico funcionava. Coloquei meu uniforme, comi e fiz minha higiene. No caminho para a escola encontrei o filho da Senhora Park, ele estava vestindo o uniforme da minha escola. Ele estudava lá?  Decidi por segui-lo já que eu também não sabia como chegar a escola a partir de lá.  Chegamos até uma encruzilhada onde o perdi de vista. E agora? Para onde ele tinha ido? Para onde ficava a escola?


-Tá perdida?-alguém sussurrou no meu ouvido. Me assustei, me virei e vi que era o filho da Senhora Park.

Ele riu da minha reação.  Pude perceber que assim como a Senhora Park tinha falado, ele era bem bonito e ficava especialmente bonito sorrindo pois seus olhos ficavam em formato de semicírculo.  
Ele pegou minha mão e a direcionou para o caminho à esquerda como se eu fosse uma criança.  


-A escola fica naquela direção. -ele disse próximo a minha orelha. Me soltei de sua mão já desconfortável com a súbita aproximação. 


         Ele segui por aquele caminho e eu o segui ficando a cerca de cinco passos de distância. Eu respirava profundamente me preparando para tudo que falariam de mim. Entrei pelos portões, segui pelos corredores ouvindo os cochichos e sentindo os olhares condenadores sobre mim. Cheguei até minha sala. Todos conversavam, mas assim que entrei eles pararam e me encararam. Sentei no meu lugar sem olhar para os outros. 


-Senhorita Kim, venha até minha sala após a aula. -disse o coordenador pouco antes de começar a aula.

Eu assenti. Após a aula me dirigir até a sala do coordenador. 


-Sente-se. -ele disse me indicando a cadeira a sua frente.-Eu soube do que aconteceu a seu pai eu sinto muito. Contudo, como você sabe, somos uma escola de prestígio e quero lhe pedir que não comente que estuda aqui. 
-O que?-indaguei sem acreditar no que havia ouvido.  
-Você é a nossa melhor aluna, entende que nossa imagem não pode ficar manchada por um escândalo desses.-ele deu um sorriso cínico. -Mas não foi só por isso que lhe chamei aqui. -O cheque que seu pai enviou para o pagamento do semestre estava sem fundo. 
-Está me expulsando? -perguntei engolindo em seco.
-Não,  com suas notas você seria capaz de entrar em qualquer universidade do mundo. Nós podemos lhe conceder uma bolsa de estudos daqui pra frente, mas não somos uma instituição de caridade. Você terá que pagar o semestre atrasado ou desistir de estudar aqui. -ele falou friamente.
-E quanto é isso? -perguntei.
Ele me entregou o papel. A dívida era de 6 milhões de won *****.  Meu queixo caiu. Eu não tinha idéia que aquela escola custava tanto. 
-Eu não tenho como pagar isso de uma vez...-falei.
-Então sinto muito, mas isso servirá de prova contra seu pai nos tribunais. -ele disse puxando o papel da minha mão. 
-Não! Por favor, só me dê alguns meses, eu vou juntar esse dinheiro.-implorei.
-O julgamento de seu pai é daqui a cinco meses,  você tem até lá.  -ele disse abrindo a porta de seu escritório para que eu saísse de lá.

 
         Saí da sala dele e fui para casa. Como era a primeira vez que eu voltava para minha nova "casa", acabei me perdendo no meio do caminho. Após um tempo reconheci uma lojinha de conveniência e achei meu caminho. Chorei o resto do caminho inteiro. Appa (pai)! Por que você fez isso comigo? Wae (por que)? Quando estava chegando em frente a escadaria que dava para o telhado ainda em prantos dei de cara com o filho da Senhora Park saindo para colocar o lixo para fora. Ele parou ao me ver. Caminhei até ele.


-Por que você não me esperou?! Você também tem vergonha de mim?!-gritei entre soluços. -Eu me perdi e não te achava em lugar nenhum! Está escuro e eu sou menina! -falei com o nariz escorrendo. 
-Aish! -ele falou tirando a primeira blusa que vestia e me entregando. Assoei meu nariz e fiz menção de devolvê-la mas ele recusou.  
-Eu nem te conheço, com eu ia saber que você é retardada?-ele disse. 
-Eu não sou retardada, sou o primeiro lugar da escola!-esbravejei.  
-Tanto faz. -ele suspirou. -Entra, tá frio. -eles disse voltando para casa. 
-Espera, mas eu ainda não sei seu nome. -falei em vão.


         Fui para meu quarto e dormi. Quando acordei tomei banho, vesti minha farda e desci as escadas. O filho da Senhora Park estava encostado a parede. Talvez ele tivesse um bom coração como ela disse.

 
-Sou Sora. -falei dando um sorriso.
-Sou Jimin. -ele respondeu sem expressão. -Vamos. 
Eu caminhei junto a ele. Estava fazendo um silêncio insuportável.
-Então Jimin, como você...-comecei.
-Como alguém pobre como eu estuda naquela escola?-ele falou olhando para mim.


     Assenti envergonhada com minha própria pergunta. 


-Sou bolsista. E você princesa? Está muito longe de casa. -ele disse irônico. 


         Analisei o bairro em que vivíamos e era realmente diferente de onde eu costumava morar.


-É uma situação temporária. -respondi confiante. 


           Ele sorriu de lado e continuamos o caminho em silêncio.  Quando chegamos nos separamos. Jimin era da minha idade, mas ele pertencia a uma sala diferente. As aulas se passaram rapidamente. Fui para a fila do almoço.  Peguei minha bandeja. Uma garota passou por mim e a derrubou junto com toda minha comida. Iu, uma garota que sempre me odiou junto com suas duas cópias.  


-Ora se não é a Senhorita Perfeição. Não vai comer? A comida está exatamente onde cadelas como você devem comê-la. -ela disse. Todos riram. Respirei fundo e apanhei minha bandeja. 
-Cadê seu papai?-ela indagou.-Ah é,  ele está na cadeia.-ela disse me empurrando fazendo minha bandeja cair novamente. Fechei a mão com força sentindo minhas unhas sendo cravadas nas palmas de minha mão.
-Vai me bater?-ela continuou me empurrando. -Acho que vai me bater, soube que agora é uma favelada que vive em um quarto no telhado. Acho que foi por isso que sua mãe morreu, não aguentou a decepção de ter você como filha.

Levantei minha mão para dar um tapa em sua cara mas fui impedida por Jimin.


-Já chega Iu. -ele disse soltando meu braço. 
-Mas Jimin oppa. -ela reclamou manhosa. 
-Já chega.-ele repetiu.
-Isso ainda não acabou favelada. -ela falou antes de sair. 


        Me virei e sai do refeitório dando passadas largas, meu sangue estava queimando. 


-Você tá bem? -falou Jimin me parando no corredor.
-Eu e Iu fomos...-ele começou.  
-Você não me deve explicações. -O interrompi voltando para minha sala. 


         Depois que minhas aulas terminaram, Jimin me esperava no portão. Passei por ele o ignorando. O caminho estava silencioso, mas minha cabeça estava agitada, eu queria matar a Iu. Ela não podia ter dito nada daquilo para mim. E por que diabos Jimin e ela eram tão íntimos? Eles eram namorados ou algo assim? Fiz uma careta para ele inconscientemente enquanto pensava sobre isso. 


-Você fica ainda mais feia assim. -ele disse me tirando de meus pensamentos. 
-Eu não sou feia.  -falei virando o rosto. 
-Pode perguntar-ele disse como se estivesse lendo meus pensamentos. 
-Você e Iu são...-comecei.
-Nós fomos namorados, não somos mais. -ele respondeu.
Fiz cara de nojo. 
-O que? Ela é gostosa e parecia ser uma boa pessoa. -ele falou jogando os braços para o alto como se tivesse sido rendido. 
-Eca Jimin. -falei dando alguns passos para longe dele como se ele tivesse alguma doença contagiosa. 


      Jimin gargalhou de minha atitude e eu acompanhei na gargalhada me sentindo um pouco mais leve assim. Chegamos a casa que ficava no alto da rua. Olhei para o sol que estava se pondo. 


-É tão lindo. -falei encantada. 
-Vai aplaudir o sol agora? Você é mais retardada do que eu imaginei. -Jimin falou cortando meu momento. 
-Ya! -reclamei. 


        Ele voltou a sorrir.
-Até segunda princesa.-ele disse entrando.  
Eu subi para meu quarto. Lá chegando comecei a rir, as coisas não podiam piorar? Poderiam? 


Notas Finais


*: senhorita
**: cerca de 600 reais
***: Olá formal
****: aproximadamente 18 mil reais.


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