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História O vizinho do quinto andar - Capítulo único


Escrita por: namjinexpo e Greysun

Notas do Autor


+ Meus nenéns, aqui estou eu com uma Namjin, muito meiga e com cheirinho de leite.

+ Dêem amor ao projeto, a essa capa linda, a fanfic e a mim.

+ O capítulo está sem betagem, então ignorem os erros!

Capítulo 1 - Capítulo único


Na vida de Jin, algumas coisas não davam certo. Poderia dizer que já estava até se acostumando a todo santo dia bater o dedo na quina da cerâmica ou acabar perdendo o ônibus da faculdade e ter que correr para chegar nela a tempo de pegar a primeira aula de filosofia sem ter que levar um sermão de seus professores.
Jin poderia dizer que era comum derrubar o café na camisa nova, acabar passando o ano novo preso no elevador ou fora de casa, pois tinha esquecido de uma maneira ilustre a chave dentro do apartamento, mas algo que Seokjin não conseguia aceitar era o barulho incansável que seu vizinho fazia e pior era o horário e o momento em que ele fazia.

Quando Seokjin acabava de chegar da faculdade e conseguia pegar no sono.

E bem, o sono era algo sagrado para a sua família e era inadmissível que alguém atrapalhasse o momento mais belo no dia de Jin, que sempre chegava estressado e cansado de tantos trabalhos e matérias que teria que estudar. O barulho parecia ser mais alto nos dias que SeokJin decidia ficar acordado para tentar estudar mais e não fazer uma prova ruim, e sempre falhava.

O Kim buscava entender, era uma boa pessoa e acreditava que o seu vizinho, Namjoon, tinha motivos para fazer tanta barulheira, mas o moreno nunca tinha se perguntado quais eram os motivos e talvez por não estar muito interessado ele nunca reclamava, ignorava e tentava voltar a dormir, isso quando não caia por vencido e ficava acordado pesquisando besteiras na internet ou mimando seu pequeno gatinho, Minho, que vez ou outra subia na sua cama e dormia por cima de seu peito. Jin não iria reclamar com o síndico, porque odiava o velhinho chinês que sempre brigava consigo por sair sem guarda-chuva ou casacos quando o céu estava cinzento, mas era um ódio leve causado também pela implicância do senhor com seu gatinho. O velhinho dizia que Minho era um péssimo gato, que o felino de manhã fazia fezes no jornal e soltava bolinhas de pelo no corredor e SeokJin sempre negava, defendendo com unhas e dentes o próprio bichano dizendo que o felino era inofensivo, que era o seu bem mais precioso e que nada, nem o síndico chatinho iria expulsar seu "Bebê" de sua casa, porque sabia que o síndico não expulsaria, tão cedo assim, o cachorro da moça do terceiro andar que atraía os olhares onde passava por conta do decote de seu vestido.

Regras eram regras e se serviam para um, deveriam servir para todos e Jin faria de tudo para deixar Minho dentro de sua casa.

Afinal seu gatinho era sua única companhia, eles eram companheiros desde que o Kim havia terminado o ensino médio. Jin era bastante apegado ao gato como também era apegado à sua sobrinha, uma menininha de cinco anos que vez ou outra visitava o Kim.

O moreno não mentiria, amava crianças e sua sobrinha Somin era sua maior paixão. Amava quando a pequena passava algumas tardes consigo, conversando sobre assuntos infantis e se sentia realmente bem perto da pequena, tanto que quando a menina tinha que voltar para sua casa, o coração de Seokjin se apertava e quebrava em pequeninos pedaços, mas logo ele acendia quando ouvia os miados dengosos de seu gatinho, mas como sua paz era algo que durava pouco - e não era exagero -  como todo santo dia o seu vizinho começava a barulheira, a pequena escola de samba de panelas caindo no chão e um choro estranho.

O Kim estava realmente cansado, cansado de tanto barulho, cansado de não poder dormir direito a noite por conta do vizinho e irritado por não saber o que fazer.

— Aigoo eu só queria entender o que ele tanto faz aí em cima, — suspirou amassando os cabelos e ouvindo um miado de seu gato. — Eu sei Minho, eu também estou com sono, também quero dormir...— olhou para o gato e riu com admirando os olhinhos negros em contraste com seu pelo albino. — Você acha que deveríamos ir lá na casa dele? — perguntou retoricamente e o gato miou em resposta.

Jin riu, era realmente ridículo o que estava fazendo, dialogando com um gato, a que ponto havia chegado?
Culpava o sono, o estresse, a barulheira na casa de Namjoon e seu grande azar, mas além de tudo culpava sua enorme paciência por aguentar tudo aquilo sem tomar nenhuma atitude, tanto que ao invés de ir reclamar pegou seu gatinho e foi para seu quarto tentar dormir.

Iria ser uma noite longa e no outro dia teria aula na faculdade e não gostaria de se atrasar então resolveu se deitar, estava cansado e precisava dormir algumas horas para estar num estado aceitável para fazer prova.

Desligou as luzes, jogou-se na cama, ligou o ar no máximo, cobriu-se e sorriu por não ter ouvido mais barulho agradecendo aos Deuses por poder dormir.

(...)

SeokJin estava cansado, irritado e ficando louco, tentou, realmente tentou continuar dormindo serenamente, mas não conseguiu pois o barulho se tornou cada vez mais alto e nem os carneirinhos conseguiram ajudá-lo a voltar a dormir. Cantou cantigas de ninar, cobriu-se dos pés a cabeça, colocou uma música calma no celular, pôs o volume no máximo e por fim quando não aguentou mais atirou o travesseiro na parede revoltado por tudo que acontecia e era oficial sua paciência estava zerada, não tinha mais saco para aguentar a barulheira do vizinho, iria acabar com aquilo de uma vez por todas.

Saiu de casa da forma que estava, não se importou de trocar de roupa só deixou em casa suas pantufas, Minho e toda sua paciência e o bom vocabulário que tinha. Toda boa educação e regras de convivência haviam ido por água abaixo, Jin estava cansado de tantas noites que passou em claro, queria ter paz e ele mesmo iria resolver aquilo e não chamaria o senhor Cheng, pois sabia que o velhinho não faria nada além de mandar um aviso e no outro dia o barulho voltaria e talvez pior que nos outros dias.

Jin não quis esperar o elevador, subiu as escadas no escuro mesmo, estava com tanta raiva que nem ligou quando bateu o dedo no último degrau. Prosseguiu até chegar na porta do seu vizinho que estava o irritando a alguns dias, bateu na porta e só ali olhou para baixo e viu que estava com uma calça de dormir folgada, um moletom rosa bebê e o cabelo embaraçado, tentou ajeitar, mas desistiu e bateu na porta.

— Por favor eu preciso que abra a porta.. — falou esperando ser respondido, bateu mais algumas vezes e quando obteve resposta suspirou aliviado. — Namjoon eu sei que não é o melhor horário para conversar, mas é que eu preciso dormir e o barulho que você faz não está deixando e estou cansado sabe, eu tenho uma prova para fazer amanhã na faculdade e isso vai.....pera, de quem é ele?

— Jin, ele é meu... Bem é uma longa história e eu peço desculpas e se quiser entender é melhor você entrar. — falou suspirando triste e balançando o filho no colo que dormia.

Seokjin estava perplexo, não entendia como foi tão burro e nunca tinha reparado que os choros que escutava não eram de Namjoon eram do filho do mesmo. Sua cabeça estava a mil e quando entrou dentro da casa viu que não só a vida do moreno estava uma bagunça, mas a mesma também. Observou o mais velho passear pela casa e ir para o único quarto do pequeno apartamento.
Observou os móveis em tons pastéis e riu ao ver as roupinhas espalhadas no sofá e algumas dentro do cestinho amarelo. Olhou ao redor e viu que a cozinha também estava bagunçada, panelas e mamadeiras na pia e nas estantes e um pratinho de sopa na mesa.

Agora Jin entendia superficialmente o que estava acontecendo naquele apartamento e provavelmente na vida de Namjoon, mas algo não se encaixava bem:
O que o outro Kim estava fazendo com uma criança?

— Namjoon, você não precisa me contar tudo eu só vim aqui pedir para você não fazer tanto barulho, mas vi que as coisas estão complicadas...

— Não tem problema, na verdade eu quero que você me escute, porque desde que a coisinha chegou eu tenho precisado conversar com alguém que não seja ele ou as paredes... — riu se sentando ao lado de Jin e colocando as mãos no rosto.

— Ele é seu filho? — Jin perguntou vendo Namjoon concordar e se encostar no sofá relaxando o corpo e colocando algumas roupinhas dentro do cesto. — E o que aconteceu com a mãe dele?

— É meio complicado Jin, ela um dia apareceu aqui dizendo que precisava de ajuda e que eu era o pai do pequeno, sendo que éramos amigos e não me lembro de ter feito nada com ela... — pegou uma camisa amarelinha e começou a dobrar colocando em outra cesta. — E ela passou uns dias aqui, eu ajudei ela com uns problemas e bem ela me contou que estava grávida e alguns meses depois que ele nasceu ela simplesmente sumiu.

— Ela te deixou sozinho com ele? — Seokjin perguntou arrastando a cestinha para perto do dois e começou a dobrar também as roupinhas pequenas e delicadas.

— Sim, ela me deixou uma carta dizendo que voltaria para buscar ele quando tivesse um emprego fixo e até agora eu espero, não acredito muito que ela possa voltar, mas — fez uma pausa coçando os olhos e olhando diretamente para Jin que se sensibilizou com a situação do Kim. — eu me apeguei a ele, o nome dele é JeongMin.

— Entendi, mas você está cuidando dele sozinho e como faz para estudar? Quem fica com ele quando não está? — perguntou preocupado e já não ligava mais pelo motivo que havia trazido ele ali, estava se sentindo mal por Namjoon e percebeu que ele precisava de mais ajuda que se.

— Tranquei a faculdade, mas eu pretendo voltar quando eu conseguir ajeitar as coisas com ele, ele precisa de bastante atenção e eu fico preocupado em deixar ele sozinho.. — falou terminando de dobrar as roupas e deixando no lado do sofá as roupinhas limpas do menino. — Desculpa pelo barulho que faço é que, é complicado cuidar dele sozinho eu não tenho muito apoio sabe? Ele só tem 3 anos, não sabe muito sobre o mundo me preocupo bastante de como vai ser quando ele estiver maior.

— Eu entendo Namjoon, mas você não pode continuar cuidando dele sozinho, você não pode parar a sua vida, você precisa de ajuda... — a revolta havia se tornado pena e peso por não saber bem como agir numa situação daquela.

— Nem todos estão dispostos a ajudar um pai solteiro, Jin, mas obrigada por ter me escutado e peço desculpas pelo incômod... — Jin tocou a mão de Namjoon num pedido mudo para que ele parasse de falar.

— Posso não ser um dos melhores vizinhos, podemos até não nos falarmos direto, mas eu gostaria de te ajudar com o pequeno. — falou apertando a mão de Namjoon e estranhamente o Kim sentiu segurança nas palavras do mais velho. — Posso não saber muito de crianças, mas sei que elas não podem crescer sem cuidados e eu.. eu quero te ajudar..

— Jin você sabe que não precisa fazer isso, é muita responsabilidade e não quero te encher com os meus problemas..

— Mas eu quero te ajudar Namjoon, me deixe te ajudar.. — Segurou mais forte as mãos do mais velho. — Não me incomodo de passar mais noites em claro, só não quero te deixar na mão.

— É complicado, aigoo — suspirou esfregando a testa e olhou para as mãos de Jin que ainda seguravam as suas. — Prometa que não fará mal a nós dois.

— É a última coisa que faria, eu só queria fazer algo para te ajudar já que você está numa situação tão difícil. — Jin não se conteve e abraçou Namjoon, um abraço afetuoso que passou todo o sentimento guardado dentro de si. — Eu espero que consiga te ajudar.

— Obrigada por ter se importado comigo e com meu pequeno.

No final daquela história, Kim Seokjin havia descoberto que o barulho que Namjoon fazia tinha um nome, uma história com um começo triste e com um "pai" esforçado que se sacrificava todos os dias para demonstrar o quão amava seu pequeno.

 



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