História O Voo da Fênix - Parte 1 - O que aconteceu ?

    Certa madrugada, após acordar de sonhos conturbados, Auroro Prendergeist encontrou-se, metamorfoseada numa fênix. Deitada de lado, vendo com um olhar curioso seus braços, que agora eram asas. Permaneceu admirando as penas avermelhadas, como se fossem o próprio fogo, questionando-se se ainda estaria sonhando. Após um tempo, decidiu levantar-se da cama, ficando sentada de lado, com as garras, que antes foram pernas, penduradas, balançando levemente enquanto as observava, garras afiadas, de tonalidades escuras. Continuou sentada, olhando não para um ponto fixo, estava submersa em seus pensamentos, era muito real para ser apenas um daqueles sonhos que estava tendo ultimamente, onde diversas coisas acontecem. Agora, a mesma se perguntava  "Como isso aconteceu ?".
    Após dar uma última olhada em seu novo corpo, decidiu levantar-se para ver se o mesmo ocorrera com seus pais. Caiu, apoiada sobe suas asas, com os joelhos meio dobrados, sentia eles bambos. Permaneceu olhando em volta, para o seu quarto espaçoso, com móveis de madeira, tudo o que sempre teve fora de melhor qualidade, ao pensar sobre isso, questionou-se se tudo isso fora devido o seu passado, um trágico acidente, que gerou um bebê. Quando começou a relembrar de sua história, o vento bateu na janela aberta, empurrando a cortina, fazendo com que a luz queimasse seus olhos, pois ainda estavam acostumados com a escuridão que predominava no quarto, então cobriu seu rosto com o braço, para amenizar a intensidade da luz. Foi quando que, seguida de uma batida suave na porta, ouviu a voz de sua mãe:

- Auroro ? - falou a mãe - Ouvimos um barulho, está tudo bem com você, querida ?

    "A voz suave !", Auroro se surpreendeu com a tonicidade de sua nova voz, sem ter certeza de que havia sido alterada com a metamorfose, ou se era fruto de sua imaginação. Acabou que, por fim, optou por não responder sua mãe, que, conforme os minutos se passavam, batia constantemente na porta do quarto da filha, com um tom de preocupação se tornando cada vez mais perceptível em sua voz. Novamente, a mãe perguntou sobre o paradeiro da filha, esta, por sua vez, respondeu à mãe, alegando ter caído da cama enquanto dormia, ainda, sem ter certeza de como encarar a situação. A mãe, aliviada por ter ouvido aquilo da filha, sem notar que sua voz estava diferente, desculpou-se por tê-la incomodado, desejou bom-dia à mesma e a avisou que o café estava quase pronto, para ela se arrumar e descer para comer. "Como ela não percebeu que minha voz está completamente diferente ?", questionou-se Auroro, "Será que não está tão diferente assim a minha voz ? Bom, seja o que for, devo achar uma solução para isso e rápido !". Tentou se levantar novamente, dessa vez, ao finalmente conseguir se levantar, escorregou, devido às garras afiadas, mas, assim que caiu, bateu a cabeça na beirada da cama de madeira, ficando inconsciente de imediato.
    Acordou em sua cama, olhando para o teto, "Ainda bem, foi tudo um sonho...", falou, colocando a mão em sua cabeça, pois estava dolorida devido à pancada, quando viu que era uma asa, assustou-se, dando um grito de espanto. Olhou em volta, percebeu que a porta fora arrombada, "Por quanto tempo apaguei ?", se perguntou enquanto levantava da cama. Após, finalmente, conseguir ficar de pé, andou até a porta e saiu do quarto, indo para o corredor, estava escuro e frio, olhou para a esquerda, viu apenas a janela fechada, com a cortina a cobrindo, dando um ar de suspense no local, olhou para a direita e viu uma luz vindo do quarto de seus pais, andou até ela, a porta estava aberta, permaneceu de pé, diante da porta, sem pisar dentro do quarto, estava paralisada, horrorizada, diante da cena que a mesma estava presenciando.