Contornando em devaneios, vou seguindo
O caminho que em pranto eu prossigo.
Sem rumo ou direção é conduzida
A criação de outros,
Pois em dejetos se transforma
Ao ser regurgitada e engolida inúmeras vezes.
Ruminação intelectual,
Reuso de defecações mentais,
Onde eu, lírico, pouso e saboreio,
Buscando alimento nos restos.
Até quando? Até onde isso vai?
Ajude-me, dê-me uma migalha de bolo.
Ó, doce bolo de criação farinácea,
Que alenta meu paladar,
Que tenta meus sentidos
E faz extrapolar os limites do pensamento.
Liberta-me dessa maldição:
Voar preso ao chão,
Indo além da imaginação,
Conquanto, escravo da fatalidade,
A qual me derruba do céu
E se faz de gravidade como
A dum horizonte de eventos.
Quero qualidade, não quantidade.
Produzir conhecimento
Ao invés de ser produzido por ele.
Quero ver, perceber, com minhas múltiplas lentes,
Do que as coisas são feitas...
(Lou)Curar-me.
Em busca de algo novo:
Algo que satisfaça minha sede,
Minha fome de conhecimento,
Cortesia de poucos.
Definha em seus ossos
Cada estágio da compreensão,
Fazendo-lhes meros fantoches
Levados pela inércia de ventos
Que vem e vão...
Zunindo de ponto A a ponto B,
Observando essa vassalagem hostil,
Questiono: trará isso algo novo para ver?
Ou será essa mesma disenteria disfarçada
De geleia real, que irá circular em seus dutos?
Não encontro porto seguro,
Abrigo para viver, algo para chamar de
Meu
Coração embebido,
Pelas chuvas ácidas corroído...
O que resta a descobrir?
Reflete em meus 10.000 olhos
Essa ofuscante ausência de luz,
Que incomoda e arde.
Fecho os olhos por um instante.
Insensatez essa de ficar parado...
Se ser pertinaz te define,
Aja, voe, liberte-se.
Rebele-se por quebrar a regra de quebras as regras.
Seja diferente por não ser igual a todos.
Faça a diferença, invista em criar
Sendo formador da própria mentalidade.
Agora chega o fim do dia e observo:
Nada realmente fica para trás,
Tudo vira conhecimento.
Ao olhar para trás, lembre-se
Recorde-se do porquê,
Reexperimente,
Não postergue seu autoconhecimento.
Projetar,
Supercombo de concepções
Que juntas complementam-se,
E estabilizam os desgostos.
Quem sabe um dia eu saiba
Que a volta do Sol
É maior que a da vida...
Até la, sigo voando.
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