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História Obiymy - Kukushka


Escrita por: kiiedis

Notas do Autor


Mais um capítulo para vocês! Espero que gostem e queria agradecer aos comentários do capítulo anterior! Suas lindas!
Leiam ouvindo a música que está nas notas finais e depois que lerem o capítulo, leiam as notas finais inteira! Não se esqueçam!

Boa leitura, krasaviy!

Capítulo 2 - Kukushka


Sevastopol - Ucrânia (URSS) - 5 de Junho de 1942

Песен еще ненаписанных, сколько?

(Quantas músicas ainda não foram escritas?)

Скажи, кукушка, пропой.

(Diga-me, cuco, cante para mim)

В городе мне жить или на выселках,

(Onde devo viver? Na cidade ou nos povoados?)

Камнем лежать или гореть звездой?

(Repousar como uma pedra ou brilhar como uma estrela?)

Звездой.

(Como uma estrela.)

 

O sol ainda não tinha começado a nascer quando Kristina já estava no local combinado com Bakun, que pelo o que pode perceber seria seu novo comandante dali para frente. Não demorou para que ele chegasse com o mesmo semblante fechado e duro do dia anterior e ela logo se pôs em posição para receber suas ordens. Enquanto se aproximava ele a encarava com a mesma intensidade do dia anterior, como se pudesse tocar sua alma com o simples olhar. Mesmo sentindo seu íntimo sendo invadido pela imensidão dos olhos azuis de Ivan, permaneceu impassiva como em qualquer outra situação.

- Vamos - Foi tudo o que ele disse enquanto passava reto por ela e com passos firmes.

Kristina simplesmente o seguiu e as horas seguintes transcorreram daquela forma, com poucas e curtas palavras, escondendo-se, camuflando-se entre os lugares mais improváveis, dando tiros milimetricamente calculados.

 

Солнце мое - взгляни на меня,

(Meu sol, vamos, olhe para mim)

Моя ладонь превратилась в кулак,

(Minha mão se transformou em punho)

И если есть порох - дай огня.

(E se há pólvora me dê fogo)

Вот так...

(Assim...)

 

Encontraram-se com um grupo de alemães reunidos enquanto almoçavam e não perdoaram nenhum deles, mas dessa vez, Ivan não seguiu em frente como nos outros soldados que havia abatido mais cedo, estudou a área e desceu até o acampamento onde estavam. Sem entender o que seu comandante estava prestes a fazer, a morena apenas o seguiu e parou para observar o que ele fazia.

Ivan se agachou ao lado de um dos corpos e vasculhou os bolsos dele parando apenas quando encontrou um pedaço de papel dobrado meio amassado. pegou sua corrente de identificação e abriu o papel a fim de ler o conteúdo da carta, logo depois guardando-a junto com o colar num pequeno bornal que levava na cintura.

- O que está fazendo? - Ela perguntou - Deixe esses nazistas e vamos - Atreveu-se a falar - Ivan a ignorou por alguns segundos e finalmente se levantou.

- Esses homens estavam cegos por uma ideologia... Mas não se esqueça que eles eram humanos como nós, pais, filhos, irmãos, tinham sonhos e planos para o futuro depois da guerra...

- E nós? - Ela rebateu - Por causa deles eu perdi meus sonhos, minha família, tudo! - Respondeu irritada e continuando o caminho que faziam.

- Pare - Ele ordenou e relutante ela aceitou, mas continuou de costas para ele - Kristina... - Ele começou enquanto se aproximava dela - Eu sei o que sente.

- Eu não sinto nada - Disse virando-se para ele, que estava próximo, e encarando fundo em seus olhos.

- Não faça isso consigo mesma - Continuou mantendo a mesma firmeza e tom de voz. Apesar de suas palavras serem de certa forme sentimentais, seu tom era frio e duro.

- Eu não tenho conserto.

 

Кто пойдет по следу одинокому?

(Quem vai seguir o meu caminho solitário?)

Сильные да смелые

(Os fortes e corajosos deram suas vidas)

Головы сложили в поле в бою.

(No campo de batalha na luta.)

Мало кто остался в светлой памяти,

(Poucos deles permaneceram em nossas memórias,)

В трезвом уме да с твердой рукой в строю,

(Sóbrios, com pulso firme, nas posições,)

В строю.

(Nas posições.)

 

Alguns Dias Depois...

Ivan e Kristina estavam sentados num monte que tinha uma vista clara do Mar Negro e estavam distantes de qualquer ameaça inimiga, ela abraçava os joelhos e ele estava apoiado sobre seus cotovelos observando-a de vez em quando, sempre cuidando para que ela não percebesse. O céu estava claro e com algumas nuvens brancas, as plantas verdes, as flores vibrantes e um clima agradável. Ao longe, no mar, podiam ver alguns navios saindo da cidade, provavelmente com civis fugindo para um lugar mais seguro.

Desistindo de disfarçar seus olhares, Ivan colocou a mecha da franja de Kristina, que voava com o vento, atrás de sua orelha ganhando a atenção da moça. Mesmo antes de conhecê-la, os boatos entre os soldados era de que ela uma mulher muito linda, mas que não dava espaço para que ninguém se aproximasse. Mas, desde a primeira vez que a viu, sentiu algo diferente e agradeceu aos céus por ser sua dupla.

Ele não sabia mais quantos dias durariam ali, poderiam sobreviver à guerra ou morrer nela antes mesmo que percebessem. Foi aí que decidiu, sentou-se ficando mais ou menos na mesma altura que ela, acariciou seu rosto e a beijou. Logo de início ela ficou surpresa com a atitude, mas não recuou, mesmo tímida correspondeu ao gesto.

Kristina lembrou-se que ainda tinha algo no peito e sentiu as tão famosas borboletas no estômago que sua mãe lhe contava quando era criança, segundo ela, aquilo só acontecia quando dois corações se encontravam.

Nenhum dos dois se importavam com a velocidade com que aquilo tinha acontecido entre eles, apenas sabiam que tinham que fazer aquilo e aproveitar cada segundo que tinham no meio naquele inferno de sangue, morte, fome e destruição.

Separaram-se e Ivan virou-se para o outro lado, parecendo ocupado com algo. Kristina tentava observar o que ele estava fazendo, mas poucos segundos depois ele se virou para ela novamente com um pequeno arranjo de flores na mão, eram prímulas rosa claro, uma flor muito delicada e linda. Pela primeira vez ele a viu sorrir, Kristina pegou as flores com cuidado e passou levemente os dedos sobre as pétalas macias.

- Nunca ganhei flores antes - Disse com o sorriso largo e olhando-o nos olhos.

- Não chega nem perto do que você merece, mas é o que temos no momento - Eles riram.

- Obrigada, Vánetchka*.

- E - Ele disse tocando a ponta de seu nariz arrebitado - Nunca mais me diga que não tem conserto - Ele pôs a mão em seu peito e continuou olhando em seus olhos - Eu consigo ouvi-lo daqui.


Notas Finais


Música: https://www.youtube.com/watch?v=n0jXXS4UIQ4

*Vánetchka é um dos apelidos carinhosos usados para Ivan na Rússia (eu sei que é estranho, mas temos que respeitar as culturas kkkkkk)

Kukushka = pássaro cuco ou nome designado aos snipers cuja posição de disparo era localizado entre as árvores.

As flores: http://www.floreswiki.com/Imagens/primulas-rosa.jpg

O que acharam desse capítulo? Acho que depois deste, teremos mais dois capítulos e talvez um epílogo, então a história já está acabando ://////

Comentem o que acharam e quem tiver alguma sugestão sinta-se livre para dizê-la!


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