História Obrigada (ou não) por me perder - Capítulo Único

Eu queria conversar com você para resolver tudo, realmente queria. Ia te dar mais uma chance. Dar-nos mais uma chance. Mandei-uma mensagem a ti, já preparando o que ia dizer, mas você disse que naquela hora não dava para conversar. Ok, eu decidi esperar. Você devia estar fazendo algo importante, certo? Contudo passaram-se algumas horas e minha paciência (que já estava curta desde a nossa segunda discussão em quatro dias), foi acabando. Para completar, eu vi que você estava online no Facebook, curtindo as coisas dos nossos amigos, e até compartilhando alguns links que não me dei o trabalho de ver do que se tratavam. Citando o que você havia me dito: “não dá pra conversar agora.” Percebi. Não costumo ser daquele estilo “namorada controladora”, longe disso, porém... Ah, sejamos francos, você nunca me deu a atenção necessária mesmo. Nunca fui sua prioridade. Mas, resumindo: você fugiu de mim e nem fez questão de esconder isso.

Sei que discutir relacionamento nunca é algo agradável, contudo evitar isso é no mínimo imaturo. Maturidade que, sendo bem sincera, sei que nós não temos, e isso fica mais evidente a cada discussão boba, a cada crise de ciúmes sem sentido. Então por que insistimos nisso? Tínhamos tudo para dar errado por diversos motivos que você já sabe “de cor e salteado” e não vêm ao caso aqui (mas quem sabe eu não escreva sobre eles um dia?). De qualquer modo, nossos problemas realmente não foram poucos, porém mesmo assim insistimos. Por quê?

Porque eu te amo pra caralho. Perdão pelo palavrão, porém simplesmente não tem como descrever de outra forma, e são nessas situações que os palavrões são tão úteis: quando o sentimento, seja ele bom ou ruim, tornou-se tão intenso que você não consegue nem retratá-lo. E sim, em apenas alguns meses foi isso que comecei a sentir por você. Passamos de colegas a amantes tão subitamente que quando paro para pensar no assunto até me assusto. E estou certa de que o sentimento é mútuo. Sim, apesar de tudo que eu disse acima sobre suas atitudes, eu acredito que você me ama. Acredito que não foi algo platônico (ou quero acreditar, pelo menos). Você sempre deixou claro que tinha dificuldades de demonstrar emoções, e, apesar de suas palavras às vezes não condizerem com suas atitudes, confio na sua honestidade. Todos os momentos fofos que tivemos e as coisas maravilhosas que você me disse não serão ignorados, pode ter certeza.

 Mas, mesmo assim, não posso esquecer o fato de que você fugiu de mim. Agora são 00:15 e ainda não recebi uma mensagem sua, sendo que a minha foi enviada à tarde. Nem um mísero “não quero mais continuar” ou “então... o problema não é você, sou eu”. Apenas aquele “não dá pra conversar agora”. Eu posso estar soando exagerada, bem drama queen, todavia sabe quando você chega ao limite? Essa sou eu em relação a nós. Cansada de você não me dar o carinho e a atenção que eu quero e preciso.

Você está fugindo, perdendo-se conforme corre para longe. Perdendo-se de mim. Da mesma forma que eu me perdia no seu sorriso, que eu me perdia da realidade quando sonhava com o nosso futuro. Da mesma forma que estou perdendo você.