História Obsceno - Park Jimin - Berlim

Repentinamente, já era dia. Nenhuma das garotas notou o tempo passar, visto que acordaram no mesmo momento com um olhar interrogativo. Observaram em volta e notaram que Logan havia lhes acordado por ser hora do primeiro pouso.

-É melhor darem um jeito nessas caras, estamos aterrissando em Berlim. –Deu um sorriso pequeno e tornou a falar com a esposa.

-Mas onde diabos é Berlim? –Perguntou para Myu, que tentava amenizar a cara de sono.

-Jura que você não sabe? É a capital da Alemanha! –Falou com um tom incrédulo.

-Wow! –Abriu a boca, surpresa. –Nunca imaginei que fosse visitar um país como esse.

Logo, um som agudo se fez presente, invadindo os ouvidos de todos os presentes com a pressão do ar. Ambas as garotas seguraram forte as mãos e fecharam os olhos, com certo medo do movimento feito pelo avião. Uma força extraordinária as empurrou para trás e a paisagem das nuvens se transformou em vários borrões devido à velocidade. Quando finalmente se deram conta, estavam ouvindo a voz do piloto, instruindo os passageiros sobre a saída.

-Myung-hee! –Gritou Seulgi de seu lugar, fazendo-a ir até ela apressadamente.

Todos da família Park já haviam se retirado do recinto. Sun suspirou fundo, levantou e pegou sua mala no compartimento. Assim que cruzou a primeira fileira de poltronas, sentiu uma mão agarrar-lhe pelo pulso, puxando-a.

-Deixa que levo para você. –Sorriu largo e pegou a mala de sua mão, posicionando-a ao seu lado.

-Devo dizer que você está lindo com essa roupa. –Sorriu também, recebendo um beijo nos lábios. –É melhor a gente ir. – Por fim, ambos se dirigiram a saída do grande veículo.

Um dia cinzento revelou-se assim que desceram as escadas laterais do avião. Seulgi, Logan e Myu os esperavam pacientemente, fazendo as primeiras observações sobre o local.

-Temos sorte de não estar tão frio. Se fosse inverno, certamente já teríamos congelado. – Comentou o homem com uma expressão um tanto que comum para a ocasião. Sun-hee estava estranhando o fato de que, assim como Seulgi, ele não estava nenhum pouco impressionado.-Por acaso já vieram aqui? –Indagou.

-Sim, viemos duas vezes para negócios. –Falou calmo, prosseguindo com comentários sobre a capital.

Os olhos da menina brilhavam, observando ao longe as construções da cidade. Parecia ser um lugar mais interessante do que imaginava, visto que toda a arquitetura já lhe parecia tão bela mesmo de longe. Era uma pena que ficariam ali apenas um dia.

-

Algum tempo já havia se passado. Myung e Sun arrumavam pacientemente suas coisas nas gavetas, falando sobre a beleza do local onde passariam a noite. Tudo era uma mistura perfeita entre duas épocas, havia casas grandes, com portas de madeira e telhados de gesso puro, assim como também era possível ver prédios altos e modernos, repletos de vidraças.

-Precisamos ser rápidas para tirar boas fotos depois. –Myu falou, dobrando uma camiseta qualquer.

-Sabia que iria ficar louca para fotografar nessa viagem. –Riu baixo, ouvindo um som de vibração dentro de uma das malas. –Acho que é seu celular. –Apontou.

Rapidamente, a mais nova abriu o compartimento e retirou de lá seu aparelho, fazendo uma expressão de surpresa.

-Taehyung! –Disse empolgada.

-Myu, você está bem?

-Claro que sim e você? Como está sendo aí sem mim?

-Um completo tédio. Foi frustrante esperar todo esse tempo para te ligar. –O rapaz mantinha uma voz baixa.

-A partir de agora, vou tentar mandar mensagens sempre.

-É bom mesmo. –Suspirou profundamente. –Eu estou com saudade.

-Eu também. –Deitou na cama, olhando o telhado com pesar. –Não faça essa voz, não quero ficar triste aqui.

-Ok. Afinal, onde você está agora?

-Na Alemanha, como te contei.

-É. Tinha me esquecido. –Riu baixo. –Certo, vou te deixar aproveitar agora. Me ligue quando puder. –Fez um som de beijo.

-Pode deixar.

Assim que devolveu seu celular a bolsa, viu sua amiga fazer um som de vômito, caçoando da conversa do casal. Sempre irritava a colega com esses gestos, pois achava engraçado vê-la defender o porquê de falarem daquela forma tão melosa.

Dessa forma, as garotas logo terminaram o que estavam fazendo e optaram por sair pelas ruas em busca de boas paisagens para fotos. Ainda tinham uma boa parte da tarde antes do jantar que tinham combinado com Seulgi e Logan.

-

-Acho que nunca mais vou ver um lugar tão lindo como esse em toda minha vida. –Sun-hee falou, olhando para o alto das construções.

-Concordo plenamente. –Myung, com uma câmera nas mãos, buscava por posições que captassem o melhor ângulo de cada centímetro dali.

O fim da tarde era marcado por um céu dividido entre azul e laranja. Pessoas agasalhadas passeavam pelas ruas falando palavras de uma língua estranha, mas que soavam incríveis para ambas as meninas. Enquanto caminhavam na frente do hotel, conversando sobre algo aleatório, observaram um rapaz sair de dentro do mesmo.

-Ei, aquele não é o Jimin? –Apontou Sun para o tal garoto, que andava com certa pressa.

-Sim! –Falou antes de correr ao encontro do maior.

Park fez uma expressão um tanto que surpresa quando as viu, olhando fixamente para a irmã que tentava dizer algo em meio a respiração ofegante.

-Onde está indo? –Questionou, analisando-o de cima para baixo. –Está todo arrumadinho.

-Estamos na Alemanha, esqueceu? O mínimo que posso fazer é sair.

-Tem que voltar para o jantar. –Cutucou seu ombro, em um gesto implicante.

-Eu sei. –Finalizou a conversa e saiu, sem despedidas.

Sun-hee, que olhava a cena um pouco atrás da amiga, mantinha seu pensamento longe. Perguntava-se para onde Park estava indo, se encontraria alguém ou algo do tipo.

-

Depois de uma longa sessão de fotos, Sun e Myu decidiram retornar ao hotel. Adentraram o quarto sem muitas palavras, visto que a mais velha demonstrava-se diferente desde o momento em que viu o moreno saindo. Seu coração estava angustiado, mesmo parecendo ser uma preocupação idiota.

-Está tudo bem?

-Sinceramente não. –Suspirou, sentando na cama. –Acho que preciso descansar.

-Tem certeza que é só isso? Posso chamar minha mãe se quiser. –A garota de olhos claros se aproximou, pondo sua mão no ombro da maior.

-Vou melhorar, prometo. –Sorriu fraco, já se deitando no colchão. Myung continuou observando-a por um tempo, até que por fim foi se arrumar para o jantar.

Cerca de uma hora se passou até a mesma menina retornar, desta vez trajando um belo vestido. Observou-se no espelho por alguns instantes, colocando um colar em seguida. Estava pronta para descer até o lobby, onde encontraria seus pais.

-Fique bem. –Cochichou, dando um beijo no rosto da amiga e saindo do quarto.

Sun-hee adoraria se arrumar também, mas não estava com a mínima vontade de participar de um jantar sabendo que Park Jimin poderia estar em qualquer lugar com qualquer outra pessoa. Suspirando, mudou de posição, fitando o teto. Seus olhos permaneceram concentrados na cor pastel da superfície até ouvir o som da porta se abrindo.

-Myu? –Perguntou.

Uma silhueta familiar surgiu do corredor, parando assim que a viu deitada. Seu rosto estava sem nenhuma expressão. Apenas a mesma face límpida, preenchida com dois olhos vazios.

-Vai perguntar se é minha irmã toda vez que nos vermos? –Indagou, vendo a garota sentar-se na cama para observá-lo.

-Não é culpa minha se você sempre aparece do nada. –Deu ombros.

-Tem razão. –Riu nasalado e soltou um suspiro longo, encarando a menina. –Bom, eles não sabem que já voltei.

-E? –Arqueou a sobrancelha, confusa.

-Quer passear por aí? –Sorriu largo, espremendo os olhos. –Conheci um lugar muito bonito agora há pouco.

-Então quando saiu daquele jeito estava indo apenas conhecer a cidade? –Questionou ríspida, vendo-o assentir.

-Não devia desconfiar de mim, Sun-hee. Sabe que eu não sou esse tipo de cara.

-Me desculpe. É que me sinto insegura ás vezes. –Soltou ar pela boca, sentindo a palma do mais velho tocar seu braço e levantá-la. –Apenas confie em mim.

A menina prosseguiu o olhando, refletindo sobre o quão lindo era vê-lo sorrir daquela forma.

–Ok, chega de enrolação. Vista algo quente e vamos!

-

As luzes azuis da fachada eram a última lembrança que todos levariam daquele país tão exuberante. Uma pena ter de deixá-lo, visto que era tão aconchegante. Myung-hee fotografava as últimas cenas, antes de partir rumo ao aeroporto.

-Jimin, pode ir com Sun-hee neste táxi? –Seulgi perguntou, preocupada em deixar a amiga da filha sozinha. –Não caberemos todos aqui.

-Pode ser. –Respondeu, dando espaço para a menor adentrar o veículo, fazendo o mesmo em seguida.

Ambos acenaram, vendo o outro automóvel sair. Logo que iniciaram seu percurso, o moreno começou a rir baixo, sem motivo aparente.

-O que foi?

-É que ás vezes parece que o universo conspira para sempre ficarmos juntos. –Olhou-a fixamente. Mais uma vez naquela viagem, a menina se viu perdida na imensidão vazia de seus olhos. –O que para mim é ótimo. –Entortou os lábios sutilmente, em um sorrisinho suspeito.

Como bem conhecia o garoto, Sun previu que ele faria algo. Abaixou seu olhar, não aguentando mais encará-lo. Então, sentiu algo gelado tocar sua perna, subindo vagarosamente até as coxas, onde houve um aperto forte.

-Jimin... –Cochichou, vendo-o apontar para frente. Assim que olhou para a direção notou que não podiam ser vistos devido a superfície escura que os separava dos bancos frontais.

Novamente, o moreno apertou sua coxa subindo até sua intimidade que, convenientemente, estava livre devido ao vestido. Park afastou sua calcinha para o lado, iniciando seu trabalho. Sun-hee fechou os olhos, suspirando fundo, definitivamente não poderia fazer barulho. Sentiu os dedos afundarem em si, mordendo o lábio com força enquanto o garoto apenas a olhava contorcer-se sobre seus toques.

Um sorriso satisfeito veio do rapaz ao assisti-la ter um espasmo e tampar a boca, contendo um gemido. Sun-hee engoliu seco e voltou sua atenção para ele, que retirou os dedos do lugar e os chupou, lambendo um por um.

-Infeliz. –Praguejou. –Você sempre consegue exatamente o que quer. –Xingou mais ao vê-lo rir descaradamente de sua expressão.

-Eu sei que ama isso tanto quanto eu. –Lhe deu um selar.

-

Certo tempo passou até alcançarem o destino. Mais uma vez embarcariam, rumo a um local totalmente desconhecido. Todos os Park se encontravam em fila, adentrando o grande dirigível e sentando em suas devidas poltronas.

Enfim, a cena do avião se repetiu. Myu tirando fotos, Sun olhando a vista dos países que sobrevoavam, o casal lendo seus livros e, por fim, Jimin ouvindo suas músicas. Ninguém ali sabia o que esperar da Venezuela, afinal era um lugar completamente diferente dos quais estavam habituados.

Sun-hee estava ansiosa. Seu coração permanecia disparado, então optou por ir à procura de um copo d’água. Seus passos eram curtos, desviando das poltronas. Seus olhos vagavam pelas pequenas janelas, as quais revelavam um céu escuro e imenso.

-Em que posso ajudar? –O barman falou.

-Água, por favor. –Pediu, sem desviar a atenção da paisagem minúscula das cidades ao longe.

Um recipiente foi posto sobre o pequeno balcão, assim sendo tomado pela menina. Voltou ao seu lugar discretamente, visto que todos estavam adormecidos em suas respectivas cadeiras.

-

As horas pareciam não passar nunca. Já havia lido livros, jogado em seu celular e escutado todas as suas playlists. Nada poderia lhe entreter. Sun-hee observava os passageiros, esperando que o sono chegasse para se livrar das próximas horas de viagem.

-Ainda acordada? –Ouviu Park falar de seu lugar. –Precisa estar descansada para amanhã. –Virou-se no banco, encarando-a com sua típica expressão indecifrável.

-Estou sem sono.

-Eu também não consigo dormir. –Suspirou. –Não consigo lidar como fato de que ficaremos juntos durante uma semana. –Seu rosto agora exibia um sorriso fofo.

-Nunca fiquei tão ansiosa na vida. –Expirou forte, ajeitando-se na poltrona para ficar mais próxima do garoto.

-Sabe... Tem uma poltrona vaga aqui ao meu lado. Não devem haver muitos estrangeiros querendo visitar a Venezuela.

Sun-hee soltou uma risada baixa, vendo Jimin disfarçar o porquê de ter dado aquela informação tão aleatória.

-Quer que me sente aí? –O moreno balançou a cabeça afirmativamente. –Trate de não fazer nenhuma besteira.

Disse por fim, dirigindo-se a fileira da frente, onde o garoto se encontrava. Ambos permaneceram conversando, vez ou outra acariciando os cabelos alheios.

-

-Ei! Acorda! –Myu sacudia a garota impaciente.

Sun-hee abriu seus olhos normalmente, se perguntando em seguida como havia parado ali, em sua devida poltrona.

Será que eu estava sonhando?

-Se apresse, já estão todos descendo! –A menina de olhos claros falou, ajeitando sua roupa. –Não sei como conseguiu dormir durante o pouso.

A menina, ainda sonolenta, iniciou um processo de despertar lento. Sua cabeça mal havia voltado a funcionar e já recebera inúmeras informações, todas com níveis altos de relevância.

Jimin me pôs para dormir? Já estamos em terreno americano?

Buscou por sua mala e tratou de trocar as vestes no pequeno banheiro do avião. Assim que finalmente ficou pronta, desceu as escadinhas do mesmo. Um céu brilhante e azulado cobria todo o horizonte, juntamente com um clima quente.

Todos os Park a aguardavam com suas vestes de verão impecáveis, inclusive Jimin. Tudo estava extremamente perfeito logo pela manhã.

-Certo. A partir de agora você será nosso guia. –Logan cutucou o filho, que sorriu assentindo.

Caminharam por uma extensa rota até finalmente saírem do aeroporto. Uma arquitetura completamente diferente da Alemanha compôs a paisagem. Todos os pares de olhos eram marinados com inúmeras casas coloridas, prédios sem padrão e muitas vegetações exuberantes. Pessoas andavam livremente pelas calçadas, rindo alto e usando suas roupas abertas. Pareciam livres.

–Bem-vindos a América. –Jimin sorriu largo, apontando para todos os detalhes que o local oferecia.