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História Obscurus - Ajuda-me


Escrita por: SrtaFritzi

Notas do Autor


Sejam bem vindos(as) à mais um universo de letras.
Sintam-se a vontade para lerem a minha história. sou nova nesse ramo e espero não decepcioná-los.
Boa leitura a todos.
Obrigada pela atenção. sz

*ATENÇÃO*
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Capítulo 1 - Ajuda-me


Falhei em tudo.
         Como não fiz propósito nenhum,
         Talvez tudo fosse nada.
       -Fernando Pessoa.

 

Em sua mente, havia um turbilhão de lembranças e pensamentos. Tinha passado por coisas incompreensíveis e era incapaz de descrever o que sentia. Seu semblante meigo, com um sorriso radiante, transformou-se em uma careta comprimida de ódio e rancor, algo que dominara o seu ser há tempos.
Ao seu lado, o menino jazia estirado no chão e um pedaço extenso de pano estava sob o corpo inerte. A poça de sangue se alastrou ao lado do cadáver deixando o trapo com um tom vermelho vivo. E a faca. A faca, a qual servira de arma para o suposto crime estava lá, nas mãos dela. O sangue escorrendo da ponta. Stela afastou-se para o lado e se recostou na parede fria e úmida. Permaneceu assim durante vários minutos discernindo com dificuldade o que acabara de fazer.
O galpão estava escuro e só então ela se deu conta de que havia anoitecido. Mesmo assim, conseguia distinguir todas as formas do lugar. Estava certa de que alguém apareceria a qualquer momento e por um segundo, isso a deixou em estado de alerta, este sendo substituído por um profundo e agonizante desespero. Não era uma assassina. Não era o que desejavam que fosse.
Estava decidida a deixar o galpão às pressas quando ouviu alguns burburinhos vindos de fora. Estacou. Prendeu a respiração e fechou os olhos enquanto as vozes se aproximavam. Não poderiam encontrá-la ali daquele jeito. Eles não entenderiam. Stela ouvia o próprio coração batendo forte e descompassado. Respirou profunda e lentamente até seus batimentos se normalizarem. 
As vozes estavam cada vez mais perto e a garota rezava para que não entrassem onde estava ou seria o seu fim. Então, ela pôde ouvir:
— Não vai dar certo, Jack! Quantas malditas vezes terei de repetir que não vai dar certo? Não temos tempo o suficiente, cara. Não temos nem o apoio dos demais. 
— Se não tentarmos, nunca saberemos. - retrucou o garoto chamado Jack. - Temos que ter certeza de que ele estará lá no exato momento em que Marcus soltará as lâminas.
Pelo vão da porta, Stela conseguiu ver um pouco do que estava acontecendo e depois, mais aliviada pelos meninos passarem da entrada, observou atentamente quando o garoto maior empurrou Jack em direção à parede, com violência, pressionando o cotovelo sobre o pescoço do rapaz:
— Quer mesmo saber, fedelho? Estou cansado dessa tua mania de planejar tudo, sem pensar nas consequências. – Sua voz tinha um tom grave. Ele apertou um pouco mais o cotovelo contra o garoto, que grunhiu sufocado. - Faça uma coisa dar errado e pode ter certeza de que não sobreviverá tempo o bastante para contar história. Deixe de ser estúpido e lembre-se de que não é só a vida daquele inútil que está em jogo!
Jack consegue se desvencilhar do garoto e o imobiliza contra a parede, assim como este o fez anteriormente:
— Nunca mais encoste em mim desse jeito, senhor Dylan. Não me conhece o suficiente para saber do que sou capaz. Quem é que está no comando, afinal? Oh! Mas é claro que sou eu! E sabe por quê? Porque otários como você não têm capacidade de planejar algo em benefício de um grupo.
Jack vai embora deixando Dylan para trás arfando.
Stela voltou à realidade e, só depois que os dois meninos foram engolidos pela escuridão da noite, decidiu agir. 
Não havia tempo de esconder o corpo e se livrar das provas, então ela pendurou a faca sanguinolenta na alça de sua bolsa, abriu a porta com cuidado e correu.
Correu desesperadamente, durante minutos - ou seriam horas? - enquanto uma sequência de fatos lhe transcorria a mente. Dobrava quarteirões, virava à direita, à esquerda. Não sabia para onde estava indo, talvez do nada à lugar nenhum. Apenas corria com o assombro dos últimos instantes que vivenciou. Seus pés estavam doloridos, câimbras percorriam seu estômago e as suas pernas, mas correu. 
Faltava-lhe ar. 
Correu.
Ela matara Eliot.
Dores insuportáveis.
Humilhações.
Correu...
O vento batia-lhe no rosto, tão violento quanto um soco. Então deu-se conta de que lágrimas escorriam pelas bochechas. Ela não era uma assassina, mas as provas mostravam o contrário. Seu mundo estava desmoronando. Virou outro quarteirão, e mais um. Estava no limite da sua dor. Depois de tudo de vivera, o mais fácil seria atirar em sua cabeça ou até perfurar o coração com aquela faca. Mas, Stela sabia: Não eram assim que as coisas funcionavam. 
Prometeu a si mesma que faria o possível para encontrar aqueles que tiraram a vida de sua mãe e da pequena Susan, nem que precisasse segui-los até o inferno... Ou mandá-los para lá. 
Estava prestes a virar outro quarteirão quando parou abruptamente ao ver um homem que supostamente vinha em sua direção. Ela arqueou e recuperou o folego enquanto o homem se aproximava. Estava escuro, mas a menina pôde ver que se tratava de um homem de estatura mediana e parecia ser de meia-idade, vestido todo de preto. Estava com um sorriso malicioso e um olhar sério, porém vazio. Ele parou na frente de Stela, que arregalou os olhos, pasma. Ela o reconhecera.
— Então aí está você, mocinha?! – Ele esfregou uma mão na outra para se aquecer. 
Está muito frio aqui. Porque está correndo assim, no meio da noite? Onde estão seus pais?

... 



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