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História Obsessão Fraterna - Família e Amigos são como doce de rapadura


Escrita por: Kalynna-Zoel

Notas do Autor


Olá, gente! Mais um capítulo finalizado e quero agradecer aos poucos aqui presentes e aos muitos pela força de continuar.
Esse capítulo em questão eu quero dedicar a todas que gostam de paixão do casal 20, é isso mesmo! Milo e Camus. Fiz pensando na maioria que amam eles. :V Eu também aprendi a gostar muito deles.
Este capítulo aqui está contando como foi o domingo dos personagens, como eu fiz com o capítulo passado contando o domingo dos gêmeos.
Como tenho a mania de dizer detalhe por detalhe da vida de cada um, então precisei tá, falar um pouco. ^^ Iniciando logo pela manhã, quando todo mundo acorda, mas não se preocupem que fiz de modo para não ficar cansativo.
Obrigada amiga, Camieroux. Pela sua dedicação e confiança em mim! Espero nunca decepcioná-la <3 <3 <3
E agradecendo a todos vocês que deixaram um comentário e que favoritaram! Não posso esquecer-me de vocês fantasminhas que sei que leem também!
Chega de conversa, boa leitura!

Capítulo 10 - Família e Amigos são como doce de rapadura


Fanfic / Fanfiction Obsessão Fraterna - Família e Amigos são como doce de rapadura

Despertando após ter ido dormir tarde, Milo espreguiçou-se num bocejo alto. Coçou a bochecha e o queixo, sentindo os pelinhos da barba crescendo. Olhou rápido para relógio, eram 10 horas da manhã, tinha a metade do domingo para ajudar seu amigo num problema delicado. 

 Entrou rápido no banheiro, fazendo sua higiene matinal e tomando uma ducha. Como de costume, saiu para correr por uma hora e dar um mergulho no mar, o dia estava quente e propício para atividades físicas. 

Comprou uma água de coco e bebeu, não se importando em comer algo no momento. Logo seria meio dia, hora perfeita para encontrar com Aioria e conversar. Estudava algumas ideias enquanto corria, quem sabe uma delas não o ajudaria? – Pensou entusiasmado, tinham que tentar. Os gêmeos chegariam à noite e não trabalhariam; segunda e terça o restaurante estaria fechado, e o depósito abria apenas para receber as mercadorias e alguns fornecedores; quarta feira finalmente começavam a receber os clientes. Só alguém conhecia o segurança da sala das câmeras com afinidade e esse cara, para sua sorte, estava chegando onde ele se encontrava.

 - Olá Pangaré, como vai? 

- Bom dia pra você também, Milo. – Respondeu Seiya, parando para comprar uma água mineral no quiosque. O grego sorriu amigável. 

- Desculpe-me chamá-lo assim, é que é quase inevitável, ainda mais com esse seu cordão aí no pescoço. – Apontou com a garrinha. – Parece mais um burrinho de cargas, sem ofensas! – Ergueu as mãos, novamente sorrindo. Seiya revirou os olhos pensando: Se eu fosse gay acho que daria em cima do Milo, que sorriso bonito da porra! Só não confesso alto pra não dar nenhum gostinho a esse grego metido. 

 Num suspiro, Seiya quis explicar desta vez. 

- Para o seu governo isso não é um burrinho, é um Pégaso. – Mostrou o cordão a Milo, que por sua vez pode tocar e admirar a joia do amigo. Seiya tinha grande estima pelo objeto, ganhara de sua admiradora e amada Saiori Kido, neta no bilionário da região. 

- É um cavalo maneiro, Pangaré, ops! Seiya. – Riu de leve. Havia umas cadeiras de madeira com palha revestida, Milo puxou uma para sentar e indicou a outra para Seiya. – É uma joia muito bonita, eu gostei. É herança de família? 

- Não exatamente... – Coçou o cabelo emaranhado, molhado de suor. – Um dia conto pra você, se prometer não me encher muito! 

- Ah, pare de show Seiya – Milo jogou-se um pouco sobre a mesa. – Conte-me logo! Ou é presente de namorada? Pelo que lembro você não tem nenhuma. 

 - Você tem razão, não tenho... – Disse sentido. – Mas esqueça desse assunto, é algo quase impossível. 

Notando o rosto do amigo pensativo, Milo quis opinar na pessoa amada de Seiya. 

- Acho que posso adivinhar quem é a pessoa, você duvida? 

 - Esqueça o assunto, por favor. – Pediu o rapaz. – Nem tente que você... – Antes que terminasse de falar ele ouviu Milo dizer de modo enfático, não o menosprezando. 

- É a neta do bilionário. Eu os vi jantando no Dídymoi e você não tirava os olhos dela. É uma moça muito bonita, e sim, em vista do que você é, e do que ela representa, é impossível mesmo esse amor. Mas não quer dizer que seja totalmente impossível. 

Engolindo em seco Seiya procurou uma resposta. Virou a cabeça para ambos os lados, mas não conseguiu fugir do olhar de Milo, daquele olhar que dizia “não precisa mentir Pangaré, que eu sei da verdade.”.

 - TÁ BEM! Você venceu... – Milo gargalhou divertido, deixando o moreno ainda mais sem jeito. – Qual teu problema, seu grego metido? 

- Não estou rindo de você, seu Pangaré burro, estou rindo porque o tempo todo eu sabia. Por isso eu batizei você de Pangaré, ela é uma égua de raça. 

- QUER PARAR DE FALAR ASSIM? – Seiya estava ficando nervoso. – Eu não devia ter te dado ouvidos. – Ameaçou sair, porém Milo o segurou pelo braço. 

 - Não vá, me desculpe mais uma vez. Não quis ofendê-lo e nem a ela, foi uma metáfora mal feita, foi mal. Mas vou te dizer uma coisa. – Fez ele se sentar de novo, mas ficou em pé ao seu lado, com a mão apoiada em seu ombro – Não se importe com a classe social de vocês, muito menos com a opinião de ninguém! Até mesmo de um filho da puta como eu. – Riu de si mesmo. – O que importa mesmo é o que você sente por ela – Apontou o próprio peito – O que esse sentimento significa realmente para vocês dois. Tendo isto, basta! Se você a ama, lute por ela, cara. 

Por um momento, Seiya ficou calado, um pouco trêmulo. Já tinha ouvido algo assim, mas com a força que Milo dizia, foi a primeira vez. – Obrigado... 

- Não me agradeça por isso, eu sou seu amigo. – Foi para o seu assento, sendo seguido pelo olhar curioso do moreno. Não esperava ouvir tantos conselhos, nem mesmo a palavra “amigo”, da boca do grego. 

Logo em seguida Milo pegou o celular e ligou para Aioria, já era hora de pôr suas ideias em prática. 

– Vem aqui no quiosque da praia, tenho uma ideia e um dos nossos amigos poderá nos ajudar. – Disse o grego, confiante. Seiya franziu o cenho. 

– Eu vou. Mas só porque quero ouvir o que você tem a dizer. – Respondeu Aioria, sério. Milo virou rápido o telefone de lado tampando com a mão, dizendo para Seiya. 

- Ele tá putasso comigo! – Tirou a mão, voltando a falar. 

- Tenho certeza que vai ajudar você. Vem sim pra gente almoçar junto, ele é bem legal, você também o conhece. 

 - Hãm? – Seiya não entendeu, seja lá o que estava acontecendo, não iria participar, não mesmo! – Lá vem o nosso de novo! – Seiya disse o suficiente para que Milo se situasse. 

 O grego deu de ombros, ouvindo Aioria – Me aguardem. – Finalizou a ligação. Milo guardou o telefone no bolso. 

Quando pensou em perguntar algo, Seiya viu um garçom se aproximar na mesa deles, perguntando o que eles comeriam. 

 - Quero uma moqueca de dourado com arroz branco, e faça um ótimo pirão. – Pediu o grego entusiasmado. Seiya apenas assentiu o mesmo. Há tempos não comia uma comida feita em beira de praia, a última vez foi antes do seu amigo Shiryu voltar para china. 

 - Vocês querem algo para beber? – Perguntou o jovem garçom. 

- Traga pra mim uma boa cerveja, bem geladinha. E não se esqueça da pimenta também. 

 - Pra mim, pode ser um suco qualquer... 

 - Ah, por favor, traga três pratos, outro amigo logo chegará. – Alertou Milo ao rapaz, que assentiu. Ao olhar o garçom se distanciar da mesa, Seiya aproveitou para sanar sua curiosidade. 

– Eu posso fazer uma pergunta a você, Milo? – Pensou bem na pergunta, estava curioso pela forma que o grego falou com ele, precisava saber. Serei direto. – Pensou. 

- Você quis dizer duas perguntas. Essa e a que vai vir em seguida. – Piscou um olho para Seiya, de forma jocosa. O moreno deu de ombros. 

- Se pra você faz sentido, sim – Confirmou e sorriu ingênuo, Milo sentiu sinceridade nele. 

- O que quer tanto saber, Seiya? 

- Você já amou alguém, Milo? 

 Por mais que esperasse qualquer pergunta descabida, aquela em questão pegara o grego desprevenido. A verdade é que nunca amara ninguém. Seus relacionamentos eram sempre promíscuos – como dizia Aioria, que reclamava com ele por não ter ninguém sério. Mas ao conhecer o ruivo, algo nele mudou de verdade, e não era uma paixonite como Aioria poderia dizer, e ia dizer em breve, quando desabafasse com ele. O ruivo mexeu com ele, não só com a foto de perfil. Aquele momento no banheiro foi mágico, e saber que o ruivo tinha visto ele se trocar, já aumentava sua admiração. Poderia ser loucura, mas aconteceu: ele se apaixonou pelo francês. Por isso rasgou outros currículos, só para deixá-lo ser contratado. Não que esperasse que o ruivo fosse agradecer por isso, afinal, Camus não precisava saber. Ou precisava? Pensou em responder, seria sincero como Seiya, ele merecia isso. 

- Sabe... Eu nunca amei ninguém e quer saber? Já peguei geral, mulheres e homens, nunca precisei correr atrás de ninguém, mas de uns dias pra cá – Se encostou à cadeira de palha, despojado, prosseguiu. – talvez isso mude. Então me vejo fazendo coisas que nunca pensei em fazer. – Suspirou reflexivo. – Estou sendo um patético apaixonado. 

 - Não está! – Seiya segurou na mão do grego, deixando-o agora sem jeito – Não tive suas experiências, mas me vejo fazendo tudo por ela. Deixe pensarem que você é um patético como eu acharia; mas que seja com seu verdadeiro amor do seu lado. 

 Sorrindo e apertando a mão de Seiya com as suas agora, falou envaidecido: 

- Eu devo admitir. Você aprende rápido, meu caro Pégaso. 

 - Na verdade eu só precisava ouvir com mais perseverança. Acho que você é o culpado disso. – Disse brincando, já desfeito das mãos do grego que segurava com fervor. Nascia ali uma amizade sincera. 

- Me agradeça depois, não se esquecendo de me chamar para ser o padrinho do casamento. 

Gargalharam juntos. 

Mesmo que Milo não tivesse dito quem era sua paixão, Seiya estava satisfeito. Era bom saber que ele não seria o único a arriscar tudo por seu verdadeiro amor. Sorriu, internamente feliz. Até que tinha sido legal falar com grego, aproveitaria o almoço e descobriria o que ele tinha em mente quando Aioria chegasse, talvez o ajudasse. Enquanto isso curtiria um pouco com a cara de Milo, afinal, ele também seria chacota na boca dele. 

 *** 

 Logo que o sol se ergueu no céu da Grécia, Krest levantou. Ainda que tivesse dormido numa cama confortável, seu corpo estava cansado. Inspirando fundo, levantou-se para tomar um banho, de preferência bem frio. Pegou o que tinha na sua mala e se vestiu. Assim que saiu do quarto viu que seu irmão Camus já estava de pé, preparando algo para comerem. 

- Bom dia, como passou a noite? – Perguntou Camus, oferecendo-lhe uma xícara de café. 

- Eu praticamente apaguei, mas obrigado por perguntar. – Aceitou a bebida fumegante. – E você, como dormiu? 

- Como você mesmo disse, eu também apaguei. – Sentou junto ao irmão na mesa. – Daqui vai para o hospital, não é mesmo? – Perguntou Camus, servindo o irmão. 

- Não. 

 Mesmo reconhecendo a frieza usual, Camus o olhou sério. Jamais ignoraria algo importante, como um filho, quis aconselhar o maior. 

- Acho melhor que vá, Hyoga precisa saber que você se importa com ele. 

- E quem falou que não me importo? – Questionou com seu habitual gênio, seco. 

- Sua ação. – Respondeu franco e frio. Krest baixou olhar para um ponto qualquer. 

- Minha ação nada tem haver com os meus sentimentos, Camus. O que estou fazendo agora é para protegê-lo. Entenda algo: o meu tempo está escasso, quase no limite. Eu apenas o tirei da Rússia por causa daqueles velhos que tentaram tomá-lo de mim. Mesmo que a mãe me permitisse visitá-lo, era sempre corrido. – Suspirou – Não posso vê-lo, não agora. 

- Não quis ofendê-lo. – Disse Camus, mantendo sua naturalidade. – A sua ação será importante para Hyoga, e mesmo que para você isso seja o melhor para seu filho, para ele, talvez não seja. Krest permaneceu calado, fitando-o. 

- Não quero ser intrometido, irmão. Acho que se você está aqui e o seu limite está cedendo, qual o problema em visitá-lo? Está agindo como o nosso pai. – Finalizou Camus, sentindo o olhar fuzilante do seu irmão em si. 

Num rompante, Krest se levantou abrupto, a ponto de balançar a pequena mesa, jogando o guardanapo sobre ela. 

– Eu o proíbo Camus, de sugerir qualquer semelhança, de me comparar ao nosso pai! 

 - Não quis compará-lo... Só disse a verdade. – Sentenciou Camus. Seus olhos brilharam tristes, sabia o quanto o irmão estava se mantendo forte. Era tudo uma fachada fria e sólida, mas por dentro entendia o quanto ele estava despedaçado, o quanto precisava chorar. 

 Krest se afastou indo pegar seus pertences, segurando a todo custo as lágrimas que teimosamente insistiam em querer sair. Parando no centro do quarto, sentiu quando Camus o abraçou forte por trás. Krest não hesitou, deixou-se desabar. Precisava tanto de um abraço para desabafar toda a dor que estava sentindo, chorou como nunca antes na vida. Chorou pelas perdas que teve ao longo de sua jornada, chorou por achar que Hyoga seria melhor sem ele. 

 Chorou por si próprio. 

Abraçando forte, Camus envolveu-o da mesma forma que Krest se abraçava. Com a cabeça pendida, ele caiu de joelhos e Camus não se desprendeu, continuou a envolvê-lo até sentir que transmitia total afeto e segurança, não deixando de transmitir também confiança. Então as lágrimas cessaram, e o silêncio reinou por alguns minutos. Camus pode sentir o irmão tremer levemente, pois sua cabeça ficou a todo o momento sobre o ombro dele, seus braços e mãos ficaram molhados pelo choro. 

 - Obrigado Camus... Eu só não queria que fosse assim... 

 - Me perdoe, não queria ser tão duro com você. 

- Você tem razão, não posso ir embora sem me despedir, é meu único filho. Não posso parecer com ele. – Disse com rancor. 

- Não tenha tanta raiva do nosso pai. – Camus se desfez da posição e olhou nos olhos do irmão, que estavam vermelhos pelas lágrimas. – Esqueça o passado. O que papai fez a você, pode ter certeza que hoje ele se arrepende. Krest, está na hora de você enfrentar o que deixou. Estou com você, irei ajudá-lo sempre! Krest o tocou na face. 

- Você é tão novo e tem mais força e coragem do que eu. – Se levantou do chão, logo fechando o zíper da mala. 

 - Você que tem coragem. – Camus se ergueu. – Lutou por tudo que quis e confessou ao nosso pai sem medo. 

 Krest não podia demorar, pois tomara outra decisão. 

- Meu voo sai às 14h15min, quero me despedir do meu filho. 

 Camus olhou para o relógio de pulso, era exatamente meio dia. Um pequeno sorriso se fez nos lábios de Camus, Krest também sorriu. Organizaram-se e entraram no carro. 

Camus precisou ir pela orla, era o caminho mais fácil e rápido para chegar ao aeroporto, era também o caminho que se dirigia para o hospital. 

Foram conversando. 

- Camus, você precisa arrumar alguém. – Disse Krest. – Quando irá conta ao papai sobre sua opção sexual? 

Camus estreitou os olhos. – Não sei ainda. – Sorriu de leve. – Não encontrei ninguém que me interessasse. 

- Vou dizer lhe algo. Você nunca perguntou, mas talvez você já tenha desconfiado. Eu também já amei um homem, antes de Natassia. 

- É sério? – Camus ficou bastante curioso, era bem verdade que já tinha desconfiado que seu irmão fosse gay, e que esse seria um dos problemas da adolescência do irmão com o pai. Por esse motivo nunca contou a ninguém sobre sua preferência, contara apenas para irmão por desconfiar dele, o apoio valeu por qualquer coisa que ouvisse. Então preferiu sair de casa logo que terminou os estudos e suas pesquisas como enólogo. 

- Sim, Camus. Era o meu melhor amigo, mas com os problemas de nossas famílias, resolvemos nos afastar. Nem notícias nós temos um do outro. – Disse com receio. 

- Eu sinto muito por isso. Agora consigo entender mais sobre suas brigas com o papai. – Disse solidário, tocando na coxa do irmão. 

Enquanto dirigia, Camus parou num semáforo que havia próximo de um gigantesco quiosque. Distraidamente, olhou na direção deste e mesmo que parecesse longe, avistou três figuras conhecidas, quando uma em questão o mirou descaradamente. Camus engoliu em seco, Milo estava com os cabelos soltos pelo ombro e sem camisa, seu corpo parecia molhado de óleo corporal pelo suor que reluzia, deixando-o extremamente sensual. O peito desnudo de Milo inflou e em seguida ele virou o rosto, como se ignorando a própria visão. Camus sentiu uma pontada no seu baixo ventre e outra pontada na cabeça ao lembrar sua reação na frente grego. Se não fosse por Krest, que estava ao seu lado, Camus não teria dado partida, ou só o faria quando outro carro buzinasse. Ainda estava petrificado pela imagem perfeita de Milo, quando Krest o beliscou no braço. 

- Ai, por que fez isso? 

 - E teve a coragem de dizer que não encontrou ninguém que te interessasse, sei... 

Camus ligou o carro, Milo o olhou novamente, desta vez, disfarçando na frente de seus amigos que comiam o peixe deliciosamente. 

Krest continuou a querer saber. 

- Não vai me contar quem é o loiro que te comeu com os olhos? 

Camus ruborizou pela maneira ousada de Krest. Respondeu sem tirar os olhos da estrada. 

- Ninguém me comeu com os olhos, Krest. 

 - Se aquela olhada não é comer com olhos, olha meu irmão, sinto em dizer; eu não sei mais o que é então. Aquele cara só faltou levantar na mesa e vir em sua direção. – Disse com certo humor. Camus olhou pelos cantos dos olhos porque era muito raro ver o irmão assim. 

- Eles são funcionários do restaurante, trabalham comigo. 

 - Não foi bem o que perguntei, mas vou considerar. – Sorriu de leve o irmão. Camus bufou, acelerando o carro, morrendo de vergonha. 

*** 

Na mesa todos comiam, e Aioria, que já tinha chegado alguns minutos, percebeu o carro e reconheceu de imediato a Mercedes Benz de Camus. Por pouco não identificou o ruivo, mas pelo carro tirou de letra o dono. Milo se mantinha risonho, se Aioria não o conhecesse bem, diria que estava tudo certo, mas sabia que lá no fundo seu amigo se corroía de ciúmes por ter visto Camus acompanhado de um homem, tão bonito quanto o próprio. 

 - Aquele carro que passou ali foi o de Camus, né Milo? – Perguntou Aioria, testando o amigo. 

- Carro? Que carro? Eu não vi carro nenhum. – Fingiu, bebendo um gole de sua cerveja. 

 - Ainda bem que te conheço bem, Milo. Eu vi tá, só faltou matar o Camus com seus olhos de tanto que o encarou. – Disse Aioria, terminando de comer seu peixe. 

- Do que estão falando? – Perguntou o jovem Seiya, curioso pelo papo dos dois rapazes. 

- Não é nada Pang... Seiya. – Milo se corrigiu antes que eles falassem algo. Já era a terceira vez que Aioria puxava sua orelha, mesmo na frente de Seiya, não queria falar de Camus. Por sorte Aioria interrompeu falando. 

- Bom Milo, eu já cheguei e almocei como prometido. Diz logo o que tem em mente para me ajudar. 

 - Já vou explicar Aioria, mas pra isso, devemos contar pro Seiya o motivo. 

Seiya, que já tinha parado de comer, observou bem o semblante de Aioria, que se fechou perturbado. Parecia receoso em confessar algo diante dele. 

- O que vocês querem me contar? – Perguntou, vendo Milo fitar Aioria, que parecia ter se fechado em copas. 

Reflexivo, suspirou, abrindo os olhos e mirando o semblante corajoso de Seiya. Pediu para que tudo que ouvisse ali ficasse em sigilo, não falasse a ninguém. Era um assunto confidencial, outra pessoa também estava envolvida e sua honra não deveria se manchar, e essa pessoa jamais deveria saber o que ele revelaria. 

Por um minuto, o jovem rapaz ficou apreensivo. Temeu que eles pedissem o pior; roubar o restaurante dos gêmeos. Seria a última coisa que jamais tentaria, respeitava os gêmeos. Eles não mereciam passar por isso, mesmo se fossem patrões ruins, o que não era o caso. Seiya falou coerente: 

- Olha rapazes, se for para roubar o restaurante dos gêmeos, eu tô fora.

 Milo se sobressaltou um pouco. – Por que todo mundo acha isso? Não é pra roubar o restaurante deles não, Seiya. 

- Não seja hipócrita, Milo! Você também achou isso de mim. – Disse Aioria, lembrando-o da noite passada. 

- Queria o quê com aquele drama todo? Foi a única coisa que me veio em mente. – Milo disse. e logo se virou para Seiya falando: – Desculpe Pangaré, eu tinha pensado a mesma coisa dele ontem. – Quando se deu conta da fala, Aioria e Seiya o olhavam feio, então ele levou dois dedos cruzando próximo à boca, beijou dizendo. – Não chamarei mais, eu prometo. 

- Já ouvi isso hoje umas seis vezes, Milo. – Disse com certo enfado, Seiya praticamente se rendeu ao apelido.

 Então Aioria começou a contar o seu “incidente” com as câmeras do depósito. Seiya não acreditava no que ouvia, mas Aioria confirmava tudo com muito receio e vergonha do seu ato. Transar na despensa tinha sido sua melhor aventura e façanha, infelizmente agora se via preso a isso. Não mencionou o nome de Marin em respeito a ela, e contava com a ajuda de Seiya para que a ideia de Milo fosse realmente boa, para se safar desse possível escândalo. 

- Agora é com você, Milo. – Disse, após esclarecer tudo para o jovem rapaz. 

O jovem riu nervoso, por descobrir tamanha safadeza do cara – coisa que ele jamais faria, diga-se de passagem. Bebeu até um gole de cerveja do copo do grego para não demonstrar nervosismo. Milo ia começar a contar sua brilhante ideia. 

- Como você já deve ter percebido, Seiya, nós não vamos roubar o restaurante dos muquiranas. 

- Milo! – Gritou Aioria. 

Dando de ombros o grego sorriu, iniciando o que tinha em mente. – Seiya, você conhece o segurança da sala de vídeos, né?

 - Sim... 

- Sua tarefa é bem fácil, você vai tentar pegar a chave dele para tirar uma cópia para nós. 

- Que ideia mais estapafúrdia é essa, Milo? – Aioria quem falou, vendo que Seiya se engasgava com um simples gole de cerveja. 

 - Vamos invadir a sala e olhar a data que você praticou o “negócio”, e apagaremos. 

 - E você acha isso simples pro Seiya fazer? 

 - Acho. Afinal, ele conhece o cara. Como é o nome dele mesmo, Seiya? 

O jovem tentou assimilar bem o que tinha ouvido. Paralisou, olhando sério para o rosto de Milo, recuperando o fôlego. Ouvia lá no fundo de sua mente ainda a ideia. Milo o encarou, esperando ele dizer o nome do segurança. 

- Seiya? – Chamou Aioria, vendo o rapaz pensativo.

 - Seiya! – Gritou Milo.

 - Aldebaran, o nome dele é Aldebaran. 

 - Viu? Ele sabe o nome do segurança, ele pode fazer isso. – O grego disse com muita simplicidade, deixando Aioria atordoado. Acabou que abaixou a cabeça na mesa, colando a testa. Não acreditava que essa seria a brilhante ideia de Milo; roubar a chave do segurança que tinha o dobro de tamanho deles dois e o triplo do tamanho de Seiya. 

 *** 

Os irmãos Victorine chegaram ao hospital, logo o pai foi recebido pelo médico responsável que tomou conta do jovem rapaz durante a noite. Krest se tranquilizou com as informações, e agora podia viajar em paz, sabendo que Camus tomaria conta do sobrinho sem problema algum. 

Hyoga ficaria só mais uns dias no hospital e logo poderia voltar para casa. Não demorou muito, e já estavam no aeroporto da Grécia, para o destino de Krest. 

- Não se preocupe irmão, vou tomar conta de Hyoga como se fosse meu filho. Não me deixe sem notícias. – Camus pediu. 

Logo um abraço foi dado entre eles, e Krest não chorou. Suas emoções estavam abaladas, porém controladas.

 Saber que Camus tomaria conta de seu único filho deixou grande parte dele mais tranquilo. 

- Não se preocupe, assim que eu chegar à Rússia, aviso você. – Falou Krest. Se despediram com um breve acenar de mãos, e Camus viu seu irmão embarcar com o semblante sereno, porém contrito. 

Voltando pelo mesmo caminho, ao passar pelo quiosque Camus não avistou os rapazes. Mesmo assim seguiu o seu trajeto, faltava pouco para pegar o serviço. Virando na curva para sua quadra, viu Milo correndo, ainda sem camisa e com fones de ouvido. “A verdade irmão, é que apareceu um homem bem interessante, sim.” Pensou. Diminuindo a velocidade do carro, passou então a seguir Milo, que corria coordenado para não se cansar. 

Centrado na atividade, não percebeu o carro logo atrás de si. Camus parou perto do apartamento, assim que Milo abriu o portão, e entrou. “É aí que você mora hein... Quando nos encontrarmos no restaurante darei um jeito de me desculpar com você” – Pensou – “Acho que perdi minha pasta, merda” Camus seguiu seu caminho para casa. Já em seu apartamento, Milo de cara visualizou a pasta sobre a mesa. Pegou-a e por curiosidade folheou as poucas páginas com várias descrições de vinhos, muitos deles Milo nem conhecia. Então percebeu que na última folha havia o contato do ruivo.

 - Então esse é seu número, hein? – Largou um sorriso e andou pela sala em direção à cozinha, ainda com a pasta em mãos. – Eu poderia ligar, mas vou preferir ver você procurar por ela. – Riu divertido, já tendo ideias de como se aproximar do ruivo. No entanto, lembrou-se do que viu no semáforo, desfazendo o sorriso. – Quem será o homem que Camus levava no carro? Não pareciam ser irmãos... 

 ***

 Dohko despertou sentido as mãos de seu marido percorrem seu corpo, e um beijo fora dado em sua nuca. Virando-se com cuidado, percebeu que Shion ainda dormia. Talvez estivesse sonhando algo bom, pois suas mãos iam de encontro a seu sexo, logo o deixando em ponto de bala. Gemeu por sentir as mãos sedosas do marido invadirem seu short. Shion abriu os olhos. 

- Achou que eu estava dormindo? – Perguntou manhoso. 

- Achei sim, fui assediado enquanto dormia. – Sorriu. Shion aninhou-se mais ao peito de Dohko, como uma criancinha, e o moreno o fitou amoroso. – Dormiu bem? Ontem você me proporcionou prazer e eu... 

- Sim, dormi. – Respondeu – Pra mim era importante isso, não estou reclamando ou cobrando algo, senhor maitre – Tocou a face morena, a trazendo para um beijo sereno e puro. 

- Pois para mim é importante também, chef. Como acha que fiquei, sabendo que não lhe dei algo gostoso antes de dormir? – Perguntou, com olhar cheio de malícia. 

- Você dormiu satisfeito, foi o que me importou saber. – Novamente Shion o puxou para um beijo, porém este veio com mais fervor. 

- Meu amor, quero que saiba que isso me entristece um pouco. – Disse sincero, Shion continuou abraçá-lo ouvindo-o. – Não é justo com você, e se continuar a fazer isso, eu não vou aceitar. 

- Dohko... 

- Eu sei o quanto você trabalha na ausência dos gêmeos. Como posso aceitar que apenas eu sinta prazer? E você meu bem? – Dohko olhou dentro dos olhos lilases. – Quero que durma feliz e satisfeito depois de ter feito amor comigo, isso é o que mais importa pra mim. 

Ouvindo atentamente, Dohko o puxou para cima de si. 

- Eu te amo, e tudo em você é importante para mim. – Ao se declarar, Shion o abraçou fortemente, sentindo ser envolto da mesma forma. O cheiro do shampoo invadiu suas narinas, aumentando o prazer de senti-lo mais perto, instigando-o a amá-lo de todas as formas. Seu amor pelo chinês era algo indiscutível. Beijaram-se, selando o vínculo de adoração. 

Mergulhando suas mãos na cabeleira emaranhada, Dohko desceu pelas costas brancas. Shion o tocava também, gemidos e suspiros ecoavam pelo quarto. Logo seus corpos estavam nus sobre os lençóis. – Eu também te amo – Disse Dohko, sôfrego de desejo. Shion se tocava num ritmo leve de masturbação, ao mesmo tempo que repetia o gesto no amado, masturbando-o e unindo as ereções. Sem mais demora Dohko o penetrou, focando na visão de seu amado sobre si. 

Era perfeito olhar o rosto de Shion se enchendo de prazer. Sempre que se amavam não cansavam de dizer o que sentiam um pelo outro.  



Notas Finais


Gente, eu não quis explanar sobre o acidente de Hyoga, porque ia ficar muito grande, não queria ter que dividir tanto esse domingo em três partes, então eu preferi passar longe de qualquer coisa que fosse para deixar comprido. Espero que tenha ficado entendível, caso não, por favor, podem cobrar.
Então o que acharam? A ideia de Milo será que vai da certo mesmo? E Aioria vai aceitar a sugestão criminosa? Porque querendo ou não, algo de ilícito será feito! hahahaha gosto disso!
O Seiya entrou de gaiato na estória porque eu já tinha mencionado ele lá atrás, e para não colocar mais personagens então o deixei T.T
Espero que tenham apreciado o capítulo, eu tentei deixar divertido, mais sabe como é né... Nem tudo são flores. :V
Bjus, e até!


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