História Obsessão (Sterek) - O Início

Derek Hale, tinha vinte anos e não fazia nada além de ajudar seu tio quando o mesmo precisava e sempre se manter a uma distância segura, nunca foi considerada uma pessoa sensata. Na verdade, sensato não era bem a palavra usada, variava mais entre irresponsável e um possível sociopata. Beacon Hills não era uma cidade tão grande, então quando algumas pessoas souberam que o filho do meio na família Hale apresentava alguns transtornos, ainda quando pequeno, não levou muito tempo para que virasse a notícia do mês. A próxima grande notícia seria a de que a mansão incendiou, o estado de Derek só pirou quando ele soube e como se não bastasse, boa parte da população de Beacon Hills achava que ele tinha algum envolvimento com isso, mesmo não havendo qualquer prova que o incriminasse.

Sua família foi quase que completamente morta pelo incêndio em sua casa, os únicos que sobraram foram seu tio, Peter, e sua irmã mais nova, Cora. Mesmo com a tragédia, a família Hale não enfrentou problemas além dos emocionais, ninguém queria se envolver com esses três. Peter fazia de tudo por Derek e Cora, mesmo que isso significasse acobertar as obsessões do mais velho e dar conselhos amorosos para sua sobrinha adolescente apaixonada pela primeira vez.

E Derek não era tão diferente, ajudava seu tio e irmã no que podia, eram uma das coisas mais importantes em sua vida, embora ainda houvesse uma coisa que chegasse a superar seu amor pela família. Essa coisa, era sua obsessão. Nada podia explicar esse sentimento doentio que ele tinha por um certo alguém, a única coisa que ele sabia, era que adorava sentir isso. O simples fato de imaginar como observaria o outro, fazia Derek se levantar da cama todos os dias. Para ele, a obsessão não era apenas isso, Derek amava o garoto e cada vez que via algum de seus amigos próximos demais, seu sangue fervia tanto que se não fosse sempre por Cora, ele acabaria matando alguém na frente da escola e na frente de seu amor, apenas para mostrar que ninguém, além dele, podia tocar no castanho. O garoto era dele, mesmo que não soubesse disso.

Derek já tinha tentado se aproximar do menor, mas era sempre interrompido por uma força maior, seja seu tio ou apenas o universo fazendo ele dar a volta e manter a distância segura que podia observar discretamente e mesmo assim apreciar as incontáveis pintinhas que o garoto tinha marcada em sua pele branca, pele essa, que Derek sonhava pôr a boca inúmeras vezes. Tudo no menor parecia despertar uma parte diferente no corpo de Derek, mas a que o maior definitivamente mais gostava de observar eram os olhos âmbar do garoto, mesmo longe, o moreno podia ver o brilho que eles continham.

— Stiles...! — Derek gemeu enquanto sua mão corria para baixo e para cima, acelerando momentos antes de se derramar por completo em seu próprio abdômen e parte do peito. Sentindo satisfeito, ele largou seu membro, substituindo a respiração entrecortada da recente masturbação, por uma mais calma e tranquila. Derek deve ter ficado mais uns três minutos deitado e sujo, antes de se levantar para tomar banho, sabia que seu tio logo bateria na porta exigindo o ver disposto, e essa era a única forma que o moreno via de estar tão bem-disposto quanto Peter. Ele acordava cerca de meia hora antes do que o necessário, dedicava a Stiles sua homenagem, sempre com uma foto revelada do menor sorrindo em mãos, e logo depois tomava o banho para dar início ao seu dia. Derek sentou na cama e pôs a foto de Stiles dentro do quadro mais uma vez, em seu criado-mudo, não se importando com que alguém visse aquela foto, todos na casa, basicamente Peter, Cora e ele mesmo, sabiam da pequena obsessão do moreno pelo castanho — Um dia ainda vai ser em você, e sei que esse dia não vai demorar.

***

— Anda, Stiles! Eu não posso ficar esperando você o dia todo! Já não basta você ter feito a gente se atrasar para chegar, quer que ficamos aqui fora o dia todo? — Lydia reclamava com Stiles enquanto desciam do jipe do castanho — Você dirige muito devagar, está pior que minha mãe! Mas meu Deus, Stiles, se apressa! Tem que fazer isso agora?

— Lydia, deixa eu amarrar meu cadarço em paz! — Stiles exclamou finalizando o laço e se levantando — Na próxima vez eu não lhe dou carona! Você sabe que tem um namorado com um carro bem mais potente que o meu, então por que não pediu carona para ele ao invés de ficar enchendo meu saco? Além do mais, meu pai pôs um limitador de velocidade, aparentemente não é legal que eu, como filho do Xerife, fique correndo pela cidade, e também nem um pouco seguro.

— Tudo bem falador, esquece. — Lydia falou balançando as mãos como se não se importasse mais com aquilo — E para você saber, querido, meu namorado está em Paris, com seus pais, e volta somente semana que vem.

— E quem tem de aturar você, sou eu. — Stiles revirou os olhos, se assustando quando recebeu um tapa surpresa de Lydia — Idiota, não precisava disso.

— Quieto, Stiles. Vamos logo antes que queiram colocar a gente para ficar depois das aulas limpando o refeitório, soube que foi o que fizeram com o Matt, coitado, aquele não tem sorte mesmo.

— Deixa as fofocas para depois, Lydia. — Stiles disse entrando na escola, e se separando dela no corredor, indo cada um para sua sala.

Stiles Stilinski, estava com seus dezessete anos e no último ano do Ensino Médio, e ainda não era o que as pessoas chamavam de “Crush”, ele bem que gostaria de ser admirado por alguém a esse ponto, mas era tímido com todos, exceto seu pequeno grupo de amigos, o que acabava fazendo dele alguém estranho. Antes de conhecer Scott, Stiles tinha apenas Lydia consigo e se conseguisse chamar a atenção de alguém na sombra dela, já era demais. Quando Scott chegou, finalmente Stiles resolveu criar um pouco de coragem e se libertar de Lydia, que insistia em sempre fazer um questionário sobre as intenções da pessoa que se aproximava de Stiles. Stiles adorava o fato de Lydia sempre estar disposta a protege-lo, mas sabia que não poderia depender dela para sempre.

Então, começaram as primeiras noites dos amigos na casa de Scott, quando ainda tinha doze anos. Em pouco tempo se tornaram melhores amigos, ficaram tão íntimos que Lydia já tinha surtado no mínimo cinco vezes, dizendo que Scott estava roubando seu melhor amigo e que ele não podia fazer isso. Esta última vez, foi cerca de um ou dois meses atrás. Mesmo depois de tanto tempo, ela ainda tinha um ciúme enorme de Stiles com Scott, não importando que também seja boa amiga do queixo-torto. Apesar disso, Stiles ficava feliz ao ver os dois se darem bem de seu jeito, mesmo que houvesse algumas vezes em que Scott e Lydia simplesmente não olhavam na cara do outro.

— Senhor Stilinski? Está aí? — O professor interrompia sua aula pela terceira vez, apenas para chamar a atenção de Stiles que olhava pela janela alguém debaixo de uma árvore, sem movimentação alguma. Stiles não conseguia identificar quem era aquela sombra, mas parece que assim que notou o castanho o observando, deu a volta na árvore em saiu andando. Para Stiles, não havia nada de além de folhagens tampando seu campo de visão, mas ele sabia que, quer que fosse, a pessoa tinha conhecimento de que Stiles não poderia vê-lo se fosse por aquele caminho, “Ou, tudo isso é paranoia sua” o garoto falou para si mesmo em pensamento — Senhor Stilinski!?

— Oi! Oi? — Stiles se assustou, respondendo de forma confusa o que arrancou algumas risadas do resto da classe.

— Eu lhe fiz uma pergunta, mas você obviamente não prestou atenção. — O professor respondeu bufando irritado, em todas as suas aulas era a mesma coisa, e ele ficou sabendo que não era o único professor a sofrer com o “Mal de Stiles”, como ele e seus colegas de profissão haviam, carinhosamente, apelidado — Sinceramente, eu não tenho a menor ideia do que vem fazer na escola se nem presta atenção nas aulas. Esse é o seu último ano aqui, não vai querer repetir e ver todos os seus amigos indo para a faculdade e só você ficando, ou será que vai?

— Não. — Stiles respondeu sentindo seu rosto esquentar por ter sido tão exposto pelo professor, vergonha definia seus sentimentos no momento.

— Que bom, mas eu sugiro que comece pegando seu caderno e anotando o conteúdo. A prova é semana que vem! — O professor falou alto a última frase chamando a atenção de qualquer um que pudesse estar conversando, e deu certo, logo um monte de reclamações surgiram.

As aulas de Stiles foram assim pelo resto do dia, na hora do intervalo, ele descobriu que Scott tinha mesmo faltado e parece que Lydia acabou passando mal e sua mãe a levou para casa. O resultado disso tudo é que o garoto acabou passando o intervalo e o resto das aulas, sozinho. Já na saída ele ia em direção ao seu jipe quando foi pego de surpresa sendo jogado no chão. Quando ele se virou encontrou três garotos do time de lacrosse que por algum motivo desconhecido odiavam Stiles, uma coisa estranha é que o garoto sequer sabia quem eram aqueles valentões que sempre o incomodava.

— Parece que nenhum de seus amigos está aqui para te defender, não é? — O que aparentava ser o líder falou estalando os dedos, Stiles estava com medo do que iam fazer com ele e em sua mente dramática, cada um daqueles estalos era equivalente a vários de seus ossos sendo quebrados de uma única vez. Em pouco tempo, uma roda já havia se formado envolta deles, ninguém parecia disposto a ajudar, estavam todos com celulares em mãos apenas esperando que algo mais emocionante fosse acontecer — Sorte minha, posso fazer o que quiser.

O líder puxou Stiles pela gola da camisa, o fazendo ficar de pé, ainda o segurando. Stiles fechou os olhos esperando que o soco lhe atingiria em seguida, mas ele não veio. O castanho sentiu o outro largar a gola de sua blusa, então abaixou a cabeça e devagar foi andando de costas até sentir elas batendo no seu jipe. Engoliu em seco e levantou seu olhar, vendo chocado um homem, que deveria ser poucos anos mais velho, derrubando os três valentões em poucos segundos, mas ele não tinha parado ainda. Quando o líder se levantou, já meio tonto, o homem deu mais um soco nele, mas foi possível ver que ele tinha usado muito mais força que na primeira vez, ainda não bastando, o moreno andou rapidamente até o valentão caído, pegou na sua gola, como ele tinha feito a Stiles, e o puxou para cima.

O homem continuava a socar o garoto, sem parar um segundo sequer, todos assistiam horrorizados e mesmo que tivessem vontade de ajudar, lhes faltava coragem.

— Derek! Já chega!