História Obsessive Fighter (Imagine Min YoonGi - BTS) - Five

Obsessive Fighter, capítulo cinco — Arrisque-se 

Ponto de vista por ______

 

Ele. Me. Beijou.

 

É a única coisa que se passa na minha cabeça agora é, a cena do nosso beijo fica se repetindo em minha mente como caleidoscópio de memórias.

 

Estou a uma meia-hora jogada na minha cama pensando em como eu não deveria ter aceitado aquela maldita carona! Eu preciso me afastar dele. Yoongi é sinônimo de encrenca, e seu sobrenome é problema. Ele é um lutador, bad boy, mal-humorado, safado e extremamente sexy, sem contar que exala beleza e masculinidade por onde passa. _______! Pare!

 

Eu preciso me afastar, odeio qualquer tipo de violência, e ele vive disso. Eu não curto festas, bebidas, muito menos drogas, já ele não perde uma festa, bebe até cair e não duvido que já tenha usado drogas. Eu gosto de caras mais sorridentes, pacíficos e simpáticos, ele é totalmente ao contrário, ele é rude, mal-humorado, mal sorri e aprecia a violência. Não posso me aproximar, somos divergentes demais. Além do mais, eu seria apenas mais uma na longa lista de conquistas do Yoongi, ou melhor, Suga. Yuri me contou algumas coisas sobre ele que me fizeram pensar seriamente se deveria deixá-lo ao menos ser meu amigo. Mas a conclusão que cheguei: devo me afastar. Não quero problemas e Suga é um imã para eles. Se meu irmão imagina que eu saí com ele, com toda certeza eu volto para o Brasil.

 

Levanto rapidamente da minha cama ao ouvir o barulho do meu celular. Corri para pegá-lo em meio a enorme bagunça que se encontra a minha cama. O peguei e vi que era uma mensagem do Rafa. Normalmente ele almoça na faculdade por ela ser um pouco longe, apenas vem almoçar quando eu não pego carona com a Yuri e o Jimin.

 

“Hey ‘maninha’, vou sair com uns amigos da faculdade, não dormirei em casa, algum problema? Chama a Yuri para ficar com você. Vou passar em casa mais tarde para pegar algumas roupas.

Xx O irmão mais lindo do mundo.”

 

Não sei se fico preocupada por ele sair ou se agradeço porque assim eu não preciso fingir que não estou nervosa e falhar vergonhosamente. Rafael é um bom observador, sempre que há algo errado ele descobre rapidamente, não sei como ele deixou passar a mentira de que eu ia sair com o Jungkook.

 

Mas porque eu estou tão nervosa, afinal? Não há motivos para isso, não há motivos para ter mentido ao meu irmão sobre o encontro — talvez para evitar uma sessão de perguntas e, para evitar que ele soubesse que era com um lutador. Yoongi mal entrou na minha vida e já está fazendo uma pequena bagunça.

 

______, respire fundo! Não há motivos para estar tão estressada. Apenas ignore tudo isso, e principalmente ignore-o, assim logo ele esquece e isso passa, e então será como se nunca tivesse acontecido.

 

Mandei uma mensagem para o meu irmão avisando que não havia problema e que pediria a Yuri vir dormir aqui comigo e, logo em seguida, mandei uma mensagem para ela que prontamente respondeu que chegaria em meia-hora, já que sua casa não ficava tão longe — apenas um quarteirão.

 

Resolvi que, nesse meio tempo, iria ao pequeno mercado que ficava na esquina da rua. Fui até lá e comprei alguns doces e salgados para comermos e claro, coca-cola. Aqui em casa, Rafael e eu não vivemos sem coca-cola; é um item necessário na casa.

 

Cheguei ao mesmo tempo em que Yuri iria bater na porta e resolvi assustá-la. Cheguei por trás dela sem fazer barulho e tomando cuidado com as sacolas. Quando me aproximei dela, que batia na porta tranquilamente — só que não, parecia que ia derrubar a porta. Delicadeza é uma característica que Yuri não tem —, levei minha mão livre — esquerda — até o lado esquerdo de seu corpo e a cutuquei, fato que a fez dar um pulo por conta do susto juntamente a um grito ensurdecedor. Ela virou para trás assustada e se deparou comigo quase infartando de tanto rir, ficando vermelha por conta da raiva.

 

— ______! — Gritou.

 

— Desculpe, não resisti — tentei explicar em meio aos risos.

 

— Espero que tenha muita comida nessas sacolas para eu me recuperar do susto — fez drama.

 

— Tem sim, coisa chata — falei abrindo a porta.

 

[...]

 

— ELE TE BEIJOU? — Gritou escandalosamente.

 

— Da para você parar de gritar? Eu não quero que a vizinhança toda saiba — pedi com a voz abafada pelo travesseiro que segurava na frente do rosto por conta da vergonha. Yuri e eu estávamos deitadas, ou melhor, esparramadas na minha cama.

 

— Tá, tá, mas me fala, o que você fez depois? — Perguntou-me curiosa, com a cabeça apoiada nas mãos.

 

— Eu o empurrei e disse para ele nunca mais fazer isso, ué — falei simples.

 

— O QUÊ? O cara é gato para um caralho, te beija e você simplesmente empurra ele e diz para ele não fazer mais isso? O que você tem na cabeça? — Perguntou indignada, me acertando com uma almofada de unicórnio que enfeitava a minha cama.

 

— Foi um beijo, e além do mais eu, nem queria. Mal o conheço — comentei protegendo meu rosto com as mãos.

 

— MAS ELE É LINDO! — Seu lado escandaloso deu sinal novamente.

 

— Quem é lindo? — A voz do meu irmão preencheu o cômodo, o que nos fez virar a cabeça rapidamente para a porta do quarto, o encontrando encostado de braços cruzados.

 

— Oi ‘maninho’, chegou cedo — falei tentando disfarçar.

 

— Oi Rafa! — Yuri o cumprimentou.

 

— Oi ___ e Yuri. Um professor faltou e nos liberaram mais cedo — respondeu. — E então, do que falavam? Quem é lindo? — insistiu.

 

— Ah, o ator do dorama que estávamos vendo — inventei uma desculpa rapidamente.

 

— É, ele é lindo demais! — Falou Yuri ajudando na mentira. — Luta, tem músculos, estilo e um carro maravilhoso! — Continuou, me fazendo beliscá-la, mas a mesma não se abalou e prosseguiu. — E aposto que beija bem, não é ___? — Perguntou e olhou-me com um sorriso cínico.

 

— Talvez — respondi orando mentalmente para que o Rafael não percebesse nada estranho.

 

— Que seja, já almoçaram? — Questionou.

 

— Ah, comemos algumas coisas — olhei sugestivamente para o monte de pacotes de salgadinhos espalhados pela cama.

 

— Isso não é comida. Sorte de vocês que eu passei em uma temakeria antes vir — falou nos fazendo levantar apressadas.

 

Passamos por ele que ria nos vendo descer as escadas apressadas para chegar a cozinha.

 

— Passei apenas para pegar umas roupas, trazer comida e deixar dinheiro. Se cuidem! — Disse andentrando cozinha depois de um tempo. Deu-me um beijo na testa, bagunçou os cabelos da Yuri fazendo-a dar um resmungo e saiu.

 

— Agora você vai me contar o resto! — Falou Yuri assim que ouvimos o som da porta da frente bater.

 

— Não tem mais o que contar Yuri, foi apenas isso — rebati dando mais uma mordida em minha comida.

 

— Que sem graça! — Reclamou. — Por que resiste tanto, ____?

 

— Não estou resistindo, eu apenas não quero nada com ele — falei indiferente.

 

— Ah, pelo G-Deus! Qual é o problema?

 

— Yuri, eu e ele somos diferentes demais e ele não quer nada com nada — expliquei.

 

— Como sabe que ele não quer nada? — Protestou. —  E outra ____, não importa se vocês são diferentes! Como é mesmo aquele ditado? Ah, os opostos se atraem! Isso ai!

 

— Não existe isso, Yuri. Ele não quer nada.

 

— Apenas deixa rolar! Se arrisca! — Exclamou. — Você precisa se arriscar mais, se ele não quisesse nada, não teria chamado você para sair! — Argumentou.

 

— Podemos falar de outra coisa? Esse assunto está me irritando — levantei-me recolhendo a louça suja.

 

Yuri suspirou derrotada.

 

— Tudo bem — revirou os olhos. — Mas, você ainda vai ceder — comentou por fim. Apenas a ignorei enquanto lavava a louça.

 

[...]

 

— Ainda não acredito que você me convenceu a ir nesse baile! — Reclamei emburrada enquanto Yuri pegava inúmeros vestidos e os posicionou em frente ao meu corpo, analisava e então fazia uma careta os colocando de volta na arara de vestidos.

 

— Vai ser divertido! É o seu primeiro baile de inverno! — Exclamou animada, lembrando-me de que no baile passado eu havia ido visitar minha família no Brasil.

 

Depois daquela conversa na cozinha — há dois dias atrás —, Yuri felizmente não tocou mais no assunto, e apenas me irritou para que eu fosse com ela no baile. Apesar de ter recebido alguns convites de uns meninos da escola, eu educadamente recusei porque planejava ficar em casa assistindo algum dorama e me empanturrando de comida. Mas, infelizmente, Yuri acabou com meus planos e agora me arrastou para uma loja enorme com mais vestidos do que posso contar. O baile seria amanhã a noite e ela estava eufórica falando que queria encontrar um vestido que combinasse com o terno do Jimin.

 

— Mas eu não tenho um par — tentei convencê-la.

 

— Você que recusou os convites que recebeu, fora que isso não é problema — falou me fazendo encara-la desconfiada.

 

— E por que não? — Perguntei, fitando-a. Ela me encarou arregalando levemente os olhos, mas logo suavizou sua expressão o que me deixou ainda mais receosa.

 

— Porque lá você encontra um par.

 

Yuri não me engana; ela está aprontando alguma coisa e eu irei descobrir o que é. Desde que nossa amizade começou, Yuri tenta me arrumar inúmeros pretendentes, e isso me deixa frustrada, porque eu não quero ninguém, e estou ótima sozinha.

 

— Yuri, o que está aprontando? — Questionei-a mais desconfiada do que antes.

 

— Nada, dongsaeng! — Droga, eu não tiraria nada dela. Mas eu irei descobrir o que ela está aprontando.

 

Havia algo errado, isso estava óbvio. Só preciso adivinhar o que é, mas sei que de Yuri eu não tiraria nada; precisaria descobrir sozinha.

 

— AI MEU G-DRAGON! — Yuri me ensurdeceu juntamente a vendedora que nos atendia. A mesma a olhou assustada, mas eu, como já estou acostumada com a amiga escandalosa que tenho, apenas a encarei normalmente.

 

— O que foi dessa vez? — questionei-a.

 

— OLHA ESSE VESTIDO! — mostrou-me um vestido* na cor bege com a parte de cima estilo corpete cheio de brilhos, com algumas linhas pontiagudas brilhantes que iam até a metade dele. Simplesmente magnífico.

 

— É lindo, Yuri! Você ficará linda nele! — Exclamei ainda maravilhada com a beleza do vestido.

 

— ___, sua bobinha! Esse é para você! — Respondeu colocando o vestido na frente do meu corpo. — Você vai ficar tão linda com esse vestido! Vá provar! — Empurrou-me para um provador.

 

[...]

 

Me olhei no espelho e nem parecia a _____ de sempre. Eu estava linda. Eu estava me sentindo linda. O vestido marcava bem as curvas latinas que meu corpo possui, também dava um destaque para os meus seios sem mostrá-los demais.

 

— ____, por que está demorando tanto? — Yuri entrou dentro do provador com o seu vestido no corpo, travando assim que me viu. — ____, você está linda! — Deu um gritinho de animação. Eu abaixei a cabeça, corada, o que era bem anormal. Raramente eu ficava corada por algo ou alguém, mas não conseguia evitar; cada vez que eu recebia algum elogio, fico uma pimenta.

 

— Obrigada — agradeci, ainda vermelha.

 

— Você fica tão fofa corada! — Apertou as minhas bochechas, o que fez soltar um resmungo. — Mas agora nós precisamos de um sapato!

 

[...]

 

— Para quieta! — Pedi pela milésima vez para Yuri enquanto eu tentava terminar de fazer ondas em seu cabelo, tarefa difícil de ser executada quando a mesma não calava a boca enquanto mexia no celular.

 

— Mas _____, o Jimin disse que tem uma surpresa pra mim! — Tagarelava enquanto eu finalmente havia terminado seu cabelo.

 

Faltava apenas uma hora para o baile e eu já havia colocado o vestido assim como Yuri e feito o cabelo; agora faltava apenas a maquiagem.

 

Assim que finalizei o cabelo da Yuri, fui para a frente do espelho e comecei a me maquiar. Fiz uma maquiagem neutra, levemente luminosa com um delineado ‘gatinho’ e cílios postiços. Passei um batom vinho para destacar minha boca carnuda já que, tanto o vestido como o sapato, eram beges.

 

— Você está linda! — Elogiou Yuri, dando o seu típico gritinho estérico.

 

— Obrigada! — Sorri. — Você está maravilhosa, Yuri! — Elogiei de volta.

 

— Eu sei — fez pose e ambas rimos.

 

— Me arrumei linda assim para ficar de vela, que lindo! — Ironizei.

 

— Para de drama e vamos logo, Jimin acabou de me enviar uma mensagem avisando que chegou! — Falou enquanto pegava sua bolsa e jogava a minha em mim.

 

Descemos rapidamente devido as buzinas impacientes do Jimin.

 

— RAFA, ESTOU SAINDO! — Avisei.

 

— ESPERA! — Brotou da cozinha. — Você está linda! — Falou me fazendo dar uma voltinha. — Mamãe quer uma foto — sorriu tirando seu celular do bolso. Puxei Yuri e ambas sorrimos para a câmera. — Ótimo, agora podem ir — guardou o celular. — Ah, antes que eu me esqueça, coloquei um spray de pimenta na sua bolsa! — Disse voltando para a cozinha. — FIQUE LONGE DE QUALQUER MENINO!

 

— Seu irmão é engraçado — comentou enquanto andávamos até Jimin, que se encontrava encostado no carro de smoking sorrindo para Yuri. Apenas observei os dois. Eles são um casal lindo. Os olhos de ambos brilham tanto quando se olham, é como se você pudesse sentir o amor deles.

 

— Você está linda — elogiou Jimin, dando um rápido selinho em Yuri. — Você também ___.

 

— Obrigada! — Sorri.

— Olha meu vestido combina com o seu smoking amor!

 

[...]

 

Chegamos ao baile. Jimin e Yuri caminhavam apaixonadamente em minha frente. Assim que entramos, observei a decoração. Estava tudo lindo. No teto haviam flocos de neve pendurados; toda a decoração era nos tons gelo, azul e cinza.

 

Caminhamos até uma mesa vaga que ficava perto de uma das várias estátuas que ali haviam. Ficamos um tempo conversando. Jimin fazia muitas piadas, o que ocasionava em muitas risadas vindas da nossa mesa. Passou-se meia-hora e eu resolvi ir ao banheiro. Assim que saí, senti um puxão não muito forte em meu braço. Olhei para trás e era um garoto do terceiro ano.

 

— Olá — sorriu.

 

— Olá — respondi sem entender o que ele queria.

 

— Está acompanhada? — Questionou-me.

 

— Ela está comigo. — Uma voz que eu conhecia disse se aproximando.

 

— Oh, desculpe — sorriu levemente constrangido e saiu rapidamente.

 

Virei-me para o lado e então o vi. Ele trajava um smoking grafite com uma blusa branca e gravata borboleta, e ainda assim tinha a pose de bad boy. Abaixei o olhar, notando uma rosa vermelha em sua mão.

 

— O que faz aqui, Yoongi?

 

— Soube que teria um baile e que você estava sem um par, então apenas vim — respondeu-me dando um leve sorriso de canto.

 

— Hum… e essa rosa? — Não pude conter a minha curiosidade.

 

— É para você — estendeu-me a rosa. Corei. Peguei a rosa e dei um sorriso gentil a ele.

 

— Obrigada.

 

— Você está linda — comentou colocando as mãos no bolso da calça.

 

— Obrigada. Você fica bem de terno — respondi-o com humor.

 

— Eu sei — piscou.

 

Então uma música lenta começou a tocar, eu a conhecia bem. The Night We Met do Lord Huron, por G-Deus! Eu amo essa musica.

 

I am not the only traveler

Who has not repaid his debt

I've been searching for a trail to follow again

 

 

— Eu amo essa musica! — Comentei animada.

 

Yoongi então, me estendeu sua mão.

 

— Me concede essa dança? — Sorriu. Peguei sua mão e o mesmo me guiou a pista de dança onde fomos recebidos com vários olhares. Eu não era popular, muito menos uma nerd. Eu era normal, não sofria por ser estrangeira por mais que às vezes recebesse olhares estranhos. Mas aqueles olhares eram diferentes. Era como se só agora ao lado do Yoongi, percebessem a minha presença.

 

Take me back to the night we met

And then I can tell myself

What the hell I'm supposed to do

And then I can tell myself

Not to ride along with you

 

Yoongi se virou para mim e então pegou gentilmente em minha cintura, levantando um pouco nossas mãos entrelaçadas. Levei minha mão livre ao seu ombro, descansando-a ali.

 

— Eu deveria ter dito antes, mas… eu danço mal! — Avisei-o.

 

— Não tem problema, eu guio você.

 

— O que veio fazer aqui? — Questionei o encarando. Seus olhos me fitavam de uma forma indecifrável, e eu poderia facilmente me perder em seu olhar.

 

— Eu precisava vir — Limitou-se a responder com uma expressão serena. Típico.

 

— Por quê? O que te trouxe aqui? — Indaguei curiosa.

 

— Você.

 

O encarei confusa. Já o mesmo me encarava com o costumeiro sorriso de lado, e olhar misterioso.

 

I had all and then most of you

Some and now none of you

Take me back to the night we met

 

— Eu? Porque? — Questionei confusa.

 

— Precisava saber se ainda queria me olhar depois daquele beijo.

 

Nos mexíamos calmamente assim como todos ao nosso redor, mas naquele momento era como se todo aquele lugar estivesse vazio e apenas Yoongi e eu estivéssemos ali.

 

I don't know what I'm supposed to do

Haunted by the ghost of you

Take me back to the night we met

When the night was full of terrors

 

— Você me intrigou, ____ — comentou.

 

— Você vive me dizendo isso — respondi dando um sorriso.

 

— Algo me faz querer ficar perto de você, algo me faz querer você — apertou a minha cintura, não muito forte, mas o suficiente para fazer meu corpo estremecer.

 

— Então fique — Encarei-o no fundo dos olhos.

 

— Você quer que eu fique? — Questionou-me mantendo o olhar.

 

And your eyes were filled with tears

When you had not touched me yet

Take me back to the night we met

 

Sorri lembrando do quanto eu havia ficado nervosa e pensado sobre me afastar, mas assim como ele, algo em mim me fazia querer ficar perto dele e eu não havia me dado conta disso até agora.

 

“Você precisa se arriscar.”

 

As palavras da Yuri ecoaram na minha mente como um sermão. Eu deveria arriscar? Deveria deixá-lo entrar no meu mundo? Ou melhor: eu estou pronta para entrar no mundo dele? Sem pensar muito, tomei uma decisão.

 

— Quero — respondi fazendo-o sorrir.

 

— Não me afaste mais — pediu aproximando seu rosto do meu.

 

— Não me dê motivos.

 

— E que tipo de motivos? — Seu hálito de menta se chocou com meu rosto.

 

— Vá com calma — foi mais um pedido.

 

— E se eu dissesse que quero beijar você agora, seria rápido demais? — Deu um leve sorriso de lado.

 

— Não, porque eu quero beijar você também.

 

I had all and then most of you

Some and now none of you

Take me back to the night we met

 

Ele sorriu abertamente com a minha resposta e então, sem esperar mais, ele aproximou sua boca da minha e me beijou. Sua língua pediu passagem e eu cedi. Beijamos-nos lentamente. Ele agarrou a minha cintura com possessividade, me puxando mais contra si. Minha mão, que antes estava em seu ombro, agora se encontrava em seu cabelos. Nossas línguas agiam em sincronia, e a sensação era de que eu estava dando o meu primeiro beijo.

 

Mas então, o ar fez falta e nos separamos, sorrindo um para o outro ao mesmo tempo em que os últimos acordes da música tocavam.

 

I don't know what I'm supposed to do

Haunted by the ghost of you

Take me back to the night we met

 

— Leve-me de volta a noite em que nos conhecemos, para que eu possa fazer diferente — falou ainda sorrindo para mim.

 

— O que mudaria?

 

— Trataria você melhor — fez uma careta como se estivesse lembrando daquela noite desastrosa. — Nosso primeiro beijo era para ser assim — comentou.

 

— Esse foi nosso primeiro beijo, até porque da outra vez, você me beijou e eu empurrei você — rimos.

 

Já estava tocando outra música, porém continuávamos ali, agarrados, desfrutando do momento. Ficamos alguns segundos em silêncio e então pude reconhecer a música que tocava, Thinking Out Loud do Ed Sheeran.

Yoongi pelo que sua expressão indicava, também conhecia a música. O mesmo começou a me guiar novamente para um dança. Dançamos e volta-e-meia sorrimos um para o outro; estávamos nos divertindo.

 

— Sabe, essa música tem razão. As pessoas se apaixonam de maneiras misteriosas — comentou enquanto me fazia dar um giro novamente. Fui de encontro ao seu peito e o mesmo me abraçou.

 

— O que quer dizer com isso? — Perguntei um pouco confusa com seu comentário.

 

— Você vai descobrir em breve. — sorriu.

 

[...]

 

Yoongi e eu sentamos na mesa que antes era ocupada por Jimin e Yuri. Entretanto, ambos sumiram, e só então que me dei conta de que era por isso todo aquele mistério da Yuri! Dei um riso abafado ao perceber isso.

 

— O que foi? — Perguntou Yoongi bebendo refrigerante. Claro, ele obviamente reclamou por não ter nada alcoólico e se obrigou a aceitar o refrigerante.

 

— Você, Yuri e Jimin estavam planejando isso, não é?

 

— Ah, então você percebeu — deu aquele maldito sorriso sacana. — Nossa, faz tempo que eu não vinha a uma escola — comentou olhando em volta.

 

— Sente falta? — Questionei.

 

— Nem um pouco — disse de uma forma engraçada, o que nos fez rir. — Esses garotos encarando você não é nada legal — falou enchendo as bochechas fazendo um bico fofo se formar em seus lábios.

 

— Até parece que as meninas não olham para você.

 

— Ciúmes? — Retrucou atrevido. — Não se preocupe, só tem uma garota que me interessa aqui, e ela é você.

 

— Finalmente encontramos vocês! — Yuri exclamou, chegando.

 

— Isso foi obra de vocês! — Olhei de maneira acusadora para ambos. Eles, por sua vez, apenas se olharam e sorriram cúmplices.

 

[...]

 

— Uma última dança? — Yoongi pede me estendendo a mão.

 

— Meus pés estão doendo — respondi fazendo uma cara sofrida sentada na cadeira.

 

— Não seja por isso! — Abaixou-se na minha frente e tirou meus sapatos, e em seguida me puxou para a pista de dança, colocando meus pés em cima dos seus. — Pronto — sorriu.

 

— Você é louco.

 

— Louco por você.

 

[...]

 

Yoongi e eu estávamos na frente da porta da minha casa. Ele havia me trazido até aqui e fez questão de me acompanhar até a porta dessa vez. Eu estava tímida, não sabia direito o que fazer. O que seria agora? Voltaria ao que era antes?

 

— Yoongi? — Chamei-o.

 

— Hum? — Murmurou, encarando-me com o típico sorriso de lado.

 

— O que acontece agora? — Questionei receosa.

 

— Vamos deixar rolar — respondeu dando uma piscadela enquanto sorria, dessa vez abertamente.

 

— O que somos?

 

— O que você quiser — disse antes de agarrar minha cintura e beijar-me novamente.