História Obsessive Fighter (Imagine Min YoonGi - BTS) - Eight

Obsessive Fighter, Capítulo oito — Nada

Ponto de vista por _____

Meus lábios tremeram, meu corpo travou. Fiquei sem reação, algo em mim estava diferente, era um sentimento ruim, minha boca salivou.

Suga ainda beijava Dae sem ao menos notar a minha presença. Mas talvez, por se sentir observado, olhou em minha direção e na hora seus olhos se arregalaram como e se corpo travou assim como o meu, como se ele tivesse tomado um choque de realidade. Mas, eu percebi que quem havia tomado um choque de realidade era eu. Suga e eu não tínhamos nada, nem sequer sabia se deveria considerá-lo um amigo. Tomando o controle do meu corpo, virei-me para sair dali, encontrando Yuri e os meninos encarando a cena. Foi então que eu parei para observar o ambiente no qual me encontrava: um ambiente sujo, cheio de bebidas, pessoas alteradas caídas pelos cantos, algumas brigavam enquanto outras incentivavam, outros fumavam algo longe de ser apenas cigarro… onde foi que me meti? Esse lugar é totalmente o adverso de mim, da minha personalidade… onde eu estava com a cabeça quando aceitei vir aqui? Ou melhor, quando aceitei toda essa situação com Suga?

Retornei a realidade ao ouvi-lo chamar meu nome.

— _____! — tocou meu braço, o que me fez virar para encará-lo. Não havia expressão em meu rosto, afinal, não havia motivos para ter raiva dele ou cobrá-lo algo, já que como dito, não havíamos nada. Mas se não havíamos nada, porque isso estava me atingindo de tal forma? Porque eu sentia uma dor em meu peito e uma angústia? — Posso explicar. — falou tentando aproximar-se. O impedi me afastando gentilmente.

— Não precisa se explicar, Suga. — respondi serena.

— Porque não? — olhou-me atônito — Olha, eu… — o interrompi.

— Não me deve explicações Suga, não temos nada. — minhas palavras pareceram tê-lo atingido em cheio, pois o mesmo mudou sua feição atônita para uma com um misto de raiva e… tristeza?

Suga encarou-me por alguns segundos como se processasse minhas palavras.

— Então para você tudo isso não foi nada? Tem certeza? — questionou fuzilando-me, não o respondi o que o irritou mais — Tem razão, não fomos nada. — riu.

Apenas virei-me e saí. E Suga nada fez além de olhar-me ir embora dali sendo seguida por Yuri e Jimin. Aquelas palavras doeram, e eu não entendia o porquê. Quando Suga se tornou tão importante? Porque algo em mim incomodava-se por saber que não éramos nada, porque eu queria tirar aquela garota de perto dele e beijá-lo? Porque me machucava tanto ele não ter vindo atrás de mim?

Pare com isso ____. Isso não é Hollywood. Não é um filme onde o lutador bad boy apaixona-se pela nerd. Ele não virá atrás de você pedindo desculpas pelas merdas que ele faz, porque isso é a vida real. Acostume-se com isso.

Fui tirada de meus pensamentos quando esbarrei em uma garota, que por sorte me segurou para que eu não me esborrachar no chão.

— Você está bem? — perguntou-me.

A tal garota me olhava com cautela, a analisei e percebi outra garota ao seu lado, ambas não eram coreanas, não eram muito altas, cabelos castanhos, uma com lindos cabelos cacheados e outra de cabelos lisos com leves ondulações nas pontas juntamente a mechas roxas.

— Sim, muito obrigada por me ajudar. Desculpe por esbarrar assim em você. — falei meio enrolada, ainda estava processando todos os acontecimentos da noite.

Elas me olharam e sorriram amigavelmente. Yuri aproximou-se de nós e parou ao meu lado.

— Minha amiga é uma estabanada, se não tropeçar pelo menos uma vez quando saímos, pode apostar que no outro dia chove! — disse fazendo piada com o desastre natural que eu sou.

As três riram, eu riria também, mas meu estômago estava embrulhado e meu coração apertado, algo em mim não estava bem.

— Tudo bem, essa aqui — a de cabelos cacheados apontou para a amiga — é igualzinha, foi um milagre não ter sido ela a tropeçar na sua amiga. — disse rindo e recebeu um peteleco de sua amiga.

— Vocês são…? — perguntou Yuri sugestivamente.

— Ah, sim! Sou Nick. — disse a de cabelos cacheados — Essa aberração roxa é a Bárbara. — terminou.

— Não sou aberração, você que não sabe o que é estilo! — disse Bárbara emburrada — Enfim, podem me chamar de Babi! — sorriu.

— Bom precisamos ir. — disse Yuri vendo que eu não estava bem — Até. — despediu-se, fiz o mesmo e seguimos para perto do Jimin que já estava próximo ao seu carro.

O caminho foi silencioso, nem mesmo Yuri puxou assunto, apesar de me olhar discretamente para trás.

Enquanto eu observava a paisagem através da janela tentando entender porque me sentia dessa forma. Qual era meu problema afinal? Suga e eu não tínhamos nada, isso ficou bem claro, então porque meu cérebro insistia em passar a imagem dele e daquela garota aos beijos enquanto ele dizia “Não fomos nada” tudo bem, quem disse primeiro fui eu. Mas essa afirmação doía bem mais vinda dele.

Nem notei quando Jimin estacionou em frente a minha casa, apenas me despedi e sai, sendo seguida por Yuri, olhei-a sem entender.

— Acha mesmo que vou te deixar sozinha hoje? Não. — riu — Te ligo para nos buscar. — falou para Jimin, o que me deixou mais confusa ainda. Ela se afastou do carro e veio até mim e saiu me arrastando para porta de casa, peguei a chave abrindo-a.

Subimos para o meu quarto em silêncio, ouviam-se apenas os nossos passos em contato com a madeira das escadas. Assim que entrei no meu quarto atirei-me em cima da cama, Yuri deitou-se calmamente ao meu lado e apoiou seu rosto em sua mão enquanto me observava, não liguei, apenas voltei a navegar por meus pensamentos, deixando-me levar por eles.

O que aconteceu hoje afinal? O que foi tudo aqui? Em um minuto ele foi carinhoso comigo, agia como se fosse meu namorado dos sonhos, no outro beija outra garota e me trata com frieza. Suga não era um cara de muitos sorrisos, isso era perceptível, mas comigo ele sorria. E agia de uma forma diferente, mas será que era só comigo? Todos sabiam da sua fama, e eu mesmo sabendo dela, mesmo sabendo que ele exalava perigo e problema, me aproximei. Deixei-o se aproximar, o deixei entrar no meu pequeno mundinho. Eu ainda não entendo o que sinto, e porque estou me sentindo desta forma, mas isso me deixa enjoada, me faz querer chorar. Mas eu não choraria, não por ele. Como eu disse, tendo a sua confirmação: não temos nada. Então não há o que lamentar.

Quem eu estou querendo enganar? É claro que eu estava magoada, eu sentia algo por Suga, algo forte. Só não sabia identificar o que era, apesar de ter minhas suspeitas, negaria até o fim. Não poderia gostar dele, Suga não amava ninguém. Sinto que eu gosto da mentira que criei na minha cabeça sobre ele, criei um príncipe na minha cabeça e ele está longe de ser um. Está longe de ser tudo aquilo que demonstrava para mim, ele poderia muito bem estar sendo daquele jeito para me conquistar e eu ser mais uma na sua lista.

— O que tanto pensa? — indagou Yuri.

— Em como eu sou idiota. — coloquei um travesseiro no meu rosto.

— Por quê?

— Eu tô me sentindo estranha. — minha voz saiu abafada por causa do travesseiro.

— Tira isso da cara. — falou tentando tirar o travesseiro.

— Não, me recuso. — o apertei mais ainda, Yuri bufou.

— Porque está se sentindo estranha?

Suspirei. Será que eu deveria falar tudo o que eu estava sentindo? Yuri era minha melhor amiga, posso confiar nela, mas dizer em voz alta me faz parecer mais idiota do que em pensamentos. Mas se eu dissesse a ela, quem sabe ela me ajudaria. Era isso.

— Eu acho que gosto do Suga. — soltei de uma vez. No mesmo instante o travesseiro foi retirado brutalmente do meu rosto e atirado para um canto qualquer do quarto.

Yuri me encarou com os olhos arregalados.

— VOCÊ OQUÊ?

Escondi-me debaixo das cobertas. Era infantil? Sim, mas eu estava passando por isso pela primeira vez. Eu nunca havia gostado de alguém, e o pior de tudo isso era que esse alguém é um idiota. Eu precisava acabar com esse sentimento, e por ele estar no início talvez não seja tão difícil.

— Eu não queria Yuri. Mas quando o vi com aquela garota, algo em mim se despedaçou, sabe? Algo aqui dentro, não está certo. Sinto uma angústia, em minha cabeça aquela cena fica passando como um flashback junto com o “não temos nada” isso me machuca me machuca mais do que deveria! O que eu estou sentindo Yuri? — questionei saindo de baixo das cobertas — O que é tudo isso? Como se para isso?

Yuri encarou-me e suspirou me puxou para seus braços e afagou meus cabelos como uma melhor amiga faria. Meus olhos marejaram, mas eu não queria deixar as lágrimas saírem porque sei que se eu deixar uma sair, não conseguirei controlar mais.

— Eu já tinha percebido isso. — começou Yuri sem parar de afagar meus cabelos — Me sinto culpada por isso, se eu não tivesse te incentivado a ir aquela luta, se eu não dissesse para você arriscar… — a interrompi.

— Unnie, você não precisa se culpar por nada. O idiota da história é o Suga. Você só queria que eu me divertisse.

Yuri ficou pensativa por alguns segundos, como se pensasse nas palavras certas para me dizer.

— Ele parecia gostar de você. Mas esqueci de que ele é um canalha. — rimos — Não se sinta assim, porque quem saiu perdendo foi ele. — ficamos um tempo quietas, eu estava quase dormindo com seu cafuné, mas ela resolveu quebrar o silêncio novamente — Você se arrepende? — questionou, parando o cafuné.

Ajeitei-me na cama, sentando-me para encará-la. Pensei um pouco sobre sua pergunta… Uma vez eu ouvi que não se deve arrepender-se de algo que já te fez sorrir, então não, eu não me arrependia. Mesmo no curto espaço de tempo que passamos juntos. Agradeço a ele por fazer aquele baile de inverno inesquecível. Mas sinto que coloquei expectativas demais, deixe-me levar por aquela noite e mentalizei um alguém totalmente diferente do que ele realmente é. No fim disso tudo, a culpa é minha por ter me deixado levar. Mas também dele por ser um idiota.

— Não. — falei depois de um tempo perdida em pensamentos.

— Posso saber o por quê?

— É mais fácil ter motivos para se arrepender do que, para não se arrepender, sabia? — ela me olhou confusa e riu.

— Se eu tivesse entendido, até revidava. — falou e rimos.

— Uma vez ouvi que não devemos nos arrepender daquilo que já nos fez sorrir algum dia, então não me arrependo ué. Na verdade posso levar como lição de não sair por ai gostando do primeiro cara que me chama para sair. — resumi.

— Ele não foi o primeiro cara que te chamou para sair. — revidou.

— Cala boca e não estraga o drama. — atirei uma almofada nela.

— Tu é audaciosa. — rimos — Mas admiro isso em você, se fosse eu, provavelmente estaria inundando sua casa de lágrimas. — e novamente rimos.

Deitados em minha cama uma do lado da outra encarando o teto, cada uma presa em seus pensamentos.

Poderia ser um momento triste em que eu ficava me lamentando, chorando por causa do bad boy que me iludiu, mas não. Era apenas minha amiga e eu tentando nos distrair. Eu estava triste? Sim. As lágrimas queriam sair? Sim. Poderia fazer drama? Sim. Mas eu não era assim, essa não sou eu. Isso é o que acontece nos livros clichês, e eu não estou em um. Eu estava triste, mas não iria afundar por isso. Até mesmo me sentia mais leve por finalmente admitir que sentia algo por ele.

— JÁ SEI! — Yuri gritou assustando-me, dei um pulo pelo susto e fui para de cara no chão — Tudo bem aí? — disse rindo.

— Cala boca. — falei me levantando — Já sabe o que?

— Não vamos ficar aqui nessa bad toda! Vamos para a festa do Jackson! — falou dando pulinhos, típico da Yuri. Nem lembrava mais dessa festa.

— Ah, não. Eu tô cansada, só quero a minha cama. — falei me atirando em cima da cama novamente.

— Nada disso! Vamos! Eu já combinei com o Jimin dele vir nos buscar, já são dez e onze da noite e a festa começa às onze. Vamos chegar atrasadas, mas assim temos mais atenção. Adoro! — saiu da cama indo direto para o meu guarda-roupa tirando várias roupas de lá. Bufei dando-me por vencida.

[...]

— Ainda não acredito que você me arrastou até aqui. — falei emburrada para Yuri enquanto ela me puxava até o bar tendo Jimin em nosso encalço.

— Para de reclamar e vamos curtir! Vai ser divertido.

Da última vez que me disse isso, conheci o Suga. Segurei-me para não dizer isso a ela.

— Ei! Olha só quem por aqui! — ouvimos uma voz grossa atrás de nós. — me virei para trás vendo Jackson olhando-me sem pudor de cima a baixo — Você veio! Eu te procurei pela festa toda. — falou se aproximando de mim. Sorri, mas era de nervoso.

— Olá. — disse a ele.

— Posso roubar a amiga de vocês um pouquinho? — perguntou para Yuri e Jimin.

Jimin o olhou sério, estranho nunca o vi assim.

— Não. — disse Jimin.

— Sim. — disse Yuri ao mesmo tempo. Ela o olhou raivosa — Pode sim, Jack! — empurrou-me para Jackson.

— Seu amigo não parece ir com a minha cara. — falou alto devido a música enquanto nos exprimimos entre as pessoas para passar.

— Jimin? Não ele é legal. — respondi.

Chegamos à parte inferior da casa, com um belo jardim. Jackson e eu nos sentamos na escada que separava o deck da grama.

— Vocês tem algo? — questionou e eu ri — Que foi? — perguntou confuso.

— É que o Jimin é namorado da Yuri. — falei e ele riu sem graça.

Ficamos nos encarando por um tempo, eu me remexi desconfortável e acho que ele percebeu.

— Mas você… é… quero dizer, você tem namorado? — neguei — um rolo — neguei — Então quer dizer que tenho chances? — piscou me fazendo rir.

Corei pelo que ele disse e sorri sem graça, olhei para baixo tentando disfarçar.

— Talvez. — respondi tentando controlar a timidez.

— E se eu te der um motivo para me dar uma chance? — perguntou se aproximando?

— Que motivo? — ergui a cabeça para encará-lo e fui surpreendida com um beijo.

De início fiquei assustada, não cedi ao beijo devido ao susto, quando ia tentar afastá-lo, Jackson foi afastado bruscamente de mim. Olhei para frente, e o vi.

Suga estava ali.