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História Obsessivo - Haise Sasaki


Escrita por: FlorDoDeserto1

Notas do Autor


Olá, quero avisa-los que esse capítulo é mais como uma introdução, apresentando um pouco os personagens. O segundo também terá uma parte assim, além de ser o ponto de vista do Kaneki.
Prólogo e capítulo 1 unificados.
Espero que gostem!

Capítulo 1 - Haise Sasaki


Fanfic / Fanfiction Obsessivo - Haise Sasaki

Prólogo

- Mãe! - Os gêmeos exclamaram ao mesmo tempo, se apegando a roupa dela. A mulher abriu os olhos, quase sem força.

- Ken... Haise... São vocês?

- Sim, mãe, somos nós. - Ken assentiu chorando.

- Oh, meus meninos... - Sussurrou, sentia um grande nó na garganta.

- Mãe... Sua barriga... -Haise proferiu, muito preocupado..

- Ah, sim... - Levou sua mão até seu abdômen,  que estava encharcado de seu próprio sangue. - Aquele ghoul... não estava brincando...

- N-não brinque com isso mãe. - O mais emotivo dos gêmeos a repreendeu, escondendo o rosto no braço da sua progenitora.

- Me desculpem... - Pediu, sentindo suas próprias lagrimas. - Por... Favor, eu preciso... Que me ouçam...

- Estamos ouvindo...

- Vocês são... crianças ótimas... - Tragou um pouco de ar. - Queria ter sido... U-uma mãe melhor... Para vocês... Sabe, eu me... Arrependo... -  A última palavra quase não pôde ser ouvida.-  Queria  ter levado vocês ao parque... Os abraçado e ter dito... O quanto que eu amo vocês... dois... Me... - Não conseguiu terminar o que tinha para dizer. Começou a tossir, cada segundo mais alto e forte. O pior veio em seguida, quando já não era mais saliva aquilo que jorrava pela boca, se não aquele liquido vermelho gritando a palavra morte.

- Mãe! - Kaneki gritou horrorizado.. - Por favor mãe, não morra, não morra, não nos deixe!

- Mãe... -  Haise murmurou, seu pequeno corpo estava tremendo.

- H-hais...

- Mãe?

As pessoas que observaram a cena ao redor sentiam muita pena daquelas crianças, não sabiam como consola-las, apenas passavam pelo local quando as coisas tomaram seu curso...

- Eu ainda estou aqui...  - Sorriu, docilmente. - ... Por favor... T-tome conta do seu irmão...

- Eu irei. - Prometeu, desabando a chorar.

-... Não tenham medo... Filhos. - As encorajou... - A minha dor apenas... está chegando ao fim... Mas v-vocês precisam... viver...

Kaneki engoliu em seco.

- N-não diga isso! Os médicos estão vindo! Eles... Eles vão te curar... - Ele sussurrou, seu coração batendo cada vez mais rápido. - Cadê a ambulância?! Por que está demorando tanto?!

-Não há mais tempo ... Ken... - Disse conformada, olhando para o céu... - Eu sinto... Muito... Por tudo que fiz a vocês... Me perdoam?...

- Não há nada o que perdoar mãe... - O pequeno  soluçou.

- Há sim, tem muita coisa... - Replicou, e voltou a olhar o rosto de seus filhos pela última vez. - Me desculpem... E-espero que... U-um dia... Po-ossam me perdoar... - Sua consciência começou a ficar cada vez mais pesada, e fechou lentamente seus olhos. Já não sentia dor, não ouvia mais nada e tão pouco sentia as mãos de seus filhos em si... Ah, a vida era tão injusta... Logo agora que pôde apreciar os lindos sorrisos dos seus pequenos príncipes... "Não pude cumprir minha promessa, meu amor..."  Tragou seu último suspiro, para entrar no sono profundo e eterno da morte... Um silêncio sufocante se formou naquela rua. Não foi dita nenhuma palavra, como voto de silencio. Haise abaixou a cabeça, sua mãe...

- Mãe?! - Kaneki aproximou seu ouvido no busto dela, esperando ouvir as batidas do seu coração, mas não ouviu nada...  Fez a mesma coisa para ouvir a respiração... O resultado o aterrorizou... Era como se estive... - Não, não, não, não! Mãe, acorde!

- Ken... - Sasaki apoiou a mão em seu ombro, estava arrasado. - -E-ela se foi...

- Não! Ela não pode! - gritou, afastando abruptamente a mão do seu irmão . - Vamos, mãe, acorde! - Sacudiu o corpo inerte da mulher - Por favor... - Soluçou.

- Ken... - O garoto abraçou o irmão, que se deixou fazer sem tentar impedi-lo.

- ... Nossa mãe... Ela...

- Calma, Ken, calma, tudo irá ficar bem... - O consolou, mas estava tão desolado quanto seu gêmeo. Segurava-se para não voltar a chorar, mas sua tristeza estava sendo maior que sua força por permanecer forte.

- Foi minha culpa, Haise... Minha culpa... Se eu não tivesse pedido... Se não tivesse pedido para ela nos levar ao parque, isso não teria acontecido... - Apertou os pequenos punhos, enquanto soluçava cada vez mais alto. - Eu... Eu...

- Pare Ken Kaneki! A culpa não é sua! Ninguém imaginou que aquele ghoul fosse aparecer!

Antes que o pequeno pudesse replicar, uma nova voz pôde ser ouvida.

- Seu irmão tem razão, Kaneki-kun. Aquele ghoul é um dos cinco foragidos que escaparam da Kokuria nesta manhã. Se há algo a ser culpado, que seja a falha de segurança da nossa organização.

Ambos olharam ao mesmo tempo para o dono da voz, encontrando-se com um rapaz alto de cabelos azul azulado e olhos incrivelmente cinzas, que eram levemente desbotados pelo óculos. De vista, ele parecia ser apenas um estudante modelo do colegial. Sério, atento e estudioso. Mas depois do que presenciaram, descobriram que muitas vezes a primeira impressão pode ser enganosa.

De qualquer forma, deviam suas vidas a ele, o rapaz aparecera bem no momento que o ghoul iria atacá-los, deixando-os deslumbrados  com a sua força e forma de lutar.

- Senhor Arima.. Quero agradecer mais uma vez... Por ter nos salvado... -Sasaki disse, com a cabeça abaixada. O  azulado não respondeu, mas, com sua expressão indecifrável, assentiu de leve com a cabeça.

- A CCG já entrou em contato com a sua tia. Ela irá chegar em meia hora....




Capítulo 1

O Sol do amanhecer começava a transpassar as cortinas do quarto, indicando que um novo dia havia iniciado. No banheiro, um rapaz de cabelos negros sorriu um pouco nervoso, terminando de por sua gravata. Ajeitou o nó e olhou para o espelho pela última vez, ficando satisfeito com o resultado. 

- Certo, eu consigo, eu sou capaz. - Disse para si mesmo, com um olhar decidido.

Saiu do cubículo e foi até a escrivaninha, onde pegou a sua maleta de trabalho e seu celular, colocando ele no bolso da calça.

Depois de abandonar o cômodo, atravessou o corredor e foi até o quarto do seu irmão, adentrando no aposento sem bater na porta.  Ao se deparar com seu gêmeo ainda dormindo, andou em paços de algodão pelo carpete de madeira, tomando cuidado para não esbarrar em nada. Não queria acordá-lo.

- Drog-...

Mas como era de se esperar, conseguiu tropeçar em seu próprio pé e caiu de cara com o chão, causando um grande barulho, só não foi maior porque o tapete abafou o som.

"Que dor..." Choramingou baixinho.

Como podia ser tão desastrado? Se a situação fosse diferente e não fosse sua intenção fazer silêncio, não teria tido tanta "sorte".

Levantou-se, limpando a poeira que havia pegado em sua roupa. Se surpreendeu ao ver que seu irmão continuava profundamente adormecido.

Amoleceu os ombros, sorrindo com compreenção.

"Ainda deve estar muito cansado", pensou.

Ele e Ken haviam ficados órfãos muito cedo, então ambos, pela situação em que viviam, foram obrigados a madurarem mais rápido. Trocaram a saída com os amigos por horas extras de trabalho, diversão por estudos e a vida social por racionamento de dinheiro. Nunca tiveram a ajuda de ninguém para nada, nem da sua tia, que quando apenas cumpriram a maior idade, foram praticamente expulsos da casa dela.

Eram só Ken e ele, um pelo outro. Não chegaram a conhecer o pai, segundo sua mãe ele havia falecido antes que os dois viessem ao mundo. A única lembrança que tinham dele era do seu grande acervo de livros deixados no escritório da sua antiga casa. Por conta disso se tornaram leitores ávidos de livros, sendo a única diversão que tinham quando ficavam sozinhos em casa.

Sentia falta de uma figura paterna, sim, mas depois de tanto tempo, já não dava muita importância ao assunto. Ken, em contrapartida, era o que mais sentia falta do amor paternal e,  foi a que mais sofreu quando perderam a mãe.

Ele se culpava pela morte dela.

Era logico que o garoto não tinha culpa alguma sobre o que havia acontecido, foi uma fatalidade. Mas, era da personalidade dele jogar todo o peso do mundo em suas próprias costas, sem compartilhar com ninguém a sua dor... Nem com ele, que era sua irmão... 

De certa forma, sabia que parte dessa frustração era jogada nos estudos. Além de trabalhar em um emprego de período integral, cursava o quarto ano literatura em uma das mais prestigiosas universidades de Tokyo... O grande desafio eram as semanas de provas. Via como Ken quase entrava a beira da loucura; passava noites em claro para estudar e acordava muito cedo no dia seguinte, não descansando nem perto do tempo que deveria.

A rotina desgastante estava acabando com seu corpo.

Naquele dia em questão, sexta, era sua folga no trabalho, então poderia descansar tudo o que não pôde nesses últimos dias.

Se dirigiu ao escritório do rapaz que jazia sob aquela cama, deixando uma nota presa em baixo de um porta-retrato dos dois, um lugar que entraria no campo de visão dele assim que esse abrisse os olhos.

Não sabia que há horas voltaria do trabalho, então pediu que  não o esperasse para almoçar.

Olhou para o relógio em seu pulso, 6:30 a.m, estava na hora de ir.

Outra vez tomou cuidado para não esbarrar em nada e saiu do quarto, descendo as escadas que ficavam na frente do cômodo.  O café da manhã já estava feito, o único trabalho que Kaneki teria depois seria de requenta-lo. Já tinha feito o almoço também, deixou-o no microondas.

- Bem, Ken ficará bravo comigo, ele disse que queria fazer o almoço hoje... Ah, mas tenho certeza isso passará muito rápido quando ver que preparei seu prato favorito... - Coçou o queixo, pensativo. - Nah, não vou pensar nisso agora, vamos lá, Haise Sasaki, você não pode chegar tarde no primeiro dia de trabalho!

Dito isso, calçou seus sapatos sociais e deixou o apartamento, se dirigindo a estação de metrô, que ficava há  duas quadras dali. Ele também era uma pessoa ocupada, mas diferente de Kaneki, optou por uma profissão que não requeria tanto tempo de estudo e sim de coragem...

" Investigador Ghoul" veio a sua mente.

Se em algum momento da sua infância alguém dissesse que ele, Haise, se tornaria uma dessas pessoas que andam pelas ruas de Tokyo a procura de ghouls, "os inimigos mortais dos humanos", para dete-los - na pior nas hipóteses matá-los- ele teria rido timidamente e diria que a pessoa a havia confundido com outro alguém. Que era impossível que uma criança medrosa  como ele fosse se tornar um investigador, era incapaz de machucar um inseto.

Mas, também ficaria surpreso se soubesse que sua opinião mudaria tão rápido...

...

Com sorte, chegou cedo na sede principal da CCG. Adentrou o prédio e andou alguns metros até chegar na recepção. Havia duas mulheres ali, as duas ocupadas fazendo algo no computador, nem perceberam a sua presença. Ficou tamboreando  o dedo no balcão a espera de atenção, mas, no final, se deu por vencido.

- Ehen - Coçou a garganta. Ambas recepcionistas o olharam ao mesmo tempo.

- Oh, senhor, me perdoe. - Uma delas disse envergonhada, era uma bela moça de cabelos castanhos ondulados e olhos verdes. - No que eu posso lhe ajudar?

- Eh, eu queria saber onde fica o escritório 102... - Voltou seu olhar para o papel que havia retirado do bolso. - Aqui não diz o andar.

- Espere um intante por favor. - Sasaki assentiu, vendo como ela pesquisava algo no computador - Aqui, fica no sétimo andar, ao lado das máquinas de café.

- Entendi, obrigado pela ajuda! - Agradeceu sorrindo.

- Não foi nada. - Ela também sorriu. - Senhor...?

- Ah, me chamo Haise Sasaki- Respondeu a dúvida dela.- Senhorita... Kanade. - Leu seu crachá - Devo ir agora. De novo agradeço pela ajuda!

Saiu dali, passou pelo detector de RC e foi em direção ao elevador, apenas pode escutar como elas comentavam entre si algo como "Os novatos daquele ano não eram de se jogar fora".

Se sentiu muito envergonhado com isso, era muito tímido em certos aspectos e também um desastre com as garotas. Não sabia como lidar com elas...

As portas finalmente abriram e ele pôde entrar no elevador, mas antes que as portas voltassem a se fechar e ele pudesse se ver livre dos cochichos "indecentes" das recepcionistas, um homem enorme com uma máscara cirurgica entrou correndo no cubículo, deixando-o assustado. De onde ele havia aparecido? Antes que pudesse perguntar alguma coisa, o homem se justificou.

- Desculpe por entrar desse jeito, não posso falar alto. O outro elevador está em manutenção e esse é o único que está funcionando...

Cabelos negros, alto, olhos verde esmeralda e pele morena.

- Me perdoe intromissão, mas o senhor está doente? - Haise perguntou com curiosidade, mas sem deixar a formalidade de lado.

- Ah, sim, é apenas uma virose, já está melhorando. - Comentou e o olhou, amigável. - Desculpe, eu nunca te vi por aqui. Você é de outro distrito?

- Ah, não, estou começando agora - Sorriu um pouco timido. - Eu me chamo Sasaki, Haise Sasaki. - Se aprentou, fazendo uma reverência.

- Prazer, sou Kotarou Amon, primeira classe. - Também se apresentou. - ... Sasaki-san, já conhece seu mentor?

- Sim... É o Kishou Arima-san.

- Wow! O classe especial Arima.. Ele é um excelente professor e profissional - Elogiou o homem, não escondendo sua admiração. - Você está em boas mãos, investigador de rank três Sasaki.

- Sim!

Continuaram e conversar por alguns minutos. Trocaram números de celulares e quando Sasaki encontrou a sala 102, se despediu do amigo que havia feito, não antes de prometerem combinar que um dia sairiam para tomar umas cervejas entre colegas.

Se tornar investigador tinha muitos pontos positivos, um deles era conhecer pessoas interessantes.

Esperava encontrar mais investigadores como Amon na CCG tornaria sua jornada menos séria e cansativa.

"Você já conhece seu superior?" Lembrou da pergunta de Amon. Era certo, conhecia Kishou Arima, mas não haviam se encontrado em onze anos. Então, com tantas coisas que um investigador como Arima teria para fazer, deveria ter esquecido há tempos de uma das muitas crianças que já salvara em sua carreira.

Sorriu, conformado de ser sido esquecido.

Adentrou  seu escritório, que se encontrava vazio, dado que ainda era muito cedo. Era de uma mobilia confortável e rústica, com cores amadeiradas e envernizadas. Sentia um pouco de cheiro de coro. Do lado de trás da grande poutrona havia um conjunto de persianas fechadas. Foi até elas e apertou o botão para abri-las, dando-lhe uma linda visão do 1° distrito de Tokyo.

- Poderia ficar o dia inteiro observando esse lugar... - Pensou alto.

Voltou seu olhar para mesa menor ao lado da principal, vendo a pilha de papel que tinha ali.

"É, parece que nada de ação para os novatos"

Suspirou e, com resignação se dirigiu até a sua mesa, seria um dia longo...


Notas Finais


Gente, eu não vou exigir (até porque eu não posso exigir nada) mas comentem, se gostaram, se não gostaram ou se acharam mais ou menos. Preciso muito da opinião de vocês para formular decorrer da história.
Até amanhã!


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