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História OC – Fantasia – 2: Dança dos dragões - Capítulo Único


Escrita por: vampireblood

Notas do Autor


Fic feita em arial tomanho 11 para o OC organizado pela Tayfofanms e OCritico.

Capítulo 1 - Capítulo Único


Dança dos dragões



Vocês acreditam em vampiros? É claro que sim, acreditam em lobisomens? É claro que sim, mas vocês acreditam em outros seres? Por exemplo, um ser que é um tipo de réptil alado. Onde consegue voar pelos céus o quanto quiser? Ainda não caiu a ficha? Então por que não pense em... Dragões...

Eu nasci em uma pequena vila/tribo chamada Dark Flame. Como eu sou a filha do chefe os outros “dragões” esperam mais de mim. Mas eu não sou um dragão comum, aliás, nenhum de nós é.

Somos da mesma linhagem dos dragões, mas ao contrario deles conseguimos virar humanos quando quisermos. Mas, nem tudo é um mar de rosas. Por eu ser a filha do chefe eu participarei da “dança dos dragões” que seria um tipo de festival onde nós viramos dragões e voamos de um lado para o outro como se dançássemos. Eu me lembro da primeira vez que eu o vi, ou pelo menos, que eu me lembre.

{Flashback On}

Eu tinha apenas 9 anos. Nossa tribo estava fazendo os preparativos para o festival. Eu não podia ajudar por temerem eu me ferir. Então eu apenas os observava, sentada em uma cadeira com a mão apoiando a minha cabeça. Eu suspirava com tédio. O festival acontecia uma vez ao ano e por incrível que pareça meu aniversário era justo naquele dia. 1º de novembro.

O vento começou a ressoar naquele lugar. Meus cabelos loiros a voarem diante daquele vento que batia contra o meu rosto suavemente. Tudo aquilo era mágico, para mim pelo menos.

Eu nunca tinha visto neve. Como o local onde a tribo se encontrava era uma região de temperaturas altas. Nunca vi um único floco de neve naquele lugar. Mas seria demais. Era dia 31 de outubro. Faltava um dia para o meu aniversario e para o festival.

Esbocei um sorrisinho de canto. Ouvi um ranger, olhando pro lado, uma velha senhora colocava uma cadeira ao lado da minha e se sentava. Ela era a minha avó, seu nome era Sam. Apesar de ser uma velha senhora ela já foi uma das poucas lideres mulheres da tribo.

- Emily! – ela me chamou, a olhei com aquele sorriso de canto em meu rosto. – Você está ansiosa para ver o festival amanhã?

- Sim! – respondi alegremente. – Como também o meu aniversario! – eu comecei a rir. Minha avó também. E então eu desviei o olhar.

Eu olhava para aquele céu vasto e azul, aquelas nuvens branca que parecia algodão doce. O sol escaldante, eu nunca gostei do calor, como nunca gostei do frio. Mas aquele dia para mim era especial como todos os outros, menos a páscoa, eu não acreditava em um coelhinho que dava ovos de chocolate, apesar de sempre ter acreditado em fadas.

- Emily. – eu a olhei. Ela tinha um olhar sereno e um sorriso calmo. – Minha hora já está chegando! – falou me olhando. Eu fiquei surpresa, logo um dia antes de meu aniversario ela foi dizer aquilo? Fiquei magoada ao ouvir tal coisa. Mas não me deixei abater. – Não hoje, e talvez nem amanhã. Mas em breve em um futuro não muito longe como não muito perto.

Ela começou a dar pequenas risadinhas. Desmanchei aquele rosto magoado e ri junto com ela. Dentre todas as pessoas da tribo a vovó era a única no qual eu mais me sentia a vontade.

No dia seguinte eu tinha acordado seis da manhã, que era raro. Saí de minha casa e dei uma volta pelo local do festival onde estava praticamente pronto. As fitas, as barracas, as mesas. Até os fogos de artifício estavam preparados e guardados.

Eu sentia aquela brisa leve brincar com meus cabelos e acariciar a minha face, eu me sentia tão querida. Naquele dia eu embarcava aos 10 anos, como também veria a “Dança dos dragões”.

Lá pelas nove da manhã o pessoal começou a acordar e terminar os preparativos daquele lugar. Eu andei até a colina. Onde tinha um desfiladeiro. No festival era tradição os Draki pularem ele e se transformarem para voarem durante o festival. É claro que somente aqueles que controlam a transformação que podem participar para que não houvesse nenhuma complicação.

Cheguei perto do desfiladeiro e vi aquela abertura sem fundo. Aquela escuridão não permitia ninguém ver o final. Eu sempre me perguntava o que tinha no final, ossos? Rochas? Animais mortos? Fosseis de dinossauros? Mas como sempre era minha imaginação.

Meus cabelos loiros caíram sobre meu olho esquerdo. Olhei para trás e percebi de que em breve os preparativos estariam prontos. Saí correndo até onde o restante do pessoal estava. Muitos preparavam as refeições, outros os enfeites que faltavam. Como todo ano comemoraríamos o meu aniversario junto.

Andei até em casa, onde ao entrar no quarto da minha avó ela estava deitada ainda. Cheguei perto dela e toquei a sua pele onde era quente e aconchegante, como sempre. Ela abriu os olhos me olhando serena. Sorriu para mim e se levantou.

- Como vão os preparativos? – me perguntou. Eu apenas sorri. – Entendo.

Ela saiu andando até um pequeno altar que ela tinha de meu avô que morrerá a anos, antes mesmo de eu nascer. Ela rezou por ele. Saí de seu quarto e desci as escadas encontrando a minha mãe que estava terminando de fazer o meu bolo de aniversario.

- Olá Emily! – falou sorrindo para mim. – E sua avó?

- Já acordou! – respondi sorrindo. – Quando vai começar a festa?

Ela me olhou e então sorriu. Eu realmente estava ansiosa para ver a festa e o pessoal voando. Mas não podia ficar muito ansiosa, afinal, e se algo desse errado? Decidi sentar no sofá da sala e ler um livro. Acabei adormecendo depois de meia pagina e era o começo ainda por cima.

Assim que acordei já era de noite. Saí correndo para fora de casa e cheguei até a festa. Onde todos os Draki se divertiam comendo e bebendo. Minha avó também sorria jogando alguns jogos. Senti alguém tocar o meu ombro, olhando para trás vi o meu pai.

- Filha. – ele me chamou. – Chegou a hora!

Eu sorri. Ele me carregou até aquele precipício e me pôs no chão. Quase todo mundo da tribo estava ali presente. Meu pai mais um grupo de pessoas, incluindo a minha mãe estavam preparados para sair voando.

E então vi a luz do luar acertando aquelas tochas acesas, o brilho e a energia que ali emanavam eram lindos, as chamas pareciam até azuis. Sorri com tal coisa. Vislumbrei mais uma vez tal cena e voltei o olhar para os meus pais.

Eles saíram correndo e pularam repentinamente o penhasco, mas então tudo o que eu vi sair de lá foi vários dragões. As suas asas batiam ao ritmo do ar. Eles se agruparam no céu e começaram a se mover melodiosamente. Aquilo era lindo. Eles se moviam graciosamente. Aquilo era uma dança em sincronia. Eles cuspiam fogo ao mesmo tempo, como também sobrevoavam sob nossas cabeças fazendo aquele vento forte sobre nós.

Queria que nunca parassem, mas infelizmente pararam. O relógio da tribo soou, fazendo com que eles descessem encerrando a apresentação. As asas desapareceram, as garras se transformavam em unhas humanas, aquela pele de réptil sumia fazendo surgir àquela pele humana de sempre. Meus pais chegaram perto de mim e me abraçaram. Eu retribuí o abraço, feliz.

- O que achou da apresentação meu anjo? – perguntou minha mãe sorrindo.

- Adorei! – respondi sorrindo de orelha a orelha. – Mas, mãe ao invés de “anjo” me chama de “dragão”! – exclamei.

- Ok! – falou o meu pai acariciando a minha cabeça. – Nossa pequena dragão!

Eu comecei a rir naquela noite, foi o meu melhor aniversario e a melhor festa de todos os tempos.

{Flashback Off}


Já se passou 12 anos, já tenho 22 anos e até hoje o pessoal da tribo não me permitiu participar daquela apresentação. Há 7 anos minha avó morreu de uma doença terminal, não tinha nada a se fazer.

Eu não posso participar pelo simples fato de meu lado dragão não ter acordado. Que era estranho, geralmente até os 19 anos o seu lado dragão despertava, mas não foi o meu caso.

Meus cabelos loiros chegavam até a minha cintura de tão longos que eram. Minha pele ávida parecia em contraste naquele sol escaldante. Meus olhos azul safira pareciam cintilar em minha pele.

Suspirei e saí andando. Como todo ano estão preparando os preparativos para o festival, como todo ano eu não posso ajudar, como todo ano... Ficarei de fora.

Resolvi andar até a floresta que ficava perto da tribo. Enquanto eu vislumbrava aquela visão das arvores eu pude ver mais para frente um lago. Cheguei perto dele e vi aquela majestosa água azul cintilar. Peguei uma pedrinha e com impulso a joguei contra as águas que quicou até cair nas profundezas. Dei um leve sorriso de canto.

Olhei para o céu azul vasto, para as nuvens brancas que pareciam algodão. Tudo Aquilo era digamos, mágico...

Me sentei no chão observando as folhas das árvores voarem ao vento. Aquilo era divertido para mim. Peguei outra pedra e a joguei contra a água, fazendo-a quicar e então afundar.

Desabei no chão, vislumbrei o céu e então fechei os olhos. Mas então ouço um grunhido e abro os olhos rapidamente. Um dragão deveria estar por perto. Mas eu não sentia a presença de nenhum.

Toquei o meu pulso, estava normal. Minha cabeça não doía nem nada. Aquilo tinha sido uma ilusão? Não, não fora.

Me levantei rapidamente e olhei para os lados na esperança de ver alguém da tribo e saber de que aquele grunhido era dele. Mas não apareceu ninguém. Pus a mão na boca com o intuito de berrar. Fechei os olhos novamente e então eu pude vê-lo.

Eu vi uma calda de réptil brincar na escuridão, olhos amarelos e pupilas negras vagando naquela imensidão obscura. Eu cheguei a achar ter sentido aquelas escamas ásperas em minha mão humana.

Abri os olhos e retirei a mão da boca. O meu queixo tremia. O que era aquilo? Eu não sabia. O porquê de eu ter visto aquilo? Eu também não sabia. Olhei para os lados assustada e sai correndo.

Nem passei pela tribo. Peguei um atalho que dava direto no precipício. Olhei pro chão e comecei a me lembrar dos últimos momentos de minha avó.

{Flashback ON}


- Não vá vó! – sussurrei enquanto as lágrimas desciam em meu rosto. – Eu imploro!

Com as suas últimas forças ela levantou seu braço secando uma lágrima minha e então disse.

- Não se preocupe pequena! – murmurou triste, mas com a expressão feliz. – Mesmo que eu morra você é uma Draki. – fez-se uma pausa. – Eu sei de que o seu lado dragão será um dos mais belos da tribo, e sei de que você será uma das melhores chefes assim que seu pai se aposentar.

Quando eu ia dizer algo a sua mão caiu, seus olhos ficaram vagos e sua pele que antes era quente feito uma lareira acesa, ficou fria que nem neve, ou até mais. Eu comecei a chorar litros e mais litros de lágrimas. Eu amava a minha avó, então por quê?

{Flashback Off}


Suspirei e andei até a ponta do precipício. Olhei para o além que ali tinha. Novamente pensamentos sobre o que teria ali me vieram à mente, juntamente com um rugido. Coloquei a mão em meu coração, ele batia tão rápido que parecia que iria pular de minha garganta indo embora e nunca mais voltando.

Olhei para o céu. O sol já estava se pondo, logo seria de noite, e logo começaria o festival. Dei um passo para frente ficando mais próxima do abismo que parecia por alguma razão fazer um rugido dentro de mim.

Parei. Me virei olhando as pessoas da tribo aparecerem felizes. Mas então assustadas a me ver tão próxima da morte. Meus pais me olharam com os olhos arregalados perplexos. Meu pai tentou dar um passo para frente, mas movi o meu pé automaticamente para trás, prestes a pular.

- Emily, venha aqui minha filha! – chamou a minha mãe, por mais que eu quisesse. Meus pés não se mexiam e aquele rugido parecia ficar mais ensurdecedor. – Está na hora de eu, seu pai e os outros dragões pularmos, acho melhor você voltar.

Ela sorriu para mim, meu pai esperava eu voltar. Eu os olhei. Lambi os meus lábios ressecados e os olhei com um olhar desafiador.

- Não!

Respondi por fim e pulando o precipício. Ouvi o meu pai gritar o meu nome. Mas não sei se realmente foi ele.

Eu levantei a minha mão para os céus e vi de que as minhas unhas estavam como garras. A minha pele virava escamas ásperas verdes, meus dentes antes humanos viravam presas. E então eu rugi.

Emergi daquela escuridão rugindo. Meus pais e todos ali presentes ficaram impressionados. Eu tinha virado um dragão.

Cuspi fogo acendendo as tochas que pareciam fogo azul na luz da lua. Voei aos céus e mergulhei naquela escuridão do abismo. Com o meu fogo eu consegui acender ao menos uma luz naquele lugar. Vi então o que tinha ali dentro. Eram apenas rochas e mais nada. Isso me deixou feliz, uma duvida cruel já se fora de meu coração.

Ouvi meus pais gritarem meu nome. Voei até os céus e rugi. Meus pais pularam o desfiladeiro e saíram em forma de dragões. Dançamos com nós mesmo. Aquilo tudo era mágico. Os ventos contra a minha pele, ou melhor, escamas. Meus olhos draconicos vendo tudo aquilo que antes eu não poderia ver e saber a sensação.

Pousei em uma rocha que ficava no alto de uma pequena montanha. Meus pais desceram ao meu lado. Foi então que me lembrei das palavras de minha avó de que eu serei sempre uma Draki e de que eu seria uma bela dragoa! E ela estava certa! Eu era um dragão, meus pais junto comigo, pela primeira vez eu senti a sensação verdadeira de ter asas e voar entre as nuvens.

Olhei para o céu novamente e cuspi fogo junto de meus pais. Aquela “Dança” foi à melhor até hoje. Minha mãe logo desceu para se juntar com os outros. Meu pai por outro lado me olhou.


- Você quer ficar mais um tempinho como um dragão? – me perguntou através da telepatia por não conseguirmos falar pela boca quando somos dragões.

- Claro pai! – respondi eufórica. – Só mais dez minutos! Prometo!

- Mais dez minutos e então desça! – falou feliz. – Hoje é o seu aniversario de 23 anos!

- Isso só me lembra de que em breve serei uma mulher de 30 anos! – exclamei rindo.

Meu pai sorriu, ou tentou ao menos. Saiu voando indo de encontro com a minha mãe e o pessoal. Rugi e sai voando pelos céus. Cuspi novamente fogo. Aquilo era algo realmente inigualável. Voei sobre o lago que eu estivera mais cedo, pelo céu, sobre meus pais, aquilo era mágico.

Quando finalmente pousei, minhas escamas viraram pele, minhas presas viraram dentes, até eu retomar a minha forma humana. Todos vieram me abraçar comemorando o nascimento de meu Draki. Me jogaram no ar enquanto me seguravam falando “hip hip urra urra”. Eu ri enquanto aquilo acontecia.

Até que a coisa mais inacreditável aconteceu. As nuvens se aglomeraram e então um floco de neve caiu. Eu sorri, era a primeira vez que eu tivera visto um floco de neve. Logo vários outros começaram a cair. Nós não precisávamos de casaco pelo fato de nossa própria pele ser um casaco por natureza. Mas mesmo assim a fumaça de frio passou pela minha boca. Abria a mão e um floco de neve caiu nele e então virou água.

As tochas se apagaram com a neve, meus pais novamente me abraçaram e colocaram seus braços em volta de mim. Todos nós fomos para o festival, apesar de ter sido a nossa primeira neve desde muitos anos, não poderíamos deixar o festival de lado.

Assim que me cansei eu caí em cima daquela fina camada de neve que tinha no chão. Ela ainda caia levemente, em cima de meu rosto. Pisquei feliz. A fera em mim parecia relaxada depois de um bom vôo. Meu coração não pulsava mais tão loucamente, mas mesmo assim continuava a pulsar forte.

Ainda deitada eu podia sentir as minhas costas arderem para que o frio não penetrasse em mim e destruísse o meu calor. Que seria impossível.

No mesmo dia do meu aniversario, eu virei um dragão, participei da dança, comemorei o festival e acima de tudo... Nevou...

Eu ri com tal pensamento. Tudo que poderia acontecer um dia aconteceu justamente no dia de meu aniversario.

Alguém me chamou. Eu me levantei apressadamente e passei a mão nas minhas roupas para retirar a neve. Eu não poderia parar naquele momento, o festival apenas começou para mim, assim como as danças...

Olhei aos céus vendo silhuetas de alguns dragões voando enquanto comemoram o festival. Eu sorri totalmente feliz me imaginando novamente fazendo tudo o que fiz naquela noite. Mas logo a imaginação sumiu quando eu ouvi minha mãe me chamando. Eu olhei para ela sorrindo e sai correndo. Não me importei com o fato de estar nevando, nem de que eu tinha virado um dragão. Ok, eu realmente fiquei eufórica com tudo aquilo, mas no fundo, bem no fundo de meu ser eu sabia de que o meu lado dragão não tinha despertado até aquele dia por que ele apenas esperava. Esperava o momento certo.

Você colhe o que planta. Não é mesmo? Eu plantei duvidas, incertezas, tristezas e felicidades. Agora tudo voltou em me transformar em um dragão. Gritei aos céus feliz da vida, tanto que meus pais e a tribo até estranharam, mas logo começaram a rir de mim, e eu também cai na gargalhada...


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