1. Spirit Fanfics >
  2. Oculto. >
  3. Juro que não vi!

História Oculto. - Juro que não vi!


Escrita por: Takkano

Capítulo 3 - Juro que não vi!


Naquele momento, Reiner não soube o que dizer a Bertholdt, mas, de uma coisa ele tinha certeza, não diria a verdade; pelo menos não toda ela.

– E... eu estava te procurando.

– E você... - o rosto de Bertholdt ficou tão vermelho, que Reiner teve que desviar os olhos para não acabar se entregando de novo. – … você me achou?

– Cla... claro que não né, Bertholdt. Agora deixa eu ir buscar o seu livro.

Antes que Bertholdt perguntasse mais alguma coisa, Reiner saltou do beliche que dividia com o melhor amigo, pegou um casaco e saiu noite afora, ignorando os chamados aflitos do outro.

Embora tivesse as ruínas como destino mais uma vez, Reiner sentia que caminhava meio sem rumo. Qual era seu problema afinal? Será que não podia agir como o adulto que era? Precisava mesmo sair daquela forma, deixando Bertholdt falando sozinho? Reiner sabia que estava errado.

Assim que chegou lá, nas ruínas, encontrou o livro de Bertholdt jogado no chão, encharcado pela chuva. Pegou o objeto com receio que ele se desmanchasse por completo. Abriu a capa e folheou duas páginas, vendo as letras escorrerem, formando pequenas gotas de tinta.

– Ah, Bertholdt vai me matar. - Reiner ficou desesperado ao ver a situação do livro favorito do amigo.

– Tá tudo bem, Reiner. - Reiner levantou o rosto assustado, ao ouvir a voz de Bertholdt. – Eu nem estou bravo nem nada.

Bertholdt estava bem a sua frente, todo molhado por causa da chuva.

Os cabelos negros e lisos colado a testa, lhe davam um ar sedutor. Os olhos verdes se destacavam na pele extremamente pálida pelo frio. Os lábios, também ganhavam destaque; vermelhos e trêmulos pela respiração pesada.

Uma pontada de desespero bateu quando viu Bertholdtt olhando em volta, como se procurasse por algo.

– Seu livro...  eu sinto muito mesmo, Bertholdt, me perdoe.

– Não sério eu já decorei o livro todo. Ah, Reiner... - Bertholdt evitava encarrá-lo. – Você estava aqui antes? Tem certeza que não me viu?

– Já disse que não. - Reiner se moveu discretamente para o lado; precisava tapar certo burraco. – Por quê? Você estava por aqui por acaso?

A imagem de Bertholdt se aliviando veio a mente de Reiner. Ele encarou o amigo ali, todo molhado, com a roupa colada ao corpo. Nunca tinha reparado em como aquele pijama era fino; dava para ver perfeitamente cada traço do moreno. Sentiu as pernas amolecerem e uma grande onda de calor se concentrar onde não devia.

Viu Bertholdt puxar a roupa tentando ajeitá-la melhor. Bertholdt cruzou os braços na frente do corpo. Reiner imaginou se Bertholdt sentia frio ou vergonha por ser observado tão diretamente por ele.

Reiner retirou o casaco e jogou sobre os ombros do amigo para cobri-lo.

– A sua roupa é muito fina. - Droga, não precisava admitir que estava mesmo reparando nisso, não é. – Melhor se cobrir ou vai pegar um resfriado.

– Obrigado, Reiner.

Reiner sentiu um arrepio gostoso percorrer seu corpo. A voz de Bertholdt estava manhosa; tinha um timbre tão inocente nela.

– Nã... não foi nada. Vamos embora logo.

Os dois foram direto ao acampamento, mas Reiner não entrou no dormitório, disse que precisava pegar um pouco de água quente na cozinha. Falou apena para o moreno retirar as roupas molhadas e esperar pela água.

Levou a água quente e pediu para Bertholdt se sentar em um banquinho. Jogou um pouco de água morna sobre os ombros do amigo, aquecendo-o. Passou uma das mãos sob a pele de Bertholdt, retirando o excesso de água dali. Não sabia que homens também podiam ter a pele tão macia assim; principalmente guerreiros, como eles.

Ficou repetindo a mesma coisa no mesmo lugar por muito tempo sem perceber.

– Re... Reiner, eu estou ficando com frio.

– Nossa, me desculpe Berth! - Reiner correu secar os cabelos do amigo.

– Não precisa disso, Reiner. Deixa que eu mesmo seco, vai lá tomar o seu banho antes que toda a àgua esfrie.

Bertholdt continuava vermelho. Reiner pensou se não havia usado a àgua quente demais.

– Hai! - Reiner começou a jogar o resto da água quente em seu corpo, evitando olhar para Bertholdt que se secava bem ao seu lado.

Depois de um bom banho quente, ambos foram finalmente dormir; exaustos. Por mais cansados que estivessem o sono parecia não vir. Era desconfortável ficar assim, um olhando para o outro, daquela forma. Era como se os dois tivessem algo a esconder.

– Reiner, eu fiquei preocupado com você. Hoje você me pareceu tão inquieto.

– Bobagem Bertholdt, eu não estava inquieto. E você não precisa passar o dia todo preocupado comigo.

– Desculpe eu não consigo evitar! Acho que já me acostumei.

– O quê? A ficar o dia todo pensando em mim? - Reiner riu. Bertholdt apenas deu um sorriso meio tímido.

– Sim eu passei o dia todo pensando em você! Você sabe que eu faço isso.

Houve um silêncio estranho.Era como se alguma coisa pudesse escapar do controle de alguém ali.

– Berth, você pensou em mim o dia todo; todo mesmo?

– Sim.

– Até naquela hora?

Bertholdt ficou tão vermelho agora, que parecia soltar vapor pelos poros.

Naquele momento, Reiner teve certeza de que tinha se entregado pela segunda vez. Virou para o outro lado e adormeceu, sem ao menos dar um único boa noite a Bertholdt.

 



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...