História O.d.e - Porquê?

Londres~ P.O.V Crissie

Eu e o Taylor resolvemos sair do apartamento da Luana naquele dia, ele parecia espantado, claro que era pra se estar, a "melhor amiga" da Evy transando com a sua inimiga, era mesmo muito estranho. A cada dia eu me assusto mais.
Fui retirada de meus pensamentos quando o médico entrou na sala de espera do hospital.

-Doutor, por favor me diga que ela está bem.

Larry havia se levantado rapidamente da cadeira, e passou a mão no rosto tentando conter algumas lágrimas que rolavam sobre seu rosto, seus olhos já estavam inchados, eu achava ele interesseiro logo no começo, o caráter dele era estranho, mas do jeito que ele estava, e da forma como pediu, parecia realmente sincero, será que aquele verme estava mesmo amando a Sue?..logo volto ao ambiente em que estava.

-Diga doutor como a Sue está?

O médico nos olhou com uma feição estranha, parecia triste, mas ao mesmo tempo era uma feição sei lá..não conseguia entender. Eu só Não quero reviver a mesma sensação ruim que tive ao receber a notícia da "morte de Evy" ou melhor a suposta morte de Evy.
O médico que até então estava de cabeça baixa, olhando fixamente para a ficha que carregava em suas mãos, levantou a cabeça e nos olhou, respirou fundo e se pronunciou;

-Infelizmente..

-Infelizmente o que doutor?

-Larry acalme-se tenho certeza que o doutor vai falar que ela está bem.

Harry disse, tentando acalmar Larry.

-Não..não é uma notícia tão boa infelizmente..

-Como assim? Diga logo por favor doutor.

-Infelizmente a senhorita Sue Lavigne perdeu o movimento das pernas, ela está paraplégica..

-N..ão...nã...o pode ser..isso é mentira.

Larry entrou em choque, e olhava pro médico sem reação..

-Não doutor...como assim? Por que?

Lágrimas rolavam sobre meu rosto, eu segurava o ombro do médico, procurando algum consolo, tentando fazer com que o que eu acabara de ouvir fosse apenas um pesadelo meu..

-Qual seu nome senhorita?

O médico perguntou, pondo a mão em cima da minha, em forma de carinho. Ele era um senhor já, devia ter seus 64 anos..

-Cris...Crissie.

-Senhorita Crissie, eu estava buscando entender o que aconteceu...eu cheguei a pedir ajuda aos melhores médicos, mas não consegui entender, aqui no relatório diz que todos os disparos efetuados, pegaram no peito, mas o que reagiram a eles foram as pernas da Senhorita Sue, fazendo assim ela está nesse estado.

Eu chorava muito, e Larry também.

-M..a..s não tem chances de ela voltar a andar, doutor?

Ele me olhou, e balançou a cabeça em tom de negação.

-Não senhorita Crissie, pelo que foi analisado, não há nenhuma chance, de ela recuperar os movimentos das pernas.

-Deve ter, por favor doutor, não diga isso...

-Duas pessoas podem visitá-la no quarto..quem irá?

Eu olhei para o Larry, e assentimos com a cabeça para o médico.

-Eu vou estar esperando aqui amor.

Harry estava abatido, pois ele conhecia Sue muito bem, sabia que era um amor de pessoa.

-Tudo bem Harry..

Ele deu um beijo em minha testa, e ficou me observando sair pela porta da sala de espera.

-Me acompanhem.

Disse o médico, andando pelo corredor do hospital, havia macas em alguns dos lados do corredor, tinha pessoas muito feridas, tinha até um que havia perdido a perna, digo por que ouvi a conversa do médico em que acompanhará aquele paciente. Era uma cena muito triste, e nesse exato momento, eu pensava em Sue, pensava em como ela iria reagir ao saber da notícia, pensava em como contar, ela havia me dito, que queria ter vários filhos com o Larry, eu penso no que ela vai pensar...não quero que ela sofra, e o pior de tudo, é que só nesses momentos difíceis é que a gente pensa na vida, é que a gente pensa nos valores das coisas mais simples... Logo o médico me chama, retirando-me dos meus pensamentos novamente;

-Podem entrar, esse é o quarto.

Olhei para o número que estava na porta e era no número 68.

-Vamos Larry..

Nós nos olhamos e adentramos no quarto.

Sue dormia como um anjo, ela realmente parece um anjo, e isso só me fazia ter mais medo da reação dela.

-Quem irá contar?

-Eu não sei..

-Alguém precisa contar..

-C..on..tar o que?

Uma voz fina, e melancólica foi possível ser ouvida, nos viramos e vimos que Sue estava com seus olhos verdes abertos nos encarando..

-A..n...

-Como você está meu amor? Eu estava muito preocupado com você.

Larry rapidamente, abraçou Sue, tentando mudar o rumo da conversa em que ela havia acabado de ouvir.

-É..Sue como você está? Todos nós ficamos muito preocupados.

-Eu acho que to bem melhor com vocês aqui né..

Sue tentou se apoiar no braço e se encostar na cama..
Ela nos olhou arregalando os olhos.

-Por...quê eu não sinto minhas pernas?

-Sue...

Eu falei com a voz abafada..

-O que? Por que eu Não sinto minhas pernas Cris, foi a anestesia?

-Não Sue...

Eu tentava controlar minha voz e minha lágrimas que começaram a rolar, após ver aqueles lindos olhinhos verdes, e o cabelo loiro caindo sobre um deles..

-Não foi a anestesia...por conta dos tiros, você acabou...

-Eu acabei o que Cris?

Ela já estava com lágrimas nos olhos.

-Você perdeu o total movimento das pernas Sue...me perdoe por falar isso..

-Na...Não..como assim?

-Me perdoe Sue..

Eu à abracei, tentando levar um mínimo de conforto..
Ela retribuiu e após alguns minutos eu me afastei..

-Cris..é muito triste..mas não podemos fazer mais nada, será dificil no começo, mas logo eu irei me adaptar..

Ela falava de um jeito triste, mas de uma certa forma, tentando nos conformar, talvez conformar a si própria, mas era possível se notar a tristeza em seu olhar.

-Como você fala assim nessa neutralidade Sue?

Eu estava chorando e tentando entender aquela garota que a cada atitude que ela tomava eua amava mais e mais.

-Cris, acalme-se, de qualquer forma, o desespero não resultará em nada, é muito ruim saber que não irei andar, que tive meus sonhos roubados, que..

-Que o que Sue?

Agora ela realmente estava chorando muito, pensei que tinha se dado conta do que estava acontecendo, quando ela ergue a cabeça, respira e fala:

-Que...Não vou casar mais com você Larry..

Ela desaba a chorar, leva as mãos ao seu rosto..

Larry que estava sentando no chão do quarto encostado na parede chorando por eu ter dado a notícia, se levanta e segue até a cama que Sue estava deitada.
Ele passa as mãos no cabelo dela..

-Quem disse isso meu amor? Quem disse isso?...