História Oi, Jungkook - Gostosuras e travessuras da maknae line

Valentina ficou me encarando como se não me reconhecesse. Nem eu mesmo estava me reconhecendo, pra ser sincero. Eu havia me transformado em algo semelhante a um cão feroz ou até pior.

— Tenha calma, filho. — J-hope me aconselhou. — Ela ainda está muito mal pelo que aconteceu.

Ele tinha razão. Não podia deixar o Jungkook malvado entrar em ação agora. Precisava agir como um homem.

— Vem comigo, amor. — Falei, segurando a mão de Valentina.

Ela assentiu e me acompanhou ao dormitório. Tivemos o maior cuidado para não sermos vistos pela Yorin ou por qualquer outro funcionário. Chegando no quarto, sentamos juntos na minha cama em silêncio. Nem me olhar a Valentina olhava.

— Me desculpe se eu agi de forma errada, noona. — Eu disse, acariciando seu rosto. — Estou me sentindo horrível por não ter te salvado. Preferia mil vezes que algo tivesse ocorrido comigo do que com você. Me perdoe por não te proteger como deveria.

Eu estava muito decepcionado. Me sentia completamente incapaz de fazer a proteção da minha própria namorada e talvez jamais fosse ser um bom namorado para ela. 

— Jungkook... — Valentina abraçou o meu pescoço. — Você não tem culpa de nada. Não temos como adivinhar as coisas que vão nos acontecer, meu amor. E também, você não tem como ficar vinte e quatro horas ao meu lado para me proteger. Não fique pensando que é um péssimo namorado e que o fato do Myung ter me salvado o faz ter todas as atenções. Ele é um grande amigo e eu devo muito a ele pelo que fez, mas é você quem eu amo. O Myung é um ótimo garoto, é inteligente e muito gentil, mas você é o meu namorado e continuará sendo. Não pense que por esse ataque eu vou terminar com você, porque eu não vou. É difícil, mas vou fazer de tudo pra suportar tudo por você.

Sorri para minha namorada e a beijei. Era a melhor coisa do mundo ter meus lábios juntos ao dela e pelo menos beijar era uma coisa que eu fazia muito bem.

— É a primeira vez que consigo ver a pintinha do seu lábio inferior de perto, Kookie. — Valentina ficou mais felizinha. — E eu consigo ver a sua cicatriz do rosto também.

— O beijo estava mais empolgante do que essas coisas, não acha, noona? — Mordi a boca.

— Você está muito safadinho ultimamente, hein? — Valentina deu um sorrisinho. — E devo admitir que você é muito gostoso.

Botei a mão no rosto e comecei a rir. Eu sempre fico sem jeito com qualquer um, mas a Valentina tem o poder de me revirar por dentro.

— Acha que eu sou gostoso? — Perguntei, sem encará-la.

— Muito. — Valentina respondeu, levantando a perna e passando o pé em meu tórax.

Segurei seu tornozelo e a olhei maliciosamente. Não sei bem como aquilo estava acontecendo, mas vamos lá.

— Eu quero esquecer o que aconteceu hoje. — Valentina disse, como se fosse uma promessa para si própria. — Dance Blood Sweet and Tears pra mim.

— Isso é uma ordem? — Provoquei. — E se eu quiser outra coisa?

— Que outra coisa você poderia querer? — Minha namorada riu.

Me aproximei de seu ouvido e, após uma bela de uma mordida em seu lóbulo, sussurrei:

— Eu quero você. 

Senti que comecei a ficar estranho lá, de novo. Valentina se arrepiou toda e me tascou um beijaço de língua, jogando-me na cama e ficando por cima. Eu não sei onde estava com a cabeça, mas minhas mãos foram parar no bumbum da garota sem que eu pudesse perceber. Coloquei-as rapidamente em sua cintura e comecei a tentar controlar mentalmente o Jungkook 2.

Não me façam explicar quem o Jungkook 2 é, por favor.

— Você me deixa louco, Valentina. — Falei, entre o intervalo de um dos nossos beijos.

— Você me deixa ainda mais louca, Kookie. — Tina respondeu, dando um chupão em meu pescoço.

— Não... — Gemi. — Tem medo de ser pega e isso aparecer?

— Not today... — Ela sussurrou em meu ouvido.

Isso foi o ápice. Rolei por cima dela e segurei seus braços contra a minha cama. Olhei bem em seus olhos, completamente enlouquecido de desejo.

— Eu quero você, Valentina. — Balbuciei, quase que suplicando. — Eu não estou mais conseguindo aguentar essa ebulição toda dentro de mim.

Minha noona me encarou e selou minha boca rapidamente. 

— Eu também quero você, Jungkook. — Ela disse, com a respiração descontrolada. — Mas...

Valentina fechou os olhos e parecia tentar se segurar para não fazer uma besteira. Meu controle também estava sendo retomado e eu comecei a ficar envergonhado com aquilo tudo.

— Me desculpe, jagiya. — Me retirei de cima dela e me sentei na cama. — Eu não sei nem mais o que estou fazendo. Você acaba de passar por um momento ruim e eu fico fazendo essas coisas. Jamais vou ser o namorado ideal para você.

— Não diga isso, Kookie. — Valentina me abraçou por trás. — Eu te amo. E também, falei pra você que desejo esquecer isso. Vamos apenas ficar juntos, okay? É o que eu quero.

— Eu também. Mas preciso me controlar e não te desrespeitar. Eu te amo tanto que esse amor quer se mostrar por outros modos também...

Senti minhas bochechas ficarem vermelhas. 

— Jungkook? — Tina riu. — Você é virgem?

Levei um susto daqueles com a pergunta. Agora foi a vez de Valentina ficar envergonhada.

— Desculpe, amor. — Ela disse. — É que... aaah!

— Tudo bem. — Falei. — E respondendo a sua pergunta, sim. Eu ainda sou virgem.

— Eu sempre soube disso. — Valentina sorriu e beijou minha bochecha. — As suas declarações e o modo como fica sobre esses assuntos, até mesmo o seu jeito de ser te entrega.

— De você eu não quero e nem vou esconder nada. Mas e você, noona? Já teve a sua primeira vez?

— Já. 

Aquilo me surpreendeu. Encarei minha namorada, ainda extasiado com sua resposta.

— Estou brincando, coelho. — Ela começou a rir. — Não. Ainda não tive a primeira vez. Apesar de já ter tido relacionamentos quentes, jamais deixei que isso acontecesse, por mais que quisesse. E meus namorados sempre me respeitavam muito.

Dei um sorriso gigantesco. Era bom saber que, se fosse acontecer, seria uma coisa inédita tanto para mim quanto para Valentina.

— Você me assustou, noona. — Fiz cócegas nela. — Eu pensei que tivesse mesmo tido relações.

— Só te engano, Jungkook. — Valentina me deu outro beijo nos lábios. — E pare de me chamar de noona. Você é o meu oppa.

— Não sou seu oppa. — Retruquei. — Você é minha noona, lálálá.

— Ah é? Então você está de castigo. Sem mais beijos, sem mais nada.

— Você não vai fazer isso. Até porque, eu vou dançar Blood Sweet and Tears pra você.

— SÉRIO? — Valentina começou a bater palmas, eufórica. — Então comece!

Me levantei da cama e fiquei de frente para ela. O show ia começar.

— Vai ter que cantar a música comigo. — Pedi.

— Tá. Eu canto. Agora dance para mim e me seduza.

Me coloquei a postos e lá fomos nós:

 

Nae pi ttam nunmul nae majimak chumeul

Da gajyeogaaaaaaaaaa gaaaaaaaa

Nae pi ttam nunmul nae chagaun sumeul

Da gajyeogaaaaaaaaaa gaaaaaaaa

Valentina começou a gritar com os meus passos. Me senti uma presa inocente que ia ser pega pelo predador.

— Não comece a me deixar envergonhado, por favor. — Passei a mão no cabelo.

— Você é lindo, boboca. — Valentina apoiou o rosto em uma das mãos.

Ouvimos o barulho da porta. Taehyung e Jimin vinham entrando e deram muita risada ao me verem dançar.

— Está fazendo uma sessão de streap para a Valentina? — Jimin brincou. — Você sabe que é meu. Não pode ficar se mostrando pra ela.

— Saia! — Retirei as mãos dele de mim, tentando o arrancar do aposento.

— Eu te amo, Jungkook. — Jimin me abraçou. — Não posso te largar.

Enquanto eu tentava sair dos braços do ''Pequeno'', Tae sentou-se ao lado de Valentina em minha cama.

     *****

Valentina

— Olá. — Tae sorriu para mim.

— Pare de ser fofo! — Falei, apertando suas bochechas.

— Mas eu não sou fofo, Valentina. — Taehyung disse, olhando a interação de Jikook.

— É sim. — Sorri. — Por isso que todo mundo ama você. A Clover, então...

Tae se virou para mim com um quê de interesse.

— Ela gosta muito de mim, não é? — Perguntou, todo alegrinho.

— Muito! — Confessei.

— Eu também gosto dela. Acho a Clover uma garota muito legal e bonita também.

— Fala isso pra ela. — Sugeri, dando aquele empurrãozinho.

— Valentina noona, não apronte. — Tae fingiu brigar comigo, levantando o dedo indicador.

Esse menino é muito fofo, sério. Eu quero ter um filhinho que nem ele quando crescer.

— Você em Hwarang foi tão bonitinho. — Elogiei, com as mãos entrelaçadas e fazendo uma expressão sonhadora. — Toda hora eu queria entrar na tela e te pegar no colo. Garoto mais fofo que você não existe.

— Estou ouvindo isso, noona. — Jungkook riu, ainda lutando contra Jimin.

— Não se meta nos meus assuntos, pirralho. — Provoquei o maknae.

Jimin e Taehyung começaram caçoaram o amigo. 

— Eu estou bonito, Valentina? — Jimin perguntou.

— Está, Jimin. — Respondi. — Você é o mais lindo de todos.

Jungkook começou a bater no garoto, impressionado com sua atitude.

— Você está muito safado, hyung. — Ele disse. — Saia daqui!

— Eu quero ficaaaar! — Jimin reclamou.

— Saiaaaaa!

Kookie começou a puxar Jimin para fora do quarto pela segunda vez desde que ele entrou.

— Você também, Taehyung. Fora daqui.

— Mas Jungkook, eu estou me comportando. — Tae fez um biquinho.

— Eu tenho que conversar com os dois no corredor. — Kookie insistiu.

Tae se levantou da cama e foi com Jungkook para a porta do quarto. Alguma esses garotos estavam aprontando.

— PEGADINHA DA MAKNAE LINEEEEE! — JK gritou.

Depois disso, ele trancou a porta do quarto junto com Jimin e Taehyung. Corri para tentar impedir, mas já não dava mais tempo.

— ABRE ISSO AGORA! — Berrei, socando a porta.

Jimin começou a cantar música de acordar do J-hope para me provocar.

— AAAAA, EU VOU MATAR VOCÊ QUANDO SAIR DAQUI, PARK JIMIN! ABRAM ISSO, JÁ!

Os bobocas só sabiam rir do outro lado. Para eles, meu desespero estava sendo uma ótima diversão.

— ATÉ VOCÊ, TAE? — Falei, inconformada. — JAMAIS IMAGINEI QUE SE JUNTARIA A ELES!

— Não fale com a nossa criança. — Jimin riu. — VOCÊ ESTÁ SOB NOSSO PODER, HAHAHAHAHA!

Os meninos começaram a cantar ''Run'' e bater na porta também. O jardim de infância tomou conta de nossas vidas.

— QUE P***a ESTÁ ACONTECENDO AQUI? 

Alguém tinha gritado, fazendo toda aquela barulheira cessar na hora. Pela voz, era Yoongi.

— ABRAM JÁ ESSA MERDA! — Ele ordenou. — QUEM ESTÁ LÁ DENTRO?!

— A Valentina. — Tae respondeu.

— Seus moleques! — Yoongi brigou. — Abram já essa porta. Vocês estão de castigo até eu decidir quando saírem.

— Mas... — Jimin tentou intervir.

— MAS NADA! — Yoongi exclamou. — EU ESTAVA TENTANDO DORMIR E VOCÊS FICARAM GRITANDO QUE NEM MALUCOS! ABRAM ISSO LOGO!

Os meninos finalmente abriram a porta e eu saí para fora, doida pra voar em cima de cada um deles.

— Vou acabar com vocês depois desse castigo, ouviram? — Ameacei.

— Estamos morrendo de medo. — Jungkook disse.

— É bom que tenha. — Falei com desdém.

Yoongi nos olhou por um momento. É o avô mantendo a ordem.

— Agora que ela já saiu, entrem no quarto. — Ele apontou para o dormitório. — Fiquem aqui até que eu mande sair.

— Okaaaaay. — Os três baderneiros disseram.

Yoongi e eu nos viramos para sair dali, quando de repente o show atrás de nós voltou a todo o vapor:

— DASI RUN, RUN, RUN, NAN MEOMCHUL SUGA EOBSEO...

Suga se virou no mesmo instante e os meninos voltaram correndo para o quarto. Dava para sentir o ''medo'' que o mais velho causava nos mais novos.

— É bom que não fiquem me testando. — Yoongi falou. — Seus adolescentes rebeldes!

Depois disso, o barulho parou de vez. Se não parasse também, não duvido que iriam rolar tapinhas nos bumbuns dos baderneiros.

— Tomara que eles não tentem nada. — Yoongi deu um sorrisinho, do tipo ''É isso aí, me obedeçam.'' — Ultimamente eles não escutam muito. Principalmente o Jungkook.

Era bom ver esse clima entre os meninos ao vivo. Me senti feliz e bem melhor, esquecendo aos pouquinhos o terror que eu havia passado mais cedo.