Desci com Yoongi para a sala de estar e encontrei todos os outros por lá, incluindo a Clover. Na certa deviam estar conversando.
— Que barulho era aquele? — Jin perguntou.
— Adivinhe... — Yoongi disse. — Eram aqueles pirralhos aprontando.
— E o que eles fizeram agora? — J-hope quis saber.
— Eles trancaram a Valentina no quarto e, depois que eu os coloquei de castigo, ficaram cantando ''Run''. — Yoongi explicou, sério. — Tinham que levar umas boas palmadas.
— Aqueles moleques, haha. — Namjoon riu.
— E o pior é o Jungkook. — Yoongi observou. — Ele não escuta mais. Uma verdadeira peste.
— É o que eu sempre digo. — Jin falou. — Ele me escutava muito antes. Agora, ele apronta e me prega peças a todo momento.
— Não poderia ser diferente. — Clover comentou.
Os meninos continuaram falando sobre o comportamento da maknae line, enquanto Clover e eu fomos comer algo. Meu estômago não parava de dar aqueles ronquinhos.
— Parece que o Taetae está muito próximo de você, Clov. — Dei uma piscadela.
— Por que está dizendo isso? — Clover indagou, comendo um pedaço de bolo.
— Ele me disse que você era bem legal e bonita.
Contei a minha amiga tudo o que havia ocorrido. Como esperado, ela ficou toda espevitada.
— Ele disse isso? — Clover sorriu, toda contente.
— Disse. — Respondi, entusiasmada. — Está gostando dele, não é?
— Lá vem você de novo com isso!
Comecei a rir da reação de Clover. Ela é muito engraçada quando fica querendo fugir das coisas.
— Não era você quem dizia o mesmo pra mim e o Jungkook? — Lembrei. — Pode estar acontecendo o mesmo com você e o Taehyung.
— Não acho. — Clover negou. — Se bem que eu queria beijar aquela boquinha e morder a fuça dele.
— Nossa, leoa.
Ficamos conversando na copa por mais um tempo. Para a nossa surpresa, Jimin apareceu e se juntou a nós duas.
— Olá, belas damas. — Ele riu.
— Você não estava de castigo? — Interroguei.
— Yoongi já nos liberou. — Jimin respondeu. — Vou ficar aqui com vocês agora.
Me levantei de onde estava e dei uma chave de pescoço no ''Pequeno''. Esse desaforado tinha que me pagar.
— Falei que me vingaria de você. — Apertei seu rosto com a mão livre. — Nunca mais se atreva a me prender.
— Não faça isso, por favor. — Jimin deu um sorrisinho fofo. — Eu amo tanto você.
Chimchim colocou suas mãozinhas em cima do meu braço, tentando tirá-lo de seu pescoço. Amei o fato de estar controlando ele.
— Não venha com chantagem emocional. — Falei, me fingindo de durona. — Não é porque você é bonito que eu vou deixar tudo como está.
— Eu sou muito bonito. — Jimin disse de forma sexy. — E você é muito bonita.
— Tem que ter coragem pra ser cachorro assim. — Clover zombou.
— Eu sou um bebê muito fofo. — Jimin deu uma risadinha. — Não faça assim comigo!
E ele estava certo. Jimin era um dos garotos mais bonitos que eu já tinha visto — senão o mais bonito — em minha frente. Dá vontade de apertá-lo às vezes por ser tão fofo desse jeito.
— Eu dava fim nele agora mesmo, Tina. — Clover sugeriu. — Ninguém vai sentir falta desse garoto.
Jimin começou a levar a sério essa brincadeira toda, pelo que sua expressão mostrou.
— Vocês não gostam mais de mim? — Ele perguntou, triste.
O encarei, sem entender.
— Por que está dizendo isso, garoto? — Questionei.
— Porque a Clover disse que ninguém vai sentir falta de mim. — Jimin respondeu, tristonho.
— Idiota, é claro que vamos! — Clover riu. — Eu estava brincando. Sério que levou na realidade?
— Não sabia que você era assim pra valer, Jimin. — Eu disse.
Chimchim girou a cadeira e ficou de frente para mim. Seus olhinhos pareciam com os de um bebê indefeso.
— Eu fico triste quando implicam comigo. — Ele falou.
— Disso eu já sabia, mas não que fosse assim. — Cruzei os braços.
— Você é muito má. — Jimin me abraçou.
Dei um sorriso e passei as mãos em seus cabelos. No fim, tudo o que esse baderneiro queria era um carinho.
— Seja um bom garoto, Jimin. — Segurei seu rosto. — Nada de aprontas.
Jimin permaneceu abraçado a mim e não pretendia me soltar. Jungkook e Taehyung também vieram para a copa, o mais novo olhando a cena do abraço um pouco sério.
— Olhem como eu estou feliz! — Jimin exclamou.
— Estamos vendo. — Jungkook respondeu.
Percebi que ele estava um pouco cansado e com os olhos sonolentos. Dei um beijo na bochecha de Chimchim e fui até a minha criança.
— Vocês vão se arrepender por aquela brincadeirinha. — Avisei.
— Não vamos, não. — Jungkook riu, já fechando seus olhos.
Taehyung começou a apertar as bochechas do maknae e cantou a musiquinha do J-hope de acordar. Essa canção quando gruda, não há quem tire.
— Pare com isso. — Jungkook afastou as mãos de Taehyung.
— Eu amo você, Jungkook. — Tae disse, de um jeito fofo.
— Também amo você. — Jungkook o abraçou e deitou em seu ombro.
Tae fez uma expressão maliciosa para isso. Eu não aguento com esses garotos.
— Por que você não vai para o dormitório? — Sugeri, sacudindo JK.
— Não... — Ele reclamou.
— Okay, então. — Falei, o deixando pra lá. — Vamos passear, Clover?
— Vamos! — Clover se empolgou.
— Posso ir também? — Jimin pediu.
— Se aprontar, já sabe. — Banquei a matadora.
Deixamos Taekook rolando na cozinha e fomos para a rua. Tentei não pensar que a sasaeng ainda poderia estar ali, senão nunca mais viveria em paz de novo.
— Podíamos tomar sorvete, né? — Clover disse.
— Você quem sabe. — Falei, erguendo os ombros.
— Eu quero sorvete também. — Jimin sorriu.
— Compre um sorvete pra vocês dois, Clover.
Fiquei esperando enquanto Jimin e Clover entraram na sorveteria para comprarem seus sorvetes. Algumas crianças estavam brincando na rua e eu comecei a prestar atenção no que elas faziam.
— Olá, mocinha. — Myung me cumprimentou, estacionando com sua bicicleta bem ao meu lado.
— Olá. — Sorri.
— É bom te ver passeando. A melhor coisa é não se amedrontar diante do que venha surgir e ficar bem consigo mesma.
— Concordo.
Ficamos alguns segundos em silêncio. O grilo até canta nessas horas.
— É bom ver você de novo também. — Myung sorriu. — Nos encontramos pela terceira vez no dia.
— Verdade. — Eu ri. — Sabe, Myung? Temos que conversar.
O entregador me encarou, deixando seu sorriso desaparecer aos poucos.
— É sobre aquelas fotos, né? — Ele perguntou. — Você e o Jungkook...?
— Sim. — Respondi. — Nós dois... estamos namorando.
Myung assentiu. Senti uma ponta de decepção percorrer por seu lindo rosto. Comecei a contá-lo como tudo aconteceu, tintim por tintim. Falei sobre o baile, sobre o sigilo e o que mais fosse preciso. O menino tinha se tornado um grande amigo para mim e devia saber de todos os acontecimentos.
— Entendo. — Myung disse. — Por isso aquela sasaeng te atacou. Sempre vejo várias delas por aqui, cercando a casa dos meninos. Tenha cuidado.
— Vou ter. — Prometi. — Pode deixar comigo.
Myung segurou minha mão e ficou me encarando.
— Seja feliz com o JK, okay? — Ele falou, com os olhos brilhando. — Torço muito para que tudo dê certo.
— Obrigada, Myung. — Agradeci, meio sem jeito. Confesso para vocês que me deu peninha dele. — Você é um grande amigo.
O belo rapaz abriu um pequeno sorriso.
— Tenho que ir agora. — Suspirou. — Nos vemos depois.
O garoto subiu em sua bike e foi embora em poucos segundos. Isso foi uma coisa meio inédita, já que ele fica conversando comigo por um bom tempo.
— O que o Myung estava falando com você, Valentina? — Clover perguntou, voltando com Jimin para perto de mim.
— Ele parecia triste. — Jimin comentou. — Não gosto de ver pessoas tristes.
— Acham mesmo que ele pareceu triste? — Indaguei, me sentindo um pouco mal.
— Mas é claro que estava, loucona. — Clover reafirmou. — O que você falou pra ele?
— Não falei nada, ué. — Respondi. — Apenas conversamos sobre o que aconteceu e eu falei sobre o namoro com o Jungkook. Ele é meu amigo, merecia saber.
— Está explicado. — Clover riu.
— Do que vocês estão falando? — Jimin ficou curioso. — O Myung gosta de você, Valentina?
Engoli em seco.
— Isso é invenção da Clover, Jimin. — Mudei de assunto. — Vamos embora.
*****
Jungkook
Terminada a minha soneca, fui jogar videogame com Taehyung na sala. Optamos por uma corridinha básica.
— Vou te matar, Jungkook! — Tae disse, super concentrado no jogo.
— Sai dessa! — Retruquei.
Olhei para a porta e vi Valentina entrando com o Jimin e a Clover. Pareciam bem felizes e animados.
— Olá, meninos! — Jimin sorriu. — Estão namorando bastante?
— Cale a boca. — Dei um empurrão nele com um dos meus braços.
Taehyung e eu permanecemos jogando. No final de tudo, nossos carros ficaram empatados.
— Isso não acontecerá da próxima vez. — Me espreguicei.
— Veremos. — Taehyung riu. — Ei, que tal desligarmos as luzes e brincarmos de encontro às cegas?
Todos olhamos para o 4D. Suas ideias radicais estavam retornando ao nosso cotidiano.
— Okay, esqueçam. — Tae ficou tímido.
— Eu adorei a ideia! — Clover reagiu, empolgada.
— Eu também! — Jimin me abraçou.
— Mas ainda está de dia. — Valentina disse. — Não vai ficar escuro o suficiente.
— Podemos brincar disso à noite. — Jimin deu um de seus risos. — E pode ser lá no porão!
— Exato! — Tae pulou no sofá. — O porão está cheio de pufes e super arrumado. Além do mais, lá é a parte mais escura da casa.
Todos começaram a comemorar, não sei bem por qual motivo. Somos assim, crianças felizes.
— Vão chamar os outros hyungs? — Indaguei, rindo.
— Com certeza! — Tae gritou. — Vamos falar com eles looooogo!
Assim, Jimin e Taehyung foram correndo encontrar os rapazes para contar-lhes a grande nova ideia.
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