Após ter dado a entrevista, voltei para a Big Hit e treinei o vocal sozinho. Também pratiquei um pouco dos novos passos que já tinha visto com os meninos e fui almoçar quando terminei.
— Como foram as perguntas, Jungkook? — Namjoon perguntou.
— Não houveram coisas relevantes demais. — Respondi. — Eles perguntaram sobre o que eu achava legal em uma menina, se planejava me casar um dia e quantos filhos iria querer. O restante foi apenas sobre a nossa carreira.
— E você está bem? — Yoongi me encarou. — Fiquei sabendo da fã que tentou beijar você.
— Estou preocupado com o que ela disse, hyung. Ela pareceu muito confiante ao dizer que eu pagaria por não tê-la beijado. Fora o que disse sobre ''o motivo dessa confusão toda''.
— Acha que pode ser a Valentina? — J-hope arriscou.
— Não deixaremos que nada aconteça, filho. — Jin assegurou.
— Obrigado.
Terminei de comer e olhei para o celular.
— Temos apenas cinco minutos para conversar com os familiares. — Namjoon informou. — Aproveitem bastante a conversa e... me perdoem por não conseguirem falar mais do que isso.
Fiquei muito triste ao escutar a fala dele. Aos poucos, cada um dos membros se levantou e foi fazer sua ligação. No fim, fiquei sozinho e digitei o número do telefone de minha omma bem rápido. Cada segundo era importante.
— Alô? — Ela atendeu. — Filho?
Comecei a chorar feito um bebê. Ouvir a voz dela era reconfortante e maravilhoso, fazendo uma onda de paz percorrer todo o meu corpo.
— Omma... — Falei, soluçando. — Como você está? Eu te amo!
— Eu também amo você, meu filho lindo. — A omma ameaçou chorar, mas se manteve firme por mim. — Eu estou bem, ainda mais nesse momento por ouvir a sua voz. E você? Como está sua agenda? Tem se alimentado direito?
— Sim, estou bem. A agenda só está começando, mas os hyungs têm me ajudado muito. E quanto a minha alimentação, tenho feito minhas refeições corretamente e como devem ser. Queria que estivesse aqui, omma.
— Eu estou, filho. Estou dentro do seu coração e você está no meu. Jamais deixarei de pensar em você e de te apoiar. Seu hyung e seu appa também estão sentindo muita falta de suas brincadeiras e mandaram um beijo enorme.
— Eu também sinto muito a falta deles e diga que mandei vários beijos e abraços. Vocês são o amor da minha vida e as pessoas que mais amo nesse mundo. Me dói ter que ficar longe de vocês, mas agradeço por compreenderem e apoiarem a minha carreira. Estou fazendo o que eu amo graças à vocês, meus hyungs e todas as armys.
— Você é muito amado, meu amor. Os rapazes são verdadeiros hyungs para você e eu os amo muito. Suas fãs também são muito especiais e sempre vão apoiar todos vocês. Lembre-se sempre delas.
— Eu me lembro, omma. Eu me lembro.
Falamos sobre minhas atividades recentes e sobre os shows que estavam por vir. A omma ficou muito feliz por saber que estávamos ganhando muitas coisas.
— Tenho muita felicidade em ter você como filho, Jungkook. — Ela disse. — Você sempre será o meu menininho, aquela criança tímida e sorridente que conquista todo o mundo.
— Tem tantas coisas que eu quero te contar... — Lembrei de Valentina. — Eu conheci o amor, omma. Me sinto tão feliz e completo! Você tem que saber o que aconteceu.
— Filho, você conheceu alguém? — A omma perguntou. — O que você está aprontando? Ou está se referindo as suas fãs?
— Não fique curiosa, está bem? — Eu ri. — Você saberá em breve. Só quero que saiba que eu estou muitíssimo feliz e que eu amo você. Obrigado por tudo e por ser a minha omma.
— Se cuide, ouviu? Durma bem e continue se alimentando como deve. Eu te amo, meu filho. Você é a minha vida.
— Eu também te amo, omma. — Segurei o choro. — Se cuide também.
Encerrei a ligação e voltei a chorar incansavelmente. Era muito duro ter que ficar longe de minha família, mas eu sabia que cada esforço vale e valeria a pena, tanto por eles quanto por mim.
Encontrei os meus hyungs, que também estavam muito chorosos, e voltamos a praticar. No fim, eles sempre são a minha força e meu verdadeiro refúgio.
*****
Valentina
Aproveitei o ânimo que havia pairado em meu esqueleto e fui fazer uma corrida. Fiquei a manhã toda me exercitando e isso me fez muito bem.
— Nada mal para uma iniciante. — Myung comentou, parando meu ao meu lado com a bicicleta.
Dei um pulo de susto e bati no entregador logo depois.
— E a universidade? — Indaguei, bebendo a água da minha garrafinha
— Hoje não teve aula. Aproveito pra focar só nas entregas.
— Entendo.
Myung saiu de cima da bike e começou a empurrá-la.
— Ontem você estava bem? — Perguntou.
— Por quê?
— Ah, você parecia nervosa e saiu andando bem rápido. O que aconteceu?
— Foi apenas a vontade de chegar logo em casa. A Clover e eu andamos muito no Shopping.
Nem eu mesma sabia porquê tinha ficado nervosa e corrido depressa para o prédio. Dizer o que eu tinha dito ao Myung parecia se adequar mais ou menos ao momento, eu acho.
— Quer que eu te acompanhe?
— Não precisa, obrigada. — Sorri.
— Te vejo depois, então. — Myung disse. — Só parei pra ver como você estava.
Me despedi dele e coloquei meus fones para voltar a correr.
*****
Entrei no apartamento e vi minha amiga sentada no sofá. Seus pensamentos pareciam estar bem longes da realidade.
— Tá pensando no Taehyung? — Provoquei, me sentando ao seu lado.
— Com o problemão que eu acho que está acontecendo, não consigo nem pensar que o Tae existe. — Clover respondeu, meio cabisbaixa.
— Mas o que foi que houve? — Me preocupei com seu estado.
Clover respirou fundo e me encarou.
— Eu falei com a minha mãe pelo celular e senti algo muito estranho em seu tom de voz. Alguma está acontecendo e eu quero saber.
— E ela não te disse nada? — Questionei, um pouco apreensiva.
— Não. — Clover franziu o cenho, notando meu comportamento. — O que que tá acontecendo com você, Valentina?
— Co-comigo?
— Sabe de alguma coisa? Ou viu o Myung?
— Olha, eu vou tomar banho. Depois conversamos.
Levantei e fui depressa para o banheiro. Não iria conseguir fingir frente da Clover que eu não sabia de nada.
*****
Os meninos voltaram para casa junto com Yorin e Sejin. Não pareciam tão cansados como nos outros dias, mas dava pra ver que tinham treinado um bocado.
— Duas meninas lindas capturaram meus olhos. — J-hope sorriu.
— Você é um amorzinho. — Clover o abraçou.
Jungkook demonstrou estar bem tristinho. E o pior é que eu nem podia falar com ele pois, além dos adultos, as outras staffs também estavam conosco.
— Clover, eu vou ao nosso quarto e já volto. — Falei, olhando para JK.
Ele entendeu meu recado e assentiu. Pedi licença à todos e me dirigi aos dormitórios. Jungkook veio logo em seguida e pegou minhas mãos, me conduzindo para o seu quarto.
— Temos que nos falar bem rápido. — Avisei. — Ninguém pode nos ver.
— Sim, jagi. — Kookie suspirou. — Me abrace, vai?
Juntei nossos corpos e envolvi seus braços com os meus.
— O que você tem, meu amor? — Afaguei seus cabelos.
— Liguei para a omma, Valentina. — JK se derramou em lágrimas. — Quero tanto vê-la e abraçá-la!
— Queria poder fazer algo pra você ficar melhor. — Acariciei sua face. — É muito doloroso ver você tristinho. Mas saiba que eu estou com você e, o que eu puder fazer pra te ver sorrir, eu farei.
— Eu te amo.— Kookie segurou o meu rosto.
— Também amo você.
Começamos a nos beijar intensamente. Jungkook parecia estar esperando isso há anos, me apertando com muita força e desejo.
— Jungkook, eu... — Alguém abriu a porta do quarto.
Era Ha Na. Kookie e eu paramos de nos beijar e ficamos assustados. A staff nos olhou mega surpresa e boquiaberta.
— Ai, eu não sei bem o que falar... — Ela disse, num tom cômico.
— E-eu posso explicar e...
— Não, Valentina. — Ha Na levantou a mão no ar em sinal de espera. — Tudo bem. Eu vou fingir que não vi nada, okay? Err...
Ha Na ficou bastante confusa, como se tentasse selecionar as palavras certas a se dizer.
— Não fale pra ninguém, por favor. — Jungkook pediu.
— Vocês estão namorando? — A staff indagou.
— Sim. — Kookie respondeu, tímido.
Ha Na soltou uma risada soprada.
— Vocês são malucos! — Ela falou. — Mas fazem um belíssimo par. Podem contar comigo, não vou dizer nada. Peço apenas que tomem cuidado, por favor.
Fiquei aliviada com a atitude dela. Um peso imenso saiu de meus ombros.
— Obrigada, De verdade. — Agradeci.
— Não precisa agradecer. — Ha Na sorriu. — Por isso na praia vocês ficaram me distraindo, não foi? Eu deveria desconfiar.
— Desculpe. — Kookie a abraçou. — Você é mesmo incrível.
— Isso porque eu gosto de você e dos meninos. Quantas coisas já encobri de vocês?
Arqueei as sobrancelhas, me interessando pela novidade.
— Quero saber disso depois. — Cruzei os braços, exigindo explicações.
Beijei a bochecha de Jungkook e o deixei conversando com a Ha Na. Depois, fui para o quarto dela no intuito conversar e esclarecer as coisas também.
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