História Oi, Jungkook - Não queria pensar nada, mas depois do que eu vi...

Ha Na não conseguia acreditar que Jungkook e eu estávamos juntos, nem no fato de que tínhamos escondido nosso relacionamento bem debaixo do nariz de todos.

— Sabe que estão se arriscando muito, não é? — Ela riu, incrédula com tudo o que eu havia lhe contado.

— Sim, eu sei. — Respondi. — Por isso, achei melhor não assumir nada para os outros e muito menos para o público. Já fui atacada por uma sasaeng sem que nem a maioria soubesse, imagine sabendo?

— É com elas que a preocupação deve ser maior. — Ha Na alertou. — Se elas possuem essas fotos, podem querer lançá-las na rede a qualquer momento.

— Eu já pensei nisso. E não posso nem imaginar o que poderia acontecer. A Yorin iria me odiar por ter escondido.

— Não chegaria a tanto, vai? Mas que ela ficaria muito brava, ficaria.

Ha Na me deu alguns conselhos e reforçou que apoiaria a mim e ao Jungkook. Foi ótimo saber que estava do nosso lado e que não nos deduraria. Quando terminei de conversar com ela, saí no corredor e JK ainda estava lá.

— Temos que ter mais cuidado agora. Nada de beijos nem aqui.

— Tudo bem. — Jungkook assentiu. — Tenho outra coisa pra te contar.

— E o que é?

— Uma fã tentou me beijar na boca hoje. Como não a beijei, ela me ameaçou e disse que o motivo de eu não tê-la beijado também iria pagar por isso.

Fiquei parada, pensando no que JK tinha me contado. Eu sofreria mesmo outro ataque de sasaengs retardadas vestidas de ninja? Ou será que elas viriam com looks diferentes, porém bem mais assustadores?

— Elas já sabem que tem fãs brasileiras sendo staffs do Bangtan aqui. E no fandom, têm várias armys que seguem meu fc e o da Clover. E se elas postarem nossa foto e as fãs do Brasil começarem a me mandar hate? Eu não estou pronta para ter essa exposição toda, Jungkook!

— Calma, Jagi. — Kookie segurou meus ombros. — Não vou deixar que ninguém ataque você e te faça mal. Da última vez eu falhei em sua segurança, mas agora vou estar atento e nada vai afetar você.

— Como se pudesse ser fácil assim. — Balancei a cabeça, dando uma risada soprada com a fala do maknae. — Você tem uma agenda super lotada e que vai lotar ainda mais. Não pode ficar parando pra me olhar enquanto várias coisas acontecem a sua volta. Poderemos respirar um pouco, já que por esses dias têm dois shows e vamos ao Japão na semana que vem. Depois disso, temos que fazer alguma coisa.

Jungkook cortou nosso contato visual e tornou a ficar cabisbaixo.

— O que foi? — Indaguei, preocupada.

— Você não vai querer terminar, não é? 

— Jamais, seu bobinho. Já falei que não vou te largar.

       *****

Fiquei boa parte da noite pensando em como iria dar seguimento a minha vida. Logo quando o dia amanheceu, fui para a rua fazer uma breve caminhada antes de iniciar a corrida e os exercícios. Ter o corpo saudável e em movimento me faz sentir sensações maravilhosas.

— Bom dia! — Myung apareceu, todo sorridente.

— Bom dia, mocinho. — Sorri em resposta.

— Já está tão cedo na rua. Quis começar a maratona de vez?

— Preciso me exercitar e esquecer um pouco dos monstrinhos que querem me pegar.

— Vai dizer que ainda dorme com a luz acessa?

Dei um soco no braço de Myung.

— Desculpe. — Ele riu. — Eu também durmo com a luz acesa. Só apago quando algo mais interessante acontece.

Fiquei toda desconcertada e dei uma leve tossida.

— No caso, a coisa mais interessante que acontece é ver o brilho da lua através da janela. — O entregador explicou, como se tentasse corrigir um erro.

— Eu compreendo, eu compreendo.

Continuamos andando e conversando mais um bocado. Myung me contou sobre os projetos de sua universidade e parecia bem entusiasmado com o que estava por vir. Dava pra ver que era um jovem esforçado e muito inteligente, além de já ter beleza pra dar e vender.

        *****

​Jungkook

Antes de ir para a Big Hit com os hyungs, decidi dar um pequeno passeio ao ar livre a fim de me livrar das perturbações de minha mente. Mal cruzei a rua e dei de cara com Myung e Valentina bem juntinhos, conversando e rindo não sei de quê.

Respirei fundo e tentei não me importar com a situação. Eles eram amigos e eu havia prometido que não ficaria de sismas com o garoto. Devia cumprir com o tratado que fiz.

De repente, o entregador segurou o rosto de Valentina e ficou cheio de frufrus. E o pior era que ela não reagia, apenas ficava aceitando e segurando as mãos do rapaz. Para completar, Myung abraçou forte o corpo dela e ela o abraçou de volta, afagando seus ombros e sorrindo sem parar.

Okay, Jungkook, respire. Foi apenas uma interação entre amigos, você já viu ela fazer o mesmo com o Jin e o Taehyung...

MAS POR QUE QUE COM O MYUNG ERA DIFERENTE? POR QUE ELA TINHA QUE SORRIR DAQUELE JEITO PRA ELE?

        *****

Valentina

— Eu não acredito que você segurou o rosto da sua professora assim e ainda abraçou ela desse jeito. — Comecei a rir.

— Tudo para ganhar o papel do teatro histórico. — Myung também deu risada. — Eu sabia que assim iria ganhar. Atuo bem e levaria bem mais a sério do que os garotos do teatro, porque eles iam querer acabar com o papel.

Jungkook apareceu e parou bem ao meu lado. Sua expressão não estava lá das melhores e eu já podia imaginar o motivo.

— Oi, Myung. — Ele disse.

— Olá, Jungkook. — Myung respondeu.

— Você tinha que ouvir o que o Myung falou e ver o que ele fez para a professora dele deixar que tivesse um papel no teatro da Universidade. — Falei. — O Myung até encenou comigo aqui.

— Ah... — Jungkook ficou meio sem jeito e passou a mão na nuca. — Era uma encenação?

Franzi a testa, olhando estranho para Jungkook.

— Bem, eu tenho que ir. — Myung disse. — Daqui a pouco tenho aula na Universidade. 

O entregador pegou sua bicicleta e foi se dirigindo para longe. Voltei minha atenção para JK e balancei a cabeça.

— Você por acaso pensou que eu estava te traindo? — Perguntei, com as mãos apoiadas na cintura. Minha indignação queria saltar para fora e estapear meu namorado.

— Óbvio que não. — Jungkook ficou sério. — Mas eram cenas muito suspeitas, ainda mais de longe. Me desculpe se eu fiz algo de errado, mas foi bem comprometedor.

— Ainda que seja, eu amo você. 

— Eu também te amo. Só fiquei com receio de que o Myung fizesse algo, mas ele só estava encenando, no fim.

Tinha vezes que o Jungkook se superava, na boa. Ver ele arrependido depois de ter pensado merda é um tanto engraçado. Sua carinha fica mais fofinha ainda, me fazendo ter vontade de agarrá-lo e enchê-lo de beijos.

— Vá encontrar os rapazes antes que alguém nos veja. — Ordenei. — E pare de pensar loucuras.