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História Olá, Happy. - Domingo, 26 de Março de 2017 - Horas mais tarde.


Escrita por: Letley

Notas do Autor


Tá ai a surpresa rs
Dois capítulos em um dia UAU me superei ne galerinha?? mas a verdade era que era pra ser só um mas ficou grande demais e o que tem de mal em dividir não é mexmo? Então eh tois rapaziada.

Boa leitura!

Capítulo 29 - Domingo, 26 de Março de 2017 - Horas mais tarde.


Olá, Happy. 

É estranho escrever em você duas vezes no mesmo dia, mas eu não queria deixar essa história incompleta. 

Veja bem: Eu estou no hospital. Eu queria conversar com Zeref e fiquei com medo de que ele não fosse me escutar, então trouxe você, era meu Plano B para caso conversar desse errado, até porque por você nas mãos do meu irmão seria como dar um nome à um detetive que está atrás de um serial killer, mas não precisei usar você, afinal, nosso detetive encontrou o assassino sozinho.

Na verdade, não foi tão fácil no começo. Quando cheguei ao hospital ele continuou me ignorando, mesmo eu me sentando ao lado dele na sala de espera ele nem olhou para mim, mas eu não o culpo por isso já que ele estava tão acabado que eu acho que ao invés de ignorar ele só não me percebeu ali. E quando digo acabado, eu quero dizer literalmente acabado, sabe? Com direito a olheiras profundas que faziam parecer que ele não tinha dormido fazia mais de duas semanas e expressões vazias que deixavam crianças assustadas. 

Por outro lado eu estava agoniado, os médicos passavam de um lado para o outro a todo momento mas nunca faziam menção de que queriam falar sobre Mavis e eu nem mesmo conseguia dizer uma palavra sequer para o Zeref. Acho que em algum momento ele me notou ou cansou de me ignorar e então falou comigo. 

– Você se lembra de quando trouxe ele para casa? – Ele pergunto. 

– Ele? 

– O seu gato, Happy.  

É claro que eu me lembrava, é uma das poucas coisas que eu realmente lembro cada detalhe. Foi Lisanna quem o encontrou dentro de uma caixa no parque e o único motivo para eu ter ficado com ele foi porque ela morava em um apartamento e lá não permitiam animais, então eu prometi para ela que cuidaria dele. Me lembro do papai falando que não deixaria eu ficar com ele porque Zeref era alérgico a gatos, então eu me tranquei no meu quarto com Happy e só saí dois dias depois, quando ele concordou em me deixar ficar com ele. Nesses dois dias, quando o papai não estava olhando Zeref passava barrinhas de cereal por debaixo da minha porta e quando ele dormia Zeref batia na minha porta como sinal de que eu poderia ir ao banheiro. Agora que eu paro para pensar, mesmo sendo por causa dele, meu irmão ficou do meu lado.  

– Você me ajudou muito naquela época – Falei, ele resmungou algo que não pude ouvir e um médico parou perto de nós nos deixando apreensivos, mas então ele chamou por um enfermeiro e os dois saíram. Zeref ficou um pouco decepcionado, eu também fiquei. 

– Na verdade, eu fiquei realmente feliz quando ele disse que você não podia ficar com ele. Foi a primeira vez que o papai escolheu a mim e não você – Ele respirou fundo e esfregou os olhos. Ele estava realmente cansado – Mas depois que você começou a chorar e correu para o seu quarto eu comecei a me sentir culpado, eu odiava… odeio ver você triste. Eu pensei que, mesmo que fosse super incômodo, eu poderia conviver com aquilo então eu pedi para o papai várias vezes para ele te deixar ficar com ele, mas ele nunca me ouvia. Quando você abriu aquela porta e implorou para ele deixar, quando ele finalmente cedeu, eu me arrependi de ter tentado te ajudar. Você sabe por que? 

Eu não respondi ele, não porque eu não tinha o que dizer, mas sim porque era a primeira vez que eu ouvia sobre aquilo. Então eu só neguei com a cabeça.

– Eu também não sei bem, acho que era ciúmes, inveja ou coisa parecida. Sabe, eu sempre quis ter um cachorro, mas o papai nunca deixou. Sempre que eu queria algo o papai me dizia não, mas ele sempre tinha um sim para te dar. Isso realmente me irritou durante anos. Você sempre tinha tudo que queria e ainda assim você se queixava, como se todo o esforço que fazíamos por você não fosse o suficiente. 

– Isso não é verdade, eu sou realmente grato à tudo que você e o papai fizeram por mim. Eu sei que meu comportamento nos últimos anos não foi dos melhores, mas eu…

– Não, eu não estou te criticando por nada Natsu – Ele me interrompeu. O fato de que ele não olhava para mim estava começando a me incomodar – O papai te tratava assim porque ele não podia te dar uma mãe, por ele ter que trabalhar o dobro de antes de você nascer, por ele passar menos tempo com a gente do que gostaria, por tudo que ele queria fazer por nós mas que não podia, foi por tudo isso. Eu era o mais velho, eu devia ser um exemplo que ele não podia ser para você, eu sei que todas às vezes que ele me disse não foi por isso, mas eu odiava isso. Por isso me afastei de você, eu não queria ter que fazer você andar na mesma linha que eu só porque isso deixaria o papai menos preocupado com você, só que de repente você não era mais o mesmo e eu também não era. Depois que o papai morreu você não falava mais comigo e eu não sabia o que fazer, quando eu dormia de noite eu sonhava com os nossos pais dizendo que eu tinha que estar ali para você, mas se eu tinha que estar ali por você então quem estaria por mim? Sabe, eles também eram meus pais, eu também estava triste.  

– Eu não sabia que você teve que passar por tudo isso – Eu realmente não sabia de nada disso, eu sempre achei que nós só éramos muito próximos, nunca tinha percebido o quanto ele teve que sacrificar por mim.

– Está tudo bem, na verdade, eu não me sinto realmente assim. Quando eu estou triste tudo isso me assombra e me faz pensar coisas horríveis, mas quando me acalmo Mavis sempre está lá e... você também. Às vezes eu me arrependo de algumas coisas que fiz por você, porque sei que mesmo com as melhores das intenções não foram boas decisões, como não ter te contado o que aconteceu com Happy, mas o meu maior arrependimento é não ter feito mais quando você precisou. Eu queria ter cuidado melhor de você – Meu irmão tinha todos os motivos do mundo para me odiar, motivos realmente compreensíveis, só que por incrível que pareça ele não pensava assim. Percebi isso quando ele pôs a mão sobre a minha cabeça e me ofereceu o sorriso mais gentil que ele poderia ter – Mavis estava acordada quando você saiu do hospital, sei que foi ela quem pediu para você guardar segredo sobre a condição dela. Me desculpe por ter te falado todas aquelas coisas, eu estava com raiva e acabou saindo. 

– Está tudo bem, eu não liguei para isso. Além do mais, eu sou o único que deveria se desculpar. Então, desculpa. 

Ficamos calados, os dois de cabeça baixa como se tivéssemos cometido algum crime. Pensei que Zeref só não sabia mais o que dizer, assim como eu, mas quando olhei para o lado percebi que ele estava como Erza essa tarde, se segurando para não chorar feito uma criança na minha frente. 

– Eu realmente sinto muito, Natsu... Eu não pude salvar o Happy – E foi aí que ele parou de se segurar. 

Eu também quase chorei, ou melhor, eu chorei sim, mas fui rápido o suficiente para limpar minhas lágrimas antes que alguém percebe-se. 

Eu realmente entendo tudo que ele estava sentindo, porque era exatamente assim que eu me sentia sobre o Happy. Por mais que todos digam que não, sei que a culpa pela morte dele é minha, eu me descuidei dele. Zeref disse que o encontrou na porta do meu antigo apartamento no dia em que me mudei de volta para casa, ele estava todo machucado e Zeref correu com ele para o veterinário mas quando chegaram lá já era tarde demais, ele já estava morto. O veterinário disse que foi um atropelamento e que ele ter conseguido chegar até a minha porta foi no mínimo um milagre, ele deveria ter morrido na hora. Eu não sei muito bem como me sentir sobre isso, ele ter ido até a minha porta me deixa ainda mais incomodado, faz parecer que ele tentou me pedir socorro e que eu o abandonei lá. Deve ser por isso que Zeref sempre insistiu para que eu voltasse para casa, ele também deve ter ficado com medo de que um dia eu fosse desaparecer, assustado com a possibilidade de ter me abandonado. 

Ah, acho que vou chorar outra vez.

Me desculpe, eu geralmente não sou esse bebê chorão, mas são coisas demais para eu simplesmente não sentir nada. Falando em bebês, esqueci de dizer o mais importante: Meu sobrinho finalmente nasceu! Nós ainda não o vimos porque ele precisou fazer uma série de exames por causa de algumas complicações no parto, mas ao que tudo indica ele está bem. Infelizmente minhas notícias sobre Mavis não são as melhores, ela perdeu muito sangue (não, ela não morreu mas ainda não acordou). Talvez isso seja normal, eu não sei, não conheço muitas histórias sobre mulheres dando a luz, ainda mais mulheres nas condições da Mavis. Meu irmão disse que vai ficar tudo bem, que Mavis é forte. Eu também quero acreditar nisso. 

N.D.


Notas Finais


XABLAU
chorei muito escrevendo isso, de verdade, cada palavra era uma lágrima
é isso galerinha, por hoje é só, os próximos (ou talvez apenas o próximo) serão os últimos dois (ou um) capítulos então não desistam de mim que já ta perto qq
Não sei quando vou postar o próximo porque to atolada de coisa pra fazer no meu curso e tbm tenho que resolver minha vida, mas vou tentar não demorar UM FUCKING MÊS outra vez :D

Beijinhos até a próxima amo vcs xuxus obrigado por tudo deixem comentários ♡


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