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História Old Hope - 38 - Gerard


Escrita por: mryiero

Notas do Autor


PRIMEIRAMENTE FORA TEMER
Segundamente: eu vou sumir depois desse capítulo, pois sei que muitas vão me matar seriamente com o que vão ler aqui, mas EU JURO QUE VAI FICAR TUDO BEM VIU.
CONFIEM EM MIM.
FALTAM UNS 11 CAPÍTULOS PRA ISSO TERMINAR.
EU SÓ TÔ AJEITANDO AS COISAS.
TALVEZ DE UMA FORMA MEIO LOUCA.
MAS TÔ AJEITANDO.
CONFIEM EM MIM.


Antes de mais nada, queria falar que menina Lesha me lembrou e acho que seria uma boa vocês escutarem esse capítulo ao som de Oceans, da bandinha do Frank (Frank Iero and the pacience) e chorarem comigo. Betei ao som das musiquinhas e eu não sabia como iria sobreviver até o final, mas sobrevivi. Eu peço perdão pelo começo fofo e depois os tiros de sempre. PEÇO PERDÃO MESMO GENTE, ME PERDOA DE CORAÇÃO.

Eu sei que muita gente vai sofrer uma vida, mas eu prometo que as coisas vão se resolver nos próximos dois capítulos e vai ter muito surtinho ainda pela frente.
SE PREPAREM, VIU.
GUARDEM NO CORAÇÃO.
RESPIREM FUNDO.

NÃO ME ODEIEM, MANAS.


Boa leitura brighters/surrenders/hopers/pokémons ♥

Capítulo 39 - 38 - Gerard


Gerard - Parte Um 

 

 

 

- Você está realmente se sentindo melhor? Bob me disse que você não queria acordar por nada e que era capaz de ficar assim por mais um dia, sob efeito de remédios. – comecei, assim que meu pai saiu do quarto, fechando a porta atrás de si, me dando total conforto com Frank. No momento, eu estava abafando a ideia de Donald querer seu filho de volta e me focando inteiramente naqueles olhos amendoados cansados, denotando toda a fraqueza que sentia. “Meu subconsciente não gosta de me deixar longe de você por muito tempo, então já viu...”, ele franziu o nariz em uma careta engraçada, ao que nossos dedos brincavam entre si, o único carinho mais firme que poderíamos fazer um no outro, naquele momento. – Vá se sentar um pouco, você nitidamente precisa repousar e não fazer muito esforço. – Insisti, ao ver que Frank emoldurava sua expressão falsamente calma, tentando esconder dores, cansaços ou o que quer que seja. Ele não me enganava e revirar os olhos, sob o som de minhas palavras, só denunciava isso ainda mais.

 

- Eu sei, mas me deixei ficar aqui um pouco. Preciso olhar pra você e me certificar de que tudo está bem, você me parece um pouco pálido demais. – e uma das mãos de Frank vieram sobre meu rosto, conforme falava, a que estava parcialmente suja de sangue, mas que não me preocupou. Era muito provável que havia tirado seu soro dali, o ferimento já estava controlado e aparentava não sentir dor, ao passar as costas da mão por minha bochecha, delicadamente. “Não sinto nada, Frankie... Estou à base de analgésicos, você não precisa se preocupar com isso”, o respondi baixinho, cedendo ao carinho de meu marido, ao fechar meus olhos e deixar a voz de Frank ecoar, amansando tudo o que de recente havia acontecido. – Minha mãe e Bert me disseram que tudo ocorreu bem, mas ainda sim... Sabe como eu fico, sabe como preciso conferir com os meus próprios olhos que você está bem.

 

- Eu também não sei muito, a doutora Ashley vai passar por aqui mais tarde... E você provavelmente vai ganhar uma bronca pela fuga, Sr. Iero Way. – Respondi, ainda com os olhos fechados, a respiração acalmando-se gradativamente, enquanto Frank resmungava um “Eu não ligo, cheguei a tempo de vivenciar quase um milagre”, em um tom quase divertido. Emoldurei uma careta em meu rosto, ainda pensativo a respeito, precisando do auxílio de Frank a respeito daquilo. – Você acha que Donald falou sério? – a pergunta martelava minha cabeça desde que meu pai havia surgido em meu quarto, com aquela ideia nada normal a respeito de recompensar, pedir desculpas, o que quer que fosse. Eu não acreditava, mas também não era um completo descrente... E Frank quase me convenceu com um simples “Sim, eu acho... Ele parecia determinado, me lembrou você quando quer muito alguma coisa e não quer dar o braço a torcer ao mesmo tempo...”, que fazia todo o sentido. Tantas vezes, quando brigávamos, eu era daquela forma... Tantas vezes fui assim na minha vida, em meu trabalho... E como Frank me ajudou a melhorar, a superar esse capítulo conturbado de um Gerard Way que não mais existia, mas que estava ali, espelhado em meu pai, de alguma forma. – Não sei... Você sabe de todo o meu trauma... Não quero criar esperanças e depois me iludir. – quase ronronei aquela frase, ao que Frank avançou com os dedos para os meus cabelos, ajeitando os fios cada vez mais finos, antes de tocar a pontinha do meu nariz com um dos dedos, me fazendo franzi-lo, ao continuar a falar. – Eu espero que nos ajude... Com Adam e tudo mais. Nós precisamos disso.

 

 E sim, talvez meus pensamentos soassem frios, mas aquela era a primeira coisa em que eu pensava no momento. Não ligava para meu pai e sua modéstia repentina, sua vontade de interagir novamente com o filho e, incrivelmente, aceitar meu marido. Adam era uma preocupação clara... Alguém que estava ameaçando nossas vidas mais do que meu pai e todo seu discurso de ódio. Eu poderia duvidar da índole de Donald, mas sabia que nunca teria coragem de atacar Frank de forma propriamente dita, afinal, ele sabia do que eu era capaz, caso isso ocorresse.

 Meu pai possuía contatos em todas as áreas possíveis, desde que havia iniciado seus negócios. Não seria difícil para ele arrumar um jeito de deixar Adam afastado de nossas vidas para sempre... Se ele o quisesse de verdade, se deixasse suas palavras se tornarem mais do que promessas ditas da boca para fora. E aquilo me dava ânsia, até mesmo me causava um pequeno enjoo, provavelmente um misto de pós-operatório e medo. Se meu pai não desse um jeito, eu sequer saberia como sair dessa situação deitado naquela maldita cama. Poderia pedir ajuda a nossos amigos, mas não era justo... Era arriscado demais, eu não queria precisar lidar com mais gente de machucando e sendo alvo de um louco como aqueles.

 Mas, ao mesmo tempo, eu precisava proteger Frank de tudo... Deveria ter dado um fim àquela situação há tempos, mas não havia sido capaz... Fiquei cego por nossa felicidade e, principalmente, preocupado por meu estado, e havia esquecido de algo ainda mais grave. Eu poderia me curar, ficar saudável novamente, superar tudo aquilo ao lado de Frank, mas Adam ainda estava ali. Vivo... E não era muito fácil mata-lo, como eu tinha certeza de que estava derrotando meu tumor de uma só vez.

 Ao entreabrir meus olhos e ver Frank ligeiramente curvado sobre mim, os olhos ainda cansaços brilhando tanto, eu soube que precisava fazer alguma coisa. Independentemente de meu pai agir ou não... Eu não deveria deixar aquela luz esmaecer. E eu sabia, conforme sorria ao poder identificar cada pigmentação daquele olhar tão marcante, que, mesmo em uma cama de hospital, mesmo me recuperando de algo grave, eu daria meu jeito... Enquanto eu estivesse vivo, Frank estava seguro.

 

- Você é adorável quando está preocupado. – ele constatou, pendendo o rosto um tanto mais, os lábios tocando minha testa e ali beijando com tamanho carinho, que eu podia sentir cada parte minha se arrepiar extremamente. “Você sabe o quanto isso é fodido, é inevitável pra mim...”, o respondi, a voz fraca e quase manhosa demais para um Gerard que parecia incrivelmente durão há alguns minutos atrás. – Eu sei, ele está por aí ainda, mas sabe que se tentar alguma coisa dessa vez, não escapa. – Frank era firme em suas palavras e, principalmente, em me olhar, enquanto afastava-se delicadamente de mim, para que eu pudesse olhá-lo melhor. E o fiz, piscando algumas poucas vezes, sentindo um pouco de exaustão me tomar, mas não me vencer. – Ele não vai sair impune, ele pode se desfigurar o quanto quiser, mas não vou permitir. – Frank tinha certa emoção em sua voz, mas também uma determinação que fluía dele para mim. Se antes que estava certo em terminar aquilo tudo, ao olhar para ele, ver sua expressão séria e concentrada, tudo se tornava ainda mais real. – Eu estou cansado disso tudo... Desses problemas... Argh. Quando vamos ter um pouco de paz?

 

- Quando sairmos daqui, eu prometo. – respondi de imediato, a vontade de me mover e poder alcançar aqueles lábios só crescendo, mas sendo terrivelmente contida por meu eu ainda consciente de que eu deveria repousar. Então, eu sorri, pensando em todos os planos que tinha para nós dois, em tudo o que estava tão próximo... Pois eu iria realizar cada capricho, cada pedido bobo que Frank entoasse em voz alta. Eu estava ali para isso, depois de tudo o que passamos, de tudo o que ele estava aguentando por mim. – Vamos passar uma semana juntos, largados na nossa cama, fazendo sexo todos os dias... Mais nada. – E seu rosto se acendeu em um sorriso coberto de intenções que eu repartia com ele, que continha dentro de mim, desde que eu não aguentava mais... Era muito difícil quando se tinha Frank Iero só para si todos os dias e não podia fazer absolutamente nada. – E... Carinho, antes que pense que só quero o seu corpo. Quero muito carinho... – “Gerard Way bancando o gatinho ronronando e pedindo carinho... Como eu posso resistir à isso?”, ele sussurrou, logo após minha voz soar no ápice de uma doçura que eu desconhecia, cuja culpei os remédios que deveria estar circulando por minhas veias. – Não faço tanto drama quanto você, mas sei conseguir o que quero. – pisquei para ele, em uma cena ridícula para alguém que deveria estar com o rosto inchado, em um estado péssimo de pós-operatório, mas, para Frank, era o suficiente para me beijar.

 

 Não um beijo do “nosso tipo”, que era capaz de me fazer perder a respiração com apenas alguns breves moveres de sua boca na minha, mas sim um selar simples, porém mais do que necessário. Da mesma forma que precisávamos olhar um para o outro, eu queria senti-lo, prova-lo ao menos em um sugar mínimo daqueles lábios tão bem desenhados. E um roçar tão característico veio logo em seguida, enquanto Frank dedilhava minha bochecha com uma das mãos. Eu era capaz de desmaiar só com aquilo, Frank sabia muito bem me dar o carinho que eu precisava, me tocar com intensidade suficiente para me arrebatar, no sentido metafórico da expressão, claro.

 Frank poderia ser facilmente um pequeno filhote em um surto de carinho, os lábios separando-se dos meus, mas trazendo ainda mágica para mim, ao deslizar por meu rosto, como só ele sabia fazer, com a lentidão de alguém que pouco se importaria se o mundo poderia acabar e que continuaria ali, amando seu marido. Seus toques iam por minha bochecha, onde ofegava, beijava e mordia com delicadeza, enquanto eu precisava me segurar para não realizar nenhum movimento muito brusco. Queria levar minha mão por suas costas, afagar sua pele macia, mas tudo o que fiz foi alcançar parte da lateral de seu rosto e retribuir o carinho como podia. Rocei a pontinha do meu nariz naquele ponto e acreditei que iria me desfalecer em várias partes, quando o seu cheiro imediatamente me anestesiou de todas as preocupações.

 Ali, não havia Adam. Não havia meu pai ou doença alguma. Ali, era a minha casa... Em Frank, em seus toques, sabores e tudo o que podia me transportar para longe do caos que parecia não se afastar de forma alguma. Mas com suas risadas baixas, ao que me ofereceu parcialmente seu pescoço e pude deixar meus lábios saboreá-lo naquele ponto, em beijos sutis, eu pude ver que ainda sabia (mesmo preso a uma cama de hospital) muito bem como trazer o meu menino manhoso à tona novamente.

 Não era o bastante para nós dois, na prática, mas foi o suficiente para que eu pudesse sentir o meu marido um pouco menos trêmulo e preocupado, e me sentir mais revigorado do que antes. Era óbvio que parte de mim queria me jogar em Frank, puxá-lo para cima da cama e ali ficarmos, mas, minutos de toques simples, beijos não muito aprofundados e Frank reclamar de dor nas costas (ele estava curvado há bons longos minutos sobre mim), não protestei ao vê-lo afastar-se. Mas, claro, sem antes morder delicadamente a pontinha do meu nariz e sorrir. Ele não mais estava pálido, era uma bagunça completa e corava como nunca... E não havia como não sorrir e encará-lo intensamente. Ele era capaz de acabar com todas as guerras mundiais que acontecessem com apenas um sorriso.

 

- E Dean? Aconteceu algo nessas últimas horas? Ray me disse que deu entrada com algumas papeladas, mas não sei se algo andou nesses últimos dois dias... E sei que ele ficou de papo com você, Bert me conta tudo. – Frank tagarelou, esticando-se um tanto, retirando as mãos de cima de mim por alguns segundos, até retornar com seus dedos abusados sobre uma de minhas pernas, ali apertando minha coxa gentilmente.

 

- Ele me disse que pretende esperar minha recuperação e o laudo sair, algo a ver com precisar confirmar que a minha doença está sob controle e que a criança não irá se tornar um empecilho em nossas vidas. – resmunguei, sentindo minha respiração ainda apressada pelos toques anteriores, a mão apta, livre dos soros conectados em meus braços, tateando o colchão, até que eu pudesse alcançar minha coxa e, consequentemente, os dedos coloridos de Frank. Enrosquei-os imediatamente, conforme continuava a falar. – Faz sentido, mas não deixo de sentir um pouco de medo a respeito... Ainda mais com tudo isso acontecendo.

 

- Meu amor, você vai ser um pai incrível, não precisa temer mais merda alguma... – E eu adorava quando Frank era desbocado, fazia aquela careta adorável e franzia seu nariz tão bonito, antes de prosseguir, com um sorriso simples, mas de parar meu coração. – A gente ainda vai se preocupar com aquele infeliz circulando por aí, mas só... Tenho certeza de que quando finalizarmos esse capítulo, esse peso vai sumir, essa sensação vai desaparecer e tudo no que vamos conseguir pensar é quando sairemos por aí pra gastar fortunas em lojas de bebê. – Os olhos de Frank brilhavam e eu tinha certeza de que os meus também, naquele misto de felicidade parcial e ânsia, uma emoção sem fim, que me fazia perceber que o meu pequeno e adorável marido estava prestes a derramar delicadas lágrimas de felicidade. – Eu ainda não contei pros meus pais... Minha mãe vai enlouquecer, puta merda!

 

- Eu não duvido nem um pouco... – e eu sorri, enquanto observava Frank resmungar um pouco consigo, algo sobre fazer sua mãe enfartar, até resolver interrompê-lo, meus dedos apertando-o com um pouco mais de força, para ter sua total atenção. E quando aqueles olhos cor de âmbar pousaram sobre mim, me senti forte o bastante para continuar. – Você vai ser um pai incrível, sabe disso... E vai me ajudar a mimá-lo como nunca. – “Eu vou ser um pai coerente, não podemos mimá-lo assim!”, Frank parecia tentar protestar e eu só semicerrei os olhos, quase rindo de sua falsa expressão séria, contrapondo-o de imediato. – Frankie, se o nosso filho pedir uma jujuba pra ele, eu tenho certeza de que você vai comprar uma fábrica inteira pro menino... Ou mandar fabricar um sabor especial pra ele, sem dúvida alguma. – E vi Frank abaixar o rosto, os fios mais longos escondendo seu rosto de mim, de uma forma quase agoniante. Foi quando vi seus ombros mexerem-se sutilmente, ao mesmo tempo em que um soluço fraco ecoava pelo quarto, que me dei conta: ele estava imaginando tudo aquilo, realizando a grandeza daquela informação, de uma memória que se tornaria real dali a algum tempo... E estava chorando. Poderia me preocupar ao extremo, mas a única negatividade que via em tudo aquilo era não poder pegar Frank em meu colo e apertá-lo, até que voltasse a gargalhar ou reclamar da minha brutalidade. – Ei, ei... Não chore, meu amor, por favor... – Palavras eram o que eu tinha no momento, além de meu polegar afagando seus dedos, precisamente traçando uma linha carinhosa pelo anelar, o que reluzia com as alianças e carregava consigo toda a história do nosso amor. – Isso vai ser a nossa realidade daqui pra frente, eu preciso que você não desmaiei de tanto chorar toda vez que falarmos do nosso filho... – E eu quase ri, quando ele soluçou ainda mais alto, erguendo o rosto bonito e, com a mão livre, afastando os cabelos, um tanto quanto oleosos, de seu rosto e exibindo o narizinho avermelhado, os olhos inchados e vermelhos pelo choro repentino. Frank resmungou algo sobre ser chorão e eu ter que aguentar, entregando-se a uma onda mais forte de choro, algo que parecia estar guardado dentro de si há certo tempo... Ou talvez sua ficha só houvesse caído de verdade ali, quando eu era impotente em confortá-lo como bem queria. – Não chore, Frankie...

 

 Ou talvez o subconsciente de Frank soubesse que ele teria motivos para chorar quase que imediatamente.

 Eu estava tão conectado a ele, me concentrando em não chorar como ele, tentando ser a força naquele momento, que sequer me atentei a porta se abrindo. Algo em mim já estava se acostumando com pessoas invadindo meu quarto, era a única explicação... Ou eu estava apenas tão concentrado em Frank em sua felicidade transbordando em lágrimas exacerbadas, que sequer reparei que um vulto adentrou o quarto repentinamente, carregando consigo uma atmosfera súbita de negatividade.

 E era realmente como se os ares do quarto tivessem se invertido, dando lugar a uma melancolia, uma dor sem fim, que poderia ser notada simplesmente pelo olhar de Frank. Antes tão repleto de cores e de possibilidades, de visões de nosso futuro, subitamente transformando-se em algo enegrecido, frio, ao que ele foi o primeiro a voltar-se para o lado, encarando a porta... Entrando em estática. E ele tinha razão em empalidecer subitamente e quase esmagar meus dedos com sua mão apertando-me tão desesperadamente.

 Pois, sendo redundante, era desesperador.

 Atordoante, quando o homem que quase o matou, há horas atrás, estava ali, parado... A porta escancarada dramaticamente, enquanto Adam se movimentava com dificuldade, parando bem diante da minha cama.

 

- Continue a chorar, Frank... Vai ser o enquadramento perfeito para o cenário que tenho em mente. – Adam sempre seria um filho da puta teatral demais, exagerado demais... Louco demais. E a imagem de seu corpo parcialmente queimado, seus olhos alucinados e sorriso digno de um dos vilões de minhas HQs era a prova real disso... De que existia o mal de verdade no mundo. E ele estava bem ali: parado diante de mim e eu era incapaz de fazer qualquer coisa a respeito.

 

 A primeira coisa que registrei foi a sua nova aparência. A pele queimada, ainda em recuperação, vermelha e aparentemente ainda bem ferida em alguns pontos, como também lhe faltava um pouco de cabelo na lateral da cabeça, algo bem horripilante, mas que não me assustaria tanto quanto aqueles olhos azuis vidrados em mim e Frank. Aquele olhar era mais brutal do que seu rosto parcialmente desfigurado, seu pijama do hospital parcialmente sujo e, em alguns pontos ensanguentados, ou até mesmo a forma como se arrastou pelo quarto, como um zumbi, em sinal de que havia machucado uma das pernas em sua fuga.

 Parte de mim entendeu o porquê de Frank parecer tão emocionalmente instável ao ver aquele homem parado, esboçando um sorriso plenamente satisfeito. Adam sabia que estávamos indefesos... Que eu não poderia me levantar, caso fizesse algo com Frank, e que meu menino ainda tinha seus reflexos baixos, estava aparentemente abalado por tanta coisa, que era um alvo fácil. Perguntei-me onde estariam os seguranças que Bob tanto falou, quando, em uma das mãos trêmulas de Adam, vi uma espécie de pequena serra, provavelmente utilizada em alguma cirurgia, parcialmente ensanguentada... E se eu achava aquele cara pirado antes, não queira imaginar o quanto eu me desesperei ali.

 E Frank tomou toda a minha atenção, quando soltou minha mão e a espalmou sobre o colchão de minha cama, agarrando-se ao lençol, com certa necessidade. Seus olhos atentos vasculhavam o quarto, em busca de qualquer coisa que pudesse utilizar como arma ou se proteger e o ajudei naquilo, mesmo sabendo que não encontraríamos nada. Não havia defesa, eu não poderia me levantar dali e dar um jeito de nocautear Adam, antes que atacasse Frank... Eu tinha pontos em meu corpo, sentia que era capaz de ser morto primeiro, do que realizar qualquer golpe, e em algum lugar em minha mente, eu comecei a acreditar que iria dar a minha vida para salvar a de Frank, conforme me dirigia a ele.

 

- Não tente nada, Frankie... Você não... – tentei confortá-lo, mesmo sabendo que seria em vão. Seu rosto estava tomado por uma determinação quase cruel, como se Frank estivesse mesmo disposto a atacar Adam, pouco se importando para as consequências do que aquilo poderia trazer. “Não, eu não vou ficar aqui enquanto ele...”, Frank grunhiu, e Adam ampliou o sorriso cadavérico em sua face, me fazendo rapidamente emendar, agora me direcionando a ele, a fim de distrai-lo. – Adam, cai fora... Agora. É o melhor pra você.

 

- Ele não vai... Não vai desistir até me ver morto, essa é a verdade. – Frank mórbido era algo indesejado, mas impactante. Quase me fez agarrá-lo pelo pulso e puxá-lo para perto, quando, aparentemente lendo meus pensamentos, ele deu alguns passos para o lado, ao mesmo tempo em que Adam parecia brincar com a maldita serra ensanguentada entre seus dedos sujos. E eu estava cada vez mais certo de que estava vivendo um filme de terror bastante real, quando Adam decidiu responder Frank, cheio de ódio.

 

- Que bom que nos entendemos a respeito disso... Espero que dessa vez facilite as coisas pro meu lado, se não... – e deu de ombros, como se estivéssemos em uma conversa casual, que não girava nem um pouco a respeito da vida de Frank. E com a mesma intensidade com que disse, seus olhos se focaram em mim, voltando até a algum ponto atrás de minha cama, ao que uma falsa expressão de surpresa o tomava, como se tivesse se lembrado de algo naquele instante. – Aliás! Me esqueci completamente... Tenho um plano melhor, algo grande... – E lá vamos nós para o discurso do “vilão” da história. Queria pular aquela parte, algo dentro de mim estava pronto para explodir, já exausto de conversas daquele gênero... Eu só queria chegar à parte em que tudo se resolvia, onde eu saía daquele hospital, com Frank ao meu lado, retornando ao meu apartamento, pronto para nos mudarmos para o interior. Para longe daquele psicopata e de qualquer merda que aparecesse. – Imagine só... Frank Iero sendo cruelmente acusado de matar o ex-companheiro de banda e o marido, ao descobrir o romance escondido dos dois... – E Adam ganhou minha atenção com aquelas palavras sem lógica alguma, ao mesmo tempo em que Frank xingava baixo, não propriamente irritado ou com ciúmes, mas impaciente... Se eu estava na borda, Frank já transbordava. Ele sempre seria mais explosivo do que eu, mesmo que Adam quase tivesse despertado o pior em mim em um passado não muito distante. – Não seria incrível? Depois, o pobre Frank passaria toda a vida sozinho, em uma prisão... É o final perfeito que eu tenho pra toda essa história. É o final perfeito para a sua vida, Iero. – Adam entoou tudo aquilo com uma calma, com uma frieza que me fez sentir o corpo arrepiar e gelar. Pois, ao olhar para aquele homem, para a forma com que apontou a “arma” que tinha em mãos para Frank, eu soube: ele seria mesmo capaz de colocar em prática cada bizarrice de sua mente atrofiada.

- Você é completamente insano... – minha voz soou arrastada, na realização de que Adam poderia ser muito pior do que eu já havia presenciado. Ele acreditava naquilo: que Frank era alguém ruim e havia me tirado dele, uma espécie de ficção bizarra que só fazia sentido em sua cabeça. – Eu deveria ter quebrado a sua cara quando tive oportunidade. – a frase era real, era o que imediatamente pensei, quando o vi ali, ainda parado, sem poder ataca-lo de outra forma. “Me arrependo diariamente de não ter deixado que o fizesse”, Frank resmungou, e eu pude ver Adam se retesar, quase pronto para avançar sobre ele, mas obrigando-se a não fazê-lo de imediato. Então, a única opção que tínhamos surgiu em minha mente, algo que não era certo... Afinal, eu havia me desapegado de muita coisa naqueles dias, que não fazia ideia de onde estava o meu maldito telefone. – Frank... Você não teria um... – “Celular? Não mesmo, o meu está em algum lugar no outro quarto”, Frank prontamente me respondeu, nossas ideias se complementando como sempre. – Merda... Eu preciso de algo, urgentemente... Qualquer... Porra! – e quando eu era tão desbocado, era sinal de que eu já não mais conseguia bancar o forte tão fácil. Poderia ter passado por uma cirurgia complicada, estar prestes a lutar contra o câncer, mas aguentar Adam... Era um pouco demais.

 

- Não existe nada que possa fazer, querido... Você não tem como me parar. Nenhum dos dois tem. – Adam voltou a gesticular, os braços e mãos movendo-se amplamente, me fazendo notar que a mão livre parecia ferida, talvez um corte fazia sangue escorrer dali, cujo não pude identificar muito bem. Minha posição naquela cama ainda era desconfortavelmente estável para aquele momento. – Eu precisei me livrar de dois seguranças até chegar aqui... Incrível, não é? Me livrar de alguém do seu tamanho, Frank... Vai ser fácil. – “Eu deveria ter percebido que cheguei aqui muito fácil... Ele deveria estar rondando o corredor há muito tempo, puta que pariu”, o tom de Frank era de preocupação extrema, dando-se conta do que havia deixado escapar. Como eu estava naquele quarto, não fazia muita ideia do que estava acontecendo, mas presumi que a segurança havia falhado, que Adam realmente estava ali... Só esperando para atacar, provavelmente aguardando que meu pai saísse do quarto para começar o seu show. – Ridículo achar que iriam me encontrar tão fácil aqui... Foi difícil e bastante sujo me esconder, mas... Cá estou. E quero vingança... Quero ver tudo pegar fogo.

 

 

Continua... 

 

 

 


Notas Finais


OI GENTE TUDO BOM
TUDO ÓTIMO MESMO
SERÁ QUE CHOVE NESSE FIM DE SEMANA?
VAMOS AO TÓPICOS, ANTES QUE CS APAREÇAM NA MINHA CASA COM SERRINHA NA MÃO IGUAL AO ADAM.

- Eu amo esse comecinho, mas sei que cs não querem falar do comecinho fofo e amoroso, então desde já vou ficar enrolando aqui.
- Mentira, vamo falar do Frank chorando por causa do Dean, que coisinha mais amor, que coisinha mais fofa.
- Vamo falar do Frank sentindo o Adam vindo e dando esse surtinho, MAS NÃO VAMO FALAR DE ADAM NÃO, SE NÃO CS ME MATAM.
- mentira, gente, vamo falar de Adam rapidinho.
- Vamo falar que eu sei que vai ter gente achando teatral demais e reclamando que é vilãozinho demais, mas é o que Gerard sempre deixa claro: ele é doente, de verdade. Ele acredita em um mundo que só ele vê e existem pessoas no mundo desse jeito, infelizmente. Adam precisa de um tratamento ou de algo mais sério, pois nitidamente ele não está NADA BEM MESMO. E isso só vai ficar mais claro nesse capítulo e no próximo.
- Ele já perdeu a razão, já não quer mais saber só do Gerard, ele quer especificamente acabar com o Frank e isso é desesperador.
- É isso, gente, eu to indo pra Finlândia e só volto no fim do capítulo que vem, pra cs não me matarem ou aparecerem aqui em casa tipo o Adam.
- ESPEREM COM MUITO CARINHO, TÁ?
MUITO CARINHO NESSES CORAÇÃOZINHOS
AMO VOCÊS, TÁ? VALE LEMBRAR.


- Ah, eu fiz um tumblr/diário virtual (sei lá) pra colocar reflexões e coisinhas aleatórias sobre a minha vida, conversar e ajudar pessoas, o endereço é esse aqui: http://wordsaremy-weapons.tumblr.com/
Espero que vocês gostem <3


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