História Old Love - Reencontro.

Estava tentando evitar conflitos na minha vida, precisava de alguém que me transmitisse segurança e acima de tudo paz. Sentia falta de uma companhia, de alguém que se importasse comigo de verdade. Ser mãe solteira é uma grande responsabilidade, mas não é algo ruim. É extremamente encantador ser mãe, ter uma vida pequena que depende de você para crescer, alguém que vai ter você como um espelho pro resto da vida. Uma vida na qual você daria tudo para proteger, para amar e cuidar. Julie é essa vida para mim e não importa o que acontecer, eu sempre vou ama-la. Eu achei que Bieber ia ter os mesmos sentimentos que eu quando conhecesse Julie, mas eu estava enganada. Eu tive de enfrentar o medo, a dor e a solidão, para no final me sentir livre. Havia uma alegria vibrante em Julie que me mantinha viva todos os dias. Uma inocência que não permitia com que eu desmoronasse. Havia várias razões para desistir, mas eu ignorava todas elas e forçava-me a encarar todos os obstáculos de frente, e tudo isso por ela. Eu tinha princípios, uma lista de desejos para cumprir, escolhas a fazer e caminhos a seguir. Já agi muito por impulso pensando que Bieber era o amor da minha vida, e hoje vejo o quão errada eu estava.

Mais uma vez eu resolvi esquecer tudo o que ele falou, todos os encontros e beijos roubados porque não faltou amor da minha parte, se alguém tem culpa de algo, esse alguém é ele.

"Estou de olho em você olhos azuis."

No exato momento em que tinha pensado em esquecer, algo me faz lembrar ele, no caso essa mensagem. Uma mensagem de um número que eu não tinha salvo, mas que eu conhecia muito bem. Fico me perguntando quando é que ele vai parar de agir dessa forma, odeio esse jeito controlador que ele tem. Decidi ignorar a mensagem e passar um tempo com a minha filha, eu não precisava de nada que me lembrasse Bieber, meio irônico, já que Julie é a cópia fiel dele.

– Pode ir na sorveteria mamãe? – Pergunta ela assim que saímos do carro e paramos no parquinho.

– É claro que sim meu amor. – Respondo. Segurei na pequena mão de Julie e andamos calmamente pelo parquinho, coloquei Julie sentada no balanço e fiquei atrás dela segurando-a para que ela não caísse.

– Olha mamãe um cachorro. – Julie aponta pra um cachorrinho mordendo uma pequena bola perto de nós, observo ela levantar e ir até o cachorro. Vou atrás dela no momento em que vejo ela pegando o cachorro no colo.

– Julie, não pode pega-lo assim ele deve ter dono. – Falo para que ela largue o cachorro. Mas ela olha pra mim sorrindo e balançando o cachorro.

– Mas Julie gostou dele mamãe. – Ela me olhava com aqueles olhos tão azuis quanto os meus, me suplicando para deixá-la ficar com o cachorrinho. Abri a boca para responde-la, mas aquela voz impediu-me.

– E parece que Buckley também gostou de você. – Escutar sua voz tão de perto depois de tanto tempo fez todos os meus pelos se arrepiarem.