História Old Love - Julie.

POV Wendy Lawrence

Ouvir a voz de Julie fez com que eu esquecesse de todo o resto, porém, meus momentos de felicidade duraram extremamente pouco, já que Bieber me chamará de puta. Quem ele pensa que é pra dizer tais coisas sobre mim? O que eu tinha na cabeça quando deixei que ele me insultasse daquela forma? Aonde tudo isso ia parar? Por que ele não ligou quando lhe disse que ia embora? O que exatamente eu fiz pra ele? Por que ele nem se quer se importou? Essas eram as perguntas que mais rondavam minha mente me deixando ainda mais nervosa. Eu não sabia o que tinha feito pra ele agir daquela forma, mas sabia que não ia correr atrás dele feito uma cadelinha. Bieber estava agindo pior que uma criança, então fiz exatamente como nas outras vezes, fui embora.

No caminho de volta ao hotel, liguei para o meu empresário e pedi para que ele prepara-se um jatinho pra mim. Voltaria pra casa hoje mesmo, não queria permanecer aqui nem mais um dia. Eu precisava voltar, precisava me encontrar novamente e deixar tudo pra trás. Era sempre assim, ele errava, pedia perdão, eu o perdoava e quando pensava que as coisas iriam se encaixar, ele voltava a errar novamente. Era um ciclo vicioso e sem fim. Eu não tinha esperanças, sabia que isso ia acabar acontecendo, sempre soube. Infelizmente eu nunca quis enxergar o que estava em baixo do meu nariz esse tempo todo. Bieber nunca mudaria. Nem por mim, nem pela família, nem por ele mesmo. O que me irritava profundamente era saber que mesmo com todos os seus defeitos, eu o amava.

Deixei de pensar nele no exato momento em que cheguei no aeroporto. Como combinado, meu empresário deixou tudo preparado para mim. Estava caminhando em direção ao meu jatinho particular quando escutei aquela voz soar extremamente rouca e raivosa.

– Aonde você pensa que vai? – Bieber segurava fortemente  em meu braço enquanto me encarava como se fosse me matar ali mesmo. A pergunta que não queria calar era, como ele sabia aonde eu estava?

– Eu disse que iria embora. – isso foi tudo o que eu disse. Dei meia volta e obriguei as minhas pernas a andar em direção ao jatinho.

Estava subindo as escadas do jatinho quando ele disse.

– Isso não vai ficar assim.

ótimo, tudo o que eu precisava agora era a raiva de Bieber. Fingi não ouvir e entrei no jatinho me sentando na poltrona. Conseguia ver o Bieber pela janela, ele me olhava fixamente, eu o observava querendo gravar cada detalhe de seu rosto. Não podia perder nada, não sabia quando o veria novamente. Coloquei a mão na janela numa forma de me despedir dele, em seguida o piloto decolou. Suspirei, e relaxei meu corpo na poltrona.

Só percebi que tinha adormecido quando um dos seguranças me acordou dizendo que já tínhamos chegado, respirei fundo levantando da poltrona passando as mãos pelos meus cabelos tentando de alguma forma da um jeito neles. Coloquei meu óculos escuro e segui em direção ao carro que me deixara na porta de casa.

– Mamãe. – Julie pulou no meu colo assim que abri a porta de casa.

– Oi meu amor – distribui beijos por todo o seu rosto. – Que tal me soltar pra mamãe entrar direito em casa? – ela balançou a cabeça em negação e se agarrou em mim. Julie sempre foi muito amorosa, quase nunca me largava vivíamos juntas. Eu odiava ter que viajar e deixa-lá com os meus pais, mas era necessário.

– O papai não veio com você? – perguntou-me.

– O papai está muito ocupado querida. – disse a ela. – Você entende né? – ela fez que sim, mas eu sabia que ela não entendia. Sabia que ela sentia falta de uma figura paterna, ela me perguntava muitas vezes sobre o Bieber e a resposta era sempre a mesma. Ele está ocupado. Que grande mentira. A verdade é que Bieber acha que Julie não é filha dele, ele se recusou a registra-la e acusou-me de traí-lo. Que bobagem, eu sempre agi por impulso pensando que ele era o amor da minha vida, hoje vejo que estava completamente enganada. Ainda consigo me lembrar de como tudo começou.  

– Por que todos tem o costume de te chamar de bizzle? – Perguntei-lhe.

– Porque bizzle é uma parte de mim, a pior parte eu diria – fiquei pensativa por um tempo sem deixar de encara-lo queria saber mais a respeito disso – Parte essa, que você não vai querer conhecer. – Finalizou.

Olhei pra baixo por alguns instantes, pensando a respeito do que ele me dissera, analisava todas as possibilidades possíveis. Qual decisão eu deveria tomar? Abri a boca e disse algo que surpreendeu não só a ele mas também a mim.

– Eu quero.

Eu não deveria ter concordado com aquela loucura. Maldita curiosidade.