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História Old Pages - Ele gosta de você.


Escrita por: linwzinha

Capítulo 7 - Ele gosta de você.


Fanfic / Fanfiction Old Pages - Ele gosta de você.

— Tem certeza de que não aconteceu mais nada?

 Eu assinto, confirmando pela segunda vez a sua pergunta.

— Ele apenas parou o carro, me olhou e saiu. — digo, tentando não lembrar da cena no momento. Foi tão apavorante pensar que algo poderia ter acontecido. — Acho que o fato de Ashley estar comigo impediu ele de tentar algo.

— Sim, sim, bem pensando. — diz o Tony, passando a mão em sua barba por fazer.

— Um dia, Selena, apenas um dia em que você não está com segurança, isso acontece. — é meu pai quem diz.

 Eles estão sentados à minha frente, Tony e meu pai, fazendo um interrogatório sobre ontem à noite. A preocupação de Ricado é evidente, e isso vem o deixando cada vez mais nervoso desde que eu contei o que houve. Por isso que o Tony está aqui, papai disse que ele precisava saber; e realmente, isso é de grande importância para capturar Josh e manter minha segurança.

 Quero pensar que estou segura, apesar de tudo, mas eu não estou. Se não fosse por Ashley comigo, ele poderia ter me machucado, ou feito pior. E como meu pai disse, ficar sem a segurança por um dia me fez passar por todo esse transtorno. E no fundo, o que mais me preocupa é o que passa na cabeça de Josh nesses momentos.

— Você não ficará mais sozinha, nem por um minuto se quer. Estamos combinados?

— Pai, não precisa disso, eu...

 Sou interrompida pela voz alta do homem, ele soa rude.

— Não ouse retrucar, Selena. É da sua vida que estamos falando, você não sabe o que aquele psicopata pode fazer. — ele respira fundo, enfiando seus dedos entre os fios grisalhos de seu cabelo. — Eu não vou correr o risco de perder você, filha. Não vou.

 Obedeço, assentindo em resposta. Não é apenas a questão da autoridade imensa que Ricardo tem sobre mim, é também a consciência de que ele está certo. Eu não posso confiar na mente perturbada de Josh, ele me bateu da primeira vez, o que o impede de me matar na segunda?

 Ultrapasso a entrada, ouvindo o típico sininho que a porta faz ao ser empurrada. O lugar não está cheio, e eu agradeço por isso; não é tão bom quando você não pode ter o silêncio e o cheiro gostoso de café.

 No balcão, há um casal sendo atendido; ocupando a vaga a minha frente. Não é demorado o tempo em que eles esperam, pois Laurie, a garota que os atende, é rápida e eficiente. Com a mesma agilidade de antes, a loira me atende, anotando o pedido de um café expresso e panquecas com geleia de morango.

— Nós voltamos a revender aqueles pãezinhos recheados com doce de leite, você os quer?

 A voz ralinha saltada de sua garganta a faz parecer ainda mais calma, entrando em conjunto com a aparência embelezada por lábios redondos, com coloração natural de rosa, e um óculos de grau.

— Com certeza! Eu senti tanta falta disso. Por que pararam de vender? — questiono, enquanto caço o cartão de crédito em minha bolça.

— A confeiteira estava indisposta, e a substituta não sabia fazer alguns doces, incluindo este.

— Compreendo. Mas que bom que ela está de volta, uh?

 Com um sorriso eu a olho, e com um sorriso ela me recebe, assentindo a questão retórica que lhe foi pronunciada.

 Termino de digitar a data do nascimento da cachorra; sendo essa a senha do meu cartão. Não é óbvia, mas também não é difícil, uma combinação perfeita para fazer com que as pessoas sequer imaginem. Me despeço de Laurie, seguindo até à mesa próxima ao vidro com direção à rua. O céu está escuro, num belo tom de azul quase preto. Os arranha-céus iluminam de cima a baixo toda a extensão da cidade, com ajuda dos neons propagais, faróis de carro e postes de energia.

 Lá na frente, em uma das primeiras mesas está Logan, o meu segurança particular. Ele entrou minutos depois após a minha chegada, mas na verdade ele sempre esteve por perto, só não deixou isso evidente para as pessoas alheias da situação.

— Selena!

 Me viro assustada, dando atenção ao garoto que me olha com um sorriso imenso; daqueles que podem rasgar seu rosto. Ele está tão grande e forte.

— Ryan! Quanto tempo, como está? — eu o abraço, percebendo mais uma vez como seu tronco realmente ficou forte.

— Eu estou bem, mas você, Sel, nossa! Que avião.

 Eu gargalho, convidando o louro pra se sentar comigo em seguida. Reparo sua barba ralinha, bem loura, soa quase imperceptível a quem não o olha com atenção. Mas ele continua com o mesmo sorriso e aqueles olhos tão azuis que parecem cristais.

— Não sabia que estava aqui, isso é tão legal. — comento. Me lembro de toda a turminha com quem Justin andava, eram inseparáveis. — Mas e os outros? Chris, Chaz... Eles não vêm?

— Chaz sempre foi um CDF, conseguiu uma bolça Oxford e nos deixou. — sua atuação faz parecer que ele realmente não gostou disso, mas a risada no final faz jus o orgulho que ele sente do amigo. — E o Chris, bom... Evoluiu primeiro.

— Como assim?

 A essa altura, eu já estava com os braços apoiados na mesa, olhos astutos aos seus movimentos e ouvidos atentos. Eu amo histórias de vida, é quase um hobbie ouvir e ouvir todas elas; quase como uma criança recebendo a melhor história em quadrinhos, enquanto come pipoca.

— Ele não casou, mas está no caminho. — arregalo meus olhos. Ele é tão jovem, e sempre foi o mais molecão do grupo. — É o que acontece quando se engravida uma garota com pais religiosos.

— Céus! — tento segurar a risada, mas fico à mercê dela.

 A verdade é que isso me choca, mas soa tão engraçado ao mesmo tempo.

— E você, Selena, o que aconteceu na sua vida além do fato de ter ficado ainda mais bonita?

 Sorrio graciosa com o elogio. Estou passando a pensar que eu realmente estou mais bonita, esses garotos, Justin e ele, fazem questão de enfatizar essa coisa.

— Ah, hoje eu sou psicóloga, como sempre quis. — me sinto orgulhosa, e posso ver o sorriso sincero do loiro em meio a minha conquista. — Eu acho que não há tanto pra falar sobre mim.

— Você está solteira?

 Eu solto uma gargalhada vergonhosa. Ele pergunta como alguém que tem interesse, e isso me faz lembrar de Justin.

 Uma garçonete; parece ser novata, nos trás o meu pedido, mas não demora muito para que a torta de frango do lourinho a minha frente chegue pela mesma garçonete.

 De boca cheia, e me recompondo, eu tento voltar ao assunto de maneira mais discreta possível.

— Acabei de sair de um relacionamento complicado, na verdade.

 Ele solta um suspiro descontente, enquanto faz um movimento cabisbaixo com ajuda dos ombros, encarando a metade restante de sua torta.

— Achei que essa era a minha chance. — há humor em sua fala, e eu gosto de como soa toda essa nossa conversa. Ryan sempre foi adorável, é ótimo saber que isso não mudou com o passar do anos. — Mas eu estou brincando. Eu sei sobre Justin e você.

 Me engasgo com o cappuccino, recebendo um olhar assustado do garoto do outro lado da mesa. Ele se levanta minimamente, alcançam minhas costas e dando leves batidinhas. Mesmo estando um pouco desnorteada, consigo ver o olhar do meu segurança de longe, ele estava atento a tudo que acontecia.

— Você está bem? — Ryan questiona, voltando ao seu lugar quando me vê recuperada das tosses excessivas.

— Estou, eu só... — mais uma tosse. Tento respirar, tirando toda a tensão estranha que eu fiz acontecer. — Ele te contou tudo?

 Quando questiono, me refiro ao outro loiro, o que está atrapalhando os meus planos de deixá-lo longe, Justin.

— Justin me conta tudo, é o preço de uma amizade vinda de berço. — soltamos um risinho em conjunto. — Ele gosta de você.

 Meus lábios, e eu me repreendo por querer dizer algo que eu vá me arrepender depois ou desdenhar o loiro da pessoa que eu realmente sou. Justin é importante pra mim, mas é só isso.

— Ele é uma bom garoto, mas nós não estamos vivendo no mesmo ritmo, entende?

— Sabe, Sel, eu achei que quando tivesse dezoito anos tudo seria mais fácil. Mandar em mim mesmo, faculdade, garotas... Isso parecia um sonho hollywoodiano. — eu sei como ele se sente, eu já senti isso. Ele coça a ponta do nariz antes de continuar. Sua mais gesticulam conforme ele fala. — Mas na verdade, foi uma avalanche de responsabilidades e eu só queria ter onze anos de novo e poder ir jogar basquete com os meus amigos.

 Eu me perco, por que sinto a pele de Ryan sendo a minha anos atrás, e como foi difícil aguentar toda a pressão de morar sozinha em um lugar onde não se conhece ninguém, onde não se adaptava. Diferente do Ryan, eu não queria jogar basquete, eu só queria voltar na época de colegial e, que a minha maior preocupação, disse tirar A+ em química.

— Mas eu continuo aqui, Selena. Eu não larguei minha vida pra ter tudo o que eu queria de volta. Eu não parei de viver, só porque não ia de acordo com os meus conformes. — um bolo se forma no interior da minha garganta. Eu estou recebendo um sermão reflexivo, e parece tão horrível aceitar que é de um garoto recém entendem-te da vida. — Não importa a idade dele, não importa quem ele foi no passado pra você. Pare de ser prender aos seus conformes, a sua rotina; as coisas precisam mudar, Sel.

— Eu não sei o que dizer, Ry. Tudo é confuso demais pra mim agora, eu preciso pensar sobre isso, me entender, sabe? — ele assente.

 Acho que nunca desabafei sobre algo tão pessoal assim com uma pessoa que não seja Ashley. Ryan consegue ser tão persuasivo, sem precisar te dizer que você precisa se confessar, ele apenas te convence a fazer isso com palavras que não dizem, realmente.

— Eu acho que você entra demais na sua profissão, nem sempre precisa entender a mente humana. Seja a paciente por um momento, Sel, faça as coisas sem pensar nas consequências.

 Arrisque-se! grita o meu coração. Eu luto contra mim mesma, mas não é como se eu tivesse a resposta para quem venceu a guerra.

 Naquele mesmo dia, por volta das 00:00, ele apareceu na minha porta. E eu nunca estive tão rude. Seus encantamentos foram em vão diante da dureza em minhas palavras, enquanto eu o rejeitava de todas as mentiras possíveis.

 No fim de todo aquele momento não prazeroso, ele foi embora, me olhando com um olhar; não aquele de decepção ou raiva, ele apenas me olhou com aquela carinha que ele fazia aos 8 anos quando não estava satisfeito: eu quero, e eu consigo.

 E eu consegui me convencer que ele não me teria, pelo menos, não naquele momento.

Três dias depois.

 Freio o carro bruscamente, sentindo todo o meu corpo ir pra frente, batendo meu busto contra o volante. Eu olho em volta, sentindo minha cabeça doer com o susto.

— Louca! Sai do volante! — é o que eu escuto de diversas pessoas ao meu redor, em seu carros.

 Estou bem! Foi só um susto; baita susto. Apenas quase acabei de atravessar um cruzamento em uma via expressa com o sinal aberto.

 Eu preciso respirar. O que está acontecendo? Não estou fazendo nada demais. Ou estou?

 Quando me vejo, enfrente ao grande edifício, entro em estado de extasio. Todos estão saindo, alguns rindo e brincando uns com os outros, já a minoria, se mantém em linha reta, apenas seguindo o provável caminho para casa.

 Eu saio do carro, apertando a jaqueta em meu corpo. É tarde da noite e Boston costuma ser geladíssima nesses horários, do tipo que a respiração quente vira uma espécie de fumaça. Apoiada no meu carro, enquanto encolho meus braços em cruzamento abaixo dos seios, sou ignorada pela maioria dos universitários; apenas alguns  meninos tiram sua atenção para me dar.

 Dentre eles, uma gargalhada rouca e um belo topete dourado - pouco iluminado pela escuridão noturna -,  me atrai a atenção. Ryan vem ao seu lado comentando sobre algo animadamente. Eu só consigo perceber o quanto ele está lindo com essa jaqueta de couro. Um verdadeiro James Dean dos sonhos.

 Quando sou notada, seus passos param, e ele me olha tão fundo antes de voltar a atenção pro amigo. E quando eu achei que seria ignorada, Ryan se afasta, acenando para mim antes de sumir entre os outros, enquanto o louro, que antes contagiava com a sua risada, segue em silêncio até mim.

 Todavia, ele suspira próximo a mim, dobrando os ombros e colocando as mãos nos bolsos. Sua língua desliza sobre os lábios; ele irá falar, mas sou rápida em interromper o ato colocando meus dedo indicador em sua boca.

— Shh, eu preciso disso. — quando termino de falar, eu o beijo.

 Surpreendentemente, eu consigo sentir toda a mágica da primeira vez voltar com tanta força, que eu diria que é tão melhor quanto antes. E sentindo seus braços em volta do meu corpo, consigo me convencer, finalmente, de que é isso que eu quero.

Eu o quero.


Notas Finais


Espero que não esteja nada confuso em relação ao sentimentos da Selena, ela está meio que se descobrindo, e é nessa fase que eu pretendo prolongar aquele "gosto ou não gosto?"
Ryan é um rei, eu precisava dar close nele, meu homem
Digam o que estão achando, é bem importante pra mim ♥


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