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História Old Pages - Nos vemos, doutora.


Escrita por: linwzinha

Notas do Autor


não me matem

Capítulo 8 - Nos vemos, doutora.


Fanfic / Fanfiction Old Pages - Nos vemos, doutora.

 Justin Bieber - Point Of View

 Já era dia, e a iluminação que invadia o quarto incomodava os meus olhos fechados. Eu tateei a cama ao meu lado, e não pude sentir um segundo corpo presente, mas o cheiro adocicado se mantinha presente nos travesseiros e lençóis.

 Contra minha vontade, eu movi minhas pálpebras com dificuldade, apenas para poder ter visão de que eu estava certo em me sentir sozinho na cama. Eu estava. Chequei meu celular abaixo do travesseiro, e minha atenção foi levada às 13 chamadas perdidas de Jeremy, e 8 da Pattie - meu pai deve tê-la avisado -. Eles devem estar loucos de preocupados, afinal, são quase 12:00 dia e eu não apareço em casa desde ontem.

 É provável que Selena esteja no serviço agora. E só de lembrar da latina eu consigo sorrir ao ver momentos da noite de ontem passando em minha cabeça. Todos os gemidos, os suspiros, aqueles benditos traços esculturais... Aquela mulher realmente sabe o que fazer em quatro paredes, teve o poder de me fazer um inexperiente com todo aquele fogo encubado. Eu sabia que pegar mulheres mais velhas era bom, mas Selena, essa sim conseguiu superar qualquer uma.

 Selena Gomez - Point Of View.

 Ela adentra a sala, e eu sorrio como cumprimento, mas ela parece bem mais focada em me ignorar mais do que antes. Isso me deixa apreensiva, pois achei que tínhamos chegado à um ponto na sessão anterior.

— Como se sente hoje, Srta. Loor?

 Sou eu quem início o diálogo, reparando que dessa vez, sua boca não se movimenta em mascar um chiclete, como aconteceu nas consultas passadas.

— Nós podemos apenas ficar caladas até chegar a hora que eu possa ir embora? — resmunga. Avalio sua expressão; ela me parece triste.

— Isso não é muito produtivo para sua melhora, seria inútil para os seus pais pagarem por algo que não será de bom proveito.

 Ela ri de maneira esnobe, mostrando ainda mais sua tristeza aprisionada, transformando em angústia defensiva.

— Eu estou pouco me fodendo para o dinheiro deles, Doutora.

— Por que não me conta o que aconteceu? — tento amenizar, ignorando o mau palavreado.

— Porque não somos amigas, eu não tenho obrigação de te dizer nada, sacou?

 Respiro fundo. Eu não posso deixar que todo nosso progresso volte para o zero.

 Passo a mão sobre a frente de meu blazer, quando solto o bloco de notas sobre o apoio de mesa ao lado. Eu a encaro de forma relaxada.

— Sabe por que está aqui? — ela arqueia a sobrancelha, provavelmente se perguntando aonde eu quero chegar. — Você não me conhece, é por isso que está aqui. Eu sei o seu nome e você sabe o meu, eu sei o seu problema e você sabe que eu posso resolver, este é o nosso único vínculo, Srta. Loor, tudo o que se passa aqui, fica aqui.

— Você é insensível.

— Eu sou profissional, e eu quero te ajudar, porque além de estar recebendo por isso, eu me importo com quem adentra esta sala. Você entende que isso vai muito além dos seus pais quererem que você melhore?

— O que quer dizer? — ela me olha um pouco apreensiva.

 Eu respeito fundo, tentando não jogar meu emocional acima da razão. Este sempre é o meu maior problema: me afundar demais em ajudar alguém, ao ponto de querer ser a solução a qualquer custo.

— Você precisa estar bem! Eu preciso que você saia daqui bem, e não apenas dizendo que está bem.

— Não é como se tivesse solução para o que eu vivo. — suspira.

— Ótimo! — sorrio. A confusão em seu rosto me anima ainda mais, pois a ideia parece tão maluca que eu mesmo estou surpresa por tê-la. — Vamos fazer um exercício: encontre a solução para o seu problema, justificando sua resposta.

— Mas o que...

— Na próxima consulta eu quero que me traga a resposta, seja em uma redação, uma música, um poema, um desenho... Me surpreenda. 


 A garoa cobre toda a extensão que meus olhos podem ver, e aumenta a cada segundo, se transformando em uma chuva pesadíssima sobre a cidade, esta, que aos poucos, vai escurecendo.

 Me esforço para ignorar a fome horrenda que eu sinto, pois hoje rejeitei o meu almoço por não me sentir disposta, e agora, a disposição pra comer parece ter vindo à tona como leões atrás de sua presa. O cheiro de KFC no meu carro faz tudo ficar mais difícil e agonizante, entrando em conjunto com a maneira agressiva que eu bato no volante do meu carro, estressada com o volume de carros na rua, deixando tudo congestionado.

 Elevo meus olhos para o lado, encontrando um beco espaçoso. Ótimo, será nele que eu sairei desse trânsito. Quando me vejo atravessando esse curto caminho, sorrio aliviada por ver que na outra avenida o tráfego corre normalmente. Sigo meu caminho para casa um pouco avoada nas ultrapassagens, mas o meu foco é chegar em casa comer, o resto é resto.

 Passo com as sacolas de KFC e da saraiva pela portaria, enquanto tento encontrar o celular na bolsa, toda desengonçada, e chamando atenção excessiva pela minha pressa. Apenas sorrio para o porteiro, e aproveito o elevador que um homem que eu ainda não tinha visto, segura pra mim.

— Obrigada! — pronuncio quando já estou dentro da pequena cabine.

— Disponha.

 Sua voz é grossa e tão firme, combina com toda sua estrutura fortificada, ele é espetacular. Eu apenas sorrio fraco e dou atenção a minha continua procura pelo telefone.

— Cadê, cadê... Achei! — coro violentamente ao perceber que falai a última palavra alto demais. O rapaz solta um risinho fraco.

— Eu estava torcendo por isso, vi você procurar desde que entrou no prédio.

— Oh, sério? Que vergonha. — rio, tentando disfarçar o fato de que eu estou pagando o maior mico na frente desse homem fodidamente bonito. — Eu não costumo ser assim, juro. — brinco, mas ele nega com a cabeça.

— Eu já te vi outras vezes aqui no prédio, e eu acho que da última, você estava correndo enquanto colocava o brinco.

 Céus! Agora sim eu atingi o ponto máximo de bochechas vermelhas.

— Que desastre, Jesus. Eu sou um pouco atrapalhada, nada muito extremo, sabe...

— Mesmo? Porque eu acho que você esqueceu de apertar o seu andar.

 Isso não está acontecendo, não está!

— Caralho, eu estou avoada. — resmungo, mas só depois percebo que soltei um palavrão de forma nada elegante. — Ah, me desculpe, eu não sei o que está acontecendo comigo.

 Aperto o botão rapidamente, aliviada por perceber que ainda falta dois andares até chegar nele. Eu poderia ter passado, aí sim seria uma tragédia rainha das vergonhas. Eu percebo seu olhar em cima de mim, belo olhos verdes me encarando. Talvez eu esteja assanhada demais por estes olhos.

 Quando o sininho formal do elevador soa, as portas são abertas para mim. Eu olho de relance para o senhor bonitão, tentando achar uma maneira menos estranha de dizer tchau.

— Tchau. — como pronunciar essa palavra pode me fazer ficar parecendo uma retardada?

Nos vemos, doutora.

 Vejo as portas se fechando, com o seu sorriso em minha ultima visão, e a sua de mim, foi uma careta de confusão. Ele me chamou mesmo de doutora? Quer dizer que ele me conhece, então... Isso só fica mais vergonhoso, por Deus.

 Adentro meu apartamento rindo do que aconteceu, mas arregalo os olhos ao ver o adolescente atirado no meu sofá jogando um vídeo game que eu não faço ideia de como veio parar aqui.

— E aí, gatinha, do que estava rindo? — ele pausa o jogo e se levanta, me dando um selinho em seguida.

— Você não tem casa não, bonito? — ele ri, como se não levasse a sério meu sermão.

— Meu pai estava um porre.

 Eu o ouço enquanto caminho para cozinha, deixando as sacolas sobre a bancada principal. Ele se apoia no mesmo local, já mexendo na sacola com os frangos fritos.

— Você trouxe só um balde, Sel, isso não dá pra nada! — reclama.

— Claro que dá, dá pra mim, porque sou eu quem vai comer. — puxo o balde de sua mão de forma puramente egotista e gulosa. Eu não sabia que ele estaria aqui, afinal.

— Qual é? Eu estou com fome também, aquela lasanha congelada é muito pequena, você deveria comprar tamanhos maiores.

 Eu arregalo meus olhos, abrindo meu freezer em seguida, notando que ele realmente comeu a última lasanha congelada que tinha. Esse garoto só pode estar brincando. Me viro, colocando as mãos na cintura de forma autoritária.

— Você não pode invadir minha casa e comer minha comida, Justin!

— Deixe de ser chata, eu só comi a lasanha e aquele palmito em conserva, que é bem ruinzinho por sinal...

— Bieber!

 O quê?! Ele precisa ir embora, pra ontem, se possível.

— Gomez!

— Vai pra casa, eu nem sei o que você está fazendo aqui ainda.

 Passo uma água em minhas mãos, fazendo o processo rápido de lavar e secar, seguidamente, pego meu pote de frango e caminho para sala, desligando o vídeo game e colocando em um canal com filme.

 Ele me seguiu durante todo o tempo, apenas me olhando com cara de cachorro pidão, mas eu apenas tentei o ignorar enquanto me deliciava com o frango. Ele não pode achar que o que tivemos ontem faz ele dono da minha casa. As coisas não funcionam assim. Ele deveria ter ido embora de manhã quando acordou, e ter sei lá, me mandado uma mensagem e só! Não ficar na minha cola, agindo como que tivéssemos algo.

 Eu o vejo pegando uma chave em cima da mesinha de centro, provavelmente, do seu carro. Eu olho seus movimentos desajeitados ao colocar o sapato com pressa, e depois desconectando seu Xbox do restante dos aparelhos.

 Quando o vejo caminhar em direção à porta, com um olhar sério e sem planos para se despedir, eu passo por cima do meu orgulho.

— Justin. — ele apenas para, ainda sem me olhar. — Vem comer comigo.

— Achei que teria que ir embora chateado. — sorrio ao vê-lo voltando e se sentando ao meu lado.

 Eu ofereço o frango pra ele, e é óbvio que ele não rejeitaria.

Três dias depois.

 Gargalho discreta, enquanto caminho pela calçada, apoiando o celular em minha orelha.

— Você é um idiota, garoto, ele poderia ter te expulsado da aula. — falo, ainda rindo.

E quem disse que ele não quis? A sorte foi que aula já estava no final, então nem fazia sentido. 

Reviro os olhos, parando de sorrir e tentando abraçar melhor meus braços, que ainda estão gelados, mesmo com o sobretudo cobrindo-os.

— Da próxima vez, você que vai vim buscar. — digo irritada. Isso é sobre os cachorros quentes que vendem a dois quarteirões do meu prédio, eu perdi o número deles, e precisei vim buscar, já que o Justin já tinha saído ontem para buscar café pra nós, então, foi justo eu ter que sair de casa dessa vez.

 Eu gosto do que está acontecendo, mesmo que pareça errado demais para os meus ideais. Ele só está sendo bom pra mim num todo. Nós transamos, conversamos, brincamos... É um passatempo, tanto para mim, quanto pra ele. Ele gosta de estar comigo, e eu gosto de estar com ele. Não podia ser mais romântico e atrativo.

Não vai precisar da próxima, porque você vai pegar o número hoje. — ouço um risada debochada, apostando tudo que ele está com um sorrisinho cínico no rosto. — E ande logo que o filme no telecine vai começar daqui 15 minutos.

— Certo, mandão.

 Encerro a chamada, sorrindo ao me lembrar dele de perto, das sua pintinhas e do seu sorriso encantador. Ele parece um anjo.

 Por extinto, olho para trás ao sentir uma espécie de presença me seguindo. Mas fico aliviada ao não ver ninguém. Continuando andando, mas o impulso me faz olhar novamente pra trás, dessa vez até parando meus passos.

 Não há ninguém, fique calma.

 Tento me concentrar em chegar logo ao trailer de lanches, e não ficar me culpando por estar sem minha segurança. Droga.

Um grito cortado solta arranhando minha garganta quando sinto meu braço ser puxado para um canto escondido de uma casa na rua. Eu tento voltar a gritar, mas minha boca está sendo tampada. Meu esperneio parece não adiantar de nada comparado a força com que sou aprisionada. Com meus braços presos, é impossível tentar acionar alguém pelo meu maldito celular que se encontra no bolço traseiro da calça.

— Shh, amor, fica quietinha. 

 Sua voz faz com que todo o meu corpo entre em um colapso nervoso, deixando minha carne tremer e meus olhos lacrimejarem.

 Tudo que meu cérebro consegue me passar é que eu vou morrer. Eu vou morrer!

— Já estava com saudade desse cheiro. — é a última coisa que eu o escuto dizer enquanto ele funga no meu pescoço, logo depois, o pano fedido em meu rosto faz com que eu perca os sentidos, e me encontre num total escuro.


Notas Finais


Me desculpem pela demora, eu estive escrevendo esse cap durante tanto tempo, que nem me lembro. Estava tudo muito corrido e apertado, eu não tive tempo, de verdade.
Mas sobre o cap: JELENA BRASIL, aproveitem bastante porque já vai acabar, pois é.
E não, eu não escrevi o hot, porque eu não consegui me qualificar pra isso, mas o próximo que eles tiverem, eu farei. PROMETO.
E TEMOS UM NOVO PERSONAGEM? TEMOS SIM! SE DELICIEM COM JENSEN ACKLES MORES (http://imgur.com/a/xXtVm)
É isso, fiquem bem e beijos


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