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História Óleo e Água - Capítulo Único - Eu Sinto Muito


Escrita por: Fropuccino

Notas do Autor


Bem, aqui tá uma pequena coisinha que eu escrevi as 5 da manhã em um daqueles momentos de inspiração ;v;
Espero que gostem uvu

Capítulo 1 - Capítulo Único - Eu Sinto Muito


Eu não queria que fosse desse jeito, de verdade.

 

Quando fomos criadas da luz mais brilhante, tínhamos somente um objetivo em comum: proteger à grande estrela. Nenhuma de nós se lembra da sensação da queda livre, visto que erámos muito novas para lembrar qualquer coisa.

Vivemos nossa vida individual por um longo tempo, sempre com a estranha sensação de que as estrelas brilhavam mais forte quando nos viam.

Eu pessoalmente nunca tive certeza do que meus olhos enxergavam. Via vultos em casa, pareciam me perseguir. Eu queria ser deixada sozinha por eles, mas eu não conseguia entender como faze-los sumir.

 

Quando eu as conheci, senti algo diferente, quase um embrulho em minha barriga. Era uma sensação boa, como se eu tivesse encontrado o que procurei por tanto tempo.

Caímos todas na mesma sala, e logo, viramos amigas. Elas eram tão divertidas, e mesmo que elas preenchessem parte do vazio que senti por grande parte da minha vida, eu sentia como se fossemos partes de um extenso quebra-cabeça, que está prestes a ser completado, mas ainda falta uma de suas peças.

Então, um dia, uma aluna nova entrou em nossa classe. Seu temperamento rebelde e sua personalidade forte fizeram com que a maioria dos outros estudantes se afastassem, mas isso só fez com que eu quisesse me aproximar.

 

Após poucos dias na classe, sua carteira havia se enchido de desenhos. Na parte de trás da cadeira, asinhas com uma caveirinha e “Jinx” escrito logo acima. Foi ai que descobri seu nome, pois mesmo tendo interesse, eu não tinha coragem de me aproximar de verdade.

Um dia, porém, aquilo aconteceu. Por volta das duas da manhã, eu acordei confusa. Uma luz muito forte havia invadido meu quarto, e eu fui para fora de casa ver o que era. Algo dentro de mim me dizia para ir até um parque perto de casa, e eu simplesmente obedeci.

 

Ao chegar no parte, pude ver a origem da luz. Era um brilho enorme e sem forma, tão forte que fazia meus olhos arderem. Fui em sua direção, tocando-a com a ponta de meus dedos.

Então, algo em minha mente sussurrou algumas palavras incompreensíveis. Após isso, senti como se estivesse caindo de uma enorme altura, e quando abri meus olhos, vi Janna, Lulu, Poppy e...Jinx? Bem, aquilo sim era uma surpresa.

Do nada, eu senti como se estivesse evaporando; Minhas mãos viraram ar na frente de meus olhos. A luz foi lentamente se apagando. Em poucos segundos, eu abri meus olhos novamente, me levantando. Hein? Eu havia dormido na aula? Se isso aconteceu mesmo, por que eu não conseguia me lembrar?

 

Olhei em volta. Vi Lulu, Poppy e Janna, mas Jinx não estava em seu lugar de sempre.

Mesmo que não tenha entendido os sussurros, eu sabia exatamente o que deveria fazer. Após o termino das aulas, fui conversar com minhas amigas sobre o meu sonho, e então, Janna me explicou o que eram as guardiãs estelares, disse que era uma delas já há muito tempo e que teve que se infiltrar para poder formar um novo grupo comigo e as outras meninas. Eu fiquei realmente surpresa, perguntei por que não me contou antes e ela simplesmente disse que a guardiã se descobre guardiã em seu devido tempo.

 

A partir daquele dia, lutamos as quatro juntas, combatendo a escuridão juntas, mas...algo ainda não parecia certo. Digo, e Jinx? Ela também estava lá, então por que ela não estava conosco nas batalhas?

Após tempos insistindo, consegui a, bem, permissão de Janna para falar com Jinx; Tecnicamente, eu sou a líder, mas Janna tem uma experiência tão maior que a minha que eu simplesmente sinto a necessidade de perguntar tudo a ela antes.

 

Achei Jinx num beco isolado da cidade, fazendo um de seus famosos grafites. Me aproximei lentamente, colocando minha mão em seu ombro. Por causa do susto ela quase me matou com um golpe de caratê, mas tudo bem, eu teria feito o mesmo... Ok, talvez não o mesmo, mas talvez algo um pouco parecido.

Pedi para que sentássemos, e após hesitar, ela concordou. E então, eu a perguntei se ela também havia tido aquele sonho, e ela respondeu que sim, aparentando incomodo. Quando fui explicar o que eram as guardiãs estelas, ela me interrompeu, dizendo que havia me ouvido conversando com Janna. Eu perguntei o porquê de ela nunca estar conosco, e, com um sorriso quase triste, ela afirmou que não servia para ser uma guardiã, afirmando que sua personalidade destrutiva não se encaixava entre nós.

Eu tentei convencê-la que não era verdade, e que ela seria bem vinda entre as guardiãs estelares, visto que aquele também era seu destino. Prometeu-me que iria pensar no assunto, levantando-se e indo embora.

 

Após aquele dia, ela começou a aparecer mais entre nós, e isso me deixou tão feliz de uma forma que eu não consigo descrever com palavras ou gestos. Eu havia convencido Jinx, a “guardiã rebelde” a lutar com a gente! Me senti uma ótima líder.

Tudo estava tão ótimo depois que pareceu, e meu quebra-cabeça finalmente parecia ter sido completo, mas...

Em uma briga entre Poppy e Jinx, a rebelde decidiu que iria deixar as guardiãs, e que não iria querer mais ajudar. Eu tentei segura-la, mas ela não quis me ouvir e, num impulso, corri atrás dela, mesmo que Janna gritasse de longe que eu não deveria. Eu não queria mais saber o que os outros pensavam, eu só queria ajuda-la, só isso...

 

E então, no mesmo beco, eu a encontrei. Sentada em um canto, abraçando as próprias pernas e com seu rosto enfiado no meio das mesmas. Chamei seu nome devagar, até que ela olhou diretamente em meus olhos, soltando um suspiro baixo.

Corri e me agachei, a abraçando logo em seguida. Tentei falar sobre o ocorrido, mas de sua boca não saía uma sequer palavra; Eu sentia como se estivesse falando com uma pedra de cabelo vermelho e roupinha de garota mágica. Após insistir e afirmar que não a deixaria sozinha, ela se inclinou em minha direção e nossos lábios se tocaram.

Eu não entendi direito o que aconteceu de primeiro momento, mas quando percebi já era tarde; Eu já havia me entregado ao gosto de pólvora e erva doce que sua boca possuía. Aquele nem de longe havia sido meu primeiro beijo, mas aparentava ser o dela, visto que era desajeitado e que teve uma leve...encostada de dentes. Mesmo assim, foi um beijo tão bom que eu não conseguia simplesmente me afastar, e era como se eu estivesse precisando dele já há um bom tempo.

Após alguns momentos, Jinx se afastou bruscamente, voando e desaparecendo no céu estrelado. Eu nunca descobri para onde ela foi àquela noite, mas aquilo já não era tão importante, pois eu sentia como se fosse um sinal de que ela não iria deixa-las.

 

Jinx não apareceu entre nós por um bom tempo após aquilo, e isso me entristeceu, me fazendo pensar que estava enganada sobre ela ter mudado de ideia. Eu já não tinha mais coragem para falar com ela, mas tinha que continuar com as batalhas.

Um dia, uma criatura demoníaca chamada Barão Na’Shor invadiu a cidade, destruindo quase tudo que via pela frente. Fomos chamadas para destruí-lo, mas só nós quatro sozinhas não tínhamos poder suficiente para acabar com sua existência. Pude ver minha vida passar diante de meus olhos quando o monstro decidiu soltar mais um de seus terríveis ataques, porém, da poeira e cinzas apareceu Jinx, se juntando a nós para acabar com ele.

Depois daquilo, decidi me aproximar novamente, mas sem segundas intensões. Eu só queria ter o que tinha com ela antes de tudo.

 

Passamos tanto tempo juntas, tanto tempo construindo algo que eu nem sabia mais dizer se era amizade ou outra coisa mais profunda, e eu estava tão feliz. Nossos lábios se tocaram uma segunda vez, porém com mais cuidado. Eu não tinha segundas intenções, mas o que era para acontecer aconteceu. Tudo que precisávamos era estarmos juntas para alcançar a felicidade; Lutávamos em sincronia e eu não conseguia lembrar de dias mais felizes que aqueles.

 

Infelizmente, tudo que é bom acaba um dia.

 

Janna começou a ficar desconfiada do que fazíamos quando não estávamos com ela e as outras, e nos seguiu até o mesmo beco de sempre. E então, ela nos viu, e interrompeu todo o nosso plano para aquele dia.

Convocou não somente a nós, mas também as outras guardiãs. Explicou, com poucas palavras, que guardiãs não devem ter relacionamentos entre si, pois isso pode distrai-las no meio de batalhas. Eu disse que compreendia, mas Jinx? Ela gritou, esperneou, afirmando que aquilo não era possível.

Com ódio, disse que o único motivo de ainda estar ali era poder me ver todos os dias. Poder sentir meus lábios junto aos seus. Janna disse que ela poderia ir embora se quisesse, e Jinx apenas saiu do local pisando firme.

 

Dessa vez, eu não a segui. Eu não podia.

Eu a amo tanto, tanto...mas o meu dever vem primeiro.

Eu queria poder ficar com ela, abraça-la, toca-la, mas, diferente dela, eu entendi que isso não é possível. Eu entendi que eu não posso.

 

Jinx, se algum dia você ler isso...
Eu só quero que saiba que sinto muito.


Notas Finais




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