Aiolos abriu os olhos sentido uma pequena pontada em seu peito.
- Saia de cima de mim seu demônio!
Gritou ele para Hans que, nesses dois últimos dias, adquirira uma prazer enorme de acordá-lo espreguiçando-se no peito do cavaleiro, com suas unhas afiadas. Aiolos levantou sacudindo os panos que o embrulhavam, depois que o gato saiu de cima dele com toda a elegância, ele dobrou os panos se qualquer jeito e deixou sua barraquinha com uma muda de roupas. A mulher sem coração que era Pandora, não deixou que ele dormisse dentro de casa, ao menos ela deixou que usasse o banheiro e a cozinha, o que foi muita bondade na opinião dela.
Já banhado e vestido o cavaleiro entrou na cozinha encontrando a mulher anotações em uma folha de papel e bebendo chá.
- Bom dia! - desejou ele enquanto enchia uma chaleira pra fazer seu próprio café, puro e forte do jeito que ele gosta.
- Bom dia! - respondeu mais por educação mesmo, pois estava concentrada no que escrevia.
- O seu gato estava em cima de mim de novo - começou a dizer Aiolos segurando o pó de café - No dia que eu der um fim nele, você não venha com choro pra meu lado - completou como se estivesse falando do tempo.
- Você não ousaria!
- Está avisada. - dizendo isso ele deu de ombros.
- Você é odioso! - Pandora se levantou da cadeira e guardou o que havia anotado no bolso da calçada jeans - Eu já estou indo.
- Mas eu ainda não tomei café! - retrucou vendo que só agora a água começava a ferver.
- Problema é seu! ela ergueu uma das sobrancelhas e caminhou para fora da cozinha.
Soltando um impropério em grego, ele desligou o fogo e saiu atrás dela.
- Ah, você veio - Pandora disse girando os olhos enquanto estreitava os seus para ela - Já lhe disse que não vai acontecer nada, eu não vou dar de cara com nenhum Deus no meio da estrada!
- Nunca se sabe. - o cavaleiro deu de ombros mordendo o pão.
Ambos seguiram pela estrada no mais perfeito silêncio, até que chegavam próximos da entrada da cidade e Aiolos sumia, mesmo que Pandora sempre tivesse a sensação de que ele estava perto dela.
Assim que o expediente terminava a moça se despedia e Aiolos reaparecia ao seu lado no ponto que a deixava pela manhã, voltavam em silêncio para casa. Os dias, na verdade três dias se passaram sem maiores alterações, incluindo Hans que sempre dava o jeito carinhoso de acordar Aiolos.
Continua...
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