História Olhar de Prata ( Em Revisão) - Perigo

Menma estava descendo as escadas de sua casa revoltado, tudo o que queria fazer naquele momento era quebrar a cara de seu irmão depois que vira Kushina aos prantos no quarto, como Naruto podia ser daquele jeito?! Seus olhos faiscavam de ódio.

 Assim que o viu entrar porta a dentro se aproximou dele em um vulto e o empurrou fazendo-o bater contra a parede, Naruto o olhou surpreso:

 — Está louco seu imbecil? — indagou irritado. 

 — eu disse que ia quebrar sua cara se fizesse nossa mãe chorar de novo! 

 — do que está falando? Eu não fiz nada... 

 — é claro que fez, todas as vezes que isso acontece é por sua culpa. O que disse pra ela? Ela não para de chorar desde que cheguei... Que espécie de filho é você? 

 — Não tenho tempo pra isso tá legal? — suspirou com tédio — Tenho mais o que fazer — disse ignorando-o e indo em direção as escadas.

 Menma puxou-o de volta com força e o olhou em um misto de raiva e tristeza.

 — eu não estou nem aí para o que você faz da sua vida Naruto, mas... eu não vou permitir que continue tratando a minha mãe de qualquer jeito. Ela se preocupa com você e não tem culpa do que você passou, então não desconte sua frustração e raiva na única mulher que ainda te ama. 

 — todos a minha volta são um incômodo pra mim. — respondeu de imediato. 

 — até nossa mãe? 

 Naruto abaixou a cabeça e sussurrou: 

 — não...ela não! 

 — então por que a trata mal?

 — não faço isso! Apenas... Odeio sermões, se ela me deixasse em paz talvez eu não precisasse ser tão grosso. — respondeu olhando de volta pra ele.

 — ela se preocupa com você — disse Menma de forma calma — ...e...eu também! Éramos amigos antes Naruto! —ele parou concluindo em seguida — podemos voltar a ser, mais do que amigos, somos irmãos. Se...

 — Antes não existe mais. — interrompeu-o amargo — Não tenho amigos, e eles não me fazem falta, e nem você! 

 Naruto virou-se e subiu deixando Menma abatido com a resposta fria. Não poderia esperar mais nada vindo dele. Sabia que já deveria ter se acostumado ao novo jeito de Naruto, mas estava sendo difícil, aquele não era o irmão que tanto admirava, agora só viviam em pé de guerra, contudo ainda tinha esperanças de ele voltar a ser quem era depois que voltasse de Londres, afinal ele ficaria anos por lá! Talvez mudasse de novo, ou também talvez, ficasse pior!... 

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Minato chegou em casa as pressas, apesar de ter ligado para que o filho não se atrasasse, ele acabara se enrolando no hospital com um paciente, tinha prometido que o levaria, queria se despedir dele também, Naruto não voltaria para Konoha tão cedo. Ao entrar pela porta da sala, notou sua esposa deitada no sofá com o olhar distante, ela tinha os olhos inchados e vermelhos, Menma estava ao lado dela tentando ampará-la, se aproximou de imediato e agachou-se perto de Kushina.

 — o que aconteceu? — perguntou Minato preocupado.— Menma? — direcionou-se para o filho que tinha o olhar baixo.

 — Naruto...já foi! — respondeu.

 — como ... como assim já foi? —Indagou olhando para o relógio do pulso — não estou tão atrasado assim... 

 — ele apenas pegou as malas, chamou um táxi e saiu... Não se despediu, nem falou nada com ninguém; quando o vimos, ele...já estava entrando no carro. 

 — nosso filho nos odeia... — a voz embargada de kushina soou — não quis nem falar comigo! Nem se despedir de mim... da própria mãe, não sei quando o verei novamente e... ele...não — soluçou voltando as lágrimas. 

Minato a abraçou sentindo com ela uma grande tristeza, ao mesmo tempo frustração. Não sabia o que pensar ou dizer, Naruto simplesmente agiu como se não se importasse com a própria família. Será que não se importava de verdade?... Menma estava ali, sempre dedicado e atencioso com eles, por que Naruto se tornara tão frio e distante daquela maneira?!, ele sofreu sim, mas, não era motivo pra tratar sua família como um nada. 

 — não se preocupe — disse Minato — quando ele telefonar, teremos uma conversa séria, como pode ser tão egoísta e ingrato?! 

 — não! Por favor Minato, não diga nada a ele e nem tente tirar satisfações, por favor — pediu Kushina como se implorasse. 

 — mas... 

 — se fizer isso podemos até perder o contato. Naruto pode não ligar mais.

 — a mamãe está certa. — respondeu Menma com um suspiro — vamos ter que deixar o Naruto viver do jeito dele. Repreendê-lo será inútil, só vai piorar a situação.

 — tudo bem — suspirou Minato concordando — eu não vou dizer nada! 

 — tudo que podemos fazer é esperar, e torcer pra que ele realmente ligue e dê notícias. Eu... vou visitar um amigo e volto mais tarde, — disse Menma  dando um beijo carinhoso na mãe. — mamãe tente não pensar muito nisso... Fique tranquila, uma hora Naruto enxerga o erro dele.

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 Hinata estava sentada no sofá de sua casa com seu caderno de desenho em mãos, deslizava sobre a folha branca os traços do rosto que conhecera mais cedo, tentava se lembrar de cada detalhe que suas mãos tinham tocado, não sabia bem o porque mas alguma coisa dentro de si não a deixava esquecer aquele rapaz, Menma era como disse que se chamava. A pesar de ele ter sido rude com ela de inicio, percebeu no tom daquela voz que não eram verdadeiras as provocações, ela ficara assustada no começo, no entanto, conforme ele falava  percebia certa apreensão em sua voz, como se ele escondesse quem era de verdade, hinata podia não enxergar com seus olhos, mas conseguia ver a beleza da alma de uma pessoa através de suas atitudes, suas palavras, ela era acostumada a ver o mundo dessa forma, e sentiu que aquelas palavras que ele dissera para provocá-la com intuito de maldade, não passavam de palavras vazias e falsas... Claro que ela poderia estar equivocada, porém teve a certeza quando ele a ajudou, aquele rapaz não era quem demostrava ser por fora. Corou violentamente ao se lembrar que ele a havia pegado no colo. Sentiu uma certa hesitação no tom de voz quando ela perguntou seu nome.

 Já era tarde da noite e ainda não havia conseguido dormir, deitada em sua cama sentia dores em seu tornozelo ainda enfaixado, e podia senti-lo inchado, levantou-se para ir a cozinha pegar algo para beber, era difícil pra ela caminhar sem ajuda naquele estado, até com a bengala estava com dificuldades. Um barulho estridente a assustou, ela não entendia o que era aquilo?! tentou correr, mas em vão, sentiu alguém segurá-la pelos braços e puxá-la com força só então ouviu a voz que fez seu corpo estremecer

 — essa é a ceguinha mais gostosa que já vi! 

 Sua casa havia sido invadida por bandidos do bairro onde morava, conhecia aquela voz, Tenten já havia a alertado sobre aqueles vândalos. Arrombaram a porta de sua casa. 

 — Me solta, por favor — sussurrou baixinho com medo. 

 — ah não minha princesa — Disse o homem de capuz cheirando o pescoço dela com ousadia. 

 Hinata sentiu uma sensação horripilante, seu corpo tremia, estava sozinha,...

 — estou de olho em você a um tempinho sabia? — disse o homem com a voz rouca — você é uma delícia. — falou apertando o corpo dela contra o seu, passou as mãos por todo o corpo sobre a camisola fina que ela usava, e começou a beijar seu pescoço. — você já me deu um fora uma vez, sabe quem sou não sabe?... Ou não se lembra de mim? — continuou ele.

 Hinata se agitava o quanto podia, sentiu-se desesperada como nunca ficara na vida, esperneava enquanto tentava se soltar daquelas mãos imundas que percorriam seu corpo, tentou gritar mas sentiu outra mão sobre sua boca, e uma voz diferente dizer: 

 — Quietinha linda, você vai gostar. finge-se de santinha por aí mas aposto que sabe fazer muitas coisas — provocou o outro. 

 As lágrimas vieram, se agitou ainda mais enquanto chorava em meio ao desespero, não podia estar acontecendo, estava completamente indefesa, uma raiva e repugnância tomou conta de si e conseguiu morder a mão do homem que lhe tapava a boca, se contorceu e deu um forte chute na perna do outro que a soltou gritando de dor. Hinata tentou correr mas não sabia para onde estava indo ouviu os passos apressados dos homens atrás de si, não conseguia correr direito, sem saber para onde ir Hinata esbarrou com força na mesinha da luminária do quarto, essa caiu por cima de sua cama, completamente assustada sentiu o ar ficar quente, os homens que estavam atrás dela, perceberam o fogo crescer por cima da cama e seguir atingindo a cortina e os móveis, olharam um para o outro e com um sorriso maldoso a trancaram dentro do quarto fugindo em seguida.

 Hinata começara a tossir, sentia o ar cada vez mais quente, irrespirável, com dificuldade alcançou a porta do quarto tentou abri-la em vão, ficou forçando o trinco por um bom tempo até as forças a abandonarem por completo,  seu quarto era pequeno não havia janelas... Tentou gritar, pedir socorro , porém sua voz estava muito fraca, seus olhos ardiam e cada vez mais sentia fumaça invadir seus pulmões... Sem mais conseguir sustentar-se de pé caiu, suas pálpebras pesaram e se fecharam aos poucos...

 — nee-san! — sussurrou fracamente antes de perder a consciência. 

 Continua...