Hinata Hyuga era uma moça que vivia pelo prazer da arte, apaixonada pelo que fazia, adorava ficar horas tentando se lembrar do formato e das cores das coisas, na infância e na adolescência não recebeu nenhum tipo de educação formal, mas, seu irmão Neji sempre a ensinava quando criança e até mesmo depois de seu acidente ao qual perdeu a visão, sendo assim conseguiu aprender a ler e a escrever. Quando Hinata tinha 15 anos seu irmão mais velho viera a falecer vitima de um assalto. Ele era a única família que Hinata possuía, havia sofrido muito na época e até hoje às vezes chorava por se sentir um pouco sozinha. Morava em uma casa simples de apenas três cômodos, e sua vida ganhava mais cor através da arte, as alegrias de sua vida eram as crianças do parque, a pesar das dificuldades que enfrentava, Hinata era muito amada por todas as pessoas que conhecia, sua melhor amiga Tenten Mitsachi sempre estava ao seu lado para o que fosse preciso, mesmo que já tivesse 20 anos ainda se lembrava de algumas coisas que vira quando era apenas uma criança de cinco, nunca esqueceria a cor do céu, aquela cor sempre estava em seus pensamentos, o azul era a mais presente em suas obras, e a cor que mais amava. O formato das flores e das pessoas ao seu redor, dos animais, da chuva, dos objetos, enxergava tudo com sua alma gentil, carregava consigo sempre seu caderno e seus materiais, era humilde e bondosa para com todos a sua volta e não tinha como não notar sua beleza, Hinata era incapaz de fazer mal a qualquer pessoa;
Estava novamente sentada ali, sentindo o vento sobre seus cabelos, tentava imaginar o que faria em seu caderno naquela tarde de domingo, aquele parque lhe trazia a paz que apenas as rosas, os ventos e os sorrisos das crianças lhe traziam, como sempre começou a tocar na folha em branco até achar o local que começaria a desenhar... Era sempre o céu que fazia primeiro, e jamais em hipótese alguma fazia o céu da noite, mesmo que vivesse com os olhos voltados para a escuridão, Hinata sentia medo da noite, não gostava do céu negro. Não se lembrava bem como era, e isso a assustava.
— hime, já está aqui outra vez? — ouviu uma voz que conhecia muito bem.
Hinata sorriu docemente em direção a voz:
— Oi Toneri, como está?
— bem melhor agora, vi você!
Hinata sentiu as bochechas esquentarem, e sorriu sem graça:
— o que está desenhando hoje? — ouviu-o perguntar.
— ainda estava pensando sobre...
— você disse que tentaria desenhar meu rosto lembra? — perguntou sabendo que isso a deixaria sem jeito, Toneri adorava deixar Hinata rubra.
— HM.. S..sim, mas n..não agora! Eu acho que...
—pode tentar mais tarde. Pra você ver como estou precisa tocar meu rosto não é?! — perguntou com um sorrisinho de canto. — posso passar mais tarde na sua casa pra você tentar. — disse pegando a mão de Hinata e trazendo-a para seu rosto.
Hinata sentiu o rosto todo esquentar, Toneri sempre a deixava sem jeito, ele não falava com naturalidade, sempre fazia esse tipo de brincadeira que a deixava encabulada.
— por favor, sabe que não gosto dessas brincadeiras. — respondeu retirando a mão com cuidado.
— desculpe. — pediu sincero — é que gosto de ver você toda vermelhinha.
— não deve ser nada legal me ver assim. — disse ela..
— você fica ainda mais linda. Quer que eu te ajude a ir para casa?
— não precisa, estou com a bengala... Minha casa não fica muito longe.
— tem certeza? Fico preocupado.
— tenho sim, não se preocupe.
Depois de se despedirem Hinata resolveu retratar no caderno o próprio ambiente em que ia todos os domingos desenhar. Pegou seu objeto que ajudava-a a se locomover e passou a tocar em tudo que podia encontrar, desde o chão todo gramado até os brinquedos que ali estavam para as crianças, muitas delas a ajudavam tentando dizer como eram exatamente o formato das coisas e Hinata sorria com a empolgação de todas de tentar explicar tudo a ela.
Passou por uma árvore e tocou em seu caule, assustou ao tocar em algo macio, percebeu que tocou no braço de uma pessoa que deveria estar escorada naquele lugar, antes de retirar as mãos sentiu a outra mão segurar seu pulso e uma voz masculina como se estivesse irritada perguntou:
— Quem é você?
Continua.....
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