História Olhar de Prata ( Em Revisão) - Admirável

Menma ainda se sentia paralisado com a jovem a sua frente, como ela poderia saber seu nome se nem ao menos a conhecia?! Com certeza ele se lembraria dela se a tivesse visto antes, era uma moça incrivelmente linda, impossível de se esquecer.

Notando o silêncio do rapaz Hinata diminuiu o sorriso, e retirou a mão levemente de seu rosto.

— você, não se lembra de mim... — disse ela um pouco triste

— desculpe...— respondeu suavemente — você não está me confundindo com alguém?

Hinata apenas balançou a cabeça em negativa.

— naquele dia — ela começou — você tinha ficado zangado comigo no parque... mas eu torci o tornozelo quando estava saindo e você me ajudou. Fiquei muito agradecida, apesar de no começo você ter sido rude comigo, eu percebi que na verdade você é uma pessoa gentil.

Menma pensou bem depois de ouvir o que ela dissera, e por um momento pensou que pudesse ter sido Naruto que ela conhecera, mas ele não a ajudaria, conhecendo seu irmão como ele estava atualmente, ele apenas viraria as costas! Será que ele a ajudaria?...

— hm, Hinata é o seu nome não é?

— sim!

— Hinata — começou dizendo amavelmente — eu acho que existe uma grande possibilidade de você ter se encontrado com o meu irmão.

— s-seu irmão? — perguntou ela confusa.

— sim, mas o nome dele é Naruto. Menma é o meu. Somos gêmeos!

— mas então por que ele mentiu pra mim?— perguntou ela sem entender.

O moreno parou e pensou um pouco no comportamento de Naruto suspirando em seguida:

— acho que pra não demostrar fraqueza por ter te ajudado, e já que eu faria isso sem pensar duas vezes ele disse meu nome entende?

— não muito!

— não se preocupe com isso, Naruto é uma pessoa muito difícil de entender.

— me desculpe — disse ela. — é que eu poderia jurar que era você, até a voz é a mesma.

— não se desculpe, somos realmente parecidos então é natural que tenha se confundido. Mas me fale de você hinata, como está se sentindo?

— estou bem obrigada— ela sorriu gentilmente — seu pai me disse o que você fez, agradeço por ter me salvado.

— não precisa agradecer, fico muito feliz que esteja bem — sorriu vendo-a abaixar a cabeça e ficar com a feição triste. — o que foi?

Após um tempo em silêncio ela respondeu:

— m-minha casa — uma fina lágrima desceu de seu olho esquerdo ao mesmo tempo que apertava o lençol da cama com uma das mãos, como se aquele fino pedaço de tecido pudesse lhe dar forças para superar sua dor — era onde eu morava com meu nee-san!

— você tem um irmão?

— ele morreu a alguns anos, aquela casa era tudo pra mim, tinha um pouquinho dele em cada lugar!

— eu sinto muito — disse com pesar — sei que deve ser difícil pra você! Como aconteceu aquilo?

— não me lembro direito! Só lembro de duas vozes diferentes, eram dois homens, eu estava desenhando e então... — um nó foi formado em sua garganta impedindo-a de continuar, e as lágrimas se tornaram mais aparentes.

— não precisa continuar se não quiser sei que é doloroso você lembrar disso. — disse Menma, se sentindo péssimo por ela, aquela moça já deveria sofrer muito com a limitação que tinha, e parecia ser tão inocente, tão gentil... Não merecia passar por nada de ruim— meu pai disse quando você vai poder sair? — perguntou vendo-a apenas balançar a cabeça em negativa.

A barriga de Hinata roncou um pouco alto, e ela corou fortemente pressionando o local com as mãos, Menma sorriu:

— está com fome? — perguntou vendo-a assentir timidamente — eu também estou — sorriu — vou buscar alguma coisa pra gente comer o que acha? E enquanto comemos podemos nos conhecer melhor!

— s-sim.

— eu já volto — disse ele se levantando e saindo do quarto.

Menma não sabia por que ou o que era exatamente, mas alguma coisa em Hinata chamou sua atenção, talvez ele se sentisse um pouco responsável por ela agora! Queria poder conhecer mais daquela mulher encantadora.

***************★ ****************

Kushina já estava cansada de ficar o tempo todo dentro de casa, deitada no sofá da sala pensava silenciosamente no quanto sua família era feliz no passado e no quanto hoje essa mesma família estava completamente apagada de sorrisos; Sentia falta de seus filhos e de seu marido, queria poder passar mais tempo com eles como antes. Agora que Naruto não estava mais em casa se sentia ainda mais solitária, sem ter ninguém pra conversar; Obviamente que Naruto não fazia muita diferença nessa parte mesmo se estivesse presente, ele nunca conversava com ninguém ficava sempre dentro do quarto, e toda vez que ela tentava falar com o loiro ele simplesmente a ignorava e ambos acabavam brigando.

Menma passava a maior parte do seu tempo na faculdade, e quando estava em casa vivia na biblioteca estudando, era difícil falar com ele sem atrapalhá-lo, porém Menma era o completo oposto de Naruto, mesmo cansado sempre arrumava algum tempinho mesmo que mínimo pra conversar com sua mãe! Tentava tranquilizá-la quanto as coisas que Naruto falava ou fazia, o coração de Kushina doía quando havia brigas entre os dois, brigas essas que eram constantes. Ainda estava muito magoada com o fato de seu filho simplesmente ter ido embora sem se despedir.

Cansada de ficar parada, resolveu se levantar e pegar sua bolsa para fazer uma visita ao marido, sabia que ele era muito ocupado no hospital, mas se continuasse ali dentro sentia que ficaria louca.

Assim que chegou foi direto ao corredor da ala principal onde ficava o consultório de Minato.

— Bom dia Shizune! — cumprimentou assim que se aproximou da secretária que ficava sentada em frente ao consultório.

— sra. Kushina, bom dia — sorriu ela — a quanto tempo não a vejo!

— é verdade, como você está?

— estou ótima e a senhora?

— eu estou bem — respondeu não muito convincente — hm o Minato está muito ocupado?

— para senhora ele diz que nunca estará ocupado! — sorriu ao ver a ruiva ficar levemente corada — pode entrar ele está ali dentro — disse se referindo ao consultório.

— obrigada Shizune — agradeceu indo até a porta.

Assim que entrou pôde ver Minato concentrado escrevendo alguma coisa, ele sorriu ao vê-la e se levantou caminhando em sua direção.

— meu amor que surpresa — sorriu dando-lhe um selinho e puxando a cadeira para que ela pudesse se sentar.

— atrapalho? — sentando-se de frente para ele.

— claro que não, nunca — respondeu carinhoso. — mas eu não esperava vê-la aqui hoje.

— eu fiquei um pouco entediada em casa, não vai sair para comer alguma coisa?

— infelizmente não, tenho alguns pacientes para receber daqui a pouco.

— entendo! — suspirou cabisbaixa.

— ei, o que foi? Por que está com essa carinha?

— não é nada — forçou um sorriso fraco.

— você mente muito mal.

— eu só estou preocupada, queria saber se Naruto está bem!

— ele ainda não ligou? — perguntou vendo-a negar tristemente.

— até o Menma não chegou ainda, pensei que hoje fosse o dia que ele sairia mais cedo da universidade.

— ah, quanto a isso eu esqueci de te ligar meu amor, Menma está aqui no hospital.

— o quê? — perguntou assustada — o que foi? O que aconteceu com ele Minato?

— não se preocupe não é nada com ele, se acalme — disse tranquilizando-a.

— então...

— não precisa se agitar ele veio apenas visitar aquela moça que te falei.

— a jovem que ele tirou do meio do incêndio?

— essa mesma! Ele queria ver se ela estava bem, e me pediu pra avisar quando ela despertasse.

— ele ainda está aqui?

— sim, estão conversando a um bom tempo. Por que não aproveita e vai vê-lo, assim vocês voltam para casa juntos, e pode conhecê-la também, é uma moça adorável. Conhecendo você como conheço vai se apaixonar por ela.

— Tanto assim é? — riu da forma como Minato se referiu a jovem.

Antes que pudesse responder foram interrompidos por batidas na porta.

— com licença — disse Shizune — um de seus pacientes acabaram de chegar doutor.

— Ah, sim diga que já vou atendê-lo.

— bom é melhor eu ir — disse Kushina se levantando. — em que quarto o Menma está?

— no 22. — respondeu ele se despedindo dela com um beijo carinhoso.

— espero você para o jantar?

— hm, na verdade, hoje eu estarei de plantão meu amor — disse cauteloso.

— tudo bem — suspirou ela tristemente saindo do consultório em seguida.

************** ★ ***********

— então você gosta de arte? — perguntava ele sorrindo.

— sim, muito. Eu adoro imaginar as coisas e colocá-las em cores em uma folha, ou em uma tela, eu posso não me lembrar de muita coisa mas, uma das lembranças mais vivas e presentes que tenho é o céu imenso e azul. Ele me fascina pela imensidão, não posso vê-lo mas, me sinto abraçada por ele todas as manhãs.

— você está certa é mesmo lindo — concordou sorrindo com o jeito meigo que ela falava. — o que mais você gosta de desenhar além do céu?

— crianças , animais , flores, árvores..— sorriu. — acho que não tenho algo preferido. Tudo é, único; todas as coisas tem sua forma especial de ser, e gosto de tentar reproduzi-las em uma tela.

— como consegue?

— eu não preciso vê-las, só preciso senti-las.

— entendo!

— e de que espécies de animais você mais gosta? Você deve ter um preferido nesse... — brincou, vendo-a sorrir de volta.

— eu não diria preferido, mas eu tenho uma paixão especial por coelhos. — disse tímida.

— coelhos? Mesmo?

— s-sim, uma vez um amigo meu levou um para mim e eu fiquei encantada com a fofura, adorava fazer carinho nele, é tão macio e dava vontade de apertar, eu nunca havia visto um coelho quando criança, então me apaixonei quando Toneri levou o de sua irmã para que eu conhecesse. É tão fofo. — sorriu timidamente.

Menma sorria também pelo jeito que ela falava, parecia uma criança.

— e você do que gosta Menma? — ela perguntou.

— eu sou completamente sem graça — brincou.

— não diga isso! 

— eu apenas estudo em uma universidade daqui, faço faculdade de engenharia. Não tenho muito tempo para diversões! E adoro música, nada de mais.

— também gosto de música.

— mesmo?

— sim! Elas tem poder de trazer na voz e na melodia o que existe no coração.

— é verdade!

— s-será que posso te perguntar uma coisa pessoal? — perguntou depois de um tempo, ficou brincando com os dedos indicadores, fazia isso sempre que ficava envergonhada.

— claro o que foi?

— seu irmão é sempre daquele jeito? Ele havia ficado muito zangado comigo por eu ter tocado nele acidentalmente.

— bem, ele é daquele jeito hoje. Infelizmente.

— hoje?!

— sim, Naruto passou por algumas decepções e isso fez ele ficar amargo com a vida, com todos. Mas ele não era assim antes.

— decepções existem em todos os lugares. — começou dizendo suavemente — Faz parte e ninguém está a salvo delas, nee-san me dizia que não se deve criar barreiras pra viver e nem ficar se amargurando por coisas passadas. Que é uma perda de tempo ficar com ódio das pessoas, e com ódio da vida pensando que as coisas vão mudar, nada vai mudar se ele não mudar antes. Ninguém está livre de tristezas, mas isso não faz seu irmão imune a alegrias também.

— Está certa — sorriu — mas nada que dissermos a ele vai mudá-lo.

— vai sim, enquanto estiver torcendo para que ele mude!

— você é incrível Hinata!

Já estava ali conversando com ela a mais de duas horas, e o tempo parecia voar, conforme a conhecia ficava cada vez mais encantado, a maneira que ela via a vida era muito bonita. Olhou para trás e se assustou ao ver sua mãe ali dentro, kushina estava em silêncio e os observava atentamente com os olhos marejados.

— mamãe? — disse Menma surpreso. — o que faz aqui? — Perguntou se levantando e indo até ela.

— oi, eu não queria atrapalhar vocês! Então fiquei aqui quietinha.

— q-quem é ? — perguntou Hinata ouvindo uma voz diferente no local.

Kushina se aproximou dela e sorriu:

— Oi Hinata eu sou Uzumaki Kushina sou a mãe do Menma e do Naruto. — disse ela segurando nas mãos de Hinata carinhosamente.

— prazer em conhecê-la sra. Kushina. — sorriu gentilmente.

— o prazer é todo meu, Minato me falou muito bem de você e nossa como você é linda. — sorriu deixando-a um pouco corada.

— obrigada! — agradeceu — posso conhecê-la?

— como assim?

— sente-se aqui perto dela mamãe! — disse Menma puxando a cadeira para que se sentasse. Assim que se sentou, Kushina viu Hinata levar a mão gentilmente até sua face, sentiu ela deslizar os dedos pelos traços de seu rosto delicadamente e em seguida tocar seus longos cabelos avermelhados. A viu abrir a boca em um sorriso lindo enquanto ainda passeava as mãos pelos fios lisos e macios.

— como a senhora é linda — disse ela encantada com o tamanho do cabelo de Kushina e com os traços leves do rosto da mesma — parece ser tão jovem.

— obrigada Hinata. — respondeu vendo-a retirar as mãos de seu rosto gentilmente.

— minha mãe é mesmo linda — disse Menma dando-lhe um beijo carinhoso no rosto.

— obrigada meu filho.

Depois de mais algum tempo conversando Kushina e Menma se despediram de Hinata.

Minato estava certo ela era uma moça adorável, Kushina nunca tinha conhecido ninguém igual antes; a forma que ela via a vida era tão linda que nem parecia que vivia na escuridão! Estava encantada por ela, as palavras que hinata dissera em relação a Naruto ainda ecoava em sua mente, e aquilo a tranquilizou de alguma forma, fazendo-a criar alguma esperança de que seu filho pudesse voltar a ser quem era um dia.

Hinata estava muito feliz por ter conhecido pessoas tão boas quanto Kushina, Menma e Minato. Pelo menos a tragédia que a rondava havia trazido algo de bom! Havia prometido a Kushina que desenharia o rosto dela, e no dia seguinte ela levaria algumas coisas para que hinata pudesse passar o tempo fazendo o que mais gostava se distraindo assim dos últimos acontecimentos. Naruto havia se tornado um enigma para ela, ainda não conseguia entender o porque de ele ter mentido o seu nome, mas não o julgaria afinal ela não era ninguém para fazer isso e mal se conheciam.

Ouviu batidas na porta pouco depois que Kushina saiu com Menma.

— e-entre!

— Hinata você tem mais uma visita. — disse a enfermeira dando passagem ao rapaz de cabelos esbranquiçados.

— minha princesa — ouviu a voz que ela conhecia bem se aproximar preocupado, sentiu ele a abraçar fortemente, e a vontade de chorar veio.

— Toneri-kun!

Continua....