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História Olhos de Arco-Íris - VII, Incerteza da certeza


Escrita por: yehunnie

Notas do Autor


Que nome de capítulo meio WHAT? HAPPY CHANSOO DAY <3
Já é 12/6 na Coreia, então, tá valendo.
Boa leitura <3

Capítulo 8 - VII, Incerteza da certeza


Acordar com o corpo doendo não é algo muito agradável.

Mas não reclamaria.

O meu braço passou o resto da manhã inclinado na cama de cima, enquanto meus dedos continuavam entrelaçados com o do Kyungsoo, mesmo que eu desejasse mudar de posição ou abaixar meu braço, não consegui naquele dia. Aquele dia não iria me importar comigo.

Quando acordei de fato, Kyungsoo já tinha se levantado. Eram quase dez da manhã quando escutei um barulho e com ele notei a falta do dono do quarto ao meu lado. Era estranho acordar em uma casa diferente, não sabia como me portar ou se poderia me locomover tranquilamente, por isso, decidi antes de qualquer coisa vestir meu moletom por cima da blusa de pijama que usei – para mim, daquela forma apareceria mais apresentável – e desci a procura de Kyungsoo.

A casa era bonita, poderia afirmar que a mãe dele gostava de coisas mais delicadas, mesmo vivendo apenas homens além dela naquele local. E era agradável andar sobre o carpete macio. Preferia pensar no carpete macio do que aquele dia representava; Era mais fácil. Mais cômodo apreciar aquele momento enquanto pensar que Kyungsoo estava a quilômetros de distância de uma chance para seu sonho.

Desci lentamente e eu podia escutar vozes vindo do andar de baixo. Não sabia como reagir, fazia um barulho para sinalizar que estava próximo ou continuava em silêncio até eles notarem a minha presença? Era o tipo de situação que detestava viver. E no meio da minha indecisão acabei ficando na escada tentando me decidir.

- Kyungsoo... Você não está... – Escutei a sua mãe o chamando, não sabia dizer se o seu tom estava mais alto ou eu comecei a prestar atenção sem querer. – Aquele rapaz... é seu namorado? – Ocorreu um receio em sua voz. Talvez ela temesse a resposta, talvez apesar de tudo não aceitava o próprio filho?

Ocorreu um silêncio monstruoso entre os dois, e eu decidi que aquele era o melhor momento para interferir. Eu queria que ele dissesse que eramos namorados, mas não poderia pedir aquilo... Kyungsoo poderia ter murmurado alguma coisa que não ouvi, mas provavelmente estava nervoso com aquela situação.

Pisei forte algumas vezes no degrau onde estava para simular que estava começando a descer, e terminei de prosseguir o caminho até a cozinha. Cocei meus olhos como tivesse acabado de acordar, e desejei bom dia para todos. Kyungsoo estava de costas para mim, e eu pude observar sua mãe me encarando. Ela estava curiosa sobre mim, e qual era minha conexão com seu filho. Claro que poderíamos explicar como nos nós conhecemos e o motivo de estarmos sempre juntos, mas ela não acreditaria... Ela apenas enxergaria que o filho estava se relacionando com outro homem.

Kyungsoo não era uma pessoa, ele tinha se tornando uma escolha diante seus pais.

- O Junmyeon ligou. – Kyungsoo se voltou para mim, e eu podia ver seus olhos em tons claros voltando aos poucos ao arco-íris. Ele estava frustrado de alguma maneira, havia uma pequena ruga de preocupação entre os olhos... E ela não estava ali quando fomos dormir. – Ele falou que precisa ir embora segunda de manhã... Mas eu acho que vocês deveriam ir embora hoje... Posso ir sozinho amanhã de noite.

Jongdae estava junto do outro Kim. Junmyeon também era daquela cidade, e tinham ido passar a noite na casa dos seus pais. E naquele momento me perguntei o que seus pais achariam caso assumisse um relacionamento com outro homem? Será que eles também o julgariam? Vendo em seus olhos... Eu não podia deixar Kyungsoo sozinho daquela maneira. Com o olhar inquisitório de sua mãe e más-lembranças o circulando.

- Irei embora junto com você na segunda, então. – Não queria deixa-lo enfrentar a estrada sozinho, na companhia da solidão. Ele não poderia se dar o luxo de permanecer muito tempo na cidade, seus empregos não perdoariam grandes faltas e talvez ele não desejasse mais ficar naquela casa.

Ele voltou a me observar como se buscasse algo, e por fim, ele maneou a cabeça positivamente. Não existiria discussão para que eu fosse antes e não matasse aula, queria segurar sua mão e o fazer sorrir de alguma maneira mas sua mãe continuava nos observando.

A mãe do Kyungsoo o amava... Dava para saber isso. Ela sentia falta do filho, mas também não conseguia aceita-lo plenamente. Não era algo que poderíamos força-la, ela um momento iria perceber, que o seu filho seria sempre seu filho... Independentemente de suas escolhas. E eu desejava que percebesse isso rápido.

 - Se você quiser tomar um banho, Chanyeol, sinta-se em casa. – Aquelas palavras saíram meio forçadas da boca da mais velha e com a boa educação que recebi de minha mãe sorri contra minha vontade e agradeci.

 

 

__________

Acabei entrando por outra entrada no hospital quando voltamos na hora do almoço. Ela era mais nobre, e provavelmente era a de visitas. Caminhei ao lado dos Dos até que fosse realizado o registro deles para visitarem o patriarca. Tinha um limite de pessoas para a visitação diária e de qualquer maneira era melhor eu conhecer o Senhor Do de outra forma.

Tínhamos ido no carro da família, acabou por ser minha obrigação dirigir, a mãe de Kyungsoo não dirigia a anos e o menino dos olhos de arco-íris sequer tinha tirado carteira de habilitação. Acompanhei seus olhos durante o trajeto pelo espelho no centro do carro, ele estava nervoso em ver o pai, mas ao mesmo tempo precisava se certificar que tudo estava bem.

E foi isso que murmurei quando a sua mãe seguiu em direção ao grande corredor que levava ao leito do esposo, e Kyungsoo me lançava um olhar suplicante. Não podia o abraçar ali, sua mãe poderia ver e isso só pioraria a situação, mas pude dizer que ele conseguiria passar por aquilo.

Após longos minutos sentado observando a televisão que passava o jornal local, Junmyeon e Jongdae surgiram na sala de espera. Kyungsoo tinha avisado que meu celular estava sem bateria, e o mais velho me emprestaria o seu carregador um pouco. Eles se sentaram ao meu lado, enquanto deixava meu celular carregando. Deveria ter várias ligações perdida dos meus pais, após ter enviado uma mensagem notificando que tinha saído da cidade e estava quase sem carga.

Respondi algumas mensagens, enquanto Jongdae me perguntava como estava o pai do Kyungsoo. Eu não tinha muita informação nova mas era provável que o seu estado de saúde tivesse mas estável, tinha várias mensagens de Baekhyun perguntando onde eu estava, resolvi ignorar por hora. Aquele era o início do fim.

Minutos passavam lentamente e minha preocupação cada momento aumentava. E só me acalmei quando Kyungsoo voltou com o rosto banhado em lágrimas, e me abraçou. O menino do arco-íris tremia enquanto me dizia que seu pai quando o viu começou a chorar. A sua boca estava presa por tubos e seus olhos quase não abriam. Ele não queria dizer, mas sabia que seu pai se arrependia do que tinha feito. Se arrependia de ter o expulso de casa, e mesmo diante àquela situação, eles estavam felizes, estavam se reconciliando.

Kyungsoo me abraçou forte, sem se importar com a sua mãe ou qualquer outra pessoa e chorou. Chorou de felicidade, seu pai estava bem e queria lhe pedir perdão.

 

 

__________

 Voltar para casa foi um tanto doloroso para ele. Seu pai ainda estava debilitado mas mesmo assim tínhamos obrigações a cumprir na nossa cidade. O vestibular estava se aproximando e a segunda fase tomaria todo seu tempo para os estudos. Naquela estrada nós compartilhamos uma pequena manta no frio do ônibus e vários sentimentos não ditos. Kyungsoo conseguiu visitar seu pai mais duas vezes antes de pegarmos o ônibus a noite na segunda-feira, ele não podia faltar mais o trabalho e eu tinha provas naquela semana.

Sentados lado-a-lado, permanecemos em silêncio logo que o ônibus deixou a cidade, Kyungsoo gostava de ver a estrada mesmo a noite sentado na fileira da janela, os faróis iluminavam de vez em quando a noite, mas as estrelas eram nossas maiores companheiras.

- Eu perdi o vestibular. – Kyungsoo falou como se constatasse aquele fato naquele momento. – Eu não tenho mais chances.

Não tinha como enxergar seu rosto pela penumbra com exatidão. A sua voz estava mecânica, e naquele momento não tinha muito o que falar. Ele tinha chances de conseguir passar com um conceito ‘C’, mas teria praticamente que gabaritar a prova – o que era bem difícil de ser fazer.

- Não adianta ficar remoendo isso. – Talvez estivesse dizendo aquilo mais para mim, todo instante eu lembrava que ele tinha perdido uma grande chance, e aquilo me frustrava. – Era o seu pai. Ninguém sabia como ele ficaria, ou estaria. Provas ainda há outras, e você tem a capacidade e a inteligência de conseguir entrar na universidade que quiser.

- Eu não me arrependo, Chanyeol. Mas aceitar a ideia é difícil... Difícil acreditar que perdi uma chance importante, que eu sou muito azarado.

- Você tem a segunda fase. E além disso, você tem grandes chances no vestibular nacional.

Kyungsoo bateu com a cabeça na poltrona, e bufou. Nós dois estávamos cansados, e deveríamos já estarmos dormindo para o dia seguinte conseguirmos voltar a nossas obrigações.

- Se eu passar no vestibular nacional, terei que me mudar. E eu não quero me mudar de novo.

- Agora você quer continuar na casa do Junmyeon?

- Não. Eu não quero ir embora da cidade... Eu me acostumei. Me sinto bem vivendo lá...

- Mas você terá que ir embora... – As palavras saiam amargas, mas eram necessárias. Depois de tanta luta, ele jogar seus sonhos fora, não aceitaria. – Você irá se adaptar, e além do mais, não há nada que o prenda. – Queria berrar que eu o prendia naquela cidade, que eu era o motivo dele querer ficar... Mas eu não era.

O Do maneou a cabeça positivamente, e fechou os olhos. Ele também não estava gostando daquele papo, mas era necessário por pontos nos ‘I’s. Eu era apenas uma pessoa na sua vida, poderia ser que amanhã ou depois tudo se quebrasse ou até mesmo ele enjoasse de mim. Não existia nada que de fato o prendesse naquela cidade, o emprego poderia arrumar em outro lugar, Junmyeon era quem poderia rever quando visitasse a sua cidade natal nas férias – caso voltasse a ter uma boa relação com os pais.

- Me promete que não deixará nenhuma oportunidade passar?

Ele me encarou no meio da escuridão, alguns feixo de luz passava entre nós dos faróis dos carros na pista contrária, mesmo assim não conseguia o enxergar com clareza. Mas ele me via, era como se conseguisse enxergar meus olhos coloridos, ver cores que eu sequer tinha conhecimento que me pertencia.

- Eu promete, Chanyeol. – Prometeu baixinho.

Ao mesmo tempo que aquilo me aliviava, também me afligia.

 

 

Quando finalmente desembarcamos na nossa cidade, senti a brisa fria chocando contra nossos corpos. Estava uma noite com temperaturas baixas, e mesmo que o apartamento de Junmyeon ficasse a poucos quarteirões, arrastei Kyungsoo para um táxi e o deixei na porta do apartamento. Esperamos ele subir, para seguir para o meu apartamento.

Minhas costas doíam pelas noites más dormidas, e ainda era madrugada – eu desejava que dormir na minha cama ajudasse muito para prosseguir no dia seguinte com a minha rotina. Esperava encontrar alguma comida pronta em cima da mesa, Jongdae sempre fazia algo para que eu comesse quando voltava de viagem, como as idas a casa dos meus pais durante os finais de semana e como eu sou péssimo na cozinha, geralmente comprava uma pizza do seu sabor favorito a sua espera.

Quando abri a porta, encontrei uma panela em cima da mesa, junto a pratos e talheres. Estava faminto de fome, e iria agradece-lo no dia seguinte por ser tão cuidadoso comigo. Jongdae era um bom hyung, isso não poderia negar. Mas o que me surpreendeu foi a temperatura da sala, nós sempre economizados com o aquecedor, e o aparelho da sala estava ligado devido ao clima agradável – que me permitia tirar o casaco pesado. E foi então que vi o que estava acontecendo.

Jongdae estava deitado no sofá completamente embolado a Junmyeon. Não dava para saber onde começava um corpo ou terminava o outro, mas eu poderia dizer que amigos não dormiam assim. Para minha sorte, eles estavam vestidos, mas seus corpos estavam tão juntos que pareciam ter se transformado em um só. Era um sofá minúsculo, e me questionava como eles não tinham ido parar no chão até agora, o Kim mais novo tinha passado uma das mãos pelos braços de Junmyeon, e este segurava a cintura do outro.

Não queria atrapalhar os dois – eles pareciam apesar de tudo confortáveis naquela posição, e por isso, peguei a comida e fui até a cozinha comer. Deixei as louças na pia, pois sabia se lavasse naquele momento poderia acorda-los.

 

 

__________

Acordei atrasado naquela terça-feira, Jongdae bateu na minha porta e disse que eu tinha quinze minutos para me arrumar e isso me obrigou a quase cair da cama. Tomei uma ducha rápida, e engoli algumas torradas que o meu companheiro de apartamento tinha feito e foi naquele momento que percebi que Junmyeon já tinha ido embora.

Lancei um sorriso malicioso em direção do meu amigo e ele sorriu de volta. Não precisava dizer o motivo daquilo, Jongdae não escondia o jogo e nem diria que Junmyeon continuava sendo aquele ser insuportável que ele dizia meses atrás.

- Não me venha dizer que o Junmyeon é só um amigo. – Disse enquanto entravamos no elevador já na universidade, nossos passos em direção ao campus eram tão rápidos que sequem conseguimos falar alguma coisa. Jongdae tinha se atrasado por minha causa também.

- Junmyeon é meu amigo, da mesma forma que o Kyungsoo é seu amigo. – Ele respondeu rindo, seus olhos estavam verdes vivos, completamente claros. E no meio lá estava o azul presente, o mesmo azul que enxergava em Junmyeon. – Touché.

- Nós não dormimos juntos. – Resmunguei. Gostava de encher o saco dele, da mesma forma que ele faria comigo. Sabíamos reconhecer limites de nossas brincadeiras e isso era bem importante. – Muito menos daquela maneira.

- Qual é, Chanyeol? Você é louco com aquele menino desde a primeira vez que o viu. Você saiu da sua zona de conforto para ajudá-lo. – Jongdae falou rindo ao sair do elevador, eu o acompanhei rindo junto. Era verdade, Kyungsoo me atraia de todas as formas. – Se o Kyungsoo te chamar agora, você iria atrás dele igual a um cachorrinho.

- É verdade isso? – Droga, droga, droga. Virei meu rosto e encontrei Baekhyun me encarando aterrorizado. Uma coisa era imaginar contar a ele que não deveríamos mais nos encontrar, outra era ele descobrir que eu estava perdidamente apaixonado por outra pessoa. – Chanyeol?

Meu amigo desapareceu do meu lado. Não poderia culpa-lo, eu tinha o cutucado e ele apenas quis revidar sem imaginar que o Byun estaria ali. Aquele sequer era seu prédio na faculdade.

- Quis vê-lo, não consegui falar com você e fiquei preocupado. – Ele disse baixinho, seus olhos não me encaravam. Sempre imaginei o Byun como uma pessoa com forte personalidade, não aceitava desaforo e muito menos se deixava ficar para baixo... Mas ali, ele parecia um garotinho que se perdeu de sua mãe.

Eu estava qualquer reação vinda de Byun Baekhyun, menos aquela. Estava atrasado para aula, mas o puxei pelo braço delicadamente até o banheiro masculino. Levei a mão a minha cabeça, e baguncei meu cabelo em nervoso. Aquela conversa tinha que acontecer, mas não imaginava que seria assim.

- Nós temos que parar de nos encontrar. – Tentei dizer firme, mas a minha voz saiu falhando. – Desculpe.

- Você gosta dele, né? – Não tive coragem de afirmar com palavras, e por isso, apenas balancei a cabeça. – Entendo...

- Nós podemos continuar sendo amigos... Sabe, eu gosto muito de você. – Falei rápido. Byun Baekhyun foi a primeira pessoa que conseguiu me atrair principalmente pelo seus olhos, gostava do purpura que iluminava sua existência. – Mas não dessa maneira romântica.

- Chanyeol? –Ele me chamou e pude ver seus olhos próximos a roxo. Queria que as coisas terminassem de uma forma pacífica entre nós, tínhamos compartilhado tantos momentos e não queria que eles fossem jogados foras assim. – Vá se foder.

 

 

__________

                Mimi estava jogada no meu sofá de forma relaxada.

Era a primeira vez que ela vinha até o apartamento, mas já agia como se fosse de casa. E no fundo já era, ela tinha se tornado uma grande amiga nos últimos tempos. Jongdae estava na sentado na poltrona a sua frente, e Junmyeon em uma cadeira da mesa de jantar refazendo cálculos.

O nosso apartamento tinha se tornado o QG de campanha do Jongdae e Junmyeon para concorrer como presidentes do centro acadêmico. Mimi tinha se tornado a responsável pelo marketing e se tornado a principal aliada dos dois.

- Nós precisamos convencer que todos votem. – Ela dizia enquanto mexia nos seus fios loiríssimos. – As pessoas tem preguiça de votar, e além disso, descobri que os nossos rivais estão tentando firmar parceria com outras chapas de outros cursos. Seria interessante que nós fechássemos antes.

- Eu conheço uma das chapas do direito, posso falar com eles. – Jongdae se prontificou. – E nós deveríamos buscar os cursos mais próximos do nosso para fechar alianças. Não faz sentido firmar parceria por exemplo com o pessoal da biologia.

- Mas isso não é descartável. Sabe, quanto mais parcerias melhores... Elas podem abrir mais espaço a outras e assim vira uma bola de neve. – O Kim mais velho analisou.

- Vocês podiam tentar firmar as parcerias para criarem pequenos centros de estágios. Por exemplo, para administrarmos pequenas empresas e vem o pessoal do direito para analisar a questão jurídica... O pessoal do R.H. ajuda na contratação de funcionais e etc. – A menina disse, as pessoas não acreditavam na inteligência dela às vezes, escondida em um rosto bonito e palavras alegres. – E a chance de abertura de mais vagas de estágio, com certeza iria atrair votação...

Eu mesmo votaria em uma chapa que possuiria acordos para aumentar o número de estágio, principalmente o remunerado. Naquela pequena cidade era difícil arrumar bons empregos, e os estágios sempre eram extremamente concorridos. Minha atenção foi tomada pela campainha, e em um pulo levantei do chão – local que estava sentado, aos pés do sofá no qual Mimi estava esparramada.

- Lá vai o cachorrinho. – Jongdae comentou risonho, e apesar dos outros dois também rirem, Junmyeon deu um tapa leve no braço do outro Kim.

Kyungsoo estava incrivelmente bonito. Ele usava a blusa preta do bar que trabalhava, junto ao jeans escuro, e ele sorriu. Com aqueles dentes perfeitos, um sorriso que me fazia querer sorrir. Seus olhos estavam vivos, o arco-íris brilhava com intensidade... Kyungsoo estava irradiante.

- Olá, Estranho. – Disse ele na porta, e eu sorri.

- Olá, Estranho. – Não dei passagem de imediato, precisava falar algo antes. – Preciso falar com você depois.

Ele anuiu e entrou cumprimentando todos, em poucos segundos ele se jogou ao lado de Mimi e escutava a pequena reunião. Jongdae lhe daria aula naquela noite, mas precisava definir alguns detalhes antes, as eleições estavam se aproximando e ainda tinham que se formalizar como uma chapa em breve.

A discussão era um pouco chata vista de fora, mas tentava compreender e acompanha-los nisso, não seria oficialmente membro do centro acadêmico caso a chapa fosse vitoriosa, mas trabalharia na ajuda de cursos preparatórios para o vestibular da universidade. Era minha forma de contribuir. Mimi foi a primeira a se levantar para ir embora, e com ela, Junmyeon se levantou e ofereceu para leva-la em casa. A universidade ainda estava traumatizada por saber que tinha ocorrido um caso de estupro dentro do campus, e devido a hora, ninguém queria deixa-la andando sozinha pela cidade.

E eu me recolhi ao meu sofá que antes era usado pela Mimi, enquanto observava Jongdae e Kyungsoo se sentarem na mesa de jantar e começaram a estudar coreano. Era a matéria obrigatória a todos os cursos quando realizava a segunda fase, e Kyungsoo também teria um maior número de questões discursiva da matéria já que seu curso era de humanas.

Escuta-los estudando me dava sono. Era uma matéria chata, e eu não sabia como tinha conseguido passar na prova quando realizei essa etapa. Fiquei jogando no celular até começar a trocar mensagens com a minha irmã. Mesmo longe ela continuava me monitorando, e eu conseguia imaginar aqueles olhos rosas cintilantes me observando.

- Junmyeon já está lá embaixo me esperando, Chanyeol. – Kyungsoo falou meio sem graça por ter me tirado a atenção do celular. – Temos alguns minutos para conversar, o Jongdae foi lá embaixo falar com ele.

- Você quis dizer namorar ele, né?

Kyungsoo riu, eles não tinham confirmado nada mas estava na cara. Principalmente depois que os fraguei no sofá dormindo juntos.

- Deixa os dois em paz. Se eles estão bem, que mal tem? – Ele falou perto da porta. E me aproximei, o ambiente estava agradável graças o aquecedor, e Kyungsoo já segurava seus casacos grossos nos braços. – Meu pai está bem... Consegui falar com ele pelo telefone hoje. Vou tentar visita-lo semana que vem. Talvez ele seja transferido para um quarto semana que vem também.

Kyungsoo apertava o casaco em seus braços, ele estava nervoso e eu também. Sentia como se todo o peso dos meus ombros e obrigações tivessem cedido. E Kyungsoo era outra pessoa depois que seu pai tinha pedido perdão.

- Eu falei com o Baekhyun... – Disse e ele não percebeu.

- Fui promovido no bar também. – Ele falava rápido, sem escutar o que tinha dito. Quando abri a boca para o parabelizar, e percebeu o que eu tinha dito. – Você falou? E como foi?

- Kyungsoo, calma, primeiro, parabéns. – Kyungsoo sorriu para mim, mas estava com a expectativa das minhas próximas palavras. – E nós resolvemos tudo... Não há mais nada...

- Mais nada?

- Nadinha. – Confirmei.

Se você algum dia me perguntasse como eu imaginava que seria meu primeiro beijo com Kyungsoo, diria que seria algo calmo. Ele me transmitia uma paz arrebatadora, e eu desejava provar seus lábios da forma mais sublime possível. Bem... Não foi nessa maneira.

Não sei como aconteceu, nem quem agiu primeiro. Mas o casaco de Kyungsoo foi parar no chão poucos segundos depois, era como estivéssemos separados por anos e tínhamos acabado de nos encontrar... Nossos lábios se chocaram em tamanho desejo pelo outro. Meus braços o envolveram, e ele me segurava pela camisa. E nosso corações batiam sincronizados.

Eu sabia que o amava.

E também sabia que ele ao menos gostava de mim.

Quando nós nos separamos, acabamos rindo. Estávamos nervosos com aquela situação, mas ao mesmo tempo felizes, peguei o casaco de Kyungsoo e o ajudei a vestir como uma criança... Não conseguia deixar de sorrir ao vê-lo como uma bolinha.

- Melhor eu ir embora, Junmyeon deve estar nervoso pela minha demora. – Ele comentou, e eu senti minhas bochechas enrubescerem.

Queria poder dizer que eles provavelmente estavam dando um amasso no carro, mas estava envergonhado demais para fazer aquele comentário. Eu estava até poucos segundo atrás dando um amasso.

Antes que Kyungsoo deixasse meu apartamento, selei seus lábios novamente. Aquilo era algo novo para mim, e eu desejava que pudesse realizar sempre e selei sua testa. Kyungsoo apertou a minha mão e sorriu.

 

Eu podia jurar que naquela noite quando me olhei no espelho, consegui ver um arco-íris nos meus olhos. 


Notas Finais




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