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História Olhos de Arco-Íris - VIII, Vermelho


Escrita por: yehunnie

Notas do Autor


Alô alô, voltei <3 Minhas férias estão acabando, mas pelo menos consegui atualizar. Acontece que eu travei em uma parte da fic, e foi difícil escrever, mas hoje (desligando o wifi) consegui terminar. Enfim, boa leitura <3 e perdão pelo atraso.

Capítulo 9 - VIII, Vermelho


Você já pensou nas cores? Não apenas as observarem. Elas também possuem significados, sutis, mas possuem. Cores podem representar sentimentos dos mais variados, da alegria a tristeza, do amor a raiva, não existe necessariamente uma lógica para isso. Às vezes, mesmo com as cores presentes, as pessoas enxergam tudo monocromático.

Desde que me entendo por gente, aprendi muito com as cores. Não era apenas encarando os olhos das pessoas e enxergando-as as várias combinações possíveis mas sim o conjunto inteiro. Claro que eu estava um passo a frente naquela percepção, mas ainda assim era observar a harmonização do conjunto, que dava para identificar resquícios de uma personalidade.

Mesmo com a falta de cores, gostava de observar o preto no branco, existia uma arte por trás daquelas duas cores, o branco era a união de todas as cores, e mesmo sendo uma cor singela, que alguns até mesmo diziam ser sem graça, pela sua neutralidade, mas era dentro dela que o arco-íris se escondia.

E era o arco-íris que me fazia sorrir como um bobo naquela manhã fria.

Não existia como negar ou até mesmo desmentir o que tinha acontecido na noite anterior. Existia um sorriso incrivelmente bobo em meus lábios, que por mais que eu tentasse desfaze-lo por alguns instantes, ele surgia cada vez mais forte. Algumas pessoas diziam que o amarelo representava a alegria e o vermelho o amor, será que tinha me tornado uma mistura entre essas duas cores? Eu seria um tom de laranja naquele dia? Não dava para saber, meus olhos continuavam na mesma cor de sempre, mas eu me sentia diferente.

Existia uma euforia crescente em meu peito, uma vontade absurda de sair correndo e ir ao encontro de Kyungsoo, mesmo que eu soubesse que ele viria até o meu apartamento naquela noite para estudar com Jongdae. Era uma antecipação tão grande que meu estômago não queria ser perturbado com comida, e acabei pulando a primeira refeição do dia. Mesmo com Jongdae insistindo que deveria pelo menos comer uma torrada ou algo leve, eu só queria que o dia passasse mais rápido e o sol desse logo lugar as estrelas e a lua.

Incrivelmente, Jongdae não fez nenhum comentário sobre a noite anterior e muito menos questionou o sorriso que brincava em meus lábios, era como se ele estivesse fora de orbita naquele dia e quando um dos nossos professores pediu para que ele falar em voz alta o texto que estava no slide, ele sequer soube o que era para ser feito.

Nada eu poderia o julgar, era como se tudo fosse mais interessante do que aquela aula. Meu corpo parecia inquieto, meus pés batiam no chão nervosamente e meus olhos se focavam de minuto em minuto no meu relógio torcendo que o tempo passasse mais rápido. Parecia mais fácil chegar as férias do que chegar a noite. Jongdae foi o mais rápido ao sair da sala na troca que faríamos de sala, enquanto eu ainda juntava meu caderno e caneta na mochila, ele já estava fora... Desviei meu olhar um segundo, e quando levantei novamente, Junmyeon – que antes estava sentado do outro lado da sala – também já tinha saído.

Para a minha surpresa, Mimi surgiu do meu lado com sua bolsa jogada nos ombros e um caderno em mãos e apenas um dizer de “Vamos” para transferirmos de local. Ela era uma pessoa que eu possuía grande empatia e seu astral era como um centro de forças puxando as pessoas para perto.

– Eles são complicados. – Mimi me disse meio incerta e nós paramos frente a um bebedouro. A nossa sala ainda estava trancada e teríamos que esperar o próximo professor para entrar, não era necessário dizer de quem estávamos falando... Acabou que se tornava obvio. – Parece que não deu certo.

– Não deu certo o que? – Questionei.

Ela ficou meio sem graça, e coçou a nuca; Seus olhos corais estavam claros como sempre apesar de tudo.

– Eu meio que falei para o Junmyeon falar com o Jongdae...

 – E? – Estava curioso, um dia eu os encontrava dormindo juntos no sofá e no outro um parecia fugir do mesmo ambiente que o outro. – Achei que eles já tinham conversado...

Foi muito rápido quando ela me deu um tapa forte no meu pescoço, fazendo um forte estalo ecoar pelo corredor.

– Você é meio ou completamente tonto? Eles nunca tiveram essa conversa... Eles se gostam, mas nunca aconteceu algo a mais... Entende? Tipo um beijo...

Eu me senti meio mal por não saber daquilo, Jongdae era quase um irmão e sequer tínhamos tido aquele papo, apesar de tudo ele era bem reservado, contrariando o seu jeito brincalhão.

– Você sabe o que aconteceu? – Questionei baixo, algumas pessoas de nossa sala passavam ao nosso lado e não queria que aquele assunto corresse aos quatro ventos...

Ainda era complicado ser gay em um país tão conservador como a Coreia, e caso aquela informação ‘vazasse’ poderia não ser só ruim para a candidatura ao Centro Acadêmico dos dois, mas influenciar em quase tudo... Os olhares modificavam, da mesma forma que os xingamentos começavam a surgir. Quando alguma pessoa se assumia gay, principalmente dentro da universidade, abandonava suas características e nomes para se transformar um rótulo.

E eu não queria isso para ninguém. Nós éramos além de rótulos, éramos pessoas como qualquer outra hétero.  

– Quando Junmyeon oppa me levou para casa ontem, nós conversamos... E eu meio que o pressionei a conversar com o Jongdae. Antes de dormir eu recebi uma mensagem dele dizendo que foi péssimo, por mais que eu tentasse descobrir o que tinha acontecido, ele não me respondeu e hoje está me evitando. – Ela despejou tudo sobre mim de forma rápida, seus olhos se focaram no chão e eu sabia que ela estava arrependida de ter pressionado o mais velho. – Eu queria apenas que eles se ajeitassem e fossem felizes... Achei que já estava na hora.

– Cabeças duras. – Resmunguei. Por uns segundos pensei em ligar ou mandar mensagem para Kyungsoo pedindo sua ajuda, mas não consegui... Não tinha falado ainda com ele e nem sabia como ele reagiria. – Hoje vocês vão se reunir no meu apartamento, certo?

– Eu não vou hoje...

– Você vai hoje sim, vamos arrumar alguma forma deles se acertarem, ok? – Mimi confirmou com a cabeça, e deu um sorriso mínimo e quase aliviado. – Mande mensagem para o Junmyeon e avise que hoje tem reunião, e que é super importante, arrume uma desculpa para que ele não falte.

– O que a gente fará?

– Ainda não sei, mas algo faremos.

_________

Não consegui assistir todas as aulas naquele dia. Minha cabeça parecia martelar entre dois assuntos: A briga entre Junmyeon e Jongdae; e Do Kyungsoo. Apenas dei um tchau para Mimi quando estava saindo da sala e logo senti meu celular vibrando com alguma mensagem dela brigando comigo por estar também faltando.

Mas foi mais forte do que eu ir embora, meu coração parecia estar na boca enquanto caminhava rápido pelas calçadas, não existia aquela famosa culpa por estar matando aula naquele momento, mesmo que eu soubesse que iria mal na próxima prova. Eu só queria ver o Kyungsoo.

Entrei no mercadinho que ele trabalhava com o capuz cobrindo meu rosto, consegui o ver de relance no caixa e com um caderno sobre o colo, parecendo estar lendo... Seus chefes não tinham visto problema em vê-lo estudando no horário de serviço quando não tinham clientes, e ler e reler a matéria tão próximo da prova o ajudaria ainda mais. Kyungsoo iria prestar prova para algum curso de humanas, e isso requisitava muita leitura, além das aulas de coreano, história e geografia.

Peguei algumas frutas que eu sabia que ele gostava, como melão, iria fazer um suco para ele mais tarde e torcia que tudo desse certo, já que eu era um completo desastre em tudo relacionado a alimentação. Fiquei um pouco receoso quando cheguei perto do caixa, tinha um livre do lado oposto no qual ele não chegaria a me ver, e eu não queria atrapalha-lo, Kyungsoo parecia tão concentrado nos estudos, enquanto o outro funcionário mexia no celular. Removi o capuz de cima da minha cabeça, e fiquei o encarando, seus cabelos cobriam parcialmente seus olhos e o arco-íris.

E por mais que eu não quisesse atrapalhar aquele momento, o meu desejo de falar com Kyungsoo era maior e falei para mim mesmo que seria por pouco tempo, era apenas um oi. Fui me aproximando bem lentamente, na esperança que ele me olhasse e eu não tivesse que o interromper, queria que ele me visse e sorrisse, mas não foi bem assim. Coloquei as frutas em cima do caixa e só nesse momento que ele me observou.

– Boa tard... – Ele disse e quando Kyungsoo me viu realmente sorriu. – O que você está fazendo aqui?

– Vim comprar umas frutas.

– Você nunca veio no meu horário de trabalho...

– Soaria bem clichê dizer que queria te ver?

– Não...

Kyungsoo me abriu um grande sorriso, ao pegar a sacola com frutas das minhas mãos, tocando-as brevemente. Seus olhos estavam ali me encantando, e eu desejava um contato maior do que aquele, mas sabia que aquele não era o momento, muito menos o local.

– Ei, – Kyungsoo chamou o outro caixa, que preguiçosamente o encarou após desvincular os olhos do celular. – Vou lanchar, está bem?

O garoto apenas confirmou com a cabeça, e Kyungsoo me entregou o dinheiro, enquanto eu colocava as compras na sacola. Seus olhos me encararam com certo brilho, e mesmo sem o seu convite acabei por optar o seguir dentro do pequeno mercadinho até a área dos funcionários. Era seu horário para descansar, alguns poucos minutos no meio do dia. O local era abafado e eu conseguia ver os armários que os funcionários guardavam as roupas e itens para o trabalho, ele tomou um gole de água de um bebedouro e se sentou em uma pequena mesa disposta no local.

– Eu também queria. – Ele disse me encarando, eu estava em pé vendo as suas costas e seu pescoço estava virado para me observar, não sabia se deveria ou não me sentar ao seu lado na mesa.

Existiam alguns biscoitos e uma garrafa de café no local, mas Kyungsoo não tocou em nada. Novamente, sem o convite, me sentei ao seu lado. Entre nós tinha uma barreira de silêncio, eu tinha dado o primeiro passo indo ao seu encontro, e Kyungsoo tinha o seguido ao me levar até aquele canto mais privado, mas ainda assim existiam muitas barreiras a serem quebradas.

Era aquele tipo de situação que você sentia um riso preso em sua garganta por não saber agir, quando víamos situações como aquelas acontecendo em doramas e filmes tudo parecia bem mais fácil e já julguei muitas vezes o personagem como um idiota por não agir normal e conduzir bem suas emoções e vontades.

E lá estava eu, Park Chanyeol, sem saber o que dizer.

– Falei hoje com a minha mãe. – Ele me informou, e por dentro me senti aliviado por ele começar a falar. – Ela disse que meu pai já está com a pressão normalizada sem o uso de medicamentos, mas ainda não pode ir para o quarto.

– Mas em breve ele estará recuperado. – Afirmei tentando sorrir, Kyungsoo parecia ter se transformado em outra pessoa após a doença do seu pai, quando ele praticamente pediu perdão. – Quando irá visita-lo?

– Minha mãe irá mandar o dinheiro da passagem. – Ele disse meio envergonhado, e eu sabia que Kyungsoo estava realmente magoado com aquela situação, ele queria poder conseguir pagar mas estava quase dinheiro. – Irei no sábado à noite, após o expediente no bar e volto no domingo a noite. Você quer ir também?

Aquele convite também estava sendo difícil para ele realizar, Kyungsoo parecia mais tranquilo quanto a minha presença, e eu não sabia se ele estava com medo de ir sozinho a sua cidade ou se apenas queria a minha companhia, qualquer que fosse o motivo estava feliz, o fato de me convidar diante ao seu medo poderia significar que se sentia bem (até mesmo seguro) ao meu lado. E eu queria poder ir, mas existia um pequeno problema:

– Estou sem dinheiro. – A viagem de volta da cidade natal de Kyungsoo tinha gasto bastante parte do meu dinheiro e o concerto da porta do apartamento, aquele mês eu estava bem apertado e não poderia pedir mais aos meus pais. – Eu queria ir, muito. – Frisei.

                Eu estava aborrecido com aquela situação, queria poder ter mais dinheiro para ir junto mas eu sequer tinha um trabalho. A faculdade tomava meu tempo por inteiro e só me restava a noite para realizar qualquer coisa...

– Eu entendo...

Seus olhos se desvincularam de mim, e eu desejava mudar a minha resposta. Não sabia como conduzir aquela conversa, e por isso, toquei em outro assunto.

– Junmyeon e Jongdae brigaram. – Tentei mudar o assunto, não existia nada que eu pudesse fazer para ir junto e Kyungsoo entendia, ele também estava sem dinheiro.

– Ontem o Suho estava muito nervoso quando entrei no carro. Ele não me disse o motivo, agora faz sentido... Nós deveríamos interferir? – Acabei sorrindo e Kyungsoo me acompanhou, ele também tinha percebido. – Mas como faremos?

Nós não tínhamos muito tempo, Kyungsoo tinha poucos minutos para descansar e lanchar na tarde, e usamos para poder elaborar um plano. E eu não sei quando e como, mas a minha mão segurou a sua e nossos lábios se selaram, nós agíamos naturalmente como se fosse algo rotineiro, mas que fazia o meu coração disparar e bater tão forte que parecia que iria sair do meu peito e cair sobre suas mãos.

– Chanyeol... – Kyungsoo me chamou após nós nos separarmos, seus olhos me encararam, como se enxergasse a minha alma. Seus olhos arco-íris se arregalaram e eu me assustei. – Seus olhos.

Arregalei meus olhos. Estava surpresa com aquela declaração, e meu corpo parecia ter congelado.

– O quê? – Questionei, e ele desviou o olhar.

– Nada. – Ele não me encarava, e eu temia. O observei respirando fundo para voltar me encarar, e eu fiz questão de olha-los nos olhos e sua expressão normalizou. – Levei um susto, não foi nada.

Ele poderia ter voltado ao normal, mas eu ainda estava assustado.

 

_________

Confesso que sou péssimo em mentiras, mas naquela noite até que fui bem. Quando Jongdae me questionou o motivo daquela reunião quando somente iria ajudar Kyungsoo a estudar, consegui afirmar que Mimi tinha conseguido alguma coisa importante para a eleição do Centro Acadêmico.

Ele me deu os ombros e se sentou no sofá meio emburrado. Kyungsoo tinha já combinado comigo para estudarmos juntos história para as questões discursivas, assim poderíamos inverter os dias. Meu celular vibrou, e sem Jongdae observar li a mensagem que informava que Mimi já estava chegando com Junmyeon, e ali era a minha deixa para começar.

– Por que saiu cedo da aula hoje? – Questionei a Jongdae, e vi que ele pressionava as têmporas, e as massageando.

– Estava com dor de cabeça. – Resmungou. – Essa reunião não poderia ser outro dia?

– Não, a Mimi disse que era de urgência. – Respondi, enquanto Jongdae se perdia em seus pensamentos. Seu olhar estava fixo e o seu verde estava em tons escuros. – E você e o Junmyeon? Como estão as coisas?

Ele me encarou por uns segundos, e não existia aquele olhar de brincadeira que praticamente dizia que iria me bater, Jongdae parecia só existir em uma casca, como se todo o seu brilho estivesse sumido, junto com seus bonitos olhos verdes. E por incrível que pareça, ele não me respondeu. Não tinha nenhuma resposta afiada ou em tom de brincadeira.

– Estou com dor de cabeça, Chanyeol.

Resolvi então permanecer em silêncio. Queria ouvi-lo dizer alguma coisa sobre o Junmyeon, talvez explicar o motivo daquela briga ao seu ver, mas ele preferia guardar para si, então respeitaria. Fingi estar jogando no celular até que a campainha tocou e fui abrir para os convidados, Mimi chegou falando super animada como sempre enquanto Junmyeon tentava parecer normal quando seu olhar não encarava o outro Kim.

Era um plano infantil, eu seria o primeiro a sair do apartamento com a desculpa que iria me encontrar com Kyungsoo – o que de fato era verdade, iriamos estudar no apartamento que ele morava com Junmyeon – e Mimi também se ausentaria por ‘alguns minutos’ e por fim não voltaria.  

A mais nova começou a explicar o motivo da reunião, e pude perceber que ambos Kims permaneciam de boca fechada, os olhos azuis de Junmyeon possuíam tons escuros esverdeados perdidos na face Mimi, enquanto Jongdae permanecia o tempo todo encarando os próprios pés. Mimi poderia recitar um poema ou uma música do momento que eles sequer notariam, e foi essa a minha deixa. Sai em silêncio no meio da ‘reunião’ e conferi o meu relógio, Kyungsoo já deveria estar indo para casa e eu me pus no caminho.

 

_________

O tempo parecia passar cada vez mais rápido, foi engraçado como duas semanas pareciam ter durado apenas poucos dias. A reconciliação de Junmyeon e Jongdae tinha acontecido naquela noite, e eu acabei dormindo no sofá do apartamento do mais velho, quando entrou a madrugada, o sono consumiu não só a mim, mas também a Kyungsoo e ele não tinha retornado. A última coisa que eu precisava presenciar era os dois dormindo juntos, e eu tenho certeza que naquele dia não estariam cobertos.

Kyungsoo tinha ido visitar seu pai no hospital, e o Senhor Do já estava em um quarto, o que era um grande avanço e dizia em letras miúdas ‘Ele está muito bem’, mas ainda assim teria grandes etapas para a total recuperação. O menino do arco-íris tinha me informado que seu pai não poderia trabalhar por pelo menos quatro meses, não podendo realizar nenhum esforço e entre outras recomendações que ele sabia que não seriam obedecidas, mas fingia acreditar que seriam seguidas.

E por incrível que pareça, Kyungsoo falou de mim para o seu pai. Fui surpreendido quando a voz dele ainda bem fraca e vacilante falou comigo no telefone, falar ainda o causava forte falta de ar e ele tentava ao máximo ficar quieto, porém, segundo o seu filho mais novo, ele quis falar comigo e com Junmyeon, agradecendo como tínhamos cuidado dele, além de me convidar para um jantar quando estivesse bem em sua casa.

– “Ele realmente quer te conhecer” – Kyungsoo disse após seu pai terminar de falar. – “E pediu para que te trouxesse aqui, que irá fazer um jantar para você.”

Mas a minha preocupação de Kyungsoo longe não era mais sobre seu pai, mas sim como sua mãe estava reagindo.

– “Ela não aceita muito bem, Chanyeol... Mas não está me tratando mal, acho que ela está tentando... Principalmente depois do meu pai ter me pedido perdão...” – Ele me confessou baixinho no telefone mais tarde naquela noite quando questionei como estava reagindo com a sua mãe.

Era fácil e simples compartilhar um segredo e minhas inseguranças com Kyungsoo, os meus medos do futuro, do que faria e como viveria. Se iria voltar para minha cidade natal ou me arriscaria na cidade grande, meus medos não se comparavam aos seus, tão mais profundos e doloridos, Kyungsoo tinha medo de não mudar de vida, de não conseguir passar no vestibular, não conseguir realizar seus sonhos.

Eu o escutava e ele me escutava, não existia pressão nisso; Nós nos completávamos.

As aulas tornaram-se cada vez mais longas e pesadas, tínhamos que revisar várias vezes o mesmo conteúdo, diversas vezes. O vestibular era concorrido, e quando ele ficava nervoso e dizia que não conseguiria, eu o beijava. Nós dois nos deslocávamos para um tempo e espaço que não pensávamos no amanhã, e sentíamos mais leves.

E no sábado antes da prova, Kyungsoo segurou em minhas mãos enquanto assistíamos um filme na televisão, existia um balde de pipoca sobre o meu colo, e um par de arco-íris me observando com um sorriso nos lábios.

– Chanyeol... – Ele me chamou, e eu respondi com um ‘hmm’ enquanto assistia o filme e logo senti um tapa em meu braço.

– Oi? – O encarei, ele estava bonito como sempre, seus olhos estavam mais brilhantes que nunca, como duas joias raras.

– Eu acho... que amo você.

Seus olhos desviaram para o próprio colo e suas bochechas ficaram rubras. Ele estava nervoso e tímido, eu queria o abraçar bem forte, enche-lo de beijos e nunca mais o soltar. Segurei em sua mão, tentando controlar as batidas do meu coração, Kyungsoo tinha o meu coração, disso eu tinha certeza.

– Acha? – Não sei como a minha voz saiu, estava tão surpreso e feliz, que não estava agindo com controle sobre mim.

– Acho.

Ele confirmou e me olhou nos olhos, eles arregalaram brevemente e Kyungsoo sorriu, como nunca tinha sorriso para mim, como se tivesse a certeza do que diria em breve. Como se ele soubesse que éramos almas-gêmeas.

– Eu não acho... Eu tenho certeza que te amo. – Afirmei.

E como o nosso primeiro beijo, ninguém soube quem começou ou quem teve a iniciativa, o balde de pipoca que estava no meu colo caiu no chão e nós sequer nos importamos.

Eu só tinha uma certeza: sabia que com Kyungsoo ao meu lado tudo ficaria bem.

As cores estavam ali para me informar.

Eram sete cores e uma delas representava o que eu sentia por Kyungsoo.

Vermelho.

Amor.

 

_________

Confesso que fiquei mais nervoso que Kyungsoo naquele domingo. Tinha dormido mal pensando a noite inteira na prova, e que o futuro dele seria definido naquela prova, e mesmo Jongdae fazendo um chá para me acalmar, nada adiantou. Após Kyungsoo sair do meu apartamento no sábado depois de derrubarmos pipocas pela sala e trocarmos vários beijos, eu só conseguia pensar nas questões da prova.

Ele ainda não tinha me dito o que faria na faculdade, e eu me sentia como um pai as vésperas do vestibular do próprio filho. Quando o domingo chegou, e eu encontrei Kyungsoo na porta da universidade eu conseguia ver os meses juntos como um filme, e eu torcia que a nossa história tivesse um final feliz.

Nós estávamos em público e eu tentei ao máximo abraça-lo como um ‘amigo’, por mais que soubéssemos que éramos bem mais que isso; não tínhamos estipulado o que de fato éramos e eu torcia que ele aceitasse ser o meu namorado.  

– Você vai conseguir. – Eu lhe disse na porta do prédio que realizaria a prova. – Você estudou muito, vai conseguir.

Junmyeon, Mimi e Jongdae também estavam presentes, faltava pouco mais de quinze minutos para o início e Kyungsoo disse que já entraria para se acalmar. Todos já tinham dado boas energias para o mais novo de todos.

– Vou dar o meu melhor... – Kyungsoo falou – Se eu conseguir, vai ser graças a todos vocês. Muito obrigado. – E fez uma reverencia a todos nós.

Cada um ajudava de uma maneira, Junmyeon tinha feito um café da manhã reforçado com o que ele dizia ‘ingredientes que ajudam no rendimento escolar’, por outro lado Jongdae tinha feito uma grande compra no mercado intitulado de ‘Kit vestibulando’ com várias guloseimas como refrigerante e batatas fritas – o que foi bem reprendido pelo mais velho Kim, Mimi tinha entregue para Kyungsoo seus amuletos da sorte (o que variava de objetos sem utilidade para a prova, até mesmo na caneta que ela usou quando fez vestibular) e feito algumas simpatias para que ele conseguisse passar.

– Do Kyungsoo! Boa prova! – Nós quatro gritamos quando ele entrou no prédio e nos deu tchau. 


Notas Finais


Alô meus amores, vamos as apostas: Kyungsoo passou ou não passou? Qual curso ele quer fazer? Tudo será revelado no próximo, enfim, alguém já descobriu qual é a cor do Chanyeol? Como ele irá descobrir? Hmm Até mais =)
Vem falar comigo:::::::: http://curiouscat.me/yehunnie | https://twitter.com/yehunnie
Estou com uma fanfic nova ABO, se vocês se interessarem <3 https://spiritfanfics.com/historia/fanfiction-exo-amaldicoado-5939989


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