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História Olhos de Neve - Capítulo Único


Escrita por: GataRica

Notas do Autor


Eu devia estar escrevendo Sugar, mas como estou sem inspiração eu fui jogar Jogo de Palavras, que consiste em escolher uma imagem e escrever 100 palavras sobre ela, mas então acabei escrevendo uma oneshot.
Espero que alguém goste.
Boa Leitura!!

Capítulo 1 - Capítulo Único


    Sasuke Uchiha nunca entendeu as garotas, a começar por sua mãe que sempre foi muito gentil e sempre o amou demais mesmo ele não sendo o filho perfeito. Depois veio sua amiga de infância Sakura Haruno que chorava por tudo e que ainda se achava dona dele.

 

    E quando ele ingressou no colégio havia todas aquelas garotas malucas que o olhavam como se ele fosse algo especial, mas tudo piorava conforme o tempo passava. Elas tinham a anatomia estranha e ofendiam se com facilidade.

 

    Ele sempre foi muito sincero e isso fazia as garotas que confessavam seus sentimentos saírem chorando por suas palavras. Sua mãe havia o feito usar a palavra desculpa, então a frase sempre ficava assim:

 

    —Desculpa, mas não posso aceitar.

 

    E desse jeito mesmo antes dos dezesseis anos ele tinha quebrado mais corações do que muitos homens vão quebrar a vida inteira. Sasuke não se sentia atraído pelo sexo oposto, isso era visto com mal olhos por todos a sua volta.

 

    Isso nunca o preocupou, sempre teve problemas maiores do que garotas sentimentais. Ele não sabe porque caminhou até aquela garota na grama, algo nela parecia diferente de todas que ele já havia visto.

 

    —O-Oi… —A garota disse nervosa ao olhar para cima e ver que estava sendo analisada.

 

    —Continue. —Sasuke respondeu ao colocar a mão no bolso e observar o desenho que ela fazia antes de sua chegada.

 

    Ela voltou-se para o desenho, mas se sentiu nervosa demais para continuar. Apenas segurou o caderno apertado, não estava acostumada com garotos. Eles eram um mistério para ela que viveu em um colégio interno para meninas até poucos dias atrás.

 

—Continue. —Ele insistiu, queria ver mais do que ela estava fazendo.

 

Ela olhou para cima de novo e sentiu medo dos olhos negros dele, eram tão intensos, quis o pintar, ele tinha um rosto esculpido, a pele branca, cílios longos e a boca vermelha como se tivesse provado sangue. E a única coisa que conseguia pensar e que talvez o tivesse.

 

—Hinata. —Alguém gritou atrás dele. —O que está fazendo aí garota?

 

Eles olharam para trás para ver o dono da voz enfurecido. Hinata conhecia pouco aquele olhar, eram brancos como o seu, mas ela não sabia nada sobre seu próprio pai. Levantou-se com pressa calçando as sapatilhas.

 

—Des-desculpa —pediu baixinho ao passar por ele.

 

Algo nela era diferente e ele não sabia o que, mas tinha certeza que nunca mais a veria. Por isso apenas sentou-se em um dos bancos esperando sua mãe, olhou o prédio branco contra a luz do sol e a grama verde, não gosta de hospitais, mas já estava familiarizado com eles, e odiava isso.

***

 

    O cheiro de álcool e desinfetando o deixava enjoado, mas mesmo assim estava contente porque estava junto com seu irmão. Itachi era mais velho, tinha longos cabelos negros e olhos cansados sempre.

 

—Não vou perder desta vez. —Sasuke arrumava suas peças brancas no tabuleiro de xadrez.

 

—Você é tolo irmãozinho, apenas preste atenção nas jogadas. —Itachi passou as mãos pelos cabelos do irmão em carinho fraternal.

 

Os dois jogaram algumas partidas, aquelas tardes sempre eram silenciosas e melancólicas. Nenhum deles queria falar sobre coisas tristes e já não sabiam muito sobre coisas felizes, então apenas compartilhavam aquele momento.

 

Eles só ficariam juntos até o começo do por do sol, depois eles teriam que se separar e só restava esperar que ainda houvesse uma próxima e próxima vez, até que tudo estivesse bem e eles pudessem ser novamente uma família sem cheiro de hospital.

 

***

 

    O sol estava batendo contra o banco ele gosta, Sasuke criou um laço com o banco branco e que por ser de metal fica quente demais no verão. O vento que sopra também anuncia que a outono está perto.

 

    Quando ele se vira para caminhar pelo jardim vê longos cabelos azulados brigando com a força da natureza. Não entende garotas e seus longos cabelos, caminha até ela sem entender porque o faz.

 

—Hinata? —Ele tirou uma mecha do cabelo dela que teimava em ir em seus olhos brancos.

 

—O-Oi —diz tímida enquanto brigava para fazer um rabo de cavalo com os cabelos bagunçados.

 

—Terminou o desenho? —perguntou ao olhar para o caderno no chão.

 

—S-sim. —Ela se abaixou e sentou na grama. —Quer ver?

 

Ele sentou-se ao lado dela, muito perto pensou ela. Isso a deixou nervosa, ele tinha nariz imperial e queria o desenhar, mesmo que soubesse que nunca iria conseguir capturar tudo que aquela face era capaz de dizer sem palavras.

 

O caderno passou para suas mãos, que folheou os desenhos como um crítico silencioso. Só suas professoras e amigas mais próximas conheciam sua mania de querer desenhar o mundo nas páginas brancas.

 

—São bons. —Ele se levantou, estava na hora.

 

—Qu-qual o seu nome? —perguntou quando percebeu que ele se afastaria e que podia nunca mais o ver.

 

—Sasuke. —Ele colocou a mão no bolso e caminhou com a cabeça baixa até as portas do hospital.

 

***

 

    Fazia frio aquele dia, Sasuke estava usando um suéter azul e queria que tudo esperasse até o inverno. Até os dias de neve, gostava daqueles pequenos flocos, da cidade branca e nem todos estivessem sorrindo como nos dias de verão.

 

    —O-Oi. —Hinata disse ao apertar o caderno contra o peito, ainda tinha medo dele, mesmo que os encontros fossem frequente.

 

    —Você tem olhos de neve. —Sasuke disse ao focar o olhar sobre os olhos dela, o faziam pensar em um dia de tempestade fria.

 

    Abaixou o olhar para a grama que começava a secar pelo outono, não sabia se era um elogio ou algo parecido. Ele achava as garotas estranhas, mas quando ela corava com quase tudo que falava considerou a como a garota mais esquisita que conhecia, só que gostava dela, afinal ela nunca havia tentado falar de amor e coisas estranhas.

 

    —Devíamos entrar, está muito frio para ficar aqui. —Ele disse ao ver que as bochechas dela não voltavam para a cor normal logo.

 

    —Fiz para você. —Ainda olhando para o chão estendeu o desenho para ele.

 

    Gosta dos desenhos dela, até mesmo daqueles que eram mais rabiscos e uma mistura de cores sombrias. Sasuke analisou o desenho em tons de azul antes de dobrar e colocar no bolso, não agradeceu, sabia que não precisava daquilo se tratando dela.

 

    Os dois caminharam para dentro do hospital, uma corrente de ar gelado passava pelo corredor fazendo ali dentro mais frio que lá fora. Hinata levou o punho a boca ao tossir, sabia que era uma péssima hora para pegar um resfriado.

 

    —Está bem? —Sasuke colocou a mão nas costas dela.

 

    Apenas assentiu que sim ao respirar fundo.

 

    —Sabe quanto tempo falta? —Fazer aquela pergunta era horrível, mas já havia aprendido que aquelas paredes haviam sido feitas para últimos suspiros.

 

    —Pouco —respondeu ao sorrir e tentar segurar o olhar molhado.

 

    Os dois caminham para lados opostos nos longos corredores limpos e silenciosos, todos os gritos de dor são medicados. Hinata segura o caderno contra o peito como escudo, Sasuke coloca a mão no bolso e sente o papel dobrado. E nenhum deles entende como a morte e a vida funcionam.

***

 

    Os primeiros flocos de neve caíram como ele queria, Sasuke olhou para a janela e foi preenchido por uma onda de melancolia. Não existia muito mais tempo, olhou para sua mãe que sorria em dor, para seu pai que mantinha a face contraída como se fosse mais forte que aquilo.

 

    Nunca é fácil saber que um filho vai morrer antes de conhecer a vida por inteiro. Ele sempre quis ser forte, ser merecedor do sobrenome Uchiha, mas se sentiu fraco ao olhar para o irmão. Para a vida que se esvaziava do corpo magro e debilitado daquele que o ensinou xadrez e que bagunçava seus cabelos como forma de dizer que o amava, mas que logo não estaria mais ali.

 

    —A neve está caindo. —Sasuke segurou dentro de si as lágrimas quentes, como a muito tempo havia aprendido a fazer, manter tudo em um lugar onde ninguém pudesse encontrar.

 

    —Boa tarde. —Hinata disse depois de bater na porta.

 

    —Aí está meu pequeno lírio, trouxe outro desenho? —Itachi perguntou ao tossir e sentir que tudo dentro de si já era dor.

 

    —Fiz esse para você. —Ela pediu licença com o olhar para os pais dele e caminhou até a cama.

 

    —Nunca entendo o que eles querem dizer —disse ao pegar o desenho e ver o azul e o vermelho se misturando de forma estranha.

 

    Ela sorriu, não queriam dizer nada, só que tudo dentro de si se desmanchava conforme o tempo passava. Sasuke se aproximou para ver o desenho, sabia muito bem o que queria dizer, conhecia cada traço que ela fazia, cada cor que usava e aquilo era apenas ódio da vida que ela nunca saberia expressar em palavras.

 

    —Sasuke vai cuidar dele para mim. —Estendeu o desenho para o irmão e depois pegou a mão dela que estava sobre as cobertas.

 

    Agarrou os longos dedos dele entre os seus com força, ela sabia que o tempo estava passando. Que a morte estava chegando e não queria perder mais ninguém, não entendia como a vida podia ser tão sádica, dar a vida e depois arrancar com a morte.

 

    Ela sabia que aqueles olhos negros estavam ficando opacos, todos naquele quarto sentiam já o cheiro da morte. Hinata se agarrou aos dedos dele sorrindo, como se tudo fosse ficar bem, mesmo sabendo que logo seria apenas caos.

 

    O irmão mais novo olhou para aquelas mãos unidas, para o olhar silencioso deles. Sasuke nunca entendeu as garotas, mas nunca entendeu porque aquela em particular que havia apresentado ao irmão despertou em Itachi sentimentos que o fizeram reviver até nos piores dias.

 

    Se virou a janela para ver o jardim ser coberto por uma fina camada branca, sabia que o irmão não precisava ver os pequenos flocos, ele tinha os olhos de Hinata sobre si e eles eram mais brilhantes e quentes que a neve.

 

***

 

    Não havia mais nada que pudesse ser feito quando os pacientes eram levado para aquele hospital. As paredes eram brancas, os médicos atenciosos, havia um belo jardim e todos eram como condenados à morte.

 

    O último desejo de Itachi pertenceu a Hinata.

 

    O irmão mais novo esperava do lado de fora do quarto, a porta estava aberta, mas ele não queria estar lá. Porque tudo dentro de si era mais confuso que as cores que ela usava, havia visto ela se curvar sobre a cama.

 

    E tocou os próprios lábios gelados, seu irmão estava ganhando um beijo de despedida. Ele não entendia as garotas, não entendia porque Hinata era ainda mais doce perto de seu irmão,  porque sentia dentro de si raiva ao saber que os lábios dela tocaram os de seu irmão.

 

    A corrente de ar passou por ele o fazendo apertar o desenho que tinha no bolso, não havia ganhado mais desenhos dela desde que a apresentou a seu irmão, por isso aquele papel já amassado e rasgado era tudo que tinha como lembranças de quanto ela era só sua e as partidas de xadrez com seu irmão eram um momento entre eles.

 

    —Sasuke? —disse assustada ao ver que ele estava parado do lado de fora do quarto com as mãos no bolso e com as bochechas infladas.

 

    —Você o beijou? —perguntou ao olhar para o chão de limpeza impecável.

 

    Os olhos dela ficaram espantados e a face mudava para tons quentes de vermelho. Ela também buscou o chão, tinha sido seu primeiro beijo, os lábios dele estavam quentes e ele havia dito que a amava. Seus olhos já estavam cansados de chorar, mas se encheram de lágrimas, ele estava quente e ela não sabia por quanto tempo haveria calor em seu primeiro amor.

 

    —Como foi? —Sasuke dessa vez buscou a face dela com olhos negros e intensos.

 

    —Qu-quente…—sussurrou ao caminhar com passos lentos.

 

    Observou ela se afastar, os cabelos azulados a balançar, os sapatos a produzir barulho contra o porcelanato. Sasuke não entendia as garotas, mas Hinata o confundia mais do que qualquer uma já fora capaz.

 

***

 

    Ele esperava do lado de fora do quarto, até que Hinata abriu a porta e o chamou, havia tristeza disfarçada naquele sorriso como sempre. Caminhou para dentro do quarto que cheirava a flores frescas, mas que logo passaria a cheirar como todos os outros quartos.

 

    —Sasuke. —A mulher na cama sorriu como se a vida não estivesse deixando seu corpo aos pouco.

 

    —Senhora Hana —disse ao dar um dos seus raros sorrisos sabendo que ela merecia.

 

    —Ela está melhor hoje. —Hinata segurou a mão da mãe.

 

    —Está muito bonita também. —Sasuke olhou nós olhos pálidos da mulher que ruborizou com suas palavras.

 

—Linda como uma flor. —Passou os dedos pelo lenço roxo que cobria a cabeça da mãe.

 

—Vocês dois não tem jeito. —Riu feliz.

 

Ele sabia que o quarto ficava mais leve quando o pai dela não estava, ele era um homem de face séria como seu próprio pai, mas demonstrava um pouco mais seus sentimentos.

 

Olhou para a flores brancas que davam aroma ao quarto perto da janela, o inverno estava mais intenso. E sabia que assim como aquela flor tinha poucos dias antes de murchar no pequeno vaso, eles tinham pouco tempo.

 

—Soube que Itachi foi até mesmo ver a neve. —Hana olhou para o garoto perdido nos pensamentos.

 

—Levamos ele um pouco, Hinata passeio de cadeira de roda no colo dele. —Sasuke disse ao se lembrar de cada detalhe do dia de ontem.

 

Do sorriso do irmão, dos flocos de neve nos cabelos negros e como aquele pequeno momento o fez ser invisível. Itachi olhou para Hinata como se a vida fosse a roubar, Sasuke entendia aquele olhar, estava no olhar de quase todos os que visitantes, mas quase nunca nos paciente.

 

***

 

    E antes que a neve derretesse Itachi estava indo, ninguém sabia exatamente para onde. Os remédios pararam a dor, mas tiraram um pouco da sua consciência. E não existia uma droga que pudesse parar o que todos naquele quarto estavam sentindo.

 

Dor, tristeza, ódio e que nada nunca mais ficaria bem.

 

—Não chore pequeno lírio. —Itachi disse para a garota que acabou tendo que dividir aquele momento com sua família, porque havia o feito se apaixonar quando pensou que tudo era apenas o fim.

 

Com suas últimas forças segurou a mão do irmão junto com a dela. Já não havia existia mais força para lutar, mesmo que ainda existisse muitos motivos para ficar e que todos estivessem naquela quarto. Sua família e a garota que se o futuro fosse outro seria sua esposa.

 

E ao fechar os olhos pensou em tudo aquilo que escapava de suas mãos, os pais que sempre o viram como o garoto prodígio, o irmão que sempre o admirou e a garota que amou. E tudo se misturou em fantasias onde havia tempo para um casamento, uma longa festa com Hinata dançando em seus braços e flocos de neve caindo como enfeites, com crianças correndo para eles e dizendo que a vida é infinita.

 

—Não. —A mãe gritou para a vida, para aquele momento que lembraria para sempre como a tristeza podendo ser vista e tocada.

 

    Hinata se curvou sobre seu primeiro amor e tocou os lábios ainda quentes, queria os ter para sempre. Deixou se cair no peito dele silencioso, não havia mais um coração a bater por ela, não existia mais mãos a tocarem seus cabelos.

 

    “Todos sabiam”, Sasuke repetia mentalmente, todos sabiam que a morte estava próxima, mas mesmo assim ninguém pensou que fosse doer como se tivessem sido pegos de surpresa. Ele encostou na parede e deixou se cair lentamente, seu irmão havia partido e ele não entendia a vida ou a morte. Só que ambas pareciam doer.

 

***

 

—Estão quentes. —Sasuke disse ao apertar as mãos de Hinata durante o enterro.

 

Já fazia tempo que ela não podia o soltar, mesmo que quisesse, que ele pedisse, não o faria. O que ela não sabia é que era sua mão que o deixava de pé, sem ela ao seu lado ele talvez ainda estivesse no chão do hospital como estava antes dela estender os finos dedos até ele.

 

O pai dela os olhava por baixo do óculos escuro, havia prometido à esposa que não a enviaria de volta ao colégio interno, mas não sabia nada sobre criar uma filha. Só que ao ver agarrada aquele jovem tinha certeza que ela não sobreviveria longe do laço que criaram.

 

Os lírios brancos caíram sobre o caixão mogno.

 

—São as flores preferidas dela. —Hinata disse ao soltar a mão dele e o abraçar.

 

Havia duas lanças atravessando seu corpo, perdera a mãe e o amor com tão pouco tempo entre uma dor para a outra, que as lágrimas tiveram que cair juntas. E molhavam aquele que apresentou Itachi e que esteve presente durante a partida da mãe.

 

—Não me solta —pediu baixinho ao se segurar contra ele com força.

 

—Nunca. —Sasuke beijou os cabelos azulado.

 

A primavera começava a deixar o ar quente e os pássaros contentes, não havia nada de agradável em se despedir de alguém em um caixão. Ele apenas sabia que cumpriria suas promessas.

 

***

Não entende nada de garotas, não entende nada de mulheres, mas conhece Hinata Hyuuga como a palma de sua mão. Pelas cores que usa em sua arte, pelo modo como franze a testa ou morde os lábios. Ele sabe quando ela está tendo problemas para pintar, quando está precisando ficar sozinha ou quando precisa de um abraço que seja mais do que físico.

 

—Papa. —A garotinha correu até ele fazendo a neve cair de seus cabelos azulados.

 

—O que foi Hana? —Sasuke a pegou no colo, ele apenas sabia que garotinhas precisam ser amadas e protegidas.

 

—Itachi me derrubou na neve. —Os olhinhos dela se encheram de lágrimas.

 

Ele aprendeu que elas eram sensíveis, que eram frágeis, mas que eram também muito mais forte do que supunha. Sasuke beijou as bochechas vermelhas dela pelo frio, sabia que isso a faria sorrir e o abraçar com força.

 

—Papa. —Seu filho mais velho veio correndo e se agarrou a sua perna.

 

Pegou a criança com o braço livre, aqueles eram seus dois flocos de neve, com seus olhos negros e nomes que revivem o passado. A vida tem o poder de dar e tirar, ele conhecia bem a dor e felicidade.

 

Segurou seus dois flocos de neve com medo que desaparecem na primavera, com as mãozinhas fofas com luvas passando por sua face. Sasuke olhou para o céu pesado pela tempestade, ainda não entendia a vida.

 

—Vocês vão congelar aí fora. —Hinata correu para seus filhos e marido.

 

    Olhou para eles e suspirou ao sorrir, não entendia como podia ser tão feliz depois que tudo foi arrancando de si. Não entendia como Sasuke foi capaz de ficar ao seu lado a fazendo ficar de pé dia após dia, a fazendo pintar e desenhar, mostrando que eles ainda estavam vivos e que não podiam desistir disso.

 

—Uma estrela cadente. —Hana gritou.

 

—Lá papa. —Itachi apontou o céu.

 

—Faz um pedido. —Sasuke disse ao olhar para os olhos de neve da esposa.

 

—Faz um pedido. —Hinata caminhou lentamente presa aos olhos negros dele.

 

O céu estava pesado com neve enquanto ela colocou os lábios contra o dele, deixou os lábios roubarem seu calor e a língua buscar algo mais. Os dois conheciam cada movimento um do outro sem que palavras fossem necessária.

 

Não olharam para o céu, não precisavam de estrelas cadente para pedir nada, apenas agradeciam todos os dias pela vida ter dado a eles aquela família, estações frias e quentes onde eles puderam continuar.

 

—Não me solte. —Ela disse ao movimentar os lábios.

 

—Nunca —respondeu ao saber que havia cumprido suas promessas, ela estava segura e feliz.

 


Notas Finais


Não gosto de coisas tristes, não leio coisas tristes, mas acabei sendo enganada essa semana e li uma história muito triste do casal, o que fez com que eu escrevesse algo triste com final feliz para esquecer o final trágico que li.
Alguém gostou? Criticas?
Acho que isso da uma longfic, o que acham?


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