P.O.V Taehyung
Assim como o bilhete diz, eu compareço ao terraço, iluminado pela lua cheia.
S/N está de costas para mim, apoiada na bancada que dá para o mar.
Ela está forçosamente vestida em um longo vestido branco de seda que serpenteia contra a brisa que nos lambe. Não percebe minha presença, fazendo com que eu cogite me sentar e somente observá-la por um tempo, visto que minhas expectativas sobre esse encontro de emergência não são nada boas, porém, inspiro profundamente antes de diminuir a distância entre nós, encaixando meu corpo sobre o dela, apoiando meus braços sobre a bancada.
S/N se vira sobressaltada, fazendo com que seu nariz roçe em minhas bochechas. Eu me sinto muito bem, vendo-a corar.
— Não te chamei aqui para isso. — Ela avisa e eu desencaixo nossos corpos, ficando ao seu lado agora e rindo com meu melhor tom de deboche.
— Ah, sério? Eu vim aqui porque, como num passe de mágica, meus comprimidos desapareceram. — Esbravejo, cruzando os braços.
— Você realmente precisa deles? — Pela primeira vez, ela não retribui a marra e permanece com seu tom de voz calmo e inocente, o que me causa alguns desejos incompreensíveis de minha parte.
— É claro que eu preciso! — Defendo como se fosse óbvio e S/N junta as sobrancelhas.
— Eu te proponho abandonar os calmantes. — Ela começa, mas eu a corto.
— Você é ignorante ou só é sonsa mesmo? — Recupero as cartelas que dançavam em suas pequenas mãos e as guardo sãs e salvas no bolso traseiro da calça jeans. Sua expressão muda e seus lábios se contorcem enquanto ela volta o olhar para o mar.
— Me desculpe. — Murmura para a vista praiana. — Você tem razão, eu sou uma péssima babá. — Suspira e sinto-o como uma faca encravada em meu peito. — Vou arrumar minhas coisas e ir embora pela manhã. Não sou capaz de salvar nenhum de vocês. — Seu tom de voz é triste e entrecortado, dando-me a pista de que ela está chorando.
Eu não aguento mais vê-la fungar e se lamentar de que não é boa o suficiente. Não posso afastar as pessoas de mim como estou acostumado. S/N não é uma pessoa qualquer. Ela já está em meu coração.
Esgotado, prendo-a contra a bancada, colando meu corpo no seu e imobilizando-a. Ela levanta os punhos para me bater, mas eu os seguro acima da cabeça e calo seu choro com um beijo calmo nos lábios.
Num primeiro momento, seus lábios são rígidos contra meu toque, mas, aos poucos, ela retribui, fazendo-me surpreso. Seus braços caem ao lado do corpo, sem força e eu passo os braços em volta de sua cintura, puxando-a para mais perto.
Não importa que método utilizei para impedir que ela fosse embora, mesmo que um beijo possa ter um zilhão de significados, o principal motivo do meu foi:
Por favor, S/N não desista tão fácil de mim.
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