História OMG! Sou a babá do BTS - Thirteen - My first love

Algumas pequenas coisas sempre se ligam, causando-me um incômodo enjoo. Uma delas é o impecável corredor branco, que cheira a desinfetante. As luzes incandescentes que substituem os raios de Sol, me cegam assim que acompanho a equipe de paramédicos que empurram a maca onde Hoseok se encontra, ainda desacordado. 

Seus olhos estão graciosamente grudados e seus lábios, relaxados. Ele possui uma expressão muito pacífica, embora estivesse à beira da morte.

Ele me lembra a expressão de minha irmã, apenas alguns meses mais nova. Não lembro de detalhes do seu rosto, mas, quando deitada sobre seu leito, ela possuía a mesma expressão, como que alheia ao sofrimento dos que choravam à sua volta.

Me pergunto o que ele está pensando agora que está repleto de tubos, lutando para respirar enquanto os médicos o encaminham para a sala de cirurgia de emergência. Ele está tendo alucinações? Por que seus lábios parecem estar curvados num sorriso? Ele parece tê-lo feito de propósito... Mas então, se isso for mesmo verdade, Hoseok estava tentando se... suicidar?

Todos nós temos nossos demônios, S/N e, às vezes, é mais fácil evitá-los do que conviver com eles.

Mas... Por que J-Hope? Ele parecia tão ameno, com o sorriso suave e piadas simples... Como? O que aconteceu com ele que não estou sabendo, além da morte de Jin?

— Você não pode entrar aqui! — Uma enfermeira de estatura alta adverte, barrando-me na porta da sala de cirurgia. Eu observei o corpo dele pela última vez e maneei a cabeça em concordância, dando meia volta e sento-me na cadeira de espera, nas extremidades do corredor.

Os meninos continuam dormindo, sem saber do acontecido ao amigo. Eu decidi que eles têm problemas demais para lidar e a desistência de mais um deles poderiam deixá-los abalados. Apenas chamei os paramédicos que fizeram um bom trabalho deixando-o em uma certa posição para evitar a obstrução da traqueia, devido ao frequente vômito exercido por Hoseok. 

É claro que haviam exceções.

Bati à porta de Taehyung tantas vezes, que pensei que fosse derrubá-la. Eu estava assustada com a responsabilidade que significava a vida ou a morte de J-Hope. De certa forma, tê-lo ao meu lado me trazia a segurança de que tudo ficaria bem. Talvez seja porque ele conhece os meninos mais do que eu e parece dividir as responsabilidades pelo bem estar deles junto à mim, mas, seja lá o que for que me passa essa sensação, eu nunca desejei tanto ter aquele ser irritante ao meu lado.Eu só... senti que precisava dele, de alguma forma.

Porém, ele não me atendeu. 

Soquei os punhos na porta de madeira envernizada, frustrada. Eu me sentiria tão melhor em vê-lo dando as instruções, carregando o peso da vida do amigo nos ombros... Não! Eu fui contratada para isso, não é? Essa é minha função. Porém, não pude deixar de me perguntar se V estava apenas me ignorando, ou dormindo, realmente.

Com essa dúvida assombrando minha mente, girei a maçaneta da porta, adentrando o quarto. Por algum motivo, me aproximei de seu rosto e pude ouvir sua respiração que me deixava relaxada e confortável.

Quase como um acidente, esbarrei em um objeto em sua cabeceira que, mais tarde, descobri ser meu celular. Lancei a ele um olhar fuzilante antes de sair como uma fugitiva de seu dormitório, levando comigo meu precioso aparelho móvel. 

Agora, com ele em mãos, percebo o quanto estou tremendo e transpirando. Ficar sozinha aqui, neste lugar cheio de más lembranças e sofrimento, não me faz bem.

Abro o aplicativo Line para não me sentir tão deslocada e ansiosa. A quantidade de mensagens não lidas me assusta, de forma que abro-as de imediato, na expectativa de que algum dos meninos tenha, finalmente, notado nossa ausência e se preocupado em nos  contatar. Porém, o contato responsável por encher minha caixa de entrada, não se trata de nenhum membro do BTS. 

Trata-se do meu primeiro amor.