História OMG! Sou a babá do BTS - Two

— É uma casa média no leste de Busan.— Explica nosso mentor, girando seu corpo sobre a cadeira de rodinhas atrás de sua grande mesa de escritório branca. 

Ele passa os slides com a ajuda de seu MacBook, mostrando o exterior e interior da casa. 

— É como a moradia de uma família de classe média.— Yoongi opina e percebo o quão bem nossos pensamentos estão sincronizados.

— Bingo!— Nosso mentor pausa os slides e caminha até nós, que estamos confortavelmente afundados em um sofá branco e macio, ignorando o quanto cada um mudou dentro de um mês.— Não podemos correr o risco de deixar uma army saber do endereço. O transtorno se extenderia muito além da morte de Jin.— Ele lembra, fazendo-me abaixar a cabeça. — Então, estão todos de acordo?

Fito os outros membros, com olhos vermelhos e inchados, a murmurar um "sim" em uníssono.

— Perfeito. E ah, um detalhe importante. — O mentor senta-se novamente na cadeira de rodinhas, murchando a grande barriga que ganhara durante suas férias anuais na Califórnia. — Não expulsem a SeuNome da residência, eu mesmo a contratei. 

— SeuNome? — Jimin indaga, apoiando os braços nas pernas dobradas. — Nós a conhecemos? Ele fará a faxina?

— A resposta é não, para as duas perguntas. — O mais velho junta as mãos, entrelaçando-as na frente de seu rosto. — Ela será a babá de vocês. Só até a turnê.

Nanjoon ri ironicamente.

— Não acha que nós já somos muito grandinhos para uma babá? — Ele questiona e eu tapo os ouvidos de pelúcia de Hope, sentado obediente ao meu lado no sofá.

— Não da forma comos vocês andam agindo. — O mentor lança um olhar de reprovação para Hoseok, que cruza os braços — Com imprudência. 

— Ela vai trocar nossa fralda também? — Yoongi pergunta num meio sorriso. 

— Se você ainda usar uma... — O mentor levanta-se da cadeira e segura a porta da sala de reuniões, como se nós convidasse para sair. — Agora, se me dão licença, preciso confirmar a compra do imóvel. Enquanto isso, vão arrumando suas coisas. Não quero desorganização amanhã. 

Nós maneamos a cabeça afirmativamente, deixando a sala.

Ofereci carona para Namjoon que recusou. Segundo ele, viera com seu carro e passaria em um lugar antes separar suas coisas no centro de treinamento.

Me estranha o fato de J-hope permanecer quieto e alheio por tanto tempo. O que estará acontecendo com ele? 

Depois de um dia, nós finalmente estávamos na van dirigida pelo nosso motorista à caminho de Busan, que não é tão longe, na verdade. 

Coloquei meus fones de ouvido dando play em um boa música perdida numa playlist antiga e relaxei meus músculos contra o estofado do banco traseiro da van, enquanto o cenário ia ficando para trás.

Jimin ocupou o banco da frente. Percebo que ganhou algum rubor nas bochechas desde ontem, o que me faz muito feliz. 

Suga dorme com os lábios entre abertos contra o vidro da van, fazendo suas bochechas se espremerem e ele ficar com uma aparência engraçada de inseto esmagado.

J-hope deita sobre o ombro dele, aproveitando um sono também. É a primeira vez que o vejo interagir com os outros.

Jungkook permanece acordado, olhando-se pelo espelho do automóvel, bagunçando os cabelos que caem por seus olhos.

— Cara, eu preciso muito cortar. — Ele remunga, jogando todos os largos fios para trás. 

— Você acha que a babá poderá cortar pra você? — Brinco e ele me cutuca na região da costela. 

— Tenho medo de que ela seja uma daquelas velhas gordas que parecem ter queixo de burrito. — Ele admite e eu curvo os lábios, sorrindo.

— É bem provável que seja, visto que nosso manager quem escolheu.

É fim de tarde quando a van para em frente à casa de tamanho médio. Todos os membros estão dormindo com exceção à mim. Não posso dormir. Não posso ter aqueles sonhos horríveis novamente.

Ofereço ajuda ao nosso motorista para descarregar, mas ele nega. Me diz que devemos ser discretos e provavelmente eu chamaria a atenção, mesmo numa rua pouco movimentada como essa. Ele me pede para apenas acordar os meninos. É isso que faço.

Yoongi é o primeiro que desperto. Ele tem as pupilas dilatas e os cabelos descoloridos grudados na testa pelo suor. Pelo visto, não sou o único a ter pesadelos.

P.O.V Yoongi

Eu escondo um segredo. É algo bizarro, que não ouso contar para ninguém. Talvez fora isso que me fizera enlouquecer. 

Isso começou uma semana antes de morte de Jin e perdura até hoje. 

Premonições.

Sonhos que se tornam realidade, todos envolvidos com a morte dos meus amigos e, em todos eles, observo-os morrer, como se estivesse preso em um filme, apenas como obervador. Não posso impedir nenhuma morte nos sonhos, mas é uma obrigação minha, como o mais velho, impedi-las de acontecer na realidade.

Hoje à noite, o sonho foi com Jungkook.

Ele está andando alheio a tudo a seu redor. Seu sofrimento parecia a única coisa que importava e as lágrimas enchiam seus olhos, fazendo-o brilhar.

O sinal para pedestres está vermelho, mesmo assim ele passa. É quando um veículo em alta velocidade o acerta em cheio, deixando um rastro de sangue no chão ao meu lado. 

Procuro o corpo, mas não encontro. 

Agora, estou numa pista vazia, apenas marcada pelo sangue no asfalto. Um brilho de chamas ilumina a escuridão, brilhando no fim do caminho. 

Ouço o chamado do meu irmão mais velho. Ele grita por socorro, num gemido de dor.

As chamas estão cada vez mais perto de mim e só então percebo que estou correndo. 

É a loja do meu irmão. 

Está pegando fogo.

As lágrimas turvam minha visão assim que calculo o que posso fazer. Alcanço uma pequena pedra no chão e lanço contra o vidro da porta que se estilhaça no chão.

Passo por ela rapidamente e então, então na sala da minha antiga casa, onde vivia com mamãe e papai. 

O piano que ele me dera no meu aniversário de 15 anos, estava no centro do cômodo. Tudo estava perfeito agora, como se o pesadelo já tivesse passado. 

Sento-me no banco em frente ao piano e começo a tocar um melodia qualquer. O instrumento começa a queimar em chamas e eu me afasto de prontidão enquanto o fogo consome todo o local.

Tento sair, mas não consigo encontrar a saída com todas essas chamas. 

Tropeço no escuro, a fumaça me engasgava, apertando meus pulmões. Meus pés tropeçam em algo e eu caio no chão, as chamas me consomem lentamente, chamuscando minha pele.

Aperto os olhos para onde tropecei. É... meu corpo! Eu tropecei no meu corpo morto!