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História On My Own (EM PROCESSO DE REESCRITA) - Deal with the truth.


Escrita por: Ericastefani

Notas do Autor


OOOOOOOOLÁAAAAAAA! EU SEI QUE VOCÊS ESTÃO QUERENDO ME MATAR. MAS EU TROUXE O MAIOR CAPÍTULO DESSA FANFIC, ME MATEM DEPOIS DE LER, POR FAVOR.

Ps: Esclarecimentos nas notas finais/ Boa leitura e ignore qualquer erro.

Capítulo 38 - Deal with the truth.


Pensamentos a mil tonteavam minha cabeça após o nocaute que foi o descaso de Bieber perante a mim e minha falha tentativa de ser prestativa diante do caos que nos rondou poucos instantes atrás. Meus lábios ressecaram de tantas palavras engolidas a seco que evitei disparar antes que o casal deixasse a casa noturna e, a barulheira estrondosa vinda das caixas de som não me deixavam ficar melhor — já que por hora, minha audição estava correndo perigo e em constante atrito com uma parte de meu ser, gritando de dentro para fora que uma boate não era meu lugar e nunca seria —. Agora, sentada num dos sofás de couro preto, eu observava meu melhor amigo com uma gravata na cabeça, cédulas de dinheiro dentro de suas calças, meias brancas e atrás de sua orelha, sem contar no charuto que tentava tragar e não conseguia vingá-lo pela falta de equilíbrio mental. Seus colegas de trabalho — que também eram os meus — empolgavam-se com a dança constrangedora que Mellark efetuava ao auxílio de um poste de strip tease e eu observava-o como uma bomba relógio prestes a explodir.

Aquele cara fora de si estaria em poucas horas sobre uma cama, incapaz de acordar disposto para um novo dia e depois de um longo período de tempo, se arrastaria até o entardecer com o estímulo de remédios para dor de cabeça. Podia imaginar sua careta de desgosto com a luz do Sol atravessando o quarto pelas frestas das cortinas e o enjoo matinal que o cheiro de seu cabelo ensopado com alguma bebida o causaria. Mas mesmo assim, lá estava ele: feliz, alegre e despreocupado com tudo e todos ao seu redor. Naquele momento — e unicamente naquele momento — eu o invejava. Mais um sentimento do qual jamais desfrutei antes.

A alegria nos rostos de nossos conhecidos não me contagiava como era o estimado; ainda ouvia baboseiras por aí que ousavam dizer que um sorriso alheio podia ser o motivo de outros. Patético. Todos esboçavam grandes sorrisos para mim e meus lábios sequer tremiam ou repuxavam-se. O que eu queria era a paz de um quarto, um banho longo e uma cama macia que abraçasse todos os meus conflitos existenciais criados num mar de afeições desconhecidas; a angústia era incontável; apesar disso, estava distante de meus mais profundos desejos e só de pensar que dividiria a casa com Justin e sua namorada, a ideia de ficar mais um pouco não era assim tão ruim. 

— Você não vai acreditar — Hailey exclamou quando anunciou sua presença, jogando seu corpo ao meu lado e balançando o sofá todo com sua entrada triunfal — Ugh! O cara me fez ir até o escritório dele para ligarmos por chamada de vídeo para a filha, que teve um surto quando me viu e me fez mandar beijos para todas as amigas dela — dizia, aparentemente estressada com o que passou. Pobre Baldwin, havia perdido o bolo da festa, cujo acabou tão rápido que mal sobraram migalhas de seu sabor de confusão. 

Deparando-se com meu silêncio cabal e concentração absoluta reprimida em uma feição de poucos amigos, a loira pareceu ligar pontos dos quais eu não fazia ideia. Hailey então parou o que estava dizendo e colocou seus olhos estreitos em mim, entortando seus grandes e largos lábios após analisar minha face descontente. 

— Espere aí, que cara é essa? — Juntou as sobrancelhas e por algum motivo, tirou sua atenção de minha figura para percorrer o local com seus globos castanho-escuros, não encontrando nada demais numa visão de trezentos e sessenta graus — foi ele, não foi? — Perguntou ao concluir que a ausência de seu melhor amigo no recinto, fosse o motivo pelo qual eu estaria daquele jeito. — Onde é que ele está? — a maldita era esperta ou eu estava deixando muito na cara de que a única coisa que poderia afetar-me tinha um sobrenome muito famoso?

— Aconteceram algumas coisas enquanto você esteve fora — fingi dar de ombros. Para meu azar, não sabia atuar tão bem. A situação não podia ser contornada com minha pouca força de vontade.

— O que houve? Você brigou com a megera? Eu adoraria ver, droga! — os olhos de minha amiga brilharam esperançosamente e não me restavam dúvidas de que aquele era mesmo um de seus anseios, conquanto, não podia lhe dar falsas esperanças e logo neguei com a cabeça vagarosamente.

— Negativo — reforcei, na procura um copo para dar-me um empurrãozinho com o auxílio do alcool. Talvez menos sóbria eu conseguiria ter coragem de tocar no assunto — e em minha ferida. Tinha que ser sincera com ela, precisava contar como estava me sentindo e como usei seu nome para escapar de uma saia justa. Agora Caleb pensava que Hails alimentava uma paixonite por Bieber que só existia em sua cabeça. apenas porque fui covarde de admitir meus conflitos. 

Mantive a boca aberta e minhas narinas inflaram. Parecia que seria agora a minha tão esperada confissão; Nada. Assim que vi a tamanha curiosidade de Baldwin perante a mim, virei o copo de uma só vez e estremeci, encolhendo os ombros por último e sentindo o calor que uma dose de Whisky era capaz de causar; Nem uma sílaba, apenas meu murmúrio de arrependimento por ter ingerido a bebida tão rápido.

Estava evidente: meu receio era maior que a verdade implorando por liberdade.

— Vamos sair daqui. — Sugeri, cambaleando ao passo que me colocava de pé e juntava o tecido de meu vestido para frente, antes que acabasse mostrando demais. — Eu te deixo por dentro do que aconteceu e você me ajuda a enfrentar o clima daquela casa. — Contente com sua concordância e nenhuma pergunta, agarrei o braço da loira e comuniquei aos demais nossa breve partida.

Assim ocorreu. Caleb ficou aos cuidados dos garotos e nós fomos embora no carro de Hailey. Me recusava a voltar numa limousine que seria lavada com tudo absorvido pelo noivo e seus demasiados convidados bêbados. Como Baldwin estava na companhia de seu chofer, seguimos para a mansão locada no bairro nobre de Malibu poucas quadras daquela festa e eu cumpri minha palavra, contando apenas o que ela não conseguiu presenciar e o comportamento esnobe de Justin dentro das repercussões do caso. Por sua vez, a ouvi reclamar de como Richie era uma pedra no caminho de sua amizade com Aquele-Astro-Pop e a forma como seu relacionamento de mentira — que se tornou verdadeiro —, o afastava das fãs, parentes, amigos e funcionários. Várias brechas e oportunidades me foram concedidas para abrir o jogo com ela, no entanto, a exaustão me fazia refém, não queria fazer algo do qual me arrependeria depois, então decidi tomar-me por vencida e me recolher. 

Com a sorte ao meu favor, não esbarrei com o loiro nos corredores da casa, ele devia estar em algum quarto com Sofia e apesar de odiar imaginar a cena, era bom mesmo que a engolisse. Que se foda sua bola da vez, eu não ligava. E ainda mais! Torcia com todo o meu rancor para que o soco que levara lhe causasse uma marca, tal como meu coração tinha a de sua sola de sapato depois de tê-lo pisoteado com força. 

(...) 

Manhã do dia seguinte.

 Incapaz de acordar tranquilamente, os gritos pela casa podiam ser escutados até mesmo do quarto o qual me apoderei, no fim do corredor do segundo andar. A voz esganiçada era de Alfredo, batendo de porta em porta para fazer o papel de despertador humano e levantar todos os corpos cansados da surra de adrenalina que tomamos na noite passada. Não fazia ideia de que horas eram, mas a mensagem era clara: devíamos estar acordados para darmos continuidade ao segundo dia de festança. Desta vez, o pessoal todo ia ter que se locomover até a praia, que ficava há algumas quadras seguras da mansão e dentro dos planos, ficaríamos até o anoitecer, num espaço organizado pela equipe que nos permitiria desfrutar de um luxuoso luau. 

— Brooke, você já decidiu que biquíni vai usar hoje? — Hailey adentrou ao meu quarto cerca de vinte minutos depois do show de Flores. As únicas coisas que eu havia feito eram pentear meus cabelos e escovar os dentes, de resto, ainda estava sentada sobre a cama me perguntando se Mellark ficaria chateado caso eu não o acompanhasse no passeio matinal.

Morar na Califórnia era o sonho daqueles vindos de países frios com a mesma temperatura quase o ano todo. Nós tínhamos praias, um verão como nenhum outro e pessoas animadas com o clima tropical vinte e quatro horas por dia. Contudo, eu era uma das que não gostava tanto assim desta "vantagem". Sendo honesta, nunca me importei pelo simples fato de não conciliar diversão e trabalho. Os objetivos profissionais sempre vinham em primeiro lugar e agora via o que tanto deixara passar pela obsessão excessiva em busca do perfeccionismo.

— Não simpatizo com a ideia de ter que usar um biquíni, Hails. Mostrar o corpo por aí não é bem a minha praia — confessei, analisando as peças brancas por cima dos lençóis perolados que forravam meu leito.

— A não ser quando realmente se trata de uma. Você quer ir à praia vestida com uma calça e uma blusa, minha querida? — ela mal esperou pela minha careta que viria a seguir para continuar — então anda, trate de ir colocar isto por baixo da roupa que você vai e me encontre lá embaixo — ordenou, abanando as mãos como estava acostumada a fazer.

Odiava a maneira como seus incentivos tinham influência sobre meus atos. Verdadeiramente, ela era a única pessoa no mundo que me proferia ordens em tons brincalhões, e eu obedecia sem hesitar. O que uma amizade feminina podia causar era impressionante. 

Deixei o banheiro timidamente, como se houvesse alguém pronto para fazer algum comentário sobre o biquíni que eu usava logo ali, em cima de minha cama. Obviamente, estava sozinha no cômodo, mas a vergonha falava mais alto mesmo assim e eu demorei para caminhar até meu vestido e apanhá-lo, tal como evitei encarar o espelho e checar o resultado. Minhas bochechas queimavam com a exposição e eu realmente não achava que teria coragem de me mostrar assim para tanta gente em público. Somente Caleb teve esta imagem e ainda que eu tivesse mera noção do fato, ainda me incomodava que depois de tanto tempo ele me analisasse assim, como na primeira vez. Andei em passos largos até o armário do quarto e o abri, deixando minha mala em seu interior para que ela não ficasse jogada em qualquer canto. Organização demais era um tormento em minha vida.

Por cima dos ombros, meu vestido floral azul estava jogado, pois vesti-lo seria meu próximo passo antes de deixar o andar de cima. Então soltei meus ombros e respirei fundo, tentando lembrar-me de que o que eu trajava era comum em uma praia, repetindo a mesma frase como num mantra. Só que não funcionava da maneira que eu achei que seria. 

— Eu não faço ideia de onde está! — um grito bastou para que eu me sobressaltasse, atrapalhando-me ao tentar esconder-me por trás da porta do guarda-roupas e cobrir a maior parte descoberta de minha pele. Com os olhos na entrada do quarto, afoita com a surpresa de um intruso, perdi a cor de meus lábios ao ver Justin dentro do recinto, até então, disparando sua fala para alguém do lado de fora.

O modo como ele virou seu pescoço e se colocou para dentro do cômodo fez-me ser quase capaz de entrar por completo dentro do armário, se ali tivesse espaço o suficiente. Ignorante como fui, esqueci de calcular que através do espelho ao lado do guarda-roupas, o loiro poderia ter a visão traseira de meu corpo seminu refletido para si. De repente, desmanchando seu sorriso despreocupado, ele colocou seus globos cor de mel em mim e toda a minha vergonha multiplicou-se por mil. Não estava contando com isso. Sequer tinha me convencido de que iria usá-lo e agora ele havia acabado de ser o primeiro a presenciar-me daquela forma. O garoto congelou quando me flagrou. Não pude reconhecer o misto de expressões que o mesmo teve, mas uma delas era absoluta surpresa. Na verdade, ele estava bem mais deslocado com a situação do que eu. 

— Ah, me desculpa. — Pigarreou — eu achei que fosse o quarto do Alfredo. — Desviando os olhos de mim para o chão, se recompôs rapidamente, levemente desconcertado.

Esforcei-me para não parecer tão envergonhada, como se não me importasse com seu engano para demonstrá-lo o quão descontente estava com seus atos da noite anterior. Todavia, não deu certo. Nem um pouco. Meu rosto já queimava mesmo sem olhá-lo fixamente e meu nervosismo se agravava, pois o loiro estava sem camisa e deixava a mostra seu físico impecável coberto por linhas de tinta bem delineadas.

Justin então, deixou o quarto numa lentidão só sua, parecia em choque com meu silêncio, provavelmente esperaria por uma frase debochada de minha parte, ou talvez tivesse noção de que não estávamos em nosso melhor tempo. Não pude ficar pensando nisso, minutos mais tarde, Hailey veio checar meu progresso e arrastou-me até o térreo já vestida para o passeio, junto aos demais, inclusive Caleb — que tomava um bom gole de café e nos guiava para os devidos carros que nos levariam até lá em segurança.

Nosso espaço era estritamente restrito. Parecia simples apenas chegar e colocar nossas devidas cadeiras e espreguiçadeiras na areia, como os filmes induziam-nos acreditar, mas era bem mais complexo que isso. Quando se tinha um nome na calçada da fama — como aquele cara tinha — era previsível que a paz nunca seria alcançada. As pessoas costumavam ser abusivas e faziam de tudo por uma foto e curtidas pela conquista alcançada. Para podermos efetuar o luau que tanto planejávamos, desembolçamos alguns milhares de dólares para a prefeitura, reforçamos a segurança por conta própria, contratamos um buffet de qualidade e cuidamos da decoração com algumas tendas dentro dos limites do espaço reservado. A tenda-cozinha também tinha seus devidos cuidados. Homens do corpo de bombeiros nos foram dispostos caso algum imprevisto ocorresse e uma equipe médica ficava a nosso mercê dentro de um trailer, atrás das duas enormes tendas. Assim sendo, até o dia seguinte, aquela área estaria sob nosso domínio e responsabilidade, permitindo-nos decidir quem a frequentava ou não. 

Paparazzis e banhistas tinham seus olhos e câmeras atentos a cada movimento. Por trás das cortinas, funcionários montavam seus postos, a equipe de som preparava um pequeno palco para o DJ Tay James apresentar suas músicas, e garçons nos serviam as comidas que pedíamos. Por sua vez, Hailey queria mais do que toda aquela mordomia. Ela estava louca para sair de nosso conforto e ir até a parte comum da praia, onde pessoas normais desfrutavam de seus lazeres sem se dar ao luxo de estocarem-se dentro de cabanas para esconderem-se do Sol e do restante do mundo. Era o que Justin tinha feito com Sofia. Com a maior naturalidade do mundo, ele levantou-se, beijou sua namorada e a levou para dar um passeio de mãos dadas praia à fora. Ostentando sua felicidade comprada para quem estivesse disposto a ver.

— Vamos logo, Brooke. A decoração não vai ficar pronta tão cedo. — Hailey bateu seus pés na areia e me encarou intimidadora, insistindo em sua ideia petulante — Você vai tirar sim este vestido e ir dar um mergulho comigo. — Sua mão puxava a minha e eu grudava-me na cadeira decidida a não levantar. Estava tão bem presa, que se Baldwin conseguisse me tirar dali, seria nomeada como "o novo Rei Arthur".

— Eu não quero... — estava amedrontada, rejeitando todas as possibilidades de mostrar meu corpo. — Me dê um segundo então, deixe a praia esvaziar um pouco mais... — Supliquei, recebendo um riso amargo e desacreditado. Era evidente de que isso não ocorreria, mas não me custava nada tentar.

— Você sabe que não irá esvaziar. Agora levante! 

Bufei alto. O calor causava-me um certo stress. Aquela tenda era o refúgio que eu precisava e minha amiga queria fazer de tudo para que eu desfilasse como se tivesse o corpo perfeito. Corpos bonitos baixavam minha autoestima e o tanto de fotógrafos capturando nosso passeio ajudava a alimentar meu receio. Todos ali já haviam tirado suas roupas e voltado de um banho de mar. Eu enrolei Hailey ao máximo, mas pelo visto, a espera não duraria o tempo que eu precisava. Desfiz o laço frontal de meu vestido e afrouxei o tecido quase em câmera lenta. Concentrada nas ondas se quebrando logo a frente, foi tudo o que mentalizei para esquecer os pares de olhos que me fitavam sedentos para descobrir a forma exata de meu corpo. Num só movimento, a peça havia caído sobre o longo tapete que protegia-nos dos grãos de areia, estendido até o fim da espécie de cabana em cor branca — cujo as laterais eram revestidas por pequenas luzes que seriam acesas após o pôr-do-Sol. — Ajeitei as extremidades de meu biquíni, certificando-me de que tudo estava em seu devido lugar e respirei fundo, lembrando-me de meu mantra recém decorado. 

— Não sei qual é a vergonha em se mostrar desse jeito, você continua linda. — Caleb comentou, dando um grande gole de seu suco dentro de uma casca de abacaxi. 

— Você é uma gostosa, não acredito que estava cobrindo tudo isso! — Baldwin exclamou, diferindo-me um tapa certeiro em uma de minhas nádegas. 

Oh, Deus. Ela bateu em minha bunda! 

— Hailey! — me virei, rindo de maneira nervosa e totalmente corada. Não pude ser capaz de olhar mais ninguém nos olhos e meu pequeno óculos de Sol redondo não me fazia imune a nada — Não faça isso, tem gente olhando — pedi, baixando a cabeça e tirando minha atenção de nossos rostos amigos e funcionários que levavam ítens de um lado para outro como formigas carregavam seu alimento. 

Então o tumulto começou outra vez, eliminando os resquícios de paz que obtínhamos quando o loiro não estava por perto. Gritos eram a principal prova de que eu não estava exagerando. Garotas enlouquecidas chamavam pelo nome de Justin, estas não se importavam muito em passarem uma imagem escandalosa para teu ídolo. Dava para notar que ele desprezava este comportamento e não era de agora. No entanto, eu só tinha um anseio e este era colocar de volta minha peça de roupa antes de esbarrar-me com ele uma segunda vez no dia.

Foi como um estado de alerta e Hailey foi capaz de ler meus pensamentos, agindo de forma rápida e segurando em meu cotovelo para impedir-me de alcançar meu vestido, ela me arrastou para fora da tenda, como uma mãe arrasta seu filho birrento para fora de uma loja de brinquedos. Ha poucos metros do casal, vi de perto como a multidão curiosa enlouquecia e fazia de tudo para uma aproximação, dentro do limite que seus seguranças impunham. De fato, não sabiam portar-se em frente a uma celebridade — na verdade duas, mas ninguém ali estava interessado na modelo em si — Atropelando uns aos outros, metade daqueles presentes disputavam o melhor ângulo para uma foto e se Justin estivesse de camisa, aposto que já teriam a puxado.

Ao que aparentava, Sofia estava mais calma que o namorado. Usando um tipo de boné aberto atrás que cobria boa parte de seu rosto e deixava os cabelos presos em um rabo de cavalo, eles andavam tranquilamente de mãos dadas e o loiro tatuado tinha um olhar sereno perdido em nós, bebendo sua água como se a confusão em sua volta não lhe afetasse mais. Até então, a pequena parcela filmando Hails, nossos amigos e eu não era nada comparado ao restante que insistia em tentar tocá-lo e chamar sua atenção. 

Achei que sentiria frio na barriga quando ele colocasse seus olhos em mim, mas não ocorreu. Vi que sua expressão era a mesma de ontem a noite e Sofia não me olhava, escassamente fazíamos contato visual e esta vez não era uma delas. A loira bronzeada passou por mim e assumiu o lugar que abandonei lá dentro, pedindo uma água para seu segurança particular. As perguntas constantes sobre o soco na boate devia tê-lo feito lembrar de quem foi a culpa pelo trágico imprevisto, porém, não estava mais tão arrependida depois de seu tratamento especial comigo. Ele nem tinha uma marca para provar que o gancho de direito havia sido merecido.

— Vamos, Hails. — Peguei a mão de minha amiga, marchando sob o Sol e sobre a areia ao lado da modelo em forma, que não havia entendido o momento surpreendente vindo de mim, que de repente desejava ir até a água sem efetuar mais nenhuma birra. 

— Você fez a melhor escolha possível, não suporto ter que ficar no mesmo lugar que ela. — comentou, jogando seus cabelos na direção em que o vento soprava.

— Não me importo com a Sofia — disse com sinceridade — Justin é quem tem me irritado só de respirar.

— Sejamos sinceras, Broo. A culpa é toda dela. Toda vez que esse idiota inventa de assumir algo com alguém, é assim que se comporta. Com Yovanna foi a mesma coisa, mas ao menos ela era mais bonita e tentava fazer amizade conosco. Já essa aí... — Descontente, Baldwin soltou minha mão e cruzou seus braços rente ao peito, lembrando-se mais tarde que não podia se expressar tão livremente em público, pois seus passos eram seguidos por câmeras profissionais e semi, que logo assimilariam seu comportamento descontente com algum acontecimento e fariam daquilo um inferno na internet.

No caminho, ouvimos baixarias vindo de homens que elogiavam de forma abusiva nossos corpos e não demos atenção. Paramos para que ela pudesse tirar fotos com um grupo organizado de garotas e eu tive que entrar na onda depois de ser reconhecida. Após tomarmos sorvete, Hailey assinou o carrinho do ambulante que vendia o melhor picolé que eu já havia provado na vida e mesmo depois de passarmos uns bons minutos fora para familiarizarmo-nos com o ambiente, tudo que eu queria era colocar minha roupa de volta. 

Booola! — Alguém gritou pouco distante de nosso paradeiro quando estávamos prestes a chegar em nosso território. Bem ao meu lado, uma bola de vôlei passou reto e foi perdendo sua força ao entrar em contato com a areia molhada e eu apressei-me em pegá-la antes que a maré o fizesse. Brevemente, a confusão que pairou em meu rosto se substituiu por uma feição aliviada ao entregar de volta o objeto ao dono, até ali, desconhecido por mim.

— Muito obrigado. — Agradeceu um jovem loiro de olhos esverdeados, aproximando-se de mim e apanhando-a com um sorriso aberto — meu amigo ali é ruim de mira — apontou sem a mínima descrição para o cara que virou seu rosto, de tão envergonhado por quase ter me acertado.

— Sem problemas. — O assegurei, esboçando um sorriso simpático, reação que nunca teria ocorrido meses atrás. — Aposto que eu faria pior.

— Ninguém é tão ruim quanto o Gabe, vai por mim. — Ele gargalhou, extrovertido demais para apenas cinco segundos de conversa. 

— Hoje é o dia de sorte do teu amigo, diga à ele que já pode dormir feliz, a pior pessoa para se jogar uma bola está bem aqui. — Retribuí seu riso, levando Baldwin em meu embalo. Ela devia ter imaginado a cena.

— Por que não vai lá provar para ele, Brooke? — Sugeriu a loira com naturalidade, empurrando-me um pouco para frente.

— Oh, é. Eu só acredito vendo. Vocês gostariam de jogar conosco? — questionou o garoto de nome misterioso e pele bronzeada, tanto quanto seus fios dourados.

— Eu estava indo... — virei meu rosto para indicar a tenda, mas Hailey assentiu com a cabeça e aceitou o convite por nós duas. 

— Na verdade, adoraríamos. — Respondeu, sorridente. — Como é o teu nome, garoto da águia bonita? — Inquiriu ela, apontando para a tatuagem de pássaro na costela dele.

— Ah, perdão. Que falta de educação. Eu sou o Trent Posey. — Estendendo sua mão de longos dedos, Trent apertou as nossas, uma de cada vez. — Você eu conheço — referiu-se à Baldwin — Meu pai é muito fã do seu, mas você... eu acho que nunca vi. — concluiu, voltando-se para mim.

— Sou Brooke. — forcei-me a sorrir e ele nos levou até os cinco rapazes que dividiam um certo espaço com uma rede bem alta em seu meio. 

De canto de olho, resolvi ver como estavam as coisas em nosso ponto na praia. Como as cortinas estavam entreabertas, eu via o que me era permitido, mas o fino tecido da cabana permitia-me ver entra ele também. Nossos amigos Alfredo, Ryan e Chaz estavam para fora, enterrando Ryan na areia branca. Perguntava-me como ele tinha se submetido a isso, no entanto, imaginava que o alcool era a resposta. Tay James conversava com alguns funcionários e dançarinos um pouco distante do restante, Chris estava em pé, bem em frente ao Mellark, tentando colocar o meu vestido e por fim, Justin encarava-me com a mesma fúria de antes. Ele negou com a cabeça e a baixou assim que percebeu nossa troca de olhares silenciosa e confusa, segurando o rosto de Richie com a ponta dos dedos e surpreendendo-a com um selinho demorado que eu particularmente não consegui evitar assistir com desgosto. Partia meu coração seus gestos de carinho vindos por conta própria. Meu sangue ferveu instantaneamente e neste trajeto, quase derrubei Hailey na areia após bater meu rosto em teu ombro. Não tinha visto que ela já havia parado de caminhar.

Inferno, não era possível que eu estivesse com ciúmes dele. Não, não, não! 

Movida pela fúria, o sangue quente desapareceu com minha linha de raciocínio e fez com que meu modo impulsivo tomasse o controle de meus atos. Isso me deixou melhor e mais confiante no jogo que começamos, assim, mal tive tempo de errar, porque a adrenalina não deixava-me pensar, ou sequer ter medo de não ser suficiente. Mas não só isso. Lembro-me de saltar e marcar um ponto que encerrava aquela rodada e mudava o placar para uma grande virada. Trent levantou suas duas mãos e bateu contra as minhas no intuito de comemorarmos, pois foi com seu auxílio que eu havia efetuado tão bem meu movimentos. Foi ali, naquele instante que eu me decidi que o usaria para atingir Bieber, só para que ele soubesse que eu não me importava com seu comportamento infantil. 

Nós passamos a tarde toda jogando, indo até o mar, nos refrescando e voltando à rede improvisada de vôlei. Perdi a conta de quantas rodadas foram, mas eu me saí bem em quase todas, assumindo algumas derrotas. Quando a fome nos venceu, tomei a iniciativa de chamar todos os nossos seis amigos novos para dentro da àrea e pedi as melhores comidas junto a uma mesa na tenda-cozinha. Eu não os conhecia muito bem, porém todos eram bastante educados e quando Justin e Caleb adentraram ao espaço, tratei de me levantar e fazer meu bom papel naquele jogo.

— Caleb. — O chamei, abraçando-o de lado com um sorriso aberto — Estes são meus amigos. Pessoal, vocês já devem conhecer o Justin, vamos poupá-lo de uma apresentação — debochei, dando a entender que sua presença não era significativa — meu amigo aqui irá se casar depois de amanhã e hoje nós vamos dar um luau à ele. Vocês todos estão mais do que convidados para se juntarem á nós.  

— Parabéns, Caleb. — Gabe, o ruim de mira, levantou-se para cumprimentá-lo, seguido dos outros. 

— Muito obrigado, pessoal. Fiquem à vontade — Mellark estava tão feliz, que não sacou o que eu estava fazendo. Do outro lado, um pouco mais afastado, Justin fuzilou-me com os olhos, desprezando minha atitude. Talvez ele não esperasse isso vindo de mim. 

Oito horas em ponto, tudo estava iluminado e pronto. A festa começou timidamente, seguranças transitavam pela linha de limite para impedir que intrusos tentasse penetrar em nosso local e uma grande fogueira fora montada não muito distante do mar. Tay James agitava o ambiente com suas músicas, a organização nos disponibilizou fantasias a caráter e eu tinha que admitir que estava me divertindo a bessa com uma coroa de flores, sutiã de côco e aquela saia de algas sintética que me causava cócegas. 

Hailey já havia passado do terceiro copo de sex in the beach e isso a deixava elétrica. Os rapazes seguravam uma corda e competiam para ver quem passava por baixo sem tocá-la, as dançarinas faziam uma roda e naquele momento, já tinham se enturmado com os amigos de Trent, que conversava alegremente comigo. 

Enquanto ele falava, tudo que eu conseguia fazer era fingir que prestava atenção. Por cima de seus ombros, estava de olho em Caleb pronto para ter outro coma alcoólico e Justin, que não estava nem um pouco animado. Quando o próprio levantou o olhar entediado para mim e tratou de fechar a cara. Desviei rapidamente e isso fez com que Trent arqueasse a sobrancelha, me encarando de cenho franzido pela desconfiança. 

— Já não é de agora que eu estou vendo você olhar para algum lugar enquanto conversamos. — Tentei negar, mas ele o fez primeiro

— Hã, hã. — Levantou seu dedo indicador — Não tente negar, mocinha, eu conheço bem esse tipo de olhar. — Soltando um riso nasalado seguido de um sorriso aberto, ele tentou virar o rosto para procurar meu alvo, mas eu o impedi, segurando seus ombros.

— Não olha agora! — arfei, assustada só de pensar que ele descobriria para quem eram as minhas provocações. — Vem, vamos dançar — peguei em sua mão, puxando-o para a pista improvisada de dança bem perto das caixas de som e recebendo um riso bem humorado de sua parte. 

— Não se preocupe, querida. Podemos fazer um trato. Se eu te ajudar a colocar ciúmes no seu boy, você me ajuda a colocar ciúmes no meu. — Oh. Meu. Deus. Ele era gay e eu não tinha notado.

— Espera aí, você...

— Todo mundo se surpreende com a resposta — Posey passou os dedos por seu topete, aproximando-se de mim e pousando as mãos em minha cintura. — Eu sei que não parece, geralmente eu não deixo transparecer. Principalmente em público, a sociedade ainda nos trata como bichos de sete cabeças. — Esclareceu, falando baixo para que ninguém mais pudesse escutar, o que era bom, pois assim Justin veria que estávamos nos entendendo. — Tente adivinhar quem mais daqueles cinco também é gay. 

Preparando meu chute, fiz uma tour com os olhos por todos os rapazes com colares de flores em seus pescoços, entortando os lábios ao preparar minha resposta. Todavia, Trent foi mais rápido e completou: — Todos, meu amor. Nós somos um grupo de gays incrivelmente sarados e gostosos — isso fez com que eu soltasse uma risada alta — Tudo bem, pelo menos uns dois são bissexuais, eu por exemplo sou um, mas você consegue entender que também gostamos de homens e no momento, eu estou a fim de um.

— Perfeitamente. Só que eu não recomendo, homens são bem mais complicados quando querem.

— Concordo. Mas e aí, quem é que vamos provocar? — Inquiriu, brilhando seus olhos para mim, dando a entender que ele estava empenhado. 

— Não vamos trabalhar com nomes, está bem? Só quero que ele sinta o que eu senti. — Sugeri e antes que Trent concordasse com minhas palavras, ele aproximou o rosto do meu e colou nossos lábios, pousando as mãos em meu pescoço. 

O beijo foi técnico, nada de língua, mas nós movemos os lábios e eu me senti nervosa na mesma hora em que moldamos nossas bocas em um encaixe nada perfeito, buscando por melhorias e química enquanto os segundos se passavam e nos assombravam. Senti-me como se estivesse voltado ao meu primeiro beijo — desastroso e dificultoso, pois não sabia muito o que fazer — e conclui que ainda que já houvesse sentido outros lábios nos meus, a impressão que eu tinha era que somente os de Bieber haviam mexido comigo. Quando afastamos nossos rostos, fingi um sorriso satisfeito e ele se ofereceu para buscar uma bebida para mim, lançando-me uma piscadela ao virar-se de costas.

A primeira pessoa que fitei, foi Caleb. Supreso, ele entreabriu a boca sem falas e de longe, por baixo da música, li seus lábios ao levantar seu copo em minha direção e oferecer-me um brinde, dizendo "à você" silenciosamente. Eu retribui o sorriso, contente com minha atuação bem feita. Só não olharia para Justin agora, porque não queria dar na cara que ele era meu alvo, porém, sentia seus olhos em mim, uma vez que ele estava logo ao lado de meu melhor amigo. Hailey passou por mim e esbarrou nossos quadris, elogiando meu bom gosto e fez um sinal com os dois indicadores, querendo dizer que gostaria de saber os detalhes mais tarde. Não queria fazê-la de vítima, no entanto, se contasse para ela, do jeito que se encontrava bêbada, não seria capaz de guardar o segredo consigo. 

Aquele-Astro-Pop levantou-se ainda mais furioso. Por alguns instantes, desejei gargalhar pela conquista. Tirá-lo do sério já não era um obejtivo tão longe de ser alcançado. Naquele minuto, colocando-se de costas para mim, ele cochichou algo no ouvido de um dos seus seguranças e este, comunicou o que havia sido dito por ele, para outros três seguranças. Obviamente fiquei bastante confusa. Nenhum dos nossos companheiros havia notado a tensão, porque a bebida apagava qualquer possibilidade de um bando de bêbados raciocinarem. Arthur foi quem me fez entender do que aquilo se tratava. Aproximando-se de meu amigo Trent com as bebidas nas mãos, prestes a voltar até mim, ele fez o mesmo: sussurrou no ouvido de Posey e o próprio afirmou com a cabeça, franziu o cenho e entortou os lábios, colocando as bebidas de volta no balcão e o seguindo para a saída.

— Ei! — chamei a atenção dos dois e corri até eles, ficando bem ao lado de meu mais novo amigo e o segurança o qual estava familiarizada. — Onde você está indo com ele, Arthur?

— Perdoe-me, senhorita Wright. — Tocando no ombro do bronzeado, o moreno o guiou até a entrada e virou-se para mim, deixando Posey para trás. — O senhor Justin pediu para que ele se retirasse com total descrição da festa. 

— O quê? Por quê?! — Minhas pulsação acelerou-se no átimo que meu pescoço virava e eu tentava localizar Bieber para fuzilá-lo com os olhos. — Você não pode fazer isso, Arthur. Eu o convidei.

— Estou apenas seguindo ordens, Brooke. Justin é quem paga a equipe e ele é quem está oferecendo esta festa. Não posso desobedecê-lo. 

— Então eu vou resolver isso agora mesmo. — Decretei, praticamente marchando até o paradeiro daquele idiota mesquinho. — Justin! — O chamei num só grito, recebendo sua atenção com aquele olhar morto de quem não se importava. — Nós precisamos conversar. Agora.

— Como quiser, Brooke — Recebi um sorriso amargo quando o mesmo lançou-o para mim, tirando o braço de cima do ombro de Richie, que me encarava com desdém e desprezo. 

Fui capaz de escutar com nitidez — apesar da música estrondosa — a risada irônica de Justin conforme caminhávamos e nos distanciávamos da bagunça para trocar algumas palavras em frente ao mar. Por mais que a paisagem fosse tropical e pacífica, por dentro eu estava prestes a xingá-lo e deixar minha raiva falar por mim. 

— Posso saber o motivo de ter pedido para que o meu amigo se retirasse da festa? — Questionei, com ênfase em meu tom. Como este garoto era baixo. Eu não podia ter os mesmos direitos de diversão que ele?

— Estou tentando evitar este circo. Quando você cair na real do que está fazendo, irá me agradecer depois. — Esclareceu objetivamente, tratando as decorrências sem muita importância. O que ele estava querendo dizer? Será que a essa altura havia entendido que eu não me importava com a pessoa que se tornara diante de um namoro, e que se fosse para acabar com nosso relacionamento amigável, que o próprio soubesse que eu não ficaria para trás, apenas porque não tinha alguém para dizer que amo em minhas redes sociais? — Você está tentando chamar a atenção de alguém, Brooke? — Aquela voz soou mais rude ao perguntar diretamente, varrendo todas as minhas especulações de uma só vez. Ele havia entendido bem mais do que permiti ser transmitido em meus atos.

Ao olhá-lo sem falar por segundos, o observei encarar o céu estrelado acima de nossas cabeças, mas eu sabia que sua paciência era limitada e Justin ainda esperava por uma resposta para sua pergunta em tom acusador. 

— Por que eu estaria, Bieber? — Quis rir com sua frase, mas a verdade quase vinha à tona. Estava ali, bem na ponta de seu nariz o que estive tentando fazer a tarde toda. Se ele retirou meu amigo da festa, era porque se importava ou só tinha se enjuriado?

Sua aproximação trazia de volta o meu juízo, realmente, estava fazendo um circo sem necessidade. De súbito, perguntava-me silenciosamente se estava agindo como uma garotinha óbvia na defensiva para estar tão evidente assim as minhas intenções ocultas. Afinal, tudo que queria que ele sentisse, era que eu não ligava para sua companhia e ostentasse a minha, não o fato de que estava secretamente torcendo para que o loiro tivesse alguma reação e me desse algum sinal.

O que eu faria depois?

— Não acha que ontem já foi o suficiente? — De peito estufado, sem colocar seus olhos em mim e vice-versa, Justin cruzou seus braços e disse tranquilo de maneira que não parecesse que ele estava tentando me dar um sermão, mas sim, passar uma imagem de uma conversa civilizada, por mais que fosse uma mera ilusão. 

— O que é agora? Você fala como se fosse motivo de orgulho ficar me perseguindo. — revirei os olhos, tentando não perder o controle de nossa encenação pacífica. Talvez ele não me olhasse nos olhos porque Sofia não gostava de ambos juntos. Podia sentir dali que ela nos vigiava.

— E é motivo de orgulho usar um cara aleatório para chamar a atenção de outro? — O sangue de meu rosto esvaiu-se. Não estava preparada para que o loiro descobrisse minhas intenções e as jogasse em minha face. De repente me senti suja e completamente errada.

— Não estou tentando chamar a atenção de ninguém. — Esbravejei na defensiva, preparando-me para dar as costas e voltar para a festa. 

— Nós não acabamos, Wright. — Justin segurou meu punho, fazendo-me encará-lo na escuridão — Saiba que você não pode impedir um relacionamento por sua dor de cotovelo. — Alertou-me de dentes cerrados, fitando com suas íris escurecidas pela noite os nossos conhecidos festejando um pouco à frente. — Agora vai, bom proveito. Pode prosseguir com seu jogo. Só se lembre que jogar sozinha cansa e que nenhum destino pode ser interrompido por sua vontade egoísta. 

— Entendi, Justin. — Soltei-me dele, praticamente em choque. — Obrigada pelo sábio conselho — debochei, prestes a explodir em emoção e um misto de sentimentos banhados por fúria e vulnerabilidade. Nunca tinha escutado dele tão diretamente que eu jamais significaria nada.

E aquilo doeu. Como doeu. 

O baque foi tanto que meus olhos lacrimejaram em sua frente conforme eu recolhia minha mão. As lágrimas quase vieram de uma só vez, mas fui mais rápida e me apressei em sair dali antes que parecesse fraca demais para uma verdade tão simples de ser dita e dura de ser ouvida. Não era porque se tratava de um simples fora, era por se tratar da única pessoa no mundo que realmente tive interesse na vida. Por culpa minha e de mais ninguém, eu era a única responsável por tentar remar contra a maré e insistir até o afogamento. Devia ter pedido ao meu coração para que parasse de me dar esperanças no momento em que ele deixou claro que queria um relacionamento de marketing, contudo, minhas esperanças faziam-me a garota mais idiota da face da Terra e eu reconhecia. 


Notas Finais


LINDAS DO MEU CORAÇÃO! Primeiro de tudo, vocês estão bem? O emocional tá em dia depois desse capítulo?
Sentiram minha falta? Porque eu senti muuuuuita falta dos comentários maravilhosos de vocês.
Estive lidando com uns problemas pessoais, minha saúde estava um caos. Tanto a saúde mental quanto a saúde física, mas agora estou melhor. Como se não bastasse, meu notebook me deixou na mão. São 4 anos com essa máquina, uma hora ele teria que pedir arrego. Por isso, eu deveria ter postado ha um tempão atrás, mas ele não ligava de jeito nenhum.
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Agora sobre o capítulo: Quero que se liguem bem no que eu vou dizer, esse é o ponto de vista da Brooke sobre a história. Ela tirou conclusões sobre os atos dele, assim como as palavras. Se vocês estão com raiva do Bieber, então esperem para ver o ponto de vista dele no próximo.
Eu prometo de dedinho que vou tentar não demorar tanto dessa vez, não deixem de comentar o que acharam e saibam que apesar de qualquer demora, eu não vou desistir dessa história, viu?
Até mais!!!


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