História On My Way - O Incidente

Olá, sou a Samantha, tenho 16 anos e vou contar um pouco da minha historia.Vamos começar pelo “Incidente”. É como meus pais chamam, ou como todo mundo chama, principalmente quando estou por perto. O “incidente” aconteceu quando eu tinha 11 anos, para ser rápida e pouco detalhista vou resumir. Fui abusada por um cara, jovem, porém uns 10 anos mais velho que eu, ele se aproximou de mim aos poucos fingindo se importar e quando percebi o que estava acontecendo já era muito tarde.

De qualquer forma, ele foi preso, foi um choque para todos na época, porque nossa cidade é pequena e ele era como aqueles caras legais com todo mundo e com futuro promissor. Mas ele morreu na prisão, na verdade, mataram ele, pra ser mais específica. Sabe, tem essa coisa estranha sobre os criminosos, eles aceitam qualquer coisa, mas não ouse tocar numa criança. Até os excluídos da sociedade tem um senso de moral, mesmo que pequeno e um pouco deturpado.

Enfim, minha mãe, Lilian, me colocou na terapia assim que entendeu o que havia acontecido. Ela é psiquiatra, mas tem toda essa bobagem de não atender pessoas próximas, mesmo assim ela sabia a importância disso e me fez consultar uma psicóloga 1 vez por semana, durante anos. Eu quis abandonar depois de um tempo, e até cheguei a fazer isso, mas voltei meses depois por conta própria, percebi que fazia falta. Faço terapia até hoje, não é coisa de louco você sabe. Todo mundo deveria fazer na verdade, é como escrever só que em voz alta e pra alguém específico. Me ajudou bastante e ainda ajuda. Mas o que aconteceu, os abusos, não me deixaram sequelas graves sabe? Não como na maioria das pessoas, eu passei um tempo mal, isso não posso negar, mas eu era criança e com o tempo foi passando. Acredito que consegui superar.

A única dificuldade foi o sexo. Quando você chega na adolescência parece que isso é a única coisa que importa. E era complicado pra mim, eu evitei me pôr em situações que levassem ao sexo por muito tempo, tinha medo de surtar e estragar tudo porque eu estava relativamente bem. Mas todo mundo tem desejos não é?

Bem tinha esse cara, ele era, ou é, um dos mais bonitos da escola, é o vocalista de uma banda de rock muito boa mesmo, e todas as garotas amam ele, o Daniel. Ele gostava de mim desde quando éramos pequenos, estudamos juntos desde que me lembro estar na escola, mas quando tudo ocorreu eu fiquei afastada por um tempo, até as coisas se acalmarem, acabamos nos distanciando. Quando voltei ele já era o astro da escola e todas queriam ficar com ele, e ele era o mesmo de sempre só que mais gato. Enfim, ele me recebeu como se nada tivesse acontecido e me colocou no seu ciclo de amigos. Eu amava ele, ainda amo, não sei. O que sei é que tudo virou uma bagunça. Ele estava namorando com uma garota quando voltei, foi um golpe que tive que superar, me aproximei dos garotos da banda, especialmente de um deles, o Isaac. Ele era lindo também, mas era daqueles que estavam na banda mais pra pegar garotas do que pra tocar, de qualquer forma era um cara muito legal também que começou a gostar de mim, se é que é possível ele gostar de alguém. Mas vocês sabem como os adolescentes são, aproveitam tudo que podem até encontrar alguém que valha a pena. E eu achei que era essa pessoa, o Isaac me disse que acreditava ser essa pessoa pra mim também. Então a gente começou a namorar, e foi uma loucura na escola, nós eramos, juntos com o Daniel e a Emily, os casais mais adorados do colégio. Até que as coisas deram errado.

Foi numa festa, na casa do Matt, o baterista da banda. Eu nunca fui de festas, mas abria uma exceção para as festas dos meninos da Brakelt, sim, esse é o nome da banda, podem rir. Mas enfim, estávamos lá, todos muito animados porque eles foram chamados para se apresentar num evento importante da cidade. Até que as coisas começaram a ir muito rápido. Quando percebi já estava num dos quartos da casa com o Isaac, e não faço a mínima ideia de como fui parar lá. A gente se beijava e ele explorava meu corpo de uma forma que nunca tinha se atrevido antes. Eu impus limites sabe, ele não quis concordar a princípio, mas parece que gostava mesmo de mim porque chegou dois dias depois dizendo que topava qualquer coisa pra ficar comigo. Mas voltando pra festa…eu usava um vestido preto curto e justo com uma bota baixa também preta, look bem rock, o que só fez o Zac ficar mais excitado do que nunca. Não vou dizer que me sentia diferente, de jeito nenhum, sonhei com isso muitas vezes, ele é gostoso pra caralho, e era meu namorado, na verdade naquele momento eu só pensava que devia ter feito isso no primeiro dia que nos conhecemos. Eu queria transar com ele, tipo muito, não me entendam mal, afinal 16 anos já é um pouco tarde, ninguém que eu conhecia ainda era virgem, ou quase ninguém. Mas talvez eu tenha sido estúpida em achar que estava preparada pra dar esse passo, eu não podia lidar com aquilo, não naquele momento. Então quando finalmente iria acontecer, eu já estava só de sutiã e calcinha e ele já se preparava pra tirar a cueca box que ficava tão perfeita naquele corpo maravilhoso. Foi aí que a ficha caiu, e todas aquelas memórias invadiram minha mente como uma metralhadora sendo disparada. Comecei a ficar sem ar e me sentir muito, muito mal, então empurrei ele de cima de mim, já que meus esforços pra tirá-lo com delicadeza tinham falhado. Ele gritou algo do tipo “que porra é essa Sam?” e eu estava assustada demais pra conseguir falar alguma coisa. Mas quando ele tentou se aproximar novamente eu peguei o telefone e ameacei ligar pra polícia. Eu não estava pensando claramente ele sabia disso, então disse “você não faria isso Sam, hey eu sou seu namorado, Isaac, lembra?” e se aproximou. Ele se aproximou, não devia ter feito isso. Eu corri, pra o armário me tranquei lá dentro, então liguei pra polícia. O Zac tentou entrar, mas quando percebeu que estava realmente ligando pra polícia ele correu e foi lá em baixo avisar aos meninos até onde eu sei. Não me lembro muito do que veio a seguir, o que sei é que a polícia veio, e isso não foi nada bom.

Eles levaram o Zac, e mais algumas pessoas que estava consumindo drogas e tudo mais. Eu fui levada pra o hospital, minha mãe ficou realmente preocupada apesar de não ter necessidade. De qualquer forma, eu estraguei a festa pra todo mundo, e pior eu fiz o Zac, e mais outras pessoas responderem legalmente. Foi daí que o apelido idiota surgiu, Santa. Era assim como me chamavam, mas de uma maneira pejorativa quero dizer, eu tinha estragado a festa e a vida das pessoas simplesmente porque não queria transar com um dos caras mais desejados do colégio. Eu certamente tinha problemas.