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História On purpose - I lied


Escrita por: KarmaCabeyo

Notas do Autor


Cuz love never got mee this hiiiiiigh

Capítulo 10 - I lied


De duas  coisas Normani Hamilton tinha certeza . 

Primeiro: ela não era o tipo que se apaixona. 

Segundo  e completamente não relacionado com a  afirmação anterior, ela tinha o hábito de mentir pra si mesma. 

Coisas pequenas como aquela vez que se fez acreditar que começaria a dieta na segunda, ou talvez aquela vez que jurou não ficar com mais ninguém. Mas também coisas grandes como aquela vez que se convenceu que não estava pronta para aquela competição de dança ou quando prometeu que não colaria mais nas provas de física ou quando disse que era hétero pela terceira vez naquele dia... 

 

 

O treino do dia fora proveitoso, as anilhas estavam voando hoje. Não que eu estivesse descontando a minha raiva nos pesos ou algo assim, era simplesmente o fato de estar bem descansada e o enérgico fazendo efeito só isso. Não tinha nada a ver com o que tinha acabado de saber, pensou enquanto levantava o apoio da extensora com as pernas, não estava tão pesado hoje. 

Terminei tomando um shake de whey de morango,como sempre. Sua barriga protestou com um barulho médio, jantaria mais tarde, pensou.Só mais duas horas e posso comer de novo,suspirou olhando o relógio, duas horas parecia muito tempo. Fui ao quarto e abri o notebook, distraindo-me  com as minhas redes sociais, minha barriga ainda emitia roncos, mas eu estava firme e forte, só mais uma hora, não é muito. 

Lauren veio me chamar para jantar ao que eu aceitei prontamente. Estava com tanta fome que poderia comer um boi inteiro, mas me contive, pegando a salada de vegetais cozidos e um bife médio, por insistência da minha amiga de olhos verdes também coloquei uma colher de macarrão integral. 

Comemos com a maneira usual de sempre, entre brincadeiras e risos. 

-Falou com Dinah? –Perguntou ela 

-Ainda não a vi hoje.- Disse depois de cortar a carne do meu prato, observando algum sangue escorrer entre as fibras, era o melhor bife do mundo nesse momento, constatei. Acabei de comer antes da garota a minha frente. Observei seu prato ainda pela metade com gula. 

-Você quer? – Ela me ofereceu e eu neguei. –Deveria comer mais,se ainda está com fome. 

-Não é fome, é só um truque do meu cérebro. Ele está vendo comida e acha que está com fome, embora meu corpo esteja perfeitamente saciado. – Foquei meu olhar no seu rosto,definitivamente não estou com fome. Cérebro traidor. 

Voltamos para o quarto onde continuamos conversando, digo Lauren falava eu não conseguia me concentrar em nada, parecia que alguém cutucava minha cabeça por dentro, por trás da testa. Minha amiga se retirou para pegar um remédio na enfermaria, voltando rapidamente. Tomei a cápsula antes que a dor piorasse, voltando ao meu normal. 

Já eram 10 hrs quando ela foi para o seu quarto, e eu fui tomar banho, estava me sentido quente,fazia um calor incomum para uma noite em Miami. Deixei minha cabeça sob o jato de água fria sentindo um alívio imediato, o martelar voltou como pontadas ritmadas com o um intervalo menor entre elas, mas a temperatura da água estava ajudando, saí  do chuveiro quando percebi que estava tremendo, vestindo –me com uma calça de moletom grossa ao invés dos shorts curtos que normalmente usava. Minhas mãos tremiam enquanto eu colocava a blusa de mangas, desabei na cama, sentindo-me melhor ao deitar minha cabeça, que ainda doía. 

Poderia tomar outro comprimido mas não tinha vontade de me levantar pra pegar, só queria deitar em posição fetal e dormir até o meio dia no dia seguinte.Puxei a coberta sobre mim aproximando os joelhos do peito, meus olhos pesados, ao menos dormiria logo, pensei.  

Ouvi a porta do quarto abrir, a claridade entrando pela fresta incomodou meus olhos, mesmo eles estando cerrados. 

Minha companheira de quarto entrou silenciosamente, o único barulho que a denunciava foi o trinco da porta. Ela chamou por mim, mas estava cansada demais para a responder. 

Escutei a porta do banheiro se abrir, a dor de cabeça  fazia aquele ruído se amplificar,  a torneira girando,  ela cantando no chuveiro baixinho, sua voz e os tambores dentro do meu crânio não harmonizavam. Tentei focar apenas na voz melodiosa que ecoava pelas paredes. Adormeci. 

A sensação era de sufocamento. 

 Uma dor quente envolvia o meu peito, partindo de um ponto perto ao meu coração que batia acelerado, como se pequenas agulhas em brasa me perfurassem o estômago, transpassando minhas costas, me debati tentando tirá-las, arranhando meu corpo com as unhas. Eu suava frio,tremores envolviam todo o meu corpo, mãos fortes agarraram os meus braços,impedindo os meus movimentos, tentei empurrá-las para longe odiando a sensação de estar sendo contida.Ouvia gritos agudos junto a alguém chamando meu nome. 

-Mani...- A voz parecia distante- ...-alma....sonho – sonho? Eu estava sonhando? 

Minha garganta ardia.Quem estava gritando? Fui sacolejada vigorosamente em fim acordando. Sentei-me na cama num pulo, olhando em volta assustada e com a respiração cortada, a dor ainda estava lá, e eu me sentia tonta. Meu corpo tombou para trás sendo aparado por braços longos,minha cabeça apoiada no peito da minha companheira de quarto. Me afastei quando percebi nossa proximidade. 

-Desculpe –Ela disse envergonhada- Você estava gritando, parecia tão assustada que resolvi lhe acordar, fiz mal? 

-Não,tudo bem. – Eu afastei meu cabelo da minha testa úmida,minha garganta parecia ter sido violentada por um ferro quente –Eu só preciso de um pouco de águ- Puxei as cobertas me levantado bruscamente. Uh oh. Escolha errada Normani. Minha cabeça girou e eu me preparei para ir ao chão.Desde quando o chão era tão macio? Quente? Dinah me segurou de pé, com os braços envolta de mim, desde quando ela cheirava a lavanda? Aproximei meu rosto  do seu pescoço torpemente, aspirando o perfume que exalava de lá. Lavanda e algo doce.... muito doce.

-Pelos deuses! O que há com você?- Perguntou ela exasperada. 

-Não sei eu...acho que...-Meus olhos pesaram e meus joelhos desabaram de baixo de mim. Ela passou o braço por trás das minhas pernas me colocando no colo, sentia seu corpo balançar conforme ela andava, ela me apoiou na parede para abrir a porta do quarto, me levantando novamente em seus braços, perdi a consciência antes de ver para onde estávamos indo. 

Acordei á tempo da enfermeira do colégio me dar um comprimido de alguma coisa, Dinah segurava a minha mão nas suas ao mesmo tempo que conversava com ela. 

-Você tem certeza que ela vai ficar bem? 

-Tenho.Ela vai ficar bem. Foi só uma queda de pressão, eu já a mediquei e ela vai ser liberada assim que a pressão voltar ao normal – A plantonista se virou para mim- Tem que tomar cuidado com essas dietas loucas por aí Srta. Precisa se alimentar bem e beber muita água, já que tem um regime tão pesado de exercício. 

A mulher se retirou para registrar uma ocorrência na diretoria como era de praxe em qualquer situação de mal estar dos alunos. 

-Pela deusa, Normani! Você tem que tomar mais cuidado- Dinah falou apertando minha mão-Como está se sentindo? Tonta ainda? Eu posso levá-la no hospital, não confio naquela mulher 

-Estou bem- Falei tirando minha mão da sua, o silêncio caindo entre nós como um lembrete do que se passou na semana. Ela virou de costas, coçando a nuca, andou em círculos ao lado da cama murmurando algo consigo mesma, por fim virou-se, me fitando cautelosa. 

-Eu queria pedir desculpas.Por tudo.Eu.... eu admito que fiquei um pouco ahn... constrangida. Eu fiquei com vergonha por ter lhe feito passar por aquilo na aula de história, sei que você é uma das melhores alunas da nossa turma. Eu sinto muito por não ter falado com você essa semana, eu estou arrependida, sinceramente.- Suas feições transpareciam suas inquietações. 

- Tudo bem.Eu a desculpo. Na verdade pareço estar lhe devendo uma.-Falei apontando para o leito onde estava.- Você não está escondendo um uniforme azul e vermelho debaixo do pijama está? 

-Não me agradeça por isso. Faria de novo sem pensar duas vezes.-Ela se aproximou, sentando do meu lado. Os fios loiros escaparam do coque frouxo caindo sobre o seu rosto, emoldurando seu sorriso contagiante. -E não, eu só uso minha capa vermelha nas horas úteis do dia, se quer saber. 

A enfermeira voltou, me liberando depois de me dar uma breve bronca. 

Seguimos em direção ao quarto vagarosamente, ainda distantes uma da outra,conversávamos amenidades. 

-E Troy? –Perguntei. 

Ela estancou,sua expressão caindo. 

-Como sabe disso? 

-As notícias voam por aqui e não é como se vocês estivessem sendo discretos. E então é sério mesmo? 

-Não. –Ela diz seca.-Eu estava apenas tentando me provar uma coisa mas não consegui, percebi que não posso usar ninguém dessa maneira. Ela se apoiou na parede do corredor com um ombro,eu imitei sua posição,ficando a um passo de distância. 

-Que quer dizer? 

-Você gosta de chocolate, Mani? 

Oi? 

Ela parecia genuinamente interessada. 

-Ahn...Gosto, por quê? 

-Imagine que não goste mas  vive num mundo onde todo mundo ama chocolate, menos você.E todo mundo sempre fala como chocolate é divino,mas você não vê o porquê.E você sempre fica por fora das conversas quando elas falam sobre chocolate,por que tudo parece rodar em torno disso,ao ponto de se fazerem filmes e livros sobre o doce. Não acharia que têm algo de errado por ser a única pessoa do mundo a não gostar? Você não tentaria provar? Não tentaria gostar ou simplesmente tolerar?-Ela falava me olhando diretamente nos olhos como se me contasse um segredo altamente confidencial- Não ficaria cansada de se sentir excluída? Porque eu estou Mani...cansada. 

A última frase soou tão melancólica que me apertou o peito. Era estranho vê-la assim tão triste e vulnerável quando normalmente ela parecia ser uma rocha. 

-Talvez você tenha intolerância a lactose- Falei tentando descontrair aquele clima pesado. Ela deu um sorriso de canto. Puxou o pingente de pedra da lua, passando a pedra no queixo, uma mania que eu já tinha reparado.- E não há nada de errado nisso. 

-Há outros tipos de doces no mundo- Ela deu de ombros. Olhando pro lado com uma expressão travessa- Você tá com fome? 

-Muito, mas a cantina está fechada. 

-E daí? 

-E daí temos que esperar até amanhã. 

-Quem disse- Ela deu um passo pra frente,nossas pernas esbarrando,ela deu um impulso para trás puxando minha mão com ela. Corremos de mãos dadas pelos corredores,nossas silhuetas,meras sombras na escuridão da madrugada,nossos pés  descalços deslizando nas curvas abruptas que fazíamos,ela me guiava e nós duas tentávamos conter as risadas. 

A porta de vidro da cantina abriu quando Dinah a empurrou. 

-Eles nunca fecham a porta de dentro. 

-Não tem alarme? 

-Não,já é a terceira vez que venho aqui a noite,o alarme é só do lado de fora.-Ela disse me puxando pelas nossas mãos unidas,indo em direção a ilha onde ficavam as bandejas.Apoiando as mãos em cima do balcão e saltando sobre ele.Wow  ela tinha prática. 

-Veio aqui sozinha?-Perguntei como quem não quer nada. 

-Você é a primeira pessoa que eu trago aqui. É mais baixo do lado de cá,cuidado.  

Eu apoiei as mãos no balcão dando um impulso,saltando como uma ginasta passaria um cavalo,caindo em pé ao lado dela.Eu estava com a pressão baixa mas ainda era eu. 

Entramos pela porta dupla na cozinha.A dispensa era do lado de fora, ali dentro era só a geladeira e os produtos imediatos como pães, geleia, frutas e os aparelhos de cozinha. 

Minha companheira de quarto se aproximou uma bandeja de pães doces, ela pegou um colocando na altura dos meus lábios, eu mordi um pedaço grande do doce das suas mãos e ela comeu o que sobrou. 

-O truque é não comer mais de dois de cada, assim eles não percebem.-Disse ela colocando um grande variedade de geleias e pasta de amendoim em cima da mesa, que foram abertas para passar numa torrada. Logo me juntei a ela claro. Quanto tempo fazia que eu não comia um PB&J.( A/N: do inglês peanut butter and jelly, EU AMO/SOU PBJ ) 

Parti o pão ao meio estendendo para ela, seus lábios tocaram os meus dedos quando ela o pegou direto da minha mão. 

-Bom? 

-Bom. 

Procedemos assim, uma  levando comida a boca da outra até estarmos satisfeitas. Completamente despreocupadas, não estávamos como antes,estávamos melhor que antes. 

 

De duas coisas Normani Hamilton tinha certeza: 

 Primeiro : ela não era do tipo que se apaixona. 

Segundo e  

-Ela observou sua companheira de quarto sorrir como uma criança ainda de boca cheia- 

Talvez... 

-A loira limpou o canto da boca da morena com a ponta do polegar- 

Apenas um pouco... 

-Elas arrumaram tudo entre risadas,tropeçando pelo balcão, saindo de mãos dadas- 

Completamente relacionado com a frase anterior... 

-Dinah a deu boa noite com um beijo na testa,deitando de costas na sua própria cama- 

 

Ela havia mentido pra si mesma. 

 

 

A/N: TANDUNDUN
1.You're welcome ;)
2.Vc falou só uma bolachinha? dscp eu entendi não desmaiar na academia, comam direito bbs.
3.Existem mais sexualidades do que gay, hétero, lésbica e bi nesse mundo. como por exemplo: panssexual,demisexual,assexual,etc.Os rótulos existem pra caber vocês não pra vocês caberem neles. 

 

 


Notas Finais


Ando meio desapontada com o feedback q estou tendo com essa história ou no caso a ausência dele.Posso voltar logo ou no dia certo veremos...
Amores vem de opinião por favor.Camally:
A. Vaza da minha quebrada, aqui é camz da lolo p*rra
B. Um tiquinho só n faz mal
C. Quero.
Argumentem,
Lembrando que Camila da Lauren,paz e amor todo mundo!!
Mais uma coisa( voz do tio do jackie chan)
Vcs preferem On purpose ou Pair of crowns?


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