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História Onani - Capítulo 1


Escrita por: kunquat

Notas do Autor


Este é um trabalho de ficção sem fins lucrativos. Nomes, personagens, lugares e incidentes são produtos da imaginação do autor e usada de forma ficcional. Qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, companhias, corporações, eventos e locais, são de inteira coincidência.
É proibida a reprodução e/ou comercialização, no todo ou em partes, através de qualquer meio, sem autorização prévia do autor.

Capítulo 1 - Capítulo 1


Onani

“— O Castelo Jywruaska, destinado aos heróis que construíram sua cor.”

Finbar parou em frente ao portal do castelo e pôs-se a respirar profundamente. Seus olhos brilharam diante de tal magnitude, observando não só com o físico, mas também com o coração, repleto de emoção diante da concretização de todas histórias ouvidas ao longo de sua infância.

O castelo, gigantesco por natureza, abrigava não só a família real como também toda a história do Reinado, imortalizando seus guerreiros e heróis ao longo de suas paredes rochosas através de pinturas a óleo. Finbar chorava, imaginando-se como o próximo retrato a ser imortalizado.

— Saia da frente, desgraça! — Disse um homem mais alto e forte, empurrando Finbar para fora de seu caminho. — Seu lugar não é aqui, loiro.

O homem seguiu seu caminho pelos corredores gelados do castelo, enquanto Finbar secava lágrimas, que outrora eram de alegria, o mais rápido que pode, usando as mangas de sua camiseta alaranjada. Toda a conquista, toda a glória e magnificência, foram jogados ao vento com uma simples troca de palavras.

Disseram-no que no castelo as coisas seriam diferentes, disseram-no que ele não seria notado e que o preconceito acabaria, mas desde que chegara as coisas se mantiveram iguais.

— “Saia de meu estabelecimento! Imundo.” — Disse-lhe o Taberneiro.

— “A divina desgraça em pessoa.” — Falou uma transeunte.

— “Eles deviam queimar vivos! – Uma senhora comentou com outra.

— “Em minha banca você compra nada!”

— “Filho de Azaarael, desapareça.”

— Mãe.

— Sim, Finbar.

— Porque as pessoas me odeiam? — Sua mãe silenciou, parando de cortar a carne que seria servida no almoço.

— Filho. — Ela caminhou até ele, sentando-se em seu lado. — Algumas pessoas acham que são mais nobres; outras acham que podem mais, e algumas acham que suas cores são melhores que outras, mas você não deve acreditar nisso. O mundo é contra aquilo que brilha, e você não pode ser, você tem de acreditar em seu coração e ser tudo aquilo que você sonha. Você já é um homem e nós temos orgulho de você. — Ela o olhava, passando a mão nos cabelos de seu filho.

— Merope, Merope! — Um homem abriu a porta com força, olhando para todos na cozinha. — Finbar! Merope! — Ele se apoiou no balcão, visivelmente cansado. — Eu, eu, eu ouvi. — Estava ofegante. — Um mensageiro do Reinado foi enviado até aqui para nos avisar. — Merope levantou-se e ofereceu-lhe água. — Obrigado. O Rei precisa de um novo Onani. Eu acho, eu acho e seria uma oportunidade para Finbar sair da vila. Eu sei o que é, mas...

— O que é, pai?

— Bem, Finbar...

— Você vai entrar?

Finbar piscou repetidamente até se dar conta de que ainda estava parado em frente ao portal do castelo, olhava para um homem moreno, de altura mediana, como a sua, trajando uma armadura de couro, apoiado sobre uma das portas de entrada.

— A cerimônia já vai começar, você vai participar da escolha ou sua viagem é sobre outro assunto? — O Rapaz continuou.

— Desculpe, eu, eu. — Finbar levou a mão aos olhos, secando por completo seus olhos.

— Alguém te machucou? — O rapaz o analisou de cima para baixo.

— Não, quer dizer, sim, mas não. — Finbar respirou fundo. — Eu vim participar da escolha sim.

— Tudo bem, não precisa ficar nervoso. Pode entrar, eu vou fechar os portões.

— Obrigado

Finbar pôs-se a caminhar com o passo acelerado, adentrando nos corredores de pedra do castelo e ouvindo o portão sendo fechado. Já dentro do castelo, ele pode observar a correria que se instalara dentro dos muros de pedra.

Serviçais corriam com baldes e tecidos brancos como as nuvens de um quarto para outro; homens trajando roupas escandalosas gritavam com outros homens para acelerarem seus afazeres, e animais fugiam de suas gaiolas, sendo perseguidos em vão por homens desastrados.

— Com licença. — Pediu Finbar a uma serviçal de pele pálida. - Eu estou perdido, você pode me dizer onde é o salão para a escolha do novo Onani?

— É só seguir reto. — Disse ela seca, sem olhar para ele.

Finbar caminhou como a indicação dada e, sem se dar conta, adentrou no salão principal, onde uma linha de homens de diversos biótipos havia se formada. Ele caminhou até a lateral esquerda da fila, colocando-se de lado a um rapaz de pele escura.

— Dois perseguidos e um monte de músculo. — Iniciou o rapaz. — Se a gente sair vivo daqui de dentro, tenho quase certeza que a gente morre lá fora. — Suspirou. — A propósito, meu nome é Andrius.

— Finbar. — Eles se cumprimentaram, sorrindo um para o outro. — Para ser sincero, não achei que chegaria vivo até aqui.

— Eu te entendo parceiro, eu te entendo.

— Postos! - Uma voz forte, rasgada, ecoou no salão. — Nomes e origens! Agora!

— Eron, de Chunagknar. — Começou o primeiro da fila, no lado oposto de Finbar.

— Yahsiel, do condado de Noirj.

— E então Finbar. — Disse Andrius. - O que te levou a escolher esta profissão?

— Eu sei Merope, eu sei. Mas quando que nossa família vai ter uma oportunidade como essa de novo? Até hoje essa foi a melhor forma de entrarmos para o castelo. E não é nem nós, é apenas o Finbar. — Finbar ouvia seus pais conversando por trás da porta de seu quarto.

— Mas é ultrajante, é nojento. Nosso filho, fazendo isso? Ele ainda nem...

— Merope, eu sei disso, mas nosso filho...

— Exatamente, nosso filho! Não um qualquer que precisa se rebaixar a tal ponto.

— É o Rei, Merope.

— Mas que se dane o Rei, Finbar é nosso filho e nós vamos protegê-lo.

— Ele vai morrer aqui, Merope! — O silêncio tomou conta.

— Dhenias.

— Nós fazemos de tudo para ajudá-lo, mas se não o tirarmos daqui ele vai morrer, Merope. Ele é diferente e o mundo odeia ele. — Dhenias chorava. — Quantas vezes nós tivemos que intervir para salvá-lo?! Quantas vezes Merope?!

— Se ele for para lá ele morrerá.

— Se eu for para lá eu morro, se eu ficar eu morro. — Disse Finbar, descendo as escadas. — Que diferença faz? — Seus pais o olharam. — Eu já tomei uma decisão.

— Finbar?

— Andrius da vila de Chikkao.

— Não morrer. — Cochichou, podendo olhar rapidamente os olhos de Andrius encontrarem os seus. — Finbar, da vila de Césamo. — Alguém riu.

- Qualquer ato impensável resultará em morte. — Disse o homem que gritava. — Meu nome é Iulius — Ele retirou a espada da bainha e posicionou uma mão sobre a lâmina. — E eu sou chefe da guarda. Me respeitem e eu vos respeitarei. Não me respeitem e, bem. — A espada de metal quebrou-se em duas em sua mão, com se não houvesse resistência alguma do material. — Estejam avisados. — Com vocês, o Rei.

Da porta a direita, um homem, trajando roupas de pele, tingidas com cores nobres, entrou lentamente pelo recinto, sentando-se em sua cadeira e olhando para a fileira de homens.

— Mais uma, ou a primeira conquista para alguns de vocês. — Iniciou o Rei, olhando para a ponta onde Finbar e Andrius estevam. — O mundo dá voltas. — Cochichou. — Vocês vieram de províncias longínquas para um posto grandioso dentro de meu castelo, mas eu vos pergunto, vocês estão abertos para isso?

— Sim! — Eles gritaram.

— A verdade impera. — Disse o Rei, pegando duas espadas que estavam ao lado de sua cadeira e as arremessando em frente aos pés da fileira de homens. — Lutem.

Eles se olharam, sem entender o que acontecia. Nenhum dera um passo à frente, e todos se abalaram com a ideia de ter de lutar.

— Como assim, nunca nos disseram que teríamos de lutar. — Finbar olhava fixo para as espadas, ofegante.

— Eu não vim até aqui para morrer. — Disse Andrius mais alto do que gostaria.

— Todo servo ou serviçal do castelo é um guerreiro em potencial, se não sabe lutar, como vai proteger aqueles para quem trabalha? — Disse o Rei. — Já que não há voluntários. — O Rei levantou. — Você. — Ele apontou para Andrius. — Em posição.

O Rei sacou a espada de sua cintura, uma vorpal, e colocou-se em posição no meio salão.

Andrius, deu um passo para frente, visivelmente abalado, e pegou uma das espadas que estavam aos pés dos recém proclamados guerreiros. Ele tremia fazendo a espada parecer mole em suas mãos.

— Nós lhe damos comida e moradia. — O Rei avançou e com um simples golpe, arrancou a espada das mãos de Andrius. — De novo.

Andrius juntou a espada.

— Nós lhe damos tudo o que é necessário para uma vida plena. — Ele avançou de novo. — Segurança. — A espada acertou a perna de Andrius, riscando-a em um vermelho vivo. — Riqueza e moradia. — O ombro foi marcado. — E em troca. — Um risco em sua face. — Só pedimos seu serviços e segurança, para que consiga manter vivo aquele que lhe provém a manutenção da vida. — Andrius caiu de joelho no chão, observando a espada em sua garganta. — Porque se eu morrer, todos vocês morrem junto. — O Rei avançou.

— Não! — Gritou Finbar

— Não fale com estranhos.

— Eu sei mãe.

— Fale só se precisar comprar alguma coisa para se alimentar.

— Toma filho. - Seu pai lhe alcançou uma mochila pesada, de onde saíam dois pães do bolso maior.

— São dois dias de viagem, acho que vai ser o suficiente para você não passar fome. Então, sem desperdiçar comida.

— Tudo bem pai, vou controlar a alimentação e mãe, não falarei com estranhos.

— Filho, mais uma coisa. — Seu pai o segurou pelo ombro. — Quando você chegar na cidade, nunca, nunca responda para um nobre. Aceite e baixe a cabeça. Qualquer palavra mal falada, é uma sentença de morte.

— Finbar de Césamo. — Disse o Rei. — Pegue uma espada.

Finbar saiu da fila, tremendo, com as mãos embaixo dos braços. Ele aparentava não ter forças para caminhar, suas pernas pareciam não lhe responder mais. Ele ajudou Andrius a se levantar e o observara caminhar de volta a fila, mas não sem antes ouvi-lo agradecer pelo seu ato.

Finbar pegou a espada do chão e olhou para o Rei, que havia caminhado de volta para seu trono e observava com atenção.

— Quem será o oponente de Finbar? — Questionou o Rei.

Um dos homens riu e deu um passo à frente. O mesmo homem dá entrada, o mesmo homem que havia lhe chamado de desgraça.

Ele possuía trinta centímetros a mais que Finbar, e uma vida de músculos mais experientes. Ele se movia firme, com convicção, e Finbar podia ouvir cada passo de seu oponente.

Ele lembrou:  “— Yahsiel, do condado de Noirj.”. Finbar tremeu, engolindo a seco.

O Rei observou os dois se posicionarem, um em frente ao outro, segurando suas espadas e encarando-se diretamente.

— Matem-se. — disse o Rei.

Yahsiel, sem pensar duas vezes, avançou rapidamente para cima de Finbar, atacando-o diretamente no estômago com a ponta de sua espada. Finbar, por reflexo levantarou sua mão no momento certo, bloqueando o ataque e impedindo um corte fatal. Yahsiel, mais rápido que Finbar, girou e chutou o peito de seu inimigo, levando-o ao chão.

— “...”

Ele então chutou a espada de Finbar para longe, ajoelhou-se sobre seu estômago e socou seu peito uma vez mais, deixando Finbar com dificuldades de respirar. Yahsiel pegou sua espada e levantou seus braços, mirando a ponta da lâmina de metal diretamente sobre a garganta de seu oponente.

— Morra aberração!

Yahsiel travou o movimento e tombou lateralmente com força, emitindo um baque forte do crânio se chocando contra o chão. Junto da cabeça, uma flecha longa, com penas laranjas e amarelas, estava cravada até sua metade, tendo atravessado a cabeça de Yahsiel.

— Eu disse, “chega”.

Finbar, que recém começara a entender o que havia acontecido olhou para o que ele achava ser a direção de origem da flecha e vira um rapaz de cabelos morenos, da sua altura, trajando uma armadura de couro, com um arco de seu tamanho ainda em suas mãos.

— Podem ir embora. O herói já foi escolhido. — Disse entre dentes, olhando para todos os homens enquanto descia os degraus que faltavam.

— Príncipe Aldebarã. — Disse o Rei. — Pois bem, voltem para suas casas — Ordenou aos homens, saindo de suas cadeiras e dando espaço para o chefe da guarda expulsar quem questionasse.

— Foi ele, certo? — Disse o Príncipe, ajudando Finbar a se levantar. — Foi ele que te machucou.

— Sim. — Respondeu Finbar, ainda tonto.

— Neste novo reinado, ninguém mais vai machucar você.

E então Finbar o reconheceu.



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