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História Onani - Capítulo 3


Escrita por: kunquat

Capítulo 3 - Capítulo 3


A primavera havia chegado uma semana após a escolha do novo Onani. A brisa fresca percorria todo o reinado e as árvores floresciam em quantidade, tingindo os caminhos de pedra com as mais diversas cores. A população parecia feliz, executando seus diversos trabalhos com a mais profunda paciência e delicadeza, desde o fiar algodão, até a decapitação dos condenados à morte.

Finbar olhava, meditativo, para os peixes que habitavam a circunferência do castelo no estado maior, como era chamado a crista do morro onde o castelo fora construído. Ele havia recebido a manhã de folga, afinal, o Príncipe havia saído em uma expedição e o Rei ausentara-se de seus deveres até o início da tarde, deixando Finbar sem obrigações até a sua volta.

A semana passara rápida, com apenas três banhos dados no Príncipe. Dois com um excelente trabalho, entretanto, em um deles Finbar não pode atuar. O Príncipe recusara o trabalho do Onani, limpando ele próprio seu corpo, deixando Finbar escorado na parede à direita, apenas observando seus colegas banharem o Príncipe.

— É assim com todo mundo. — Disse Astorius, um dos homens. — Com você também, às vezes a gente não está afim que toquem em nós. — Falou enquanto arrancava um pedaço do bife que segurava com as mãos.

— Mas como em todo trabalho nós nos sentimos culpados, mesmo que não haja culpa. Certo Finbar? — Perguntou Isaia, a mulher responsável pela alimentação do Príncipe durante os banhos.

Finbar assentiu, balançando a cabeça positivamente enquanto bebericava o vinho.

O jantar era servido todos os dias no mesmo horário, com todos os funcionários que residiam no castelo estando convidados a participar. Com longas mesas arrumadas no salão principal, os servos e serviçais deixavam de lado suas diferenças de postos para se juntar em uma janta recheada de conversas e risadas. O Rei, a Rainha, o Príncipe, o Chefe da guarda e mais duas pessoas desconhecidas de Finbar, dividiam uma das mesas largas, degraus acima do nível dos serviçais, de onde podiam observar e ordenar, caso assim fosse necessário.

— Eu gostaria de propor um brinde! — Disse o Rei, levantando-se de sua cadeira. — A todos aqueles que se juntaram a nós neste início de primavera. Aos novos Guardas, aos novos Servos, aos novos Escribas, ao novo Onani! Sejam todos bem-vindos!

Todos levantaram suas taças e brindaram em boas vindas, gritando e rindo logo em seguida. Finbar corou, mas isso foi depois de seus colegas se perdurarem em seu pescoço e com cascudos, expressarem suas alegres boas-vindas.

O jantar acontecera há duas noites, e agora, Finbar apenas observava o fluxo da água ao redor do castelo.

— Finbar de Césamo! — Disse uma mulher em suas costas. — O Rei requisita sua presença.

Finbar virou e olhou com dúvida para a mulher armadurada, portando uma lança de igual cor em sua mão esquerda.

— Onde devo encontrá-lo? — Indagou.

— No quarto real. — Assim como chegou, a soldado foi embora, deixando Finbar para trás, que se pôs a caminhar em direção aos aposentos reais.

Ele bateu na porta e aguardou. Uma passada forte foi ouvida e as trancas da porta retiradas. A porta abriu para a parte de dentro, de onde o Rei, com seu cabelo despenteado e pijama, o cumprimentou.

O Rei concedeu permissão para Finbar entrar, trancou a porta e caminhou até sua cama, chutando um pequeno móvel e derrubando uma jarra de barro que se partiu em vários pedaços. Finbar caminhou até a jarra e começou a juntar os cacos maiores.

— Deixe, deixe. Depois que você sair alguém virá limpar. — Disse o Rei, ajeitando-se em sua cama. — Pode sentar na poltrona. —Apontou para o móvel vermelho.

Finbar, sem questionar, caminhou até o lugar indicado e sentou-se no mais macio móvel que conhecera, observando o quarto enquanto conversa com o Rei.

— Finbar, qual a função do Onani? — Questionou o Rei.

O quarto era forrado com madeira, quente, com uma cama central coberta por tecidos de algodão. Uma janela grande dava-lhe visão para todo seu Reino e móveis decoravam o ambiente com delicadeza e precisão.

— Servir, proporcionando prazer, relaxamento e deleito. — Respondeu Finbar.

— Para quem?

— Para o Rei e o Príncipe.

— Por que não para a rainha? — Finbar permaneceu calado, enquanto o Rei o observava atentamente. — Porque não existe mulher que entenda mais de um homem do que um homem.  Assim como não existe homem que entenda mais de uma mulher do que uma mulher. Por isso você não proporciona deleite à Rainha. — Finbar balançou a cabeça positivamente. — Eu tive problemas com o antigo Onani, por isso exigi outro. — Ele arrumou o cabelo. — Você. — Apontou para Finbar. — Entretanto. — O Rei o encarou mais fundo. — Aldebarã, meu filho, o Príncipe, requisitou Finbar de Césamo para si, pedindo-me para abrir mão dos seus serviços para que ele possa usufruir com exclusividade, fazendo com que, com tudo isso, eu precise de um novo Onani. Qual a sua participação nisso tudo? — Questionou, ainda encarando-o.

Finbar começou a suar frio em suas mãos e sua respiração tornou-se pesada.

— Majestade, eu. — Ele parou, respirando fundo. — Nesta semana de atuação eu apenas dei três banhos no Príncipe, não podendo exercer meus serviços com o senhor. Entretanto, não vira o Príncipe em outra ocasião.

— Entendo. — O Rei coçou a cabeça. — Alguma coisa fora vista. — Levantou a sobrancelha. — Não apronte Finbar. Pode ir.

Finbar levantou-se da poltrona e caminhou até a porta, abrindo-a o mais suave possível.

— Finbar. — Chamou o Rei, que agora segurava uma espada. — O último Onani foi morto com esta espada e eu não pensarei duas vezes antes de usá-la novamente. — Finbar gelou. — Pode ir.



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