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História Ondas.docx - A vida é triste... Prefácio?


Escrita por: EduSe7en42

Notas do Autor


Considere que esse seja o meu primeiro texto, então, por obséquio deem uma relevada nas críticas.

Capítulo 1 - A vida é triste... Prefácio?


Triste. A vida é triste. Quando pensamos em viver, pensamos em nos entristecer e devemos saber que isso é uma coisa que nos vai perseguir por muito tempo, e que por muito tempo ela vai nos perseguir. A tristeza é inevitável e mesmo assim é admirável de ver a olhos nus, que seguem a gente, assim como a mesma amiga que eu anteriormente estava falando.

Mas esse assunto todo de tristeza é somente um desejo meu de morrer e de ficar sozinho em meu plano astral... ficar isolado, eu e as minhas mais loucas ideias de livros e textos sem fundamento. Minha irmã vive em estado catatônico e eu não sei mais com quem conversar. Na verdade, eu acho que estou ficando meio louco também.

Mas, nem por isso eu vou deixar de contar a história mais linda que eu já ouvi, para vocês. Seriam capazes de imaginar a pena de um homem se estender a algo que ele mesmo chama de amor? Ou seria somente mais um ato de caridade que ele resolveu fazer sem a menor pretensão no que se daria? São somente criações de destinos possíveis e a cada resposta que achamos, devemos nos concentrar em encontrar novas perguntas.

Uma prostituta iniciante, que saiu de casa sem nenhuma perspectiva de vida, somente com um sonho em mente, e se tornar meretriz não estava nele. Chocada com os horrores do mundo, destruída de corpo e alma por aqueles que também vagam, ou para fazer o mal, ou para encontrar alguém para satisfazer seus desejos mundanos. Coitada... ninguém vê futuro para alguém assim. Eu pelo menos não vejo algum, entretanto, não sou dotado de tanta bondade no coração para ver a capacidade de algumas pessoas. Marcelo via, e via mais ainda uma chance de se dar bem no amor, mesmo que ele mesmo não percebesse isso.

Um homem frustrado, também com um futuro brilhante em frente, mas que mesmo assim não conseguia enxergar, pois sua visão estava turva pelos medos e decepções da vida, mesmo que ele não tenha vivido o suficiente para saber o que era se decepcionar. Se formando em engenharia elétrica, ele também tinha um sonho, assim como a prostituta nível um, mas que ambos não faziam questão de seguir. Uma pela falta de oportunidade, outro pela falta de coragem mesmo. Mas o que o destino fará para encontrar os dois e fazer que os mesmos criem novas vidas? Novas experiências e até quem sabe... novos amores.

Devemos nos atentar aos detalhes e saber que viver para viver não é o que queremos, mas sim o que precisamos fazer. Não passamos de animais seguindo simples cartilhas biológicas, nascendo, crescendo, procriando e morrendo. Devemos ser mais, deixar a nossa marca no mundo, saber que aquilo que a nossa vida nos planejou não é o que deve ser feito, mas sim, fazer o que queremos fazer. A vida é sua... faça-a. Não há motivo para outras influências a fazerem, não há um porquê.

 

 

- Prata! A resposta é prata! Ou seu eu quiser ser um pouco mais específica eu posso colocar como Ag, né? -  Perguntava Amanda, uma menina tímida, mas mesmo assim com muito conhecimento embarcado. Ela era doce, meiga e tinha as características ideais para ser a namorada mais bonita dos marmanjos daquela faculdade. Ela tinha um sorriso simples, mas que mesmo assim a deixava mais angelical do que normalmente era. Seus cabelos eram loiros e sua pele branca. Cogitava-se a possibilidade dela nem ser desse país, mas pelo nome percebia-se que de fato ela era daqui. Seus pais eram ricos e sua família tenha renome na área de economia, mas ela quis ir contra a corrente e seguiu a área de engenharia elétrica.

-Exato... Nossa, você estudou bastante desde a última vez que eu te sabatinei. – Marcelo... ah o Marcelo... o personagem principal de toda essa trama. Um homem, pode se dizer. Já tinha perdido a virgindade, mesmo que não se lembre (o que a bebida não faz com as pessoas) com uma antiga amiga que agora ele nem mais se lembrava do seu nome. Ele era alto, não tinha porte atlético e usava uns óculos que o deixavam, quem diria, até um pouco mais sensual. Seu conhecimento em elétrica era fantástico, mas creio que isso já venha de berço. Seu pai trabalhava na área e sua mãe era professora, fatores que culminaram nele ser o melhor estudante da matéria na faculdade. O cabelo vivia bagunçado, dando-lhe a alcunha de “cientista”, que vinha da alusão aos cientistas malucos que queimavam corpos mortos em nome da ciência.

A sala da biblioteca vazia. Somente os dois se concentravam em ver quais elementos da tabela periódica tinha mais fatores de conduzir cargas elétricas. A bibliotecária confiava nos dois, então os deixou as sós enquanto ia tomar um café na cantina. Ela trancou o salão, mas deixou as chaves com eles. Um silêncio era a coisa mais alta que se ouvia naquele lugar, sendo restringido apenas pelo barulho do ar-condicionado e pela conversa que os dois tinham pelos estudos. Química... física... e sorrisos era a coisa que mais compreendia o local, que outrora era um grande lugar de bate-papos aleatórios ou de locação de livros para provas emergenciais ou de teorias. Em suma, toda a biblioteca ficara reservada para os dois. Só os dois. Muito de nós já pensaria besteiras vinda de dois alunos sozinhos, num lugar trancado, mas eles só eram bons amigos mesmo, nada demais. 

As horas se passam, e mesmo assim, parece que somente alguns minutos se passaram. Minutos esses que voltariam a se repetir na terça que vem, dia de estudos deles.

- Nossa, que horas são? – Disse Marcelo, preocupado com o horário... por incrível que pareça, ele poderia ficar lá por mais 7 horas, ou até a faculdade fechar, mas ele estava mesmo era agoniado para chegar em casa e não perder a sua série de super-herói. Criancice? Não para ele. Seu pacote no Netflix estava se esgotando e ele tinha um cronograma bem rígido quanto a isso.

- Não sei, mas acho que é hora de irmos, não? -

- Provavelmente. – Quem iria matar o irmão do mocinho? Isso era uma pergunta que ele queria saber imediatamente, mas que demoraria uns minutos a mais se ele não tivesse reparado em um mínimo detalhe na Amanda.

 – Amanda... o que foi isso no seu pescoço? Parece ser um roxão... – Roxo? Como assim roxo? Uma menina tão delicada como ela estaria praticando esportes radicais?

Ela toca na marca e logo tira a mão, talvez tenha sentido dor. –Isso... isso foi... bem... meu gato. É.... aquele bichano não para quieto em casa e fica me machucando. Olha só, eu nem tinha reparado nisso, vou tomar mais cuidado, obrigado! – Ele percebe que na verdade um gato não faria aquilo, nem que fosse o mais forte deles, entretanto ele deixou passar, tinha algo a fazer.

-Ok então... eu vou indo. Tchau.- Ele dá um beijo na bochecha dela e vai embora, contudo esquece que a porta está trancada e volta para pegar a chave em cima do balcão. –Qualquer coisa, a gente está aqui, tudo bem? Sou seu amigo, pode confiar em mim.- Ele dá um último aviso e aí sim destranca a porta da biblioteca e vai embora, deixando a chave com ela. “Deveriam ter gente mais igual ao Marcelo, sempre ajudando os outros enquanto não pede nada em troca.... Acho que vou dormir na casa da Letícia hoje, papai ainda deve estar chateado comigo. ” Letícia era uma colega dela, uma colega de infância que sempre esteve do lado dela para o que der e o que viesse. Não era tão rica quanto a Amanda, mas mesmo assim tinha muita afeição pela sua companheira de aventuras. Todo e qualquer tipo de aventura.

Marcelo pegava a condução 320XE, que fazia todo o percurso que ele necessitava para chegar em casa. Da faculdade até sua casa, por esse percurso demorava 1h30, mais ou menos. Quando chovia, esse tempo poderia se estender um pouco mais, indo para duas horas. Mas mesmo assim ele não via o tempo passar, se divertia com os passatempos no celular e com livros que ele comprava numa livraria perto do local de estudos. Isso quando não estava estudando para alguma prova, principalmente as avaliações do professor Glauco, que fazia de tudo para “ferrar” os alunos. Essa era a ideia que eles tinham do professor, mas concordam comigo que se você tem mais alunos de recuperação, você tem mais trabalho a fazer? Não faz sentido professores quererem reprovar os alunos. A não ser que eles sejam masoquistas ou gostem mesmo de ficar corrigindo provas.

Enfim, ele chega em casa. Na verdade, ele não chega necessariamente na sua casa, mas sim na rua em que ele mora. Não podemos dizer que onde Marcelo mora é um antro de ladrões e promíscuas, mas não seria má ideia morar em um lugarzinho melhor. As ruas são esburacadas e as luminárias da mesma não funcionam tão bem quanto funcionavam a alguns anos. Ele é novo no bairro e não sabe muito bem como se virar sozinho, afinal mora consigo mesmo a somente um ano. Os médicos o alertam sobre o risco de comer tanto macarrão instantâneo, mas ele não dá a mínima. Quando seus ossos estiverem todos quebradiços aos 40 anos, aí sim ele vai se importar. Ele mora no apartamento 36 de um condomínio número 256. O prédio é meio velho, mas dá para o gasto.

Ele dá sinal para o ônibus parar. A sua reação é a mesma de quem tem medo de onde mora. Olha para os lados para ver se não tem ninguém e desce. Sua mala é pesada de tantos livros e cadernos, mas ele não se importa, virou rotina ser burro de carga de quase o acervo da biblioteca inteiro. Ele anda alguns passos do ponto em que chegou até a entrada da sua rua. Longa, solitária e fria rua sem sentido, que àquela altura do campeonato já havia se tornado familiar aos olhos dele. A casa da dona Mercedes ao lado... o bar “Sangue Bom” do outro... a direita e a esquerda respectivamente. Ela, a mulher idosa com nome de carro assistia novela e dava para ver que se emocionava, pois, a janela estava aberta. Os bêbados do bar chamavam ele para tomar algumas, com dizeres assim quase iguais a estes: “Vem Júlio! Vem tomar umas para esquecer do passado! ”... Nem ele sabia quem era Júlio, mas mesmo assim recusava com um ar de brincadeira e entusiasmos... “Deixa para a próxima! ”. Tudo naquela rua se tornara muito comum para ele, se tornara parte da sua vida... os bêbados, a dona Mercedes lhe oferecendo bolo de fubá com café coado... tudo bem natural, bem “bairro de família”.

Entretanto, há uma coisa errada entre a farra do bar e a novela do carro... tem alguém chorando. Chorando um choro tão triste e medroso que ele pensara que seria algo de sua cabeça. “Deus! Estou estudando de mais! Preciso parar um pouco... ” pensava ele, mas o que ele se deparou não era ficção da sua mente louca, era real, uma menina sentada no paralelepípedo, chorando com a mão na cara. Ela não aparentava ter mais idade que ele, mas mesmo assim, também não era tão nova. Podemos dizer que ela tenha uns 18 anos e ele uns 21. Suas pernas eram bonitas, mesmo que manchadas de hematomas... seu cabelo estava bagunçado e sua roupa parcialmente rasgada. De primeiro momento ele achou que ela era algum tipo de drogada que tinha perdido a sua cocaína, ou o seu crack, então passou longe e não deu muita importância para ela. Mas... Marcelo não era daquele jeito. Ele era alguém que ainda confiava no lado bom das pessoas, e que acreditava que existia bondade no mundo. Ele voltou e falou com ela.

-O....oi... você está bem? Está com algum problema? – Ele chegou perto dela e ela o fitou com olhos aflitos e com medo. Maquiagem totalmente borrada e lábios com resquícios do que seria um batom. Ela se afastou e falou com a voz tremula.

-Não! Por favor... não me bate mais! Eu não faço mais nada! Eu sou uma boa menina... por favor...- Ela desmaia antes de completar a frase. Sem nome, sem identidade... uma alma largada, aflita, com frio, medo, fome, dor... tudo que um ser humano comum sente, ela também sentia, mas parece que o mundo a fez sentir um pouco mais sobre o que é ter tudo aquilo. Ele pega ela nos braços e a leva até a porta de casa, onde abre a porta e a deixa entrar... uma ser humano novo no recinto, no apartamento não havia agora somente o cheiro de Marcelo, mas agora havia também o cheiro de Verônica.


Notas Finais


Espero que tenham gostado.


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