Capítulo 57 - Acidente - Luan e Marina
__ Rapazes, se importam? - Maya perguntou com um sorriso forçado em seus lábios, Lua estava apoiada em um de seus ombros e o cansaço já tinha a consumido.
__ Delegada, err.. deixe-a com a gente, daremos o cuidado que ela necessitar. - Respondeu rápido enlaçando sua mão pela cintura de Lua, e a carregando para longe da porta da boate, toda aquela movimentação resultou em uma pequena platéia de curiosos.
__ Antes.. me diga onde está George? e que diabos Jake esta a fazer aqui. - desviou seus olhos para Jake, que sorriu mostrando todos os seus dentes.
__ Bom.. err.. - Jake riu do nervosismo do policial ao tentar explicar o que tinha ocorrido, e se aproximou dos dois.
__ Você não mudou nada não é mesmo Maya? Continua assustando as pessoas. - Ela ergueu uma sobrancelha e esperou que o antigo amigo continuasse.
__ É simples, ele desacatou algumas de suas ordens e decidiu invadir o local. - deu de ombros como se fosse uma conversa normal e levou as mãos ao bolso da velha calça jeans.
__ Ele nunca obedeceu nenhuma de minhas ordens, não estou surpresa. - pensou em voz alta, fazendo Jake sorrir.
__ Você leve Lua para um lugar seguro, e vocês o que estão esperando? Essas pessoas entrarem aqui dentro para fazerem alguma coisa? - rolou os olhos impaciente e trocou sua arma, buscando uma com mais poder de fogo.
__ Como você chegou aqui? - perguntou colocando o envelope dentro da maleta, com códigos de segurança.
__ Vocês não foram muito silenciosos. - explicou, olhando ao redor da rua movimentada.
__ Que merda! - xingou-se ao notar que tinha perdido Luan, não pensou duas vezes e correu para o carro, se Luan manteve a sua idéia de ser o herói, ele precisava de alguma arma.
__ O que foi Jake? - Maya perguntou preocupada, apoiou um de seus braços na janela do carro e averiguou o rosto do parceiro, Jake parecia nervoso.
__ Luan entrou também.. - sussurrou aquelas palavras e levantou o assento do carro, ele guardava algumas armas em lugares específicos, nunca se sabe quando irá precisar.
__ Eu pensei que você era o segurança dele porra! - gritou perdendo completamente o pouco que restou de seu controle. Tudo estava fugindo de suas mãos, como areias entre seus dedos.
__ Eu vou com você. - avisou destravando sua arma.
__ Eu não posso te impedir, mas ao entrar saiba que terá que se defender sozinho, Carlos já está com dois reféns.. - suspirou.
__ Não terei tempo para ser a sua babá. - sorriu de lado provocativa.
__ Você não vai precisar, se isso tudo está acontecendo foi porque eu não tive coragem de revelar um grande segredo da família Santana. - Jake fechou os olhos por alguns longos segundos, parecia se recordar de alguma coisa.
__ E para que esse segredo não termine em mais tragédias, eu preciso acabar com todos que saibam dele. - a voz fria de Jake, fez com que Maya pensasse em revelar que já sabia do segredo, que a família de Luan insistia em esconder.
__ Então faça o seu melhor, Luan e Marina são vítimas de um erro que vocês cometeram. - alertou, conectando o ponto em seu ouvido. Era mais fácil de localizar George e seus homens.
__ E se você quer vê-los felizes e melhor que conte toda a verdade quando tiver oportunidade, Luan precisa saber que é adotado e Marina, bem é a filha bastarda de Otávio fora do casamento. - Jake se surpreendeu ao ouvir tudo que por anos guardou dentro de si, sair da boca da delegada como se fosse um roteiro de novela.
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Marina
Ficar de os olhos fechados não adiantou muito, só me fez ficar ainda mais nervosa e a cada palavra de ódio que era referida a Luan me causava náuseas, só de imaginar o que Carlos seria capaz de fazer se derrotasse o meu amor.
O pior era saber que eu não podia fazer nada para ajuda-lo, não ganharia nada gritando eles não me ouviriam daqui e se corresse estaria abandonado Luan e Carlos me alcançaria fácil, eu não conhecia nada daquele corredor subterrâneo.
Luan atingiu com seu punho fechado o rosto de Carlos, que não ficou atrás e distribuiu socos na região abdominal do moreno.
Logo os dois se enfrentavam no chão, Luan manteve a liderança distribuindo socos no rosto de Carlos que já sangrava pelo nariz, porém foi pego de surpresa pelo inimigo, Carlos ergeu seu braços e empurrou seu cotovelo na barriga de Luan que ofegou caindo para o lado, suas costas sentindo a terra úmida.
__ Carlos pare por favor! - Marina suplicou querendo que aquele pesadelo acabasse, ajoelhou-se perto de Luan e segurou sua cabeça com umas de suas mãos.
Luan tinha uns pequenos ferimento na testa, sobrancelha, nariz e lábios. Mas o que mais chamou atenção, foi que ele cuspiu uma enorme quantidade de sangue. Luan não estava nada bem.
__ Amor olha para mim, Luan! - gritou com as lágrimas banhando seu rosto.
__ Vamos, levante! - empurrou-me em direção a porta, não desviei meus olhos de Luan, eu queria ter uma última imagem dele e fotógrafa-lo em minhas memórias.
__ Eu te amo.. por favor perdoe-me. - sussurro aquelas palavras em meio ao choro que consome o todo o meu corpo. Luan estava cansado, machucado e o pior era que eu sabia, que seria a última vez que eu o veria. Esse sentimento não me largou desde da manhã.
__ Vamos Marina, não me faça vê essa cena patética. - Carlos rolou os olhos impaciente quando a ruiva soltou-se do aperto dos seus braços, e jogou-se aos braços do seu grande amor.
__ Eu te prometo que ainda vamos ser felizes. - sou arrancada a força dos braços de Luan, mas antes que eu finalmente aceitasse essa derrota, senti seus dedos apertarem a ponta dos meus.
Ele estava acordado.
__ Esse aí já era, quando acordar vai dar adeus à toda fortuna que conquistou. - sorriu vitorioso, carregando-me para longe de Luan.
Luan Santana
Sinto dor, eu acho que seria mais fácil dizer onde é que eu não a sinto. Meu corpo parece ter sido atropelado por um trator e olha que aquele desgraçado só me acertou alguns socos, claro antes que eu batesse minha cabeça no chão.
Viro-me olhando a mulher da vida escapando de minhas mãos, meus olhos embaçados me impossibilitam de seguir os passos de Carlos.
__ Vamos não pode desistir agora Papai, precisamos de você. - olho para minhas mãos ensanguentadas, na minha situação eu não chegaria nem perto de Carlos, mas isso não me importa agora e é com esses pensamentos que levanto, apoiando-me nas paredes sujas e após alguns minutos tentando controlar minha ânsia de vômito, pego a arma no chão e sigo pelo mesmo caminho de Carlos. Eu não deixaria que ele me tirasse a minha mulher e filho.
Pego meu carro mas antes mando uma mensagem para Jake, explicando rapidamente o que estava acontecendo e para onde ele deveria mandar a polícia, só tinha um lugar por onde Carlos conseguiria fugir com uma mulher sem documentos.
__ Coloque o cinto de segurança.. - limpo o pouco que consigo do sangue que escorre pela lateral do meu rosto, todo essa perda de sangue esta me causando alucinações. Jurava ter visto uma garotinha em meu carona.
__ Que merda, estou ficando completamente louco. - acelero o carro, iniciando uma perseguição.
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Marina
Aperto com minhas mãos suadas o couro do banco, tento me acalmar, ficar nervosa agora não ajudaria em nada, Carlos está louco, derrapando com o carro a cada acelerada, seu plano é desaparecer comigo.
__ Pra onde estamos indo? - perguntei assustada, com medo do que poderia acontecer, ele não estava em seu estado normal para dirigir em alta velocidade.
Achei estranho quando por impulso minhas mãos protegeram a minha barriga de bater brutalmente no painel do carro, alguém estava tentando parar o nosso carro é o jeito era fazer com que Carlos nos jogasse para fora da estrada.
__ Carlos por favor pare.. - imploro para que ele desista desse seu plano maluco. Ele parece não me escutar.
__ Cale a boca vadia, se tivesse feito o trabalho direito não teríamos toda essa confusão. - gritou apontando-me sua arma, abracei meu corpo e deixei que os soluções escapassem dos meis lábios.
__ Bem na hora da diversão. - comemorou olhando pelo retrovisor o carro de Luan bater na lateral do carro. Ele queria lutar por mim, ainda me amava.
__ Você é louco, um psicopata nojento! - empurro suas mãos, fazendo que elas soltassem o volante para que assim o carro de Luan, nos guiasse para fora da estrada.
__ Eu te odeio! - grito cravando minhas unhas em sua pele, o carro ultrapassa a barreira de segurança e derrapa na lama fina.
Por mais que o carro vire, dando alguns giros antes de finalmente parar de cabeça para baixo, eu consigo vê a BMW de Luan bater em um outro carro e rolar pela ribanceira. Aquilo era um terrível pesadelo, eu queria acordar... mas toda essa dor parecia ter um necessidade de ser vivida.
Eu não queria ter acordado mais tarde..