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História Onde os lobos se escondem. - Incógnitas.


Escrita por: Werewolf5569

Notas do Autor


desculpem a demora!!! espero que esse capítulo compense!

Capítulo 44 - Incógnitas.


Fanfic / Fanfiction Onde os lobos se escondem. - Incógnitas.

- Hey...He...Y...EY...HEY! – Josh pulou de susto e J.C bufou inconformado. – Cara eu estou te chamando a horas! – reclamou e o alfa revirou os olhos, no momento todos os lobos já estavam na casa do alfa sob a forma humana, e cuidavam de seus ferimentos. Josh olhou em volta. Os jovens se gabavam de como haviam matado seus adversários, os mais velhos zombavam uns dos outros relembrando os amigos de seus movimentos desengonçados durante a luta. – Se você me ignorar de novo eu juro que chuto essa sua bunda imprestável e não vou estar nem ai se você é o meu alfa! – ameaçou J.C e Josh o encarrou sabendo que não era uma ameaça vazia.

- Tsc.

- Tsc? – repetiu J.C. – TSC digo eu!! Faz ideia de quantas vezes eu te chamei?

- Calado. – resmungou Josh e o outro rosnou.

- Você sabe que uma hora ou outra a novata vai ter que entrar na nossa briga né? – Josh sabia que J.C se referia a Alyss. E ele não queria falar disso naquela hora. – Cara, já está na hora de você contar a verdade para ela. Não importa se vai doer, ela já é grandinha o suficiente para entender. Ela faz parte da alcateia, vai ter que entrar nessa contra essas assombrações. Você também vai ter que contar a verdade por trás do irmão dela... ela merece saber.

- Eu não quero falar disso agora. – resmungou Josh.

- Então quando? Porque ela já está com a gente a um bom tempo. – respondeu J.C. – Ela é uma das nossas, vai ter que saber contra o que estamos lutando agora... ela vai ter que crescer, ela vai ter que descobrir a verdade sobre o irmão dela. Uma hora ela vai descobrir. E é melhor que seja por nós.

- Você é muito chato sabia? – resmungou o alfa e seu dominante sorriu.

- Calado, quem pensa que eu sou? Babaca.- respondeu J.C e Josh sorriu divertido.

- idiota.

- otáro. – rui J.C.

- Virgem. – Josh tocou em um ponto delicado e J.C o encarrou como se fosse arrancar sua pele fora.

- Calado, isso não é da sua conta. – resmungou e o alfa riu.

- Não se preocupa, isso não vai diminuir a sua masculinidade – respondeu Josh e o outro o olhou surpreso. Qual era a pegadinha? – já que sua masculinidade não existe não tem nada para tirar dela. – completou e J.C lhe deu um cascudo na cabeça. – HEY! Eu sou o seu alfa seu merdinha!

- Foda-se, ser virgem não diminui a minha masculinidade. – resmungou e Josh teve que concordar, uma coisa não tinha nada a ver com a outra.

- Como ousa falar assim com o seu alfa? As vezes te falta respeito. – resmungou Josh.

                J.C riu e Josh o olhou fingindo irritação, mas na verdade gostava de implicar com o amigo de infância.

- Eu sei, mas eu ainda sou mais velho. – respondeu e se ergueu, os cabelos lhe caíram sobre os olhos e ele os afastou com a mão. Seus olhos lampejavam em um brilho feliz. – Diferente de alguém eu tenho que fazer alguma coisa que seja útil. – resmungou mandando uma indireta para o a migo que o olhou desconfiado. – Mas é sério Josh, fale com ela, ela merece saber sobre o irmão, e tem que nos ajudar nessa guerra.

- hum. – os olhos do alfa ficaram inexpressivos e alguns fios de seu cabelo escuro lhe caíram sobre os olhos.

- É sério, ela vai ficar feliz em saber do irmão dela. – falou isso e depois saiu. Deixando o alfa alheio ao que fazer. Mas no fundo ele sabia que o amigo estava certo.

...           

                Jace se ergueu e encarou o lupino ao seu lado, Will tinha passado a noite inteira de olho em si, tentando normalizar sua temperatura, o lobo se ergueu e se espreguiçou, lembrava de vagas coisas na noite passada, lembrava que teve que beber um leite horrível e dá história que o menino adormecido ao seu lado tinha lhe contado sobre como havia virado um lupino.

                Jace era um lobo com aparecia assustadora, era maior que a maioria dos lobos, tinha tamanho e forças surreais até para um lupino, carregaria dois homens adultos nas costas como se estivesse brincando. Suas garras eram longas, fortes e afiadas, seus dentes faziam jus a sua forma assustadora, grandes e afiados. Mas o que mais assustava as pessoas eram seus olhos; Grandes orbes vermelhas como sangue, mas tão opacas que passavam a impressão de estarem sedentas por sangue. E mesmo assim, aquele garoto não aparentava ter medo algum de si.

                O albino se ergueu, não pretendia se despedir. Seu focinho foi até o rosto de Will e ele o lambeu como forma de despedida, depois ele mordeu com cuidado o lençol que caia da cama e o jogou sobre o garoto, Will se remexeu e voltou a dormir, o lobo quase riu quando percebeu que o menor babava.

                Depois ele simplesmente desceu na cama, mas mesmo assim em sua forma lupina, chegava quase a medir um metro e oitenta de altura. Jace saiu do guardo a passos leves, deu de cara com Alyss, mas a lupina apenas o encarou, ele a cumprimentou com um leve aceno de cabeça e depois andou com agilidade até a porta da frente, para sua surpresa um garotinho estava sentado na sala em frente a porta. Rique olhou o animal a sua frente com medo, seu olhar apavorado feriu o lobo. Rique pareceu perceber o que fez e forçou um sorriso.

                A atenção do animal se voltou completamente para aquela criatura inofensiva a sua frente e ele nem percebeu os olhos atentos de Alyss sobre si. Rique andou até o lobo e estendeu uma mão, acariciando as pernas de Jace, já que o animal era alto demais para o pequeno lhe afagar a cabeça.

                Os olhos escarlates se voltaram para Rique e Jace o lambeu, arrancando uma risada gostosa do garotinho e um sorriso de Alyss. Jace fez cosquinha em Rique com o focinho e o menino gargalhou em felicidade. Alyss riu com a cena, ela andou calma até a porta e a destrancou, o barulho foi o suficiente para acordar todos presentes na casa. Inclusive Will que ao acordar e não ver o lobo ao seu lado se ergueu em um pulo e começou a descer as escadas correndo.

                Jace escutou o som que Will fez ao acordar e correu para fora da casa, levando com sigo uma onda de ar frio por causa da velocidade que atingiu, os olhos escarlates conseguiram se despedir de Alyss e do garotinho, mas apenas viram o vulto de Will quando o garoto atingiu a sala.

                Na mesma hora que viu a porta aberta e sentiu o cheiro de Jace em seu irmão o meis velho entendeu. O lobo branco havia ido embora. Naquela hora o menino sentiu um leve desapontamento lhe atingir, e quando foi fechar a porta aqueles olhos lhe vieram a tona. Olhos escarlates e vazios.

                - Mã- Alyss – corrigiu Will e ala respondeu com um sorriso abatido. – Porque você deixou ele ir embora sem se despedir?

                - Porque ele quis assim. – respondeu simplesmente e Will bufou.

                As escadas rangeram e logo surgiu a figura de um Liam enfeixado. Will gargalhou do mais velho e Liam o fuzilou.

                - Te arrebentaram mesmo hein? – zombou e Liam jogou um pano de prato no menino que o agarrou antes que lhe atingisse. – Acho que você enferrujou. – resmungou brincalhão e Liam lhe acertou um cascudo.

                - Calado, seja tortu – sua voz morreu ao encontrar a figura de Rique em sua frente e Will agiu para ajuda-lo.

                - Torrado. – completou e Liam assentiu, eles nunca iam saber o que o garotinho tinha visto quando mataram aquelas pessoas na sua frente, então nunca tocavam em assuntos sérios na rente dele. Mesmo que Rique nem demonstrasse ligar.

                - Isso e depois venha reclamar da minha forma física. – completou Liam e Will revirou os olhos.

                - Will você tem aula hoje, se adianta ai. – falou Alyss e o garoto assumiu uma carranca. Mas mesmo assim foi se arrumar.

‘’ Que alegria’’ – pensou sarcástico. E o motivo dessa motivação tinha nome.  Max, um valentão da escola que pegava em seu pé o dia todo. Will o ignorava porque não gostava de chamar a atenção para sí, mass e quisesse reduzia o cara a cinzas.

                Quando saiu de casa naquele dia e deixou Rique na escola antes de ir para sua classe Will não fazia ideia que era seguido por olhos escarlates super protetores. Nem fazia ideia que o lobo o queria proteger de muito mais que humanos.

( quebra de tempo)

               A aula passou rápido, Will se juntou aos seus amigos e estava para sair da escola quando lembrou de ter esquecido a mochila no pátio. Mas quando chegou lá só teve o tempo de segura-la antes que fosse agarrado por dois caras.

‘’ Ótimo, dois jogadores querendo arrebentar o meu rabo, e aposto que o Max ainda vai aparecer para terminar o serviço de hoje.’’

                - Me larguem – pediu e eles riram.

                - Calma menininha – zombou o moreno, ele fedia a bebida. – A gente só vai te quebrar um pouquinho.

                Eles o arrastaram para o terreno baldio atrás da escola que dava de frente para a floresta, Will nem se deu ao trabalho de fugir. Ainda não sabia controlar suas habilidades paranormais.

                Bastou chegar lá para distinguir uma figura musculosa parada de costas para si, era Max. O moleque se virou para Will e o agarrou pelo queixo, com força suficiente para o menor fazer uma careta de dor.

                - Sentiu saudade de apanhar em seu merdinha? – perguntou e Will fez careta. O infeliz também fedia a bebida. Mas diferente dos outros dois ele não estava bêbado.

                - Como se alguém fosse capaz de sentir falta dessa sua cara feia – respondeu cuspindo e Max pegou uma barra de ferro do chão.

                - Eu cansei dessas suas brincadeiras e desse sarcasmo – falou e erguei o rosto de Will fazendo pressão em seu pescoço com a barra de ferro.- Eu vou te bater tanto que você vai chorar que nem uma menininha, e vai voltar para casa com o rabo entre as pernas.

                - Não sou eu que sou a menininha aqui. – respondeu Will e Max lhe deu um soco na barriga, a vista de Will embaçou e ele jurou ter visto olhos escarlates o encararam de volta da floresta, olhos que queimavam de ódio. Mas bastou piscar e os olhos tinham sumido.

                - Pode chorar se quiser bebe. – zombou Max e Will o encarou com calma. - A brincadeira só está para começar. -  completou cruel.

                Will o encarou sem se deixar intimidar e Max ficou com mais raiva ainda. – você que pediu por isso cara. – respondeu e ergueu a barra de ferro. Will o encarou com mais firmeza ainda, mesmo que naquela hora quisesse apenas fechar os olhos.

                A barra de ferro fez um giro no ar e começou a descer sobre Will com força, mas nunca chegou a acerta-lo. Um moreno atirou uma bola de basquete direto na cabeça de Max e o valentão encarrou enraivecido, a barra desceu ao lado da cabeça de Will e o garoto sentiu ela passar fino em seus cabelos rebeldes, já Max apenas se perguntou, ‘’quem teria ousado atrapalhar sua diversão?’’ Lucas sorriu ao ver o valentão se virar para si possesso.

                O moreno era musculoso, mas nada exagerado, seus cabelos estavam cortados em estilo militar e ele usava um casaco grosso dos Chicago Bulls,( um time da NBA. ) e uma calça moletom preta. Um colar estilo militar pendia de seu pescoço, o problema era que ele parecia ter um pingente a mais e um deles não era enfeite.

                - Qual é cara? Vai ser um covarde e encarar esse garoto com essa diferença? Três contra um e ele ainda está sendo contido? – Lucas encarou Max com deboche – Vamos igualar as coisas. – completou e Max fingiu procurar mais alguém.

                - E como é que você vai fazer isso? Por que eu só estou vendo uma menininha na minha frente.  – respondeu Max na mesma moeda e Lucas sorriu.

                - Simples, quebrando a sua cara e a desses dois babacas se vocês não largarem o cara agora e vazarem daqui. – De repente Lucas ficou sério e Max parou de sorrir com escárnio.

                - Você e quem mais vai quebrar a minha cara? – perguntou sarcástico e Lucas o encarou e começou a andar em sua direção.

                - Para acabar com um babaca não preciso de mais ninguém. – falou e Max ficou puto, o valentão correu até o desafiante e tentou lhe dar um direto certeiro no queixo ( é um soco). Mas lucas foi rápido, seu braço se chocou contra o antebraço de Max e ele desequilibrou o garoto, sua mão se fechou e ele subiu a mão fechada em punho na direção de Max, o soco foi certeiro e pegou no queixo do menino, as pernas de Max cederam e seus olhos se reviraram. Ele tinha sido nocauteado.

                - Uou. Ele morreu?  – falou Will impressionado e rindo divertido. Lucas sorriu e encarrou os outros dois caras que seguravam Will. Ambos não precisaram de outro alerta, largaram Will ali mesmo e saíram correndo. O garoto cambaleou, mas se manteve em pé e se virou para encarar os dois covardes. – Que lindo. – resmungou sarcástico e se voltou para o moreno a sua frente.

                - Tudo bem cara? – perguntou Lucas e Will assentiu.

                - Ahã. – Will encarrou Max e riu – Pelo menos comigo. Esse ai vai ficar dolorido. – Lucas riu de canto e estendeu a mão a Will.

                - Sou o Lucas, prazer.

                - Will. – respondeu e sorriu. – Que jeito legal de se conhecer uma pessoa. – respondeu  sarcástico e Lucas riu.

                - Verdade. Mas e ai? Como foi que se meteu nessa?

                - Nada, acho que só não levei desaforo para casa. – resmungou e Lucas gargalhou.

                - Cuidado cara, um dia não vai aparecer ninguém para salvar o seu rabo. – respondeu e começou a se afastar, mas Will andou até ele e começou a acompanha-lo.

                - Eu não precisava de ninguém para me salvar. – respondeu indignado e Lucas arqueou uma sobrancelha.

                - Há não? – perguntou sarcástico.

                - Não. Para falar a verdade você atrapalhou os meus planos de morrer espancado e ganhar cicatrizes de barra de ferro. – respondeu sarcástico e Lucas riu.

                - Então é masoquista? – perguntou brincando e Will fez uma careta indignada.

                - Vai me ofender assim? eu acho que ia conseguir achar alguém mais legal para me torturar se eu quisesse. – brincou e Lucas riu.

                - Cara você é normal? – perguntou o moreno e Will não entendeu. – Tem certeza que você bate bem da cabeça?

                - Hahaha. Muito hilário.

                - Tá legal doido masoquista. – implicou Lucas e Will o encarou – Tem uma festa rolando a uns dois quarteirões daqui. Tá a fim de ir lá e conhecer umas amigas minhas? – perguntou maroto e Will o encarrou.

                - Qual a pegadinha?

                - A pegadinha é que eu acabei de salvar o seu rabo e quero garantir que você esteja em um ligar lotado de pessoas que caem na porrada com valentões quando a bela adormecida ali acordar. – respondeu e colocou as mãos no bolso. – Além disso você quase levou uma surra bonita ali, não está a fim de curtir não? – perguntou e Will pensou um pouco, ‘’que mal ia fazer?’’- pensou.

                - Tá. – respondeu e Lucas o encarrou.

                -  Tá vamos beber e cair duros ou tá tanto faz? – perguntou e Will revirou os olhos.

                - Tá vamos logo curtir. – respondeu e Lucas sorriu.

                - Finalmente está falando a minha língua, há ai eu até te apresento umas amigas minhas, mas nada de machucar elas. – avisou e Will ergueu as mãos em rendição.

                - Eu não sou do tipo destruidor de corações ou da turma da pegação. – respondeu e Lucas o encarrou.

                - Não me importa, só não machuque elas, são minhas amigas de infância. – respondeu e voltou a andar. – E cara, vamos logo! Tem uma festa rolando! Vamos beber! – gritou

(quebra de tempo)-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

                - Eu vou Matar você! – ameaçou e depois se curvou vomitando no chão. – Para... de ... rir...

                - Tá bom – riu Will. Eles tinham ido a festa, mas Lucas tinha bebido demais e agora eles estavam no lado de fora da balada para que Lucas respirasse um ar fresco e pelo menos se sentisse um pouco melhor. Mas Will simplesmente não conseguia parar de rir do amigo, Lucas estava quase verde.

                - Will, eu estou passando mal aqui seu mala! Dá para parrar de rir? – berrou e se curvou ao sentir o vomito vir. Will fez uma careta ao ver o amigo vomitar  e ficou sério.

                - Tá bom, já chega de beber por hoje, onde você mora? Vou te levar para a sua casa. – Falou e passou o braço ao redor de Lucas e jogou o braço do amigo sobre seus ombros, para assim conseguir carregar o amigo e apoiar ele em si. Era o único jeito dos dois não acabarem caindo.

                - A duas quadras daqui, vire a direita, casa 78. – falou e Will fez careta.

                - o céus. Você realmente precisa escovar essa boca. – resmungou e tampou a respiração.

                - Não me d- Lucas vomitou nos pés de Will e o garoto fechou os olhos.

                - cara... acho que eu vou vomitar. – falou Will e Lucas riu.

                - Quem está rindo agora?

                - há, cala a boca. – respondeu Will e começou a andar ignorando o fedor de vomito impregnado em Lucas e em seus tênis. – Cara... eu estou sentindo um liquido chegando perto dos meus pés. – Will levou a mão a boca ao sentir o enjoo chegando. – E eu acho que não é água.

                Lucas riu. – É o meu vomito, foi mal cara.- respondeu e Will fechou os olhos.

                - Cala a boca, se a gente se encontrar para curtir depois dessa me lembre de não ser o encarregado de te levar para casa ou de não te deixar encher a cara. – bufou. Mas Lucas não respondeu. – Lucas?

                - Aja normalmente, tem um cara seguindo a gente. – sussurrou e Will teve que lutar contra todos os seus instintos para continuar seguindo em frente e não olhar para trás.

                Will notou Lucas ficar tenso e se sentiu começar a temer, mas apenas se focou em seguir as instruções de Lucas e leva-lo para casa, não haviam garantias de que essa pessoa atrás deles fosse humano, nesse caso era melhor não meter Lucas nessa. Will apertou o passo e ignorou os resmungos de Lucas até dar de cara com a casa do amigo.

                - É aqui. – falou e Lucas sorriu.

                - Valeuuuu – falou e Will riu.

                - Você está muito bêbado cara. – respondeu e Lucas sorriu.

                - Tenho meus motivos para afogar as magoas. – Resmungou e segurou as grades do portão. – LUISA!

                Não demorou nem dois minutos e uma figura furiosa surgiu na porta, uma loira andou até eles e abriu o portão.

                - Seu filho da puta, você está bêbado! – falou furiosa e Lucas a encarou. – Eu tive que ficar com a mamãe enquanto você bebia?

                - E salvava esse cara de ser espancado. – completou e ela riu.

                - Pelo menos você salva pessoas que nem ele fazia, está feliz? – respondeu e Lucas trincou os dentes.

                - Cala a boca.

                - Não! cala a boca você porque eu estou muito brava! Você está acabado! Como acha que eu me senti quando você sumiu falando que ia esfriar a cabeça? Hein? Você se mete em merda quando sai daquele jeito! COMO ACHA QUE EU FIQUEI?  – Will pigarreou desconfortável e as orbes azuis dela se voltaram para ele. – A foi mal, obrigada por ter tomado conta do meu irmão imprestável, agora pode deixar que eu assumo o turno. – falou e tirou os sapatos do irmão e os estendeu a Will. – Ele vai lavar o vomito no seu sapato e ai vocês destrocam depois. – falou e Will assentiu. Lucas foi sentado na calçada e Will tirou seu tênis e colocou o de Lucas.

                - Ótimo, pode deixar ai, ninguém vai roubar um tênis com vomito. Tenha uma boa noite e tenha cuidado quando voltar para casa, há e obrigada por cuidar dele- falou e apoiou Lucas em seus ombros. – pode deixar que eu assumo o turno, tchau. Há e meu nome é Luisa, prazer.– falou e fechou o portão, para depois adentrar a casa junto com Lucas.

                Depois dessa conversa maluca Will esqueceu de seu perseguidor e Lucas estava tão bêbado que nem se tocou ou lembrou disso.  Ele apenas colocou as mãos no bolso, o edor de vomito estava impregnado em si. As luzes alaranjadas dos postes não iluminavam muito a rua e não havia ninguém na rua. O vento soprava a favor da pessoa que perseguia Will, não tinha como o menino notar seu cheiro, não sendo um iniciante.

                Will ergueu os olhos brevemente e se viu olhando para a floresta. ‘’ Não fazia ideia que ela estava tão perto’’ – pensou. Afinal ela estava a apenas um quarteirão a sua frente. Perdido em pensamentos Will não se viu passar por um beco e apenas notou a presença de seu perseguidor quando mãos se fecharam sobre sua boca e o puxaram para o beco.

                Will esperneou e tentou se soltar, mas o aperto de ferro sobre sua boca não reduzia. Os olhos de Will viraram algo prateado cintilar no escuro e ele paralisou, era uma faca. Seu agressor fedia a bebida. Uma mulher apareceu de dentro do beco e sorriu ao ver Will.

                -Ora, ora, que bonitinho você hein? – falou maliciosa e Will fechou os olhos, ele suava frio. Mãos gélidas acariciaram seus cabelos e ele abriu os olhos e a encarrou. Isso era assédio.

                As mãos do homem atrás de si largaram sua boca e apenas o mantiveram preso pelos braços, mas o aperto era firme e se Will tentasse se soltar sem cuidado poderia acabar deslocando um ombro.

                - Escuta aqui gracinha, pode esvaziar os bolsos e nada ruim acontece. – Sussurrou a mulher e Will a encarrou. A língua afiada dele foi mais rápida que ele mesmo.

                - Porque? Para você gastar em maconha? Não obrigada e alias eu estou lizo. Não tenho nada de valor nos bolsos. – respondeu e sentiu uma dor alucinante na boca do estomago. Tinham lhe cortado. ‘’ótimo, uma barra de ferro e uma faca no mesmo dia, como eu tenho sorte.’’ – pensou sarcástico. – De o seu melhor aqui, vadia. – respondeu sem pensar e lhe deram um soco. Sua cabeça virou para o lado por causa da força e ele apenas se forçou a abrir os olhos.

                A pessoa que lhe batia apenas continuou se divertindo, alternaram entre socos e cortes pequenos, as vezes ele sentia unhas lhe ferindo, o que comprovava sua teoria de que era a mulher que lhe agredia. Com um movimento rápido Will a chutou para longe de si e ela se chocou contra uma parede, o cara que o segurava não pareceu gostar, porque segundos depois dela cair Will teve a cabeça arremessada contra a parede, sua vista embaçou e o sangue escorreu na direção de seu olho, agoniando Will, a mulher tornou a se levantar e dessa vez começou a bater nele com o dobro da força de antes, Will sentia o corpo queimar e gritar por piedade, mas não deixou isso transparecer. Ele apenas encarrou o vazio a frente e permaneceu inexpressivo. Sua vista embaçou e ele fechou um de seus olhos para evitar que o sangue o irritasse aos poucos ele começou a ficar inconsciente. Foi ai que os viu. Os mesmos olhos escarlates que  tanto o intrigavam. Mas dessa vez os olhos estavam sedentos de sangue e cobiçavam a morte. Por um instante Will achou que estava alucinando, mas uma alucinação não podia rosnar com tanta raiva assim.

                O lobo branco rosnou para o casal que se divertia com Will e eles se voltaram para ele com surpresa, a mulher sorriu e o cara largou Will no chão, o baque surdo da queda tirou Jace do sério.

                Ele tinha tirado os olhos de Will por dois segundos e o garoto quase morria, Jace não podia estar mais puto.

                Seus caninos se mostraram presentes e ele começou a andar até os dois, a mulher se escondeu atrás do cara bêbado e começou a recitar palavras em latim. Foi ai que Jace entendeu, era uma bruxa e o cara seu brinquedinho humano, mas na hora isso não importava, o lupino apenas queria ver sangue.

                Ele se lançou contra o homem e lhe arrancou o braço fora em apenas uma mordida, o cara gritou e começou a bater no animal com a mão que lhe restava. Com agilidade o homem se soltou do lobo que percebeu uma força incomum vindo de sua presa, a bruxa era de suporte, ela estava dando forças ao humano. Era tudo uma armadilha. Mas para o que?

                O lobo rosnou mais alto ainda, o cheiro do sangue de Will o incentivava a continuar, e lhe trazia o desejo de matar. Ele ia estraçalhar aquela desgraçada. Jace tornou a se lançar sobre o homem que em resposta enfiou a faca em suas costelas, mas o albino ignorou, apenas continuou mordendo cada vez mais fundo o braço do cara, a faca passou a dar estocadas em seu corpo, mas ele nem sentiu. Suas mandíbulas arrancaram o braço que o homem ainda tinha e depois ele simplesmente saiu de cima do cara, deixando que ele gritasse em pânico e esperneasse em meio a poça da sangue que se formava ao seu lado. A faca foi atirada longe.

                O lobo quase sorriu com a cena, ela o deliciava.

                Will gemeu ao sentir o chão gelado em contato consigo, seus olhos se abriram bem a tempo dele ver Jace saindo de cima do homem ainda vivo, o cara gritava de dor, mas o que o incomodou foi o prazer em ver aquilo que estava estampado no rosto de Jace.

                O albino se voltou para a bruxa e ela tornou a sussurrar feitiços, mas o lupino não estava muito curioso para saber o que o feitiço faria, ele a arremessou contra a parede e prensou suas garras contra a pele pálida da bruxa, a mulher cuspiu sangue no rosto do lobo e ele nem pareceu se incomodar com o fato.

                - O que esperava que fosse acontecer? Para quem era a armadilha? – perguntou Jace e ela riu.

                - Para você, e advinha, você caiu direitinho... agora nós sabemos o seu ponto fraco e eles vão atrás do garoto. Você não vai poder protege-lo, --------------------------------- a culpa vai te tomar e você vai apodrecer em meio a solidão, afinal... ninguém gosta de heróis de guerra fracassados... – ela cuspiu mais sangue e Jace reduziu a pressão sobre sua barriga. Ela lhe parecia vagamente familiar.

                - Eu não vou deixar ninguém chegar perto desse garoto, nunca mais. – respondeu e ela arregalou os olhos e sorriu. ‘’ depois de tantos anos... a voz dele continua tão mansa quanto antes... ele nunca mudou...’’

                - Não importa... sua alcateia vai ruir. – respondeu – Que nem aconteceu a 20 anos atrás. – Jace arregalou os olhos e ela riu. – Eles vão repetir a história, os lobos vão ser caçados, suas cabeças virarão enfeites e troféus. Suas casas vão queimar, armas vão matar dezenas de uma vez só, os filhotes vão ser servidos como sacrifícios e alguns vão assistir tudo isso... você vai ser um deles, vai assistir tudo isso de novo. Até que seu espirito esteja reduzido a fagulhas...

                - Eu não vou deixar.

                - Você não pode impedir nada, assim como não pode me salvar vinte anos atrás. – respondeu e levou uma mão a cabeça do lupino afagando seu pelo. Jace arregalou os olhos ao se lembrar dela.

                Vinte anos atrás sua alcateia tinha sido exterminada e a única pessoa que ele conseguiu salvar da cidade que ficava em seu território tinha sido uma garotinha, uma bruxa em ascensão. Mas ele a deixou na primeira cidade que encontraram e sumiu. Nunca mais a procurou ou teve noticias dela.

                - Lembrou de mim? ‘’lobinho’’. – ela o chamou como costumava fazer e ele fechou os olhos.

                - Você é desprezível, se aliou aos vampiros? Eles que mataram a sua família. Eles que destruíram o futuro que muitos poderiam ter. – Respondeu Jace, sua voz estava calma, a mulher sorriu. ‘’ Ele ainda é tão realista quanto antes..’’. ‘’ Pena que sempre foi cego demais.’’ – Eles mataram a sua família! – rugiu.

                - E você sempre simplifica os problemas demais. Eles os transformaram, os lobos os mataram– respondeu.

                - E você sempre faz merda – respondeu e ela mudou de assunto.

                -Boa sorte em sobreviver dessa vez... Jace ou você prefere Lupus? – Jace rosnou.

                - Esse nome não é meu mais. – ela riu e o sangue escorreu pelo canto de sua boca. ‘’ Espero que eu não me arrependa de ter traído aqueles sanguessugas... eles vão ter uma surpresinha...’’

                A bruxa tinha mentido sobre a fraqueza do lobo a sua frente, ela tinha o protegido e toda essa dor que tinha feito eles sentirem era apenas parte do plano dela para tornar tudo realista. E agora que ela o tinha cumprido poderia relaxar... afinal, seu ‘’lobinho’’ estaria a salvo, mas ele nunca iria saber disso.

                Will recobrou os sentidos, mas não teve coragem de se erguer, seu corpo formigava, ele estava se curando.

                - Acabe logo com isso. – a voz da bruxa chegou aos ouvidos de Will e ele teve sua atenção voltada aos dois. Jace não a respondeu, ele apenas lambeu sua bochecha e antes que ela pudesse pensar em alguma coisa ele quebrou seu pescoço. O corpo pendeu inerte.

                - Jace... – sussurrou Will. O lobo se voltou para o menino e andou até ele, Will instintivamente se arrastou para trás, os olhos de Jace eram os olhos de um estranho.

                - Qual é? – resmungou Jace. – Não fica com medo de mim... por favor... você não... – o lobo parecia implorar.

                Os olhos de Will percorreram o corpo do animal, ele sangrava, haviam uns cinco ferimentos graves de facadas em suas costelas e vários outros cortes em seu corpo, o pelo branco estava encharcado de sangue e suas pernas tremiam.

                - Jace? – chamou e os olhos escarlates se fixaram em si.

                - Sou eu. – respondeu e Will fechou os olhos sentindo o alivio lhe percorrer por inteiro, diante do lobo ele se sentiu seguro.

                Mas a dor estampada nos olhos escarlates o advertiam que alguma coisa estava errada. Will não sabia como perguntar sobre isso, então apenas tentou não tocar no assunto– Jace eu juro...Eu quero te fazer engolir muitas tigelas de leite nesse exato momento. – brincou. – Não dava para chegar mais cedo não? – Will tentava animar o animal a sua frente.

                Jace sorriu e andou até o menino caído e se deitou em torno de Will, sua cabeça se repousou no colo do menino e o corpo de Will foi apoiado em suas costas. Jace o lambeu e Will fez uma careta.

                - Você se mete em muitas encrencas cara. – sussurrou Jace e Will se aconchegou mais no lobo.

                - Nem me fale. – resmungou. – Minha mãe vai me matar... Quer dizer, a Alyss vai me matar. – se corrigiu e Jace sorriu.

                - Pode chamar ela de mãe, ela te ama.

                - Eu sei... – resmungou e Jace o encarrou, Will estava com um bico fofo no rosto. O albino sacudiu a cabeça para afastar os pensamentos e se levantou, mordeu a blusa de Will e jogou o garoto em cima de suas costas, tinha que leva-lo para casa.

                ‘’ eles vão atrás do garoto. Você não vai poder protege-lo’’ – a voz da bruxa ecoou em sua cabeça e ele grunhiu.

                - Isso nós vamos ver... – falou.

                - Hum? – perguntou Will e Jace o lambeu.

                - Nada. – respondeu. – Pode dormir se quiser, eu te acordo quando a gente chegar na sua casa.

                - Ok. – respondeu e abraçou o lobo, Will se sentia seguro e quentinho, seu corpo não doía mais, apenas tinha uma sensação gostosa, seu corpo estava se curando. Jace o encarrou, mal o conhecia, mas alguma coisa o levava a protege-lo com tudo de si.

                As orbes de Will se abriram e ele encontrou o olhar de seu guardião. O lobo deu um risinho e Will se aconchegou no animal. Inconscientemente ele afagou o pelo do animal até finalmente conseguir dormir e Jace apenas sorriu. Mas por dentro algo o incomodava.

 

‘’eles vão atrás do garoto. Você não vai poder protege-lo'' 

               

                               ‘’ A menos que morra antes que ele, que morra por ele....’’

                                                              

                                                                                               ‘’  Você não pode impedir nada’’

- Isso nós vamos ver... – Jace olhou para o rosto sonolento do garoto. – Ele não vai morrer, ainda tem uma vida inteira pela frente... – Seus olhos queimaram com um brilho que já não exibia a anos; carinho.’’ Vão mata-lo’’ – a voz voltou e ele riu.  – Eu não vou deixar. Respondeu.  vai poder protege-lo’’


Notas Finais


até o próximo! prometo que não vou demorar tanto!


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