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História Onde você estava - Atordoada


Escrita por: Juchandelier

Notas do Autor


Mais um hoje, vi que alguém favoritou e isso me incentivou haha
Espero que gostem, tá meio enrolado ainda, mas vai melhorar

Capítulo 2 - Atordoada


Eliza POV 

Apos ouvir os primeiros tiros meu corpo parou de responder, eu estava encolhida, suando frio no chão junto à parede de um prédio que parecia abandonado. Alguns segundos de silêncio e então mais um tiro, auto e claro. Me encolhi mais um pouco e ao fazê-lo esbarrei em uma garrafa quebrada que rolou para longe. Meu sangue gelou, senti minhas pernas como gelatina. Se eu precisasse correr agora, estaria encrencada.

Coloco a mão sobre minha boca, tentando abafar a respiração pesada. Os passos estão vindo na minha direção, torturantemente lentos. Olho para cima e vejo uma mulher, toda de preto, um feição feroz, movimentos felinos e silenciosos. Calçava botas de couro estilo exército. Será que ela era militar? Talvez eu não esteja tão encrencada. Não Eliza, não seja idiota, alguém do exército não chega em uma moto e executa alguém em um beco escuro. Droga.

Ela passa a curva do prédio e me vê, num primeiro momento ela paralisa, seus olhos parecem me reconhecer, intensos olhos verdes brilha em meio a todo aquele preto. Ela me olha, como se não soubesse o que fazer comigo, sinto o pânico me dominar. Ela coloca a arma na cintura e da dois passos em minha direção. Rastejo mais na escuridão, tentando me afastar dela. Primeiro ela pareceu um tanto perplexa, talvez magoada, mas sua linguagem corporal exalava perigo. Ela se abaixa e me pega bruscamente pelo braço, me forçando a ficar de pé, tento me soltar, mas ela é alta e bem mais forte. 

- por favor - balbucio, a voz engasgada - não me machuque.

Ela faz um som nasal, de desdém e continua me arrastando em direção à moto. Ela vai me sequestrar. Não não não não não. O pânico se instala quando vejo o corpo do homem que a pouco ela matara, menus instintos tomam conta, solto meu braço de seu aperto e tento correr na outra direção. Ideia estupida, em duas passadas ela me alcança, fico com medo do que ela vai fazer.

Lexa POV

Garota estupida, estou tentando não matá-la, será que dá pra colaborar? 

Ela consegue correr menos de dois metros antes que eu agarre seu braço, prenso ela contra a parede e tapo sua boca com a mão, olhando em seus olhos, azuis e em pânico.

- Só estava na minha lista matar uma pessoa hoje, nao estou com vontade de adicionar mais uma - digo, rude e sarcástica - se eu fosse você não tentaria fugir de novo 

Fitei seus olhos por mais alguns segundos, espero ter sido assustadora o suficiente. Tirei a mão da sua boca, ela me encarou com aqueles olhos enormes e assentiu, rendendo-se. Afastei o corpo do dela, soltando-a, ela arfou com o movimento, sem tirar os olhos de mim, como se esperasse que eu a machucasse. Isso magoou a pequena marte de mim que ainda se permitia sentir algo, mas essa parte já não mais importava. 

Desviei o olhar e comecei a caminhar em direção a moto enquanto a mantinha perto, sentei e a coloquei atrás de mim.

- Me de suas mãos - pedi, tentando ser menos fria. Aparentemente falhei. Senti a loira tremer nas minhas costas enquanto passava os finos braços pela minha cintura. Segurei suas mãos e puxei até ela precisar ficar colada em mim. Tirei minhas algemas da jaqueta e prendi seus pulsos para que não soltasse minha cintura. Ela deu um pulo ao sentir o metal frio. - Pra você não cair loirinha.

Acelerei a moto, passei por uma abertura estreita que me levaria ao outro lado do beco. Ouvi ao longe as cirenes que se aproximavam. Mas agora já não me pegariam, nunca pegam. Peguei automaticamente o caminha para meu apartamento até que lembrei da garota na minha garupa. O que eu faço com isso? Droga. Justo ela.

- Você mora sozinha? - pergunto contra o vento, de início ela não não responde até que escuto um "sim" fraquinho. Me sinto um lixo por dentro, sempre a via no campus, feliz e cheia de vida. E agora isso. - Qual o endereço? 

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Ela morava em um predio simples, próximo à universidade. Provavelmente cheio de estudantes. Ponderei se era seguro entrar, mas bem, é sexta à noite, como bons universitários deve estar em festas ou babados demais para se importar.

Parei a moto na lateral do prédio, tudo parecia tranquilo. Ninguém à vista. 

- Loira? - chamei - está viva? - me amaldiçoei assim que fiz a pergunta, não seja idiota Lexa, não mais do que você já é.

- s-sim - gaguejou, parecia ter um soluço preso na garganta. Meu estômago revirou.

- escute bem - eu disse, tentando parecer calma e confiável. Cômico se não fosse trágico. - Você vai me dizer em que andar mora, vai me entregar as chaves e nós vamos subir para resolver as coisas, certo? - peguei as chaves das algemas e soltei seus pulsos, ela os puxou para si, massageando o local avermelhado. Desci da moto e entendi a mão para ela, que olhou com incerteza. Desisti de espera, paciente do jeito que sou, e peguei-a pela cintura tirando-a de cima da moto. Ela paralisou com meu movimento brusco. Ótimo.

Passei a mão pelos cabelos, exasperada, não sei o motivo mas o jeito que ela me olha, o medo em seus olhos, me incomoda. Justo ela. JUSTO ela.

- As chaves - peço com a mão estendida a sua frente, ela coloca a mão no bolso traseiro e me dá uma pequena chave - você tem certeza que não tem ninguém lá? - pergunto seria, fitando-a fixamente. Ela nega com a cabeça, triste. - Não vou machucar você - digo baixo e simplesmente. Seus olhos me queimavam, desconfiados.

-Mostre o caminho - pedi, dando passagem - E por favor, não tente nada. -Ela acena levemente, concordando, e me mostra o caminho. Ando ao seu lado, sempre esperta. Eu não deveria estar aqui e ela não deveria estar viva. Inferno.

Entramos pela porta dos fundos, ela apertou o botão e o elevador começou q subir. Terceiro andar. Ela apontou para a porta a nossa direita, coloquei a chave, olhei-a nos olhos como quem diz "é bom você não estar mentindo" e girei a maçaneta. Tudo quieto, luzes apagadas, nada indicava que havia mais alguém aqui. Era mais um estúdio do que um apartamento, um cômodo só, com uma cozinha americana simples e um banheiro. Relativamente espaçoso. Fechei a porta e acendi as luzes.

Eliza POV 

Afastei-me dela o máximo que o cômodo permitia, observando-a. Ela parecia analisar o apartamento, desconfiada. Já não parecia tão ameaçadora.

- Quao seu nome, loirinha? - perguntou ela, direta.

- Eliza - tento ser firme, não demonstrar o quão apavorada estou. 

- Bom, Eliza - começou - Sinto muito pelo que você viu, e com medo, é claro. A questão é: eu não quero matar você, não preciso, mas para isso você precisa manter a boca fechada, entende? 

Ela deita a cabeça para o lado, como se falasse com uma criança. Pelo visto ela não fazia ideia de como lidar com a situação. Afinal, quem faria?

- Sim - respondo simplesmente, apesar de não entender.

- vou lhe dar um bom motivo para manter isso em segredo - ela abriu o armário e pegou um copo - Não é de mim que você deveria ter medo - ela diz como se fosse algo óbvio. - São as pessoas para quem eu trabalho que você deveria temer, eles não podem em hipótese alguma, saber da sua existência e do que você viu. Eles a matariam em instantes - estalou os dedos para dar ênfase, senti meu estômago embrulhar.

Ela saiu da cozinha e andou em minha direção, passos firmes e largos. Senti meu sangue gelar, mas não me movi. Ela piorou a centímetro de mim e me estendeu um copo com água e um comprimido. Franzi o cenho, confusa. Ela agora tinha olhos gentis, até preocupados. Mas só os olhos. Peguei o copo e bebi a água, desconfiada com o comprimido. Acho que ela percebeu minha insegurança.

- É aspirina, achei no balcão - explicou baixinho, a voz inspirava confiança - tome. - fiz o que ela mandou e engoli o remédio. - Vou dormir aqui hoje, se não se importa - disse com um sorriso torto nos lábios.

- o-oque...? Por que? - gaguejo, nervosa. Só quero esquecer de tudo que passei. Não contaria nada a ninguém, só não queria vê-la novamente. Só vá embora, penso.

- Bom, não tenho certeza se alguém a viu no local ou saindo comigo, eu sou vigiada de perto -disse um tanto irritada - e meu apartamento não é tão bom quanto esse - deu uma piscadinha para mim. Fico um tanto atordoada. - Vá tomar um banho e cuidar dessa arranhão - Ela aponta para o meu braço, a camiseta manchada de sangue. Como não senti isso? 

Aceno com a cabeça, afinal, o que mais eu poderia fazer. Vou em direção o banheiro e percebo que as chaves não estão na porta de casa. Estou trancada.

 


Notas Finais


É isso, se gostarem, por favor, dá um salve aí nos comentários, até a próxima <3


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