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História Onde você estava - Louca


Escrita por: Juchandelier

Notas do Autor


EXPLICAÇÕES:
Tem vários confusos com a história pelo visto, vou tentar esclarecer um pouco, até pq eu li e fiquei confusa também hahahah
Seguinte, a Lexa é bem problemática, como dá pra perceber, tem um motivo aí por trás que vai ser esclarecido mais tarde, mas vocês já perceberam que ela não gosta do que faz, no caso matar os devedores dos Sayakhov. Certo? Certo. Da onde ela conhece a Eliza: ela costuma ir na universidade (mesma que a Eliza frequenta) pra assistir algumas aulas que são abertas ao público de direito penal. Por isso ela reconheceu a "loira" no beco. Eu deveria ter feito um capítulo antes do primeiro trabalhando isso mas eu esqueci. Sorry.
Mas é isso aí, a partir disso a história vai se desenrolar. Tem um motivo pra Lexa fazer oq faz.

Capítulo 3 - Louca


Lexa POV

Assim que ela entrou no banho, abri minha mochila e retirei uma escuta e habilmente instalei na parte de baixo de sua mesa. Precisava de alguma garantia que ela não iria abrir a boca, não é mesmo. Terminei em alguns minutos, a água do chuveiro continua correndo. Dou uma olhada em volta, o cheiro da loira está em tudo, me distraio por alguns instantes. No lado oposto à cama avisto um sofá, decido testar, parece ser confortável na medida do possível. 

- Ah que delicia - resmungo me espreguiçando no sofá, da pro gasto. Decido me livrar das calças, retiro a arma da cintura e coloco embaixo da almofada. Chuto as calças para longe e fico de camiseta regata preta e cueca. Um banho seria maravilhoso, mas deixa pra amanhã.

Preciso me certificar que Pike não saiba da existência de Eliza. Matar traficantes, estupradores e criminosos era algo que eu podia aguentar, mas não ela. Mas agora não há muito que eu possa fazer. Preciso terminar o serviço, faltam dois, e então Pike entrará em contato para amarrar as pontas soltas. A água do chuveiro é desligada. Sinto um frio no estômago, quanta idiotice. Me ajeito no sofá, sento com pernas de índio e prendo o cabelo em um coque bagunçado, tento parecer o menos ameaçadora possível. Você está enlouquecendo Lexa. Não sei exatamente o motivo, mas não queria que ela se sentisse mal.

Ela sai do banheiro secando os cabelos enquanto me procura com os olhos, quase que desesperada, provavelmente querendo me manter a vista.

- Aqui - digo baixinho no canto oposto mais escuro do quarto. Ela dá um pulo ao ouvir minha voz. - desculpe, só pensei em me ajeitar aqui, espero que não se importe - digo indiferente, ela me fazia sentir um tanto desconfortável, me sentia culpada. Diabos.

- Eu não pareço ter escolha, não é mesmo? - resmunga indo em direção à cama e sentando-se na beirada. Encolho os ombros e deito de barriga para cima, a cabeça apoiada nos braços.

- Deveria me agradecer, pelo menos hoje você poderá dormir tranquila - digo, debochada. Ela solta uma risada nasal, irônica.

- claro, sob o mesmo teto que uma assassina. - ela nega com a cabeça, nervosa - Realmente reconfortante.

- Boa noite loira. - resmungo - E não se esqueça, tenho o sono muito leve - Alerto-a.

Passo boa parte da noite acordada, observando. Eliza deitou mas duvido que tenha dormido muito bem. Me peguei olhando para ela, dormindo de forma conturbada, provavelmente tendo pesadelos. Eu já a havia observado tantas vezes na universidade, me tranquilizava a forma como ela sempre parecia leve, sem preocupações. Nunca imaginei um dia conhecê-la, mas aqui estou eu, sendo o motivo de seus pesadelos. Droga. Já eram quase sete e meia, nada aconteceu, ninguém suspeito apareceu perto do prédio ou de minha moto. Talvez não houvessem testemunhas. Talvez Pike não soubesse de nada. Tomara. Levantei e fui até a cozinha, estou faminta.

Eliza POV 

A luz da janela me despertou aos poucos, abri os olhos meio confusa. Que horas são? Ouço alguns barulhos na cozinha, paraliso enquanto as lembranças do dia anterior voltam a minha mente. Não foi um sonho. Meu deus, ela está aqui. Permaneço imóvel, não quero que ela saiba que eu acordei. Mantenha a calma Eliza, ela provavelmente vai embora, afinal, qual seria o sentido de me matar agora? Ela poderia ter feito isso ontem. 

Levanto a cabeça minimamente, olhando em direção à cozinha americana do outro lado. Uso o cobertor como escudo, deixando só os olhos de fora. Não acredito que dormi tão pesado, um sono regado a pesadelos. Minhas sobrancelhas se franzem com a cena em minha cozinha. A louca estava de cueca e camiseta enquanto fritava alguns ovos. No mínimo estranho, ela até parecia normal. Me sento na cama, ela estava de costas para mim, então tomo coragem. 

Esfrego os olhos, sem saber direito o que fazer. Percebo duas armas no balcão, perto dela. Sinto meu sangue gelar, lembrando  de ontem à noite. Sacudo a cabeça tentando afastar as imagens que insistem em me assustar. Escuto um gritinho vindo da cozinha, uma gota de óleo pingou em seu braço e ela dá um pulo, desastrada. Como essa criatura de roupas íntimas e aparentemente inofensiva é a mesma que atirou em uma pessoa a sangue frio na noite anterior? Confusa estou. Síndrome de Estocolmo talvez. Última coisa que eu preciso é sentir empatia pela mulher que me sequestrou. Se é que posso chamar de sequestro, afinal ela me trouxe em casa. Céus.

Ela tira a frigideira do fogo e se estica para pegar alguns pratos no armário, sua blusa levanta e vejo o começo de uma tatuagem em suas costas, preta assim como a do braço. Ela tem o corpo extremamente forte. Me repreendo e desvio o olhar. Ela coloca os ovos nos pratos e se vira, colocando-os no balcão, um meio sorriso torto no rosto. Ela levanta o olhar e encontra o meu, seu rosto fecha na mesma hora. Culpa, talvez? Espero que sim.

- Que bom que acordou, eu fiz ovos - diz, sem demonstrar nenhuma emoção. Levanto e passo direto por ela, indo ao banheiro. Preciso de água gelada no meu rosto, sinto como se estivesse flutuando, toda essa adrenalina me faz sentir esquisita. Me seco com a toalha de rosto, inspiro profundamente e saio do banheiro. Só mais alguns minutos e estou livre. Eu espero.

- Sinta-se em casa - digo sarcástica, a voz ácida. Ela me ignora e continua comendo seu pão com ovo. Percebo que estou com fome, meu estômago rosna. Lembro que não jantei ontem, minha última refeição havia sido no horário de almoço. Pego o prato com ovo e sento o mais longe possível da morena. Preciso de café.

- Onde estão minhas chaves? - pergunto, tentando manter a calma, preciso ser firme. Estou de costas para ela, preparando o café mas sinto seus olhos em mim. Escuto um tilintar característico de chaves sendo colocas em cima de uma superfície. Olho por cima do ombro, ela havia deixado as chaves em cima do balcão. Sinto meu corpo relaxar, solto o ar que eu nem percebi que estava prendendo. Só quero ela fora da minha casa.

- Lembra-se bem do que falei ontem? - ela ergue os olhos, percebo que a estava encarando, desvio o olhar, me concentrando no café agora quase pronto - Não falar para ninguém do que você viu.

- Não se preocupe - cuspo as palavras, seca. Sento no balcão e beberico o líquido quente. Ela se levanta, com um sorriso torto nos lábios que não parecia combinar com sua aparência hostil. Ela pega suas calças no chão  perto do sofá e as veste habilmente.

- Abre a porta pra mim? - pergunta, a voz rouca. Paraliso por alguns segundos. Acorda Eliza. Pisco algumas vezes e aceno com a cabeça. Ela veste a jaqueta e vem em minha direção, ou em direção à porta. Levanto e pego as chaves, sinto que tenho o controle de alguma coisa novamente, como se apenas abrindo a porta para algum amigo que convidei para minha casa. Ela anda a minha frente, eu a sigo em direção à porta, mexendo no molho de chaves. Mal percebo quando ela se vira bruscamente, me fazendo parar a centímetros do seu corpo. Prendo o ar, sinto um frio em minha barriga, penso que ela vai dizer que foi tudo uma brincadeira, que ela não simplesmente me deixar ir. Congelo. Ela parece perceber e então apenas ergue as mãos, como quem diz que é inocente e passa um dos braços próximos a minha cintura, pegando alguma coisa no balcão.

- Calma loira, só esqueci isso - ela explica com ar divertido enquanto pega as duas armas e coloca na cintura, ainda desconfortavelmente perto de mim, ela devia ser uns 10 centímetro mais alta, ela me fitava com olhos verdes intensos e ar sarcástico enquanto escondia as armas com a jaqueta. - Até mais- diz simplesmente.

Abro a porta rápido, me sinto envergonhada. Ela sai sem dizer uma palavra, bato a porta atrás de mim e escorrego, sentando-me no chão. Era como se o ar entrasse pela primeira vez em menus pulmões. O que tinha acontecido? 

Até mais? Até nunca. Pensei.

 

 


Notas Finais


A partir daí as coisas vão se desenrolar, não sei direito o que vai acontecer mas estou com uns planos em mente. Espero que gostem, até o próximo capítulo :)


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