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História Onde você estava - Vulnerável


Escrita por: Juchandelier

Notas do Autor


Oi pessoa, hoje o dia foi meio corrido, é aniversario do meu amigo netao vocês já sabem né hahaha vou fazer o melhor que puder, perdoem alguns erros gramaticais. Alias to meio bebada, beijos de luz

Capítulo 5 - Vulnerável


Eliza POV 

Eu nao podia acreditar na criatura semiconsciente em meus braços. Ajudo-a a entrar no apartamento e chuto a porta às nossas costas, a morena resmungava coisas sem sentido, não pude entender uma palavra. Coloquei-a deitada no sofá, que pelo visto seria dela duas noites seguidas. 

Tento desesperadamente lembrar das coisas que minha mãe me ensinou. Ela havia sido uma ótima médica e sempre me mostrava como se fazia. Foco Eliza. Tiro a almofada debaixo de sua cabeça, deixando seu corpo reto. Ok. E agora? Certo, os ferimentos, ela estava com as mãos nas costelas. Ergo sua blusa mas ela usava algo grosso, grudado ao corpo. Vejo um objeto brilhante preso no tecido. Uma bala. Ó céus, ela estava de colete. Quem é essa mulher? 

Vou até a cozinha pegar uma tesoura. Volto rapidamente com uma garrafa de vodka nas mãos, era o mais próximo de álcool que eu tinha. Corto sua camiseta e solto o colete. Sinto meu sangue gelar ao ver o enorme hematoma preto arroxeado do tamanho de uma bola que se formava na lateral de suas costelas. Olho para seu rosto, agora mais suave devido a inconsciência, e a vejo de forma diferente. Ela era perigosa, sem dúvidas, mas dócil. Pisco algumas vezes, voltando a me concentrar no que estava fazendo. Me certifico que não há hemorragia interna e enfaixo suas costelas com uma malha elástica. Analiso meu trabalho, parece bom o bastante. Mais alguma coisa? Olho para ela, em duvida, como saber aonde mais está doendo se ela está apagada? 

Entao percebo que ela está muito pálida. E imóvel. Sinto um frio na barriga, temo que esteja morta, céus. Aproximo o rosto do seu, tentando ouvir sua respiração quando levo um susto.

- Ainda estou viva, loira - murmura baixinho, tentando abrir os olhos. Meu deus. - bom trabalho com a faixa. - ela diz algo mais, bem suave, algo como "taberna". Taberna? Você está com um pé na cova e quer um drink? 

Pé. PÉ! Ela estava mancando. Ela disse "a perna" e não "taberna". Boa Eliza. Olho para suas pernas e procuro algo de errado, não demorei muito para notar o sangue na coxa esquerda. Corto sua calça até ter o caminho livre para limpar o ferimento. Parecia um corte, reto e longo, mas não muito profundo. Pego a vodka e despejo sobre o ferimento. Ela abre os olhos na mesma hora, agonia pura em seu olhar, mas apesar da dor, não grita. Ela é forte. Sinto empatia pela assassina em meu sofá, pela primeira vez quero lhe fazer perguntas, entender quem ela é. Volto a trabalhar no corte, acredito que precise de alguns pontos. Pego uma agulha e fio dental, era o melhor que eu podia fazer. Começo a sutura, ela se contorce embaixo de mim, mas mantendo a perna firme. Seus olhos estão fechados mas seu rosto demonstra dor intensa. Termino e faço um curativo. Levanto e olho para a morena, novamente inconsciente. Ela está assustadoramente vulnerável.

Se eu quisesse ligar para a polícia, essa era a hora. Mas algo me dizia que ela não era o verdadeiro perigo ali, havia algo mais. Balanço a cabeça em negativa, desistindo de tentar compreender. Você está louca, Eliza. Vou até o banheiro lavar as mãos repletas de sangue. Me olho no espelho e não me reconheço, meu rosto também está sujo. Lavo a cara rapidamente e decido limpar o rosto dela também, pego uma toalha e uma bacia com água limpa. Sento-me no chão, ao lado de seu corpo e começo a limpar suavemente seu rosto. Conforme a tinta e o sangue vão saindo, percebo o quão nova ela deve ser, não tem mais de 24 anos, porém seu olhar e suas atitudes demonstravam que ela já havia visto muita coisa ruim nessa vida. Termino seu rosto e começo a limpar suavemente o pescoço, me distraio com a tatuagem em seu braço e a toco de leve.

Quando levanto o olhar para seu rosto novamente, congelo, seus olhos verdes estão abertos, me observando. Fico presa em seu olhar por alguns segundos, era como se seus olhos queimassem nos meus. Sinto meu rosto corar e dévio o olhar para o chão.

Lexa POV 

Sinto algo gelado tocar meu rosto. Acho que apaguei de novo. Vou retomando a consciência aos poucos, primeiro me assusto com o toque até que abro os olhos e a vejo, tranquila, com a mesma calma no olhar de quando eu a observava de longe na universidade. Não havia alegria em seu rosto, mas seus olhos azuis estavam perdidos em pensamentos enquanto ela passava suavemente a toalha em meu pescoço. Seu toque era bom, cuidadoso. Não consigo lembrar da última vez em que alguém cuidou de mim. Observo-a por mais alguns segundos até que seus olhos encontram os meus, sinto seu corpo travar e vejo seus olhos arregalados mas ela não desvia o olhar, assim como eu.

Apos alguns segundos vejo suas bochechas ficarem vermelhas e ela olha para o chão, tento me ajeitar no sofá e sinto uma pontada nas costelas, solto um gemido baixo enquanto apoio às costas na almofada. Eliza me olha preocupada, diferente de antes em que em seus olhos havia apenas medo. Isso me faz sorrir um pouco, talvez para tranquiliza-la. Sinto um frio na barriga, droga.

A calmaria passou quando lembro de que falhei na missão. Aden. Preciso sair daqui, preciso terminar o que comecei. Sinto meu corpo ficar tenso.

- que horas são? - pergunto apressada para a loira - preciso sair daqui - resmungo.

-Pouco depois das três - ela responde confusa - sair daqui? Você está quebrada. - ela fala automaticamente. Encaro-a. - Sem ofensas - Ela se desculpa. Acho engraçado ela achar que eu me ofenderia com tão pouco.

Tento me levantar mas falho miseravelmente. Vejo os pontos em minha perna fazendo a pele ficar repuxada e ardida. Se eu levantar esses pontos vão estourar ou rasgar minha pele. Entro em pânico mas sou distraída por meu telefone que começa a tocar. Eliza percebe minha cara de pavor e procura meu celular nos bolsos da jaqueta de couro e me entrega prontamente. Era Marcus. Não não não não. Tarde demais. Sinto minhas mãos tremerem.

- Маркус, пожалуйста.... - começo implorando em russo, com medo do que viria a seguir. Mas ele não me deixa terminar. 

- Você conhece as regras querida sobrinha - a voz calma e ameaçadora - tragam o moleque - ouço-o pedir a alguém por perto. Em alguns segundos ouço a voz de Aden, perguntando o que estava acontecendo. Pedindo para falar comigo. Sinto as lágrimas escorrendo pelo meu rosto, silenciosas. Eliza me olha sem entender, os enormes olhos azuis arregalados.

-Por favor - peço em russo. Mas implorar era inútil, escuto o choro agudo do meu irmão do outro lado da linha e o som de tapas estalando provavelmente em seu rosto. Cerro os punhos, raiva líquida correndo pelas minhas veias. Ele grita, sua voz fina de criança chamando meu nome. Sinto o chão desabar debaixo dos meus pés, quando me dou conta estou encolhida no sofá, o rosto entre as mãos. Não sinto mais dor, sinto apenas a agonia de estar impotente. Não posso proteger a única pessoa que ainda me resta. Os tapas param, seu choro continua baixinho. Meu coração se parte. Marcus pega o telefone, posso escuta-lo suspirar, como se aquela violência o abalasse de alguma forma. Clínico.

- Alexandra, você percebe o que está me obrigando a fazer? - pergunta com um ar divertido. Desgraçado. Me controlo para não falar nada, ainda posso escutar o meu pequenino chorando ao fundo. Calo a boca e escuto. - O alvo saiu do país, como eu imaginei que faria. Ah, me parece que ele botou fogo no seu apartamento - ele dá uma risada nasal. - Bom, por enquanto espere que Pike lhe diga o que fazer. Assim que o alvo voltar para o país, você o tira de cena, entendido? 

- Sim. - rosno a palavra.

- Ótimo, espero que não falhe. Pelo bem de Aden. - ameaça - Adeus Alexandra. - escuto Aden protestar dizendo que queria falar comigo antes de a ligação ser terminada. Garoto corajoso, penso enquanto meus olhos se enchem de água novamente. Como sempre após situações como essa, fico paralisada. 

Eliza POV 

Observo a cena chocada, a morena está desesperada enquanto escuta algo no telefone, ela leva a mão a boca e seus olhos enchem de água. Ela balbuciava algumas palavras em uma língua estranha para mim, não entendi, mas ela parecia implorar. Sinto que deveria fazer alguma coisa, mas o que? Mal a conheço, até aonde eu sei ela é o inimigo. Mas eu sentia exatamente o contrário. Eu queria ajudá-la.

Ela desliga o telefone e tem seu olhar vazio, como que em choque. Chamo sua atenção. Percebo que não sei seu nome., isso me perturba. Levanto e vou em direção à cozinha, pego um copo da água e levo até a mulher em paralisada em meu sofá. A princípio ela não se mexe, encosto a mão de leve em seu braço e ela parece acordar, levanta os olhos e sinto como se me pedisse ajuda. Seus olhos verdes agora mais claros devido às lágrimas me avaliam, como se eperassem algo ruim. Estico o copo em sua direção e ela parece entender pois o pega devagar, fazendo uma careta ao levantar o braço.

- Você precisa descansar. - Digo decidida. Não a deixaria ir embora nesse estado, não sei como ou por que decidi isso, mas está feito. - Vou pegar alguns analgésicos. - começo a andar em direção à cozinha e sinto seus olhos em minhas costas. Pego alguns dos remédios mais fortes que tenho e levo até a morena. Ela aceita prontamente, acho que ela não tem forças para discordar. Talvez esteja apenas se aproveitando da situação, mas de qualquer forma, eu faria o melhor que pudesse por ela. Síndrome de Estocolmo, tenho quase certeza. 

Sem dizer uma palavra ela encosta a cabeça no sofá, fungando, e fecha os olhos. Espero que durma, ela precisa de repouso para que as costelas melhorem. Sento na cama, observando-a, e me pergunto como isso tudo aconteceu e porque estou com medo por ela e não com medo dela. Tenho a sensação de que ela não me machucaria  de que essa nunca havia sido sua intenção. Olho para seu rosto perturbado e sinto como se a conhecesse a anos, como se nossos caminhos já tivessem se cruzado diversas vezes. Sinto a energia do meu corpo sendo sugada, meus olhos pesam. Olho para morena apagada em meu sofá e decido tirar um cochilo também. 

Octavia, Rússia POV 

Assim que posso corro até o quarto de Aden, me sinto uma inútil por não poder ajudá-lo. Por um limite na estupidez de meu pai, punindo uma criança que não faz ideia do que esta acontecendo. Chego no corredor e infelizmente dou de cara com dois guardas. Até de meu afilhado ele quer me manter afastada. Vou jogar verde. Continuo andando ao longo do corredor como se pertencesse àquele lugar, um dos guardas me olha estranho e estca p braço, barrando meu caminho. Paro de forma abrupta, ergo os olhos, cheios de fúria, para o homem, eu era alta, por isso o encarava de igual para igual. E pela minha fama, ele não gostaria de me enfrentar. 

- Saia da minha frente - rosno para o homem. Ele me olha, indeciso. 

- Marcus não informou nenhuma visita ao garoto. - ele diz como que se desculpasse, torcendo para que eu colaborasse. Mas não mesmo. 

- Meu pai pode não ter dito nada, mas, veja bem, meu pai não vai comandar esse negócio para sempre. - coloco um sorriso presunçoso no rosto - poder eu já tenho, seria inteligente da sua parte não me ter como inimiga - digo sem desviar o olhar do seu, depois de alguns segundos seus olhos param nas duas espadas cruzadas em minhas costas e ele pondera. Após alguns segundos ele abaixa o braço, liberando a passagem.

- Garoto esperto - digo com um sorriso torto e sigo meu caminho.

Bato na porta devagar, não quero assusta-lo mais do que o pequeno já deve estar. Sinto meu coração apertar. Queria tanto que as coisas pudessem ser diferentes. Escuto uma vozinha acanhada perguntando "quem é?"

- Sou eu, Octavia - digo, a voz calma e gentil. Ele grita para que eu entre, abro a porta devagar. O vejo sentado na cama mexendo em uma caixa cheia de fotos. Seu rosto estava machucado, vejo um pouco de sangue em seu lábios e a lateral do olho inchada. Cerro os punhos, controlando a raiva. - O que você está fazendo, pequeno? 

- Olhando fotos de quando a mamãe e o papai estavam vivos - ele diz, frio. Meu maior medo sempre foi que Aden cressece e fosse o que meu pai sempre quis, frio e assassino. Sinto que aos poucos, com o passar dos meses, que o estou perdendo. Essa era única promessa que eu havia feito a Lexa, que eu não iria deixá-lo sozinho, que ela não iria se tornar os nossos piores pesadelos. Mas agora, com ela tão longe, não sei o que fazer. Deito na cama ao seu lado e passo meu braço por suas costas, ele se aninha e diz que sentiu minha falta. Pelo menos ainda não o perdi por completo.

Preciso dar um jeito de tirá-lo daqui. 


Notas Finais


É isso por hoje, nos vemos amanhã <3
Espero que gostem


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